Discurso durante a 241ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a última pesquisa CNI-IBOPE, divulgada ontem, cujos números apontam aumento na aprovação do Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e sobre as reportagens da revista semanal americana Newsweek e The Economist.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários sobre a última pesquisa CNI-IBOPE, divulgada ontem, cujos números apontam aumento na aprovação do Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e sobre as reportagens da revista semanal americana Newsweek e The Economist.
Aparteantes
Sadi Cassol.
Publicação
Publicação no DSF de 09/12/2009 - Página 65619
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, RESULTADO, PESQUISA, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, AVALIAÇÃO, POPULAÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRESCIMENTO, INDICE, APROVAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO CARENTE, AUMENTO, EMPREGO, RENDA, REGISTRO, RECONHECIMENTO, MUNDO, RELEVANCIA, GOVERNO BRASILEIRO.
  • COMENTARIO, AUMENTO, FINANCIAMENTO, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), HABITAÇÃO POPULAR, LIBERAÇÃO, RECURSOS, INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, CONCESSÃO, EMPRESTIMO, SETOR, REGISTRO, IMPORTANCIA, PROGRAMA, BENEFICIO, POPULAÇÃO CARENTE.
  • APRESENTAÇÃO, EXPECTATIVA, FEDERAÇÃO NACIONAL, COMERCIO, AUMENTO, VENDA, FESTA NATALINA, VAGA, EMPREGO, INDUSTRIA, REGISTRO, CRESCIMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), BRASIL, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE, INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA (IPEA), GARANTIA, REDUÇÃO, JUROS.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, JORNAL, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), ANALISE, COMBATE, DESIGUALDADE SOCIAL, CRISE, ECONOMIA, BRASIL, COMPARAÇÃO, PAIS, CONTINENTE, ASIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Agradeço à Senadora Serys e, de forma muito especial, ao meu companheiro, Senador Paulo Paim, pela troca, invertendo a ordem de inscrição.

            Mas eu gostaria de, nesta tarde de terça-feira, tecer alguns comentários, Senadora Serys, a respeito da última pesquisa CNI/Ibope.

            É uma pesquisa que traz várias indicações, números relacionados às intenções de voto para o ano que vem, apesar de estarmos ainda bastante longe do processo eleitoral, e eu não tenho a menor dúvida de que a grande maioria da população ainda não está com a eleição na cabeça, como todos nós políticos estamos. Todos nós já estamos com a eleição, de manhã, de tarde, de noite e de madrugada, prevista no nosso horizonte, mas a grande maioria da população, não. Há projeções para quem está em primeiro, segundo, terceiro, sobe, desce, cresce dois pontos, diminui três pontos, mas ainda nós temos um bom tempo.

            Agora, a pesquisa CNI/Ibope traz algo que não está longe. Está, muito pelo contrário, no cotidiano das pessoas, que é como as pessoas avaliam o momento que o Brasil está vivendo, como as pessoas avaliam o governo que o Brasil está tendo, como as pessoas avaliam a perspectiva do que vai acontecer com elas daqui para frente. São esses, exatamente, os números que eu gostaria de trazer, os números com os dados. Várias pessoas estranham, reclamam e se sentem até inconformadas com o fato de que tenhamos um Presidente da República que está com 83% de ótimo e bom. Este é um índice de avaliação - a oposição não gosta muito que nós usemos esta frase - nunca antes neste País.

            Eu acho que são poucos os países democráticos onde, efetivamente, uma pesquisa dá um índice de aprovação tão significativo para um Presidente da República; e crescente, porque, na pesquisa anterior, o índice de aprovação do Presidente Lula era de 81% e agora foi para 83%. Isso é apenas um ponto percentual abaixo de 2008, quando, antes do início da crise, a avaliação era muito maior, do governo e do Presidente. Ou seja, em termos de avaliação de ação, o Presidente Lula se recuperou de toda a crise. E também a pesquisa avalia não só a atuação do Presidente, mas do Governo como um todo. Têm 72% de ótimo e bom. Algo que deve desesperar mais ainda a oposição é que 46%, portanto, quase metade da população, considera o segundo mandato do Presidente Lula melhor do que o primeiro.

