Discurso durante a 257ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários acerca da pesquisa publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, divulgando as instituições e as organizações de maior credibilidade para os brasileiros. Sugestão ao Governo Federal para que incentive o trabalho e a educação no ano de 2010.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Comentários acerca da pesquisa publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, divulgando as instituições e as organizações de maior credibilidade para os brasileiros. Sugestão ao Governo Federal para que incentive o trabalho e a educação no ano de 2010.
Publicação
Publicação no DSF de 18/12/2009 - Página 73361
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DIVULGAÇÃO, PESQUISA, DEMONSTRAÇÃO, FALTA, CONFIANÇA, POPULAÇÃO, PODERES CONSTITUCIONAIS, ELOGIO, ORADOR, PRESIDENTE DA REPUBLICA, VALORIZAÇÃO, SALARIO MINIMO, CRITICA, BOLSA FAMILIA, NECESSIDADE, INVESTIMENTO, MUNICIPIOS, DEFESA, SUPERIORIDADE, QUALIDADE, GESTÃO, PREFEITURA, IMPORTANCIA, INCENTIVO, EDUCAÇÃO, TRABALHO.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), DENUNCIA, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, AEROPORTO INTERNACIONAL, EXPECTATIVA, TRANSFORMAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ELEIÇÕES.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Presidente Sadi Cassol, que preside esta sessão de 18 de dezembro, uma sexta-feira, Parlamentares na Casa, brasileiras e brasileiros aqui e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, Senador João Pedro, eu afirmara isto várias vezes e, hoje, tenho a satisfação de ver esta assertiva. Eu dizia que este era um dos melhores Senados da história de mais de 180 anos deste Senado da República.

            Senador João Pedro, só agora conseguimos que este Senado abrisse às segundas-feiras e às sextas-feiras - não antes, como diz nosso Presidente; nunca dantes, Camões. Foi uma tentativa de Arthur Virgílio, Antero Paes de Barros, Efraim Morais e eu. Paim estava por trás, mas ele era Vice-Presidente do Presidente Sarney e não havia interesse do Partido do Governo - obviamente, aqui se faz muita oposição - , no entanto, ele chegava e apoiava.

            Realmente, fui eu que presidi o maior número de sessões. Já está próximo de 600. Na última vez que eu mandei detectar, havia 540. Por quê? Porque, regimentalmente, eu era o mais novo no Parlamento aqui. Eles me advertiram de que eu tinha de começar com quatro e o que tivesse mais idade presidiria. Então, eles me colocaram na segunda e na sexta. E foi isso.

            Mas digo: comemorem e vamos comemorar. Nenhuma segunda e sexta deixou de funcionar. V. Exª foi um dos que cooperaram. Todos participaram. Entendíamos que este Senado foi grande com Rui Barbosa. Mas, para quem pesquisar, Rui Barbosa fez discurso aqui de quatro horas. Nos dias de sessão deliberativa, ninguém tem essa chance pelo Regimento e pelos acúmulos. Então, esses dias são para os Senadores apresentarem suas teses mais longas e cuidadosas. De tal maneira que nem um dia deixou de ter quórum. Então isso foi um avanço muito grande. Porque com a modernização do Senado, nós estamos falando aqui é para o Brasil. Olha, o sistema é bom, João Pedro.

            Esse televisão não é uma simples televisão. É tecnicamente muito boa, e os profissionais que a fazem. Ouça a Rádio Senado AM, a FM. Ainda tem uma no Rio Grande do Norte, tem no Mato Grosso.

            E os jornais. O que sai aqui sai no nosso jornal diário, que é um jornal muito bem elaborado. O semanário.

            E vem por trás a Hora do Brasil.

            Então, este Senado, hoje, está sintonizado com o povo do Brasil. E aqui nós estamos. Então, atentai bem para esse grande feito nosso, dos Senadores da atualidade. Nunca antes funcionara segunda e sexta-feira. Nunca falhou, mostrando o altruísmo de todos. E V. Exª está aí, dando continuidade, presidindo.

            Mas viria aqui, e o seguinte: realmente, o Senado, nós, representamos os Estados. O povo é representado pela Câmara, é diretamente proporcional, lá, o número de parlamentares aos habitantes. Nós, não. É para garantir a igualdade dos Estados. Cada Estado tem o mesmo número.

            Então é comum determos, e essa é uma das obrigações. Nós somos representantes dos Estados.

            Ontem, eu estava aí presidindo e vi o outro companheiro do Piauí, e no jornal bem elaborado. Eu me lembrava... Cadê o Mário Couto? Não veio mais, porque ele começou uma disputa: qual o pior Governador? A dele, do PT, do Pará, ou o meu, do Piauí? E o Mário Couto tirou o time, porque chegou à conclusão de que o do Piauí é bem pior, não tem condição, e aqui está a verdade.

            O Senador Heráclito Fortes, uma vida parlamentar intensa, líder municipalista, fez um pronunciamento ontem: “Heráclito lamenta que Piauí não tenha o que comemorar em 2009.” E eu estava aí e ouvi atentamente. As promessas baseadas naquilo que Goebbels disse: uma mentira repetida se torna verdade. Mas aquilo foi no passado. O que o Hitler dizia, o que Goebbels dizia ninguém contestava, só tinha a rádio do Hitler na Alemanha. Então, quando Goebbels dizia: lá vai Hitler invadir a Polônia, com 30 mil soldados. O Hitler só ia com 4 mil, com 3 mil, mas os países tinham que acreditar. E a mentira deu no que deu. Mas, hoje, a mentira não funciona. É a ignorância, a falta de estudo. O tripé administrativo do Partido dos Trabalhadores, da nossa Pátria, no Piauí, no Pará, é claro, é a mentira, é a corrupção e a incompetência.

            É isso. Este é o tripé de sustentação do Governo: mentira, muita, descarada; corrupção, muita, descarada, nunca antes houve tanta corrupção; e incompetência. Eles são despreparados, são de pouco estudo, alguns deles réus confessos.

            Então, é isso. Olha, tanto é verdade, Sadi,, que não adianta não. Tem um jornal aí, a Folha de S.Paulo, que fez um trabalho muito bem feito, muito bem feito. Quem me chamou a atenção foi esse extraordinário Senador Mozarildo Cavalcanti. Ele citou, num desses pronunciamentos, e eu estava aí presidindo, fui pesquisar. Fiquei impressionado. Ele citou superficialmente. