Discurso durante a 247ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do bicentenário de nascimento de Louis Braille, inventor do Sistema Braille de leitura e escrita para cegos.

Autor
Efraim Morais (DEM - Democratas/PB)
Nome completo: Efraim de Araújo Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.:
  • Comemoração do bicentenário de nascimento de Louis Braille, inventor do Sistema Braille de leitura e escrita para cegos.
Publicação
Publicação no DSF de 16/12/2009 - Página 68839
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • REGISTRO, COMPROMISSO, SENADO, PIONEIRO, ORGÃO PUBLICO, LUTA, AMPLIAÇÃO, ACESSO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, COMENTARIO, ANTERIORIDADE, GESTÃO, ORADOR, PRIMEIRO SECRETARIO, PUBLICAÇÃO, LIVRO, CODIGO BRAILLE, SAUDAÇÃO, REALIZAÇÃO, SEMANA, VALORIZAÇÃO.
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, AUTOR, CODIGO BRAILLE, ANALISE, IMPORTANCIA, INCLUSÃO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, POSSIBILIDADE, SUPERIORIDADE, CONTRIBUIÇÃO, CIENCIAS, ARTES, CIDADANIA.
  • HOMENAGEM, JORNALISTA, ESTADO DA PARAIBA (PB), CEGO, MOTIVO, DIABETES, SUPLANTAÇÃO, PROBLEMA, CONTINUAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO, IMPRENSA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ilustres membros que compõem esta Mesa,...

            (Interrupção do som.)

            O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB) - Sr. Presidente, quero deixar uma mensagem exatamente em cima do tema inclusão social - desafio maior que o Brasil se impôs, nessa etapa da sua história, em busca de mais justiça, progresso, e concórdia -, que tem na acessibilidade uma de suas principais vertentes.

            O Senado Federal, Sr. Presidente, por suas altas responsabilidades perante a sociedade brasileira e a República, impôs-se o compromisso de lutar pela disseminação dessa causa, colocando-se na vanguarda desse processo.

            Não é demais relembrar, Sr. Presidente, de que quando estive à frente da Primeira Secretaria desta Casa, ao lado do Senador Garibaldi e do Senador Renan Calheiros, tive a honrosa oportunidade de ver editados e distribuídos os cinco volumes do monumental Dicionário em Braille da Língua Portuguesa, além de um livro de especial importância, chamado Passaporte para a Cidadania, que reúne a legislação brasileira que trata de acessibilidade.

            Srªs Senadoras, Srs. Senadores, minhas senhoras e meus senhores, uma sociedade que exclui por desinteresse e por negligência os seus portadores de deficiência não é justa nem democrática. Não bastassem as razões de ordem humanitária, há o desperdício de talentos que isso representa.

            Um portador de deficiência não é uma pessoa inútil ou improdutiva, muito pelo contrário, e a história recente e remota o prova à exaustão. Basta lembrar, Sr. Presidente, o exemplo contemporâneo de um dos maiores físicos da humanidade, o inglês Stephen Hawking, que, padecendo de esclerose lateral amiotrófica, viu-se, a certa altura, paraplégico, imobilizado numa cadeira de rodas. Isso, porém, não o impediu de prestar serviços inestimáveis à ciência.

            No campo da literatura, Sr. Presidente, temos exemplos notáveis de superação e genialidade. Homero, o pai da literatura, era deficiente visual. Idem John Milton, o notável poeta inglês, autor de Paraíso Perdido, clássico da poesia universal. Mais modernamente, o argentino Jorge Luís Borges, também portador de deficiência visual, escreveu uma vasta obra, que o tornou um dos grandes autores do século XX.

            São demonstrações, Srs. Senadores, irrefutáveis de que, havendo chances de inclusão social, o portador de uma deficiência física pode prestar inestimáveis serviços ao ser humano.

            E hoje, quando estamos na 5ª Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, vários exemplos poderia eu citar aqui, nesta própria Casa, de funcionários e colaboradores do Senado Federal, pessoas competentes, pessoas que se entregaram totalmente ao desenvolvimento dessa atividade e que merecem os nossos aplausos e, acima de tudo, o reconhecimento não só dos membros da Mesa, mas de todos os 81 Srªs e Srs. Senadores.

            Eu pediria permissão, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para fazer uma homenagem. Entre os homenageados do dia de hoje pelo Senado Federal, há um ilustre paraibano, o jornalista Neno Rabello, que eu gostaria de destacar como exemplo de superação e sucesso. Neno Rabello perdeu a visão aos cinquenta anos de idade, em virtude de sequela de diabetes. Ele tem a mesma idade deste Senador, 57 anos. Neno Rabello, esse ilustre paraibano, foi dormir enxergando e acordou cego, mas não sucumbiu ao trauma. Manteve-se à frente da publicação semanal que edita há quase dez anos em João Pessoa, a Revista A Semana, leitura obrigatória em meu Estado, ditando os editoriais e artigos e atualizando-se graças aos recursos da escrita em Braile e à leitura que lhes fazem os auxiliares.

            É uma das personalidades mais conhecidas e festejadas na Paraíba, em virtude de seu talento jornalístico e do bom humor com que brinda amigos e admiradores, jamais se queixando de sua sorte.

            Ele foi, Sr. Presidente, um dos exemplos de que me vali, quando na 1ª Secretaria, para implementar ações de acessibilidade nesta Casa e para estendê-la, por meio de legislação, a todos os portadores de deficiência física em nosso País.

            Quero, portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na pessoa desse eminente amigo e jornalista Neno Rabello, cumprimentar todos os que padecem dessas limitações e que, apesar delas, contribuem com o seu trabalho, talento e determinação para o bem comum. São pessoas especiais, que atestam a imensa capacidade humana de resignação e superação e que merecem, pois, sempre - e não apenas no dia em que são oficialmente homenageados -, toda a nossa estima e admiração.

            Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)


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