Discurso durante a 247ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do bicentenário de nascimento de Louis Braille, inventor do Sistema Braille de leitura e escrita para cegos.

Autor
Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.:
  • Comemoração do bicentenário de nascimento de Louis Braille, inventor do Sistema Braille de leitura e escrita para cegos.
Publicação
Publicação no DSF de 16/12/2009 - Página 68829
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, TRABALHO, ESCRITOR, LITERATURA INFANTIL, DIRETOR, FILME DOCUMENTARIO, CEGUEIRA, SENADOR, PRESIDENTE, ENTIDADE, CEGO, ARTISTA, IMPORTANCIA, HOMENAGEM, CENTENARIO, CRESCIMENTO, AUTOR, CODIGO BRAILLE.
  • DEPOIMENTO, CEGO, VITIMA, DISCRIMINAÇÃO, MOTIVO, ACOMPANHAMENTO, CÃO, METRO, MOBILIZAÇÃO, LUTA, SAUDAÇÃO, APROVAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, SANÇÃO PRESIDENCIAL, LEGISLAÇÃO, GARANTIA, DIREITOS, IMPORTANCIA, FUNÇÃO LEGISLATIVA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, INCLUSÃO, SOCIEDADE, CIDADANIA, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Presidente, atentai bem! Quero saudá-lo como ilustre Presidente desta sessão, Senador Mão Santa. Não posso deixar de elogiar o trabalho brilhante do requerente desta sessão, o querido amigo Senador Flávio Arns, que tanto tem lutado para fazer vingar a inclusão daqueles que têm necessidades físicas.

            Maurício de Sousa, eu pediria permissão para chamá-lo de amigo. Quando eu fui candidato, o senhor fez o meu “xerifinho” para poder me ajudar na campanha. E sou um grande apreciador do seu trabalho, principalmente da sua alma, do seu coração, que está sempre presente nas horas de que nós precisamos do seu apoio para atendermos as reivindicações sociais daqueles que não têm amparo. Parabéns, Maurício de Sousa!

            Cineasta Ivy Goulart, “Além da Luz”, V. Sª diz que é um documentário, não um filme. Ou seja, é uma realidade, não é uma ficção. Então, a importância está nessa característica que V. Sª coloca frente às câmeras para a sociedade brasileira e para a sociedade internacional tomar conhecimento de uma vida de dificuldades, sonhos, esperanças. Sem dúvida nenhuma, cumprimento V. Sª pelo sacrifício.

            Hoje nós comemoramos a figura de Louis Braille - 200 anos, não é, Senador Arns? A assistente do Senador Arns vive dizendo: “Olha, tem o negócio do Braille; V. Exª precisa estar presente”. Eu não poderia deixar de estar, até porque nós sabemos o trabalho que vocês desenvolvem nesta Casa. E V. Sª foi até a cidade em que ele nasceu, filmou a cidade, a casa, na França, o cemitério, tudo isso. Então, nós precisamos ver esse filme e, provavelmente, derramar algumas lágrimas, que ele sentirá lá no céu, pois fez um trabalho maravilhoso para ajudar aqueles que têm deficiência visual.

            Cumprimento o Sr. Antonio José do Nascimento Ferreira, Presidente da Organização Nacional dos Cegos, e o artista da Rede Globo, Eriberto Leão, que hoje esteve presente na abertura e foi tão festejado pelas crianças. Até eu queria tirar uma foto com ele, e ele não deixou, só criança. Adulto não podia participar.

            Gostaria de lembrar aqui a Thaís. A Thaís é uma jovem muito bonita, cega, que sofreu discriminação quando foi pegar o metrô com o cão guia que trouxe da Europa. Aquilo sensibilizou a população, porque ela teve a coragem de enfrentar os obstáculos e reclamar. Nós conversamos muito. E fizemos um projeto que, graças a Deus, esta Casa aprovou, a Câmara também aprovou e o Presidente sancionou, que é o do cão guia. Eu vi agora um cão guia - não sei se foi embora, estava aqui presente - e a doçura do cão, que são os olhos do cego. Sabemos o carinho que ele tem para com a pessoa que dele necessita, e, sem dúvida nenhuma, há uma intercessão forte entre um cidadão e um animal, que é o cão, que sabe por onde andar, por onde dirigir, para que o cego não tenha nenhuma dificuldade no seu caminhar. E nós precisamos lutar para dar mais espaço e criar mais escolas para que todos os cegos tenham oportunidade de ter o seu cão guia.

