Discurso durante a 244ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Dia do Marinheiro, celebrado no próximo dia 13 de dezembro.

Autor
Lobão Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MA)
Nome completo: Edison Lobão Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Dia do Marinheiro, celebrado no próximo dia 13 de dezembro.
Publicação
Publicação no DSF de 11/12/2009 - Página 67103
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, MARINHEIRO, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, MARINHA, BRASIL, DETALHAMENTO, HISTORIA, ATUAÇÃO, ATUALIDADE, PROTEÇÃO, SOBERANIA NACIONAL, DEFESA, MELHORIA, REMUNERAÇÃO, CONDIÇÕES DE TRABALHO, ESCLARECIMENTOS, ORIGEM, DATA, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, PATRONO, VULTO HISTORICO, PARTICIPAÇÃO, INDEPENDENCIA, PAIS.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. LOBÃO FILHO (PMDB - MA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não poderíamos deixar de registrar, com regozijo e notada relevância, o próximo dia 13 de dezembro, uma data que merece de todos nós atenção e reverência. Comemora-se, com muito orgulho para todos os brasileiros e brasileiras, a efeméride do Dia do Marinheiro.

            Essa é uma data ímpar para a nossa gloriosa Marinha do Brasil, instituição riquíssima em sua história de conquistas e bravura, bem como em suas inestimáveis realizações, desde os períodos do Império e Independência. A nossa Força Naval é, e será sempre, no porvir, fonte de muito orgulho para toda a Nação brasileira!

            Ressalte-se que, às glórias do passado, a Marinha Brasileira agrega, nos dias de hoje, novos desafios que se apresentam ao nosso País, potência econômica emergente.

            Aí estão, senhoras e senhores, questões estratégicas que requerem de nós atenção redobradas, tais como a nossa chamada “Amazônia Azul”, ou seja, o nosso extenso litoral e as suas águas territoriais, e, ainda, notadamente, as recentes descobertas de reservas petrolíferas da camada pré-sal.

            São e serão ainda mais importantes, nesse aspecto, no futuro bem próximo, questões operacionais da Marinha, tais como:

            - a defesa pró-ativa dessas plataformas petrolíferas do pré-sal;

            - a defesa pró-ativa de instalações navais e portuárias, dos arquipélagos, ilhas oceânicas em nossas águas jurisdicionais;

            - prontidão para defender o Estado brasileiro de ameaça externa (seja por parte de outro Estado ou mesmo por forças não convencionais, tais como as facções criminosas e os grupos terroristas, em casos de eventuais guerras assimétricas);

            - defesa das vias marítimas de comércio

            - a participação em missões de paz no exterior, atuando em forças de estabilização;

            É claro que, a fim de que a possibilidade de plena implementação de tais operações possam prevalecer com total eficácia nos próximos anos, haverá de se manter o fluxo de recursos orçamentários necessários à concretização dessas medidas.

            Portanto, nós Congressistas, precisamos manter acesa a chama da percepção histórica da importância do momento atual, assim como a necessidade de mantermos uma Marinha sempre altiva, como é, aliás, de sua tradição.

            A Força Naval é merecedora de destaque no cenário institucional brasileiro. Lembro, ainda, que cabe à Marinha (e à Força Aérea Brasileira - FAB) a defesa da soberania e dos interesses nacionais no Atlântico Sul.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na Marinha do Brasil, bravos homens e mulheres compõem os seus honrados Quadros profissionais, nas diversas armas, hierarquias, organizações militares e instituições de ensino e pesquisa. São verdadeiros heróis que enfrentam todos os obstáculos e desafios para dedicarem-se de forma destemida e ininterrupta à Pátria brasileira.

            Por isso mesmo, eles merecem de todos nós congressistas e da sociedade a devida atenção para a conquista de compatíveis melhorias em suas remunerações e condições de trabalho, bem como, também, o acesso aos meios navais e aeronavais e demais equipamentos necessários ao fiel cumprimento de suas missões constitucionais de defesa do País, de seus valores e de sua gente.