            Então, os números são muito contundentes, muito contundentes. As pessoas também têm expectativa de melhora de vida, de aumento de renda, de maior número de emprego. Portanto, é uma avaliação extremamente positiva, com um otimismo colocado, jogado para o próximo período.

            E aí um dos cientistas políticos, identificado como da ala tucana, do PSDB, que é o Antônio Lavareda, com esses dados, coloca de forma muito clara que o Presidente Lula seria hoje, indiscutivelmente, o Presidente com o maior índice de popularidade no ocidente.

            Esses 83% de aprovação, ótimo e bom, deixam pelo menos 10% à frente do segundo colocado, que, no caso, é uma mulher, a Presidente do Chile, Michelle Bachelet; em seguida, outra mulher, em terceiro lugar, a alemã Angela Merkel, com índices em torno de 60%; e o próprio Barack Obama que foi eleito num movimento extremamente importante, reconhecido em todo mundo, inovador, mas a avaliação do Barack Obama tem sido declinante e, atualmente, está com apenas 47% de aprovação.

            Portanto, não só a pesquisa CNI/Ibope apresenta esses dados, esses percentuais extremamente elevados de aprovação do Presidente Lula, como há o reconhecimento internacional.

            Agora, por que essa popularidade está nesse patamar? Não é de graça. É porque a vida, a vida das pessoas melhorou, a vida das pessoas, o cotidiano das pessoas é outro no Brasil. E aqui eu tenho as reportagens de ontem, de hoje. A Caixa Econômica bateu o recorde: quase o dobro de recursos foram disponibilizados a mais este ano para financiamento de habitação. Então, a Caixa Econômica, até novembro, já emprestou, já colocou o dinheiro para circular no montante de R$39 bilhões - isso é quase o dobro do ano passado. No ano passado, a Caixa Econômica não tinha chegado a mais de 20 bilhões.

            Todos esses empréstimos, na sua maioria com o FGTS, vinculados ao Programa Minha Casa, Minha Vida, que agora vem deslanchando muito, de forma significativa, tanto que recebeu em todo o Brasil, até o último dia 30 de novembro, 2.763 propostas de empreendimentos, com 567 mil moradias. Portanto, já ultrapassou mais da metade da meta de um milhão de casas. Desse total, das 567 mil moradias, 322 mil são para famílias com renda mensal de até três salários mínimos, exatamente onde nós temos maior déficit habitacional. Então, a Caixa Econômica, neste ano, praticamente dobra o volume de crédito. Já temos mais de meio milhão de financiamentos de moradias do Minha Casa, Minha Vida em andamento e, desses mais de 560 mil, 322 mil - portanto, quase dois terços -, voltados para a população com renda de zero até três salários mínimos.

            Manchete de jornais de hoje: “Comércio terá o melhor Natal em 11 anos. Fecomércio prevê aumento de 12% nas vendas em relação a 2008”. Portanto, inúmeros setores constatam esses fatos. E é claro que, se o comércio vai ter o melhor Natal em 11 anos, a indústria vem seguindo também o crescimento. Vendas da indústria voltam a crescer. Em outubro, já tivemos aumento em relação a setembro, o número de horas trabalhadas também subiu e o número de emprego na indústria também é positivo. Outros setores já vinham recuperando o emprego, tanto que já batemos mais de 1,2 milhão de novos empregos no setor de material de construção, no setor de comércio, serviços. Mas, agora, também o emprego industrial volta a ser positivo.

            Eu ouço, com muito prazer, o nosso Senador Cassol.

            O Sr. Sadi Cassol (Bloco/PT - TO) - Senadora, eu gostaria de reforçar isso que V. Exª vem comentando e dizer de fatos reais no nosso Estado, o Tocantins, da Região Norte, e um dos Estados mais pobres do País, onde o desenvolvimento é diário - e a gente vê isso em uma velocidade tão grande! Até ontem, usei a tribuna para elogiar a primeira feira de confecções do Estado de Tocantins, que aconteceu no fim de semana em Palmas, na qual nós vendemos, em três dias, R$30 milhões. Nos últimos 90 dias, para V. Exª ter uma ideia da velocidade do crescimento econômico do Estado de Tocantins com a ajuda do Governo Lula, se instalaram na capital, com 200 mil habitantes, o Carrefour, o Extra e o Makro. Eles não vão aonde não há desenvolvimento acentuado.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Se não tem quem compre, eles não vão.

