O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Senador Aloizio Mercadante.

            Eu deixaria de saudar os senhores membros da Mesa para não atrasar o “rango” que V. Exª está patrocinando àqueles que aqui comparecem. Então, já foram saudados e nominados todos que fazem parte desta brilhante solenidade.

            Eu quero mais homenagear V. Exª, Sr. Presidente, porque a ideia desta homenagem nasceu na reunião da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, de que eu e V. Exª fizemos parte no dia da reunião, presidida pelo ilustre Manoel Tavares de Almeida Filho. Procurou-se, naquela hora, lembrar de um nome para ser homenageado que fizesse parte das duas nações irmãs - Portugal e Brasil -, e foi lembrado por V. Exª o nome de Pedro Teixeira, como o desbravador da Amazônia. V. Exª, então, deu continuidade ao projeto que lançou naquela hora e trouxe, hoje, a este plenário - eu, realmente, me surpreendi com a presença de todos esses militares das três Forças - esta solenidade.

            Vi, durante alguns discursos - tive de me retirar em razão de ter sido chamado à Comissão de Relações Exteriores para alguns acordos dos quais fui relator -, a importância de Pedro Teixeira no reconhecimento das Forças Armadas. Dizia-me o Comandante da Flotilha do Amazonas, que aqui estava presente e com quem conversei, que há um navio que circunda a Região Amazônica com o nome de Pedro Teixeira.

            Hoje, a companhia telefônica Vivo... V. Exª anunciou a construção de uma antena de banda larga na região, e me dizia o presidente da Vivo que lá foi fundada a cidade por Ford durante a época da borracha. Então, lá é uma cidade, o nome o senhor me disse... Belterra, uma bela terra, que será melhor ainda com a antena, que poderá proporcionar aos amazonenses e àqueles que vivem na região poderem falar com mundo através da banda larga, que aqui foi anunciada pelos Senadores Aloizio Mercadante e Flexa Ribeiro.

            Gostaria até, se me permitir o Senador Aloizio Mercadante, de incluir na homenagem o General Oliva, seu querido pai e meu grande amigo, que teve um trabalho excepcional nas Forças Armadas, em todos os momentos por que passou a Nação brasileira. Militar, coronel, comandante em Santos, foi promovido a vários cargos, chegando ao Comando Militar da Amazônia.

            Todos os generais que passam pela Amazônia se apaixonam por ela e trazem à sociedade civil o que representa realmente aquela porção do Estado brasileiro, a sua importância, a sua soberania a ser garantida e a presença das Forças Armadas, que lá dão a visão clara de que, sem elas, provavelmente, perderíamos tudo que Pedro Teixeira realizou no desbravamento daquela região, num sacrifício enorme, a remo, como foi aqui descrito.

            Vou ler com calma o livreto que V. Exª preparou. Já li o preâmbulo e vou ler por inteiro, porque é uma história muito bonita. Eu sou um cidadão amazônida, vivi naquela região como Diretor da Polícia Federal. Um dia, num comício que lá houve, tive de tirar o sapato e as meias e pisar, suando, a terra amazonense, porque eu achei que, como Pedro Teixeira sentiu a terra nos pés, ela misturando com o suor do seu rosto, tranquilamente traria no seu sangue, porque a Amazônia é uma vida diferenciada daqueles que não a conhecem.

            Estive nos comandos dos pelotões de fronteira. Lá, como policial, sempre tive a proteção do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Algumas comunidades indígenas só conhecem a Canção da Aeronáutica, onde estive, Sr. Prefeito da cidade de Pedro Teixeira, e com eles aprendi um pouco a Canção da Aeronáutica.

            O Exército teve uma virtude bonita - quando Senador, lá visitei também pelotões de fronteira: colocou dez soldados indígenas para cumprimentarem os Parlamentares que lá se encontravam na língua de cada um, no dialeto de cada um. E eu vi a integração das comunidades, dos caboclos da Amazônia, dos índios da Amazônia com as Forças Armadas, que dão toda assistência àquelas comunidades que lá vivem.

            Os tenentes recém-formados, recém-saídos da Academia, vão para lá servir nos pelotões de fronteira para comandar o pelotão. Suas esposas, jovens, são as professoras das comunidades. E eles podem oferecer toda infraestrutura de assistência às comunidades indígenas que vivem na Amazônia.

            A Marinha, recentemente, convidou-me para uma viagem em navio-hospital, que lá realiza várias Acisos (Ações Cívico-Sociais) e também faz as suas viagens de assistência médica às comunidades ribeirinhas da Amazônia.

            Então, as nossas homenagens são para todos brasileiros que lá vivem e mantêm a Amazônia. Eu me considero um amazônida, até porque dizem que sou o quarto representante da Amazônia neste Senado.

            Eu gostaria, Sr, Presidente, só de ler a primeira frase da Canção do Soldado da Amazônia, porque muita gente não conhece a importância de Pedro Teixeira, e as Forças Armadas já a dão. Diz a Canção:

Nossa origem se prende às glórias

Da bravura sem par das Bandeiras

Pois de Pedro Teixeira as vitórias

Demarcaram as nossas fronteiras.

Estes feitos heróicos da história

            Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

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