            Estive recentemente na Fundação Dorina Nowill - a Thaís faz parte, também, e a ex-esposa do Governador Fleury -, conversei muito com eles, e há vários fatos, Senador Paim, Senador Sérgio Zambiasi, que ainda precisam ser legislados para melhorar mais e mais a vida daqueles que têm necessidade de atendimento especial.

            A Mara Gabrilli, que é uma Vereadora de São Paulo, tetraplégica, cadeirante, uma reclamação me fez outro dia, quanto aos estacionamentos públicos - já estamos com um projeto que tem que ser aprovado urgentemente -, de que é preciso fiscalizar onde é reservado para o deficiente, porque a pessoa vai lá, encosta, não dá a mínima satisfação, e, quando o cadeirante chega, não tem lugar para estacionar em supermercados, em locais públicos. Não há condições. Então, é preciso autuar, retirar o carro, guinchar o carro daqueles que desobedecem ao sinal de trânsito que impede o estacionamento da pessoa sadia para favorecer aqueles que necessitam de um estacionamento especial.

            Então, é possível verificar que temos lutado bastante.

            Aqui há, hoje, um setor especial de acessibilidade. Quando eu estava na 1ª Secretaria, previu-se, inclusive, o acesso a vários lugares, e o Presidente Sarney apoiou. Fui a um posto de gasolina aqui em Brasília, onde há um elevador especial para cadeirante, que não sei se já foi colocado aqui ou não. Nós propusemos a construção desse elevador especial para que os cadeirantes pudessem ter vagas nas galerias, pudessem ter acesso a qualquer lugar no Congresso Nacional sem nenhuma dificuldade, ter liberdade de transitar por aqui.

            Quando estive no Japão, há muitos anos, Senador Arns, o semáforo era com ruído. Além daquela caminhada com sinal no solo, que, hoje, há em vários lugares em São Paulo, o semáforo já era com ruído, quando abria, quando fechava, para o cego não ter dificuldade de saber a hora em que tinha de atravessar nem precisar do auxílio de ninguém.

            São coisas tão simples de se resolverem, que os prefeitos têm de atentar para a importância de inserir a população, que não é pequena, que tem dificuldade e precisa de apoio. Eu já vi um cadeirante pegar um martelo e tentar quebrar a guia porque não conseguia subir a calçada. E é tão fácil fazer uma rampa! Tão fácil! São coisas que hoje... Temos de vigiar os candidatos a prefeitos para que eles tenham um programa especial para as pessoas com deficiência.

            Então, esta sessão tem uma importância muito grande não só para termos uma semana de valorização, mas também para chamar a atenção daqueles que têm a responsabilidade de oferecer seus serviços àqueles que necessitam.

            Aqui está a linguagem em Libra, Presidente e Senador Arns. Fiz um projeto, porque achava estranho a propaganda eleitoral que não tinha a linguagem em Libra para poder informar ao cidadão como ele poderia votar, e como seria a campanha eleitoral caso ele não conseguisse entender o que estava sendo falado pelo candidato. Depois, adequaram para cá. Não há comissão nem sessão sem a linguagem de Libra para que o cidadão também possa acompanhar os trabalhos parlamentares nesta Casa.

            Senador Paim, vi uma coisa bonita aqui. São as flores que V. Exª pôs no Estatuto da Pessoa com Deficiência, já aprovado no Senado. Não sei se na Câmara já foi... Temos de lutar para que seja aprovado. Lembro-me de uma frase: “Não precisa caçar borboletas. É só cuidar das flores, que elas virão”. Então, acreditamos no amor - como foi dito pelo ator que esteve conosco. O amor nos remete à fé, e a fé nos leva a Deus. E Deus nos abençoará toda hora em que pudermos prestar serviço àqueles que necessitam. (Palmas.)


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