            O Sr. Sadi Cassol (Bloco/PT - TO) - Exatamente. Então, o nosso Estado foi muito contemplado com as ações do Governo Federal e vem recebendo esses recursos num crescimento fantástico, e a gente vê todo dia o desenvolvimento que acontece no nosso Estado. Por isso, eu quero parabenizar V. Exª por essas informações ao País e dizer da importância que a equipe econômica do nosso Governo Lula fez no nosso País. Realmente o Lula, mais uma vez, acertou nas suas afirmações dizendo que a marolinha era pequena - e não aconteceu nada. E, com a competência da nossa equipe econômica, nós superamos esse desafio econômico e estamos no caminho certo. Parabéns.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Agradeço ao Senador Cassol, e bem V. Exª exemplifica qual era a próxima manchete: que o Produto Interno Bruto, o PIB, o prejuízo já ficou para trás; ou seja, enquanto outros países estão no negativo - a economia não crescerá em muitos países, vai diminuir -, aqui no Brasil, não só nós vamos crescer em 2009, como as projeções para 2010 já estão sendo colocadas na faixa de 6,5%. Então, vários economistas, analistas econômicos estão colocando a projeção do PIB para algo em torno de 6%, 6,5% para o ano que vem.

            E o nosso querido Márcio Pochmann, do Ipea, atesta e garante que a taxa Selic não precisa subir; nós temos ainda espaço, pelo controle, pela estabilidade, pela manutenção da inflação na meta, nós temos condição inclusive de baixar a taxa Selic a 7%. Então, nada de aqueles “catastrofistas”, quererem aumentar juros, porque nós vamos crescer no ano que vem. Não, nós temos margem para ainda crescer e ainda continuar diminuindo os juros.

            Agora, o mais importante, para terminar, Senadora Serys, são as notícias internacionais, porque a Newsweek desta semana publicou matéria muito importante, colocando uma análise de como o Brasil controlou a desigualdade. E, nessa reportagem da revista Newsweek, temos também um eco de uma matéria do The Economist, falando mais ou menos na mesma linha, fazendo uma comparação das lições de enfrentamento da crise do Brasil, da China e da Índia, e o diferencial.

            Qual é o grande diferencial?

            É que a Índia enfrentou a crise, a China enfrentou a crise, e o Brasil enfrentou a crise. Qual é a diferença entre Brasil, China e Índia no enfrentamento da crise? É que, no Brasil, nós estamos saindo da crise, diminuindo a desigualdade social. Enquanto na China o crescimento afasta os mais pobres dos mais ricos, e na Índia também acontece isso. No Brasil, nós estamos saindo da crise, crescendo e diminuindo a desigualdade social. É bem isto que eles realçam: o Brasil se destaca porque seus pobres estão subindo mais rapidamente que qualquer outra classe social; ou seja, a melhora da vida da população de menor renda é uma melhora num ritmo muito mais acentuado do que o das outras classes sociais. É por isso que nós saímos da crise, nós crescemos com uma qualidade que a China e a Índia não podem ostentar.

            E inclusive The Economist fecha a matéria dizendo que os dois asiáticos poderiam aprender com o Brasil. Ou seja, a gente ainda tem o direito de dar lição para dois gigantes do mundo em desenvolvimento, que é o caso da China, que é o caso do Índia, porque aqui não só estamos enfrentando, estamos superando, mas estamos resolvendo aquele que é, há muitos e muitos séculos, o pior problema do Brasil: a injustiça social.

            Então, com essas atitudes, esses resultados, esses números e esse reconhecimento, 83% de ótimo e bom é muito bom, Senadora Serys!

            Obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/12/2009 - Página 65619