            Os desafios da Marinha Brasileira, como a questão do seu reaparelhamento, incluindo aí, entre outros aspectos os navios de superfície, os submarinos convencionais e nuclear, a patrulha marítima, o navio aeródromo, a aviação naval, os armamentos em geral e os sistemas de comando, são obstáculos a serem superados, se quisermos ser uma Nação plenamente soberana.

            Srªs e Srs. Senadores, voltando ao início deste meu pronunciamento, creio valer a pena lembrar, aqui, um pouco da História para conhecermos melhor essa data tão cara a nós brasileiros e brasileiras: em 4 de setembro de 1925, o então Ministro da Marinha, Almirante Faria de Alencar, instituiu 13 de dezembro como o Dia do Marinheiro, homenageando o Almirante Joaquim Marques Lisboa - Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha do Brasil - em sua data natalícia.

            Mas, por que escolher este homem, entre tantos outros marinheiros que serviram a Marinha e defenderam a Nação com desprendimento e bravura?

            Como bem argumentam os historiadores militares - e assim está registrado no sítio da Marinha na Internet -, o Almirante Tamandaré foi, indiscutivelmente, figura destacada no Brasil, durante o Império.

            Ele ingressou na Marinha no alvorecer da Pátria, que ajudou a firmar e consolidar esse nosso grande e querido Brasil. Comandou um navio com 18 anos de idade e foi, diversas vezes, heroi. A carreira do Almirante Tamandaré foi exemplar!

            Registre-se que Tamandaré está entre o seleto grupo de brasileiros que resguardou o Império da desagregação, manteve a disciplina na Marinha e contribuiu para a concórdia e paz no País.

            Além da Guerra de Independência, onde esteve embarcado na Fragata Nictheroy, participando da épica perseguição à frota portuguesa que deixava a Bahia, comandou navios da Marinha Imperial no Rio da Prata durante a Guerra Cisplatina, destacando-se na captura do navio argentino Ocho de Febrero.

            No período Regencial, o Almirante Tamandaré cumpriu várias Comissões no mar, tomando parte ativa na pacificação de duas insurreições, a “Setembrada” em 1831, e a “Abrilada” em 1832, em Pernambuco. Participou, ainda, do esforço da Marinha no restabelecimento da ordem na Província do Pará, em 1835. Destacou-se, também, por sua intensa participação no combate à Balaiada, movimento que sublevou as Províncias do Maranhão e Piauí entre 1838 e 1841, quando, no posto de Capitão-Tenente, foi nomeado Comandante da Força Naval em operação contra os insurretos.

            Informações da própria Marinha, em sua página oficial na Internet, lembram que, como Capitão-de-Mar-e-Guerra, ele foi o primeiro Comandante da Fragata a vapor D. Afonso, primeiro navio de guerra de porte com propulsão a vapor incorporado pela Marinha brasileira.

            Uma demonstração de sua bravura: em uma das provas de mar ao largo da cidade inglesa de Liverpool, salvou, com grande risco, a tripulação e passageiros do navio Ocean Monarch, que se incendiara. Já no Rio de Janeiro, ainda Comandante da D. Afonso, conseguiu rebocar e trazer para dentro da Baía de Guanabara a Nau da Marinha de Portugal Vasco da Gama, que se achava desarvorada fora da barra, em meio a uma tempestade.

            Tamandaré, como Almirante, comandou a Força Naval brasileira no Rio da Prata entre os anos de 1864 a 1866. Atuou no conflito em solo uruguaio. Em seguida, no início da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, exerceu o comando das forças navais.

            Faleceu no Rio de Janeiro, então capital federal da República, em 20 de março de 1897.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de registrar nesse meu pronunciamento que as muitas qualidades e sobretudo o caráter do Almirante Tamandaré, são exemplos, não somente para os bons marinheiros, mas para os brasileiros de todos os tempos. Relembrá-las é um exercício de patriotismo e inspiração, como bem diz a própria Marinha do Brasil.

            Espero que V. Exªs acolham essas minhas modestas palavras e possam, de alguma forma, ajudar na nobre tarefa prestar uma pequena mas sincera e merecida homenagem à nossa querida e gloriosa Marinha nesse Dia do Marinheiro.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Obrigado a todos.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/12/2009 - Página 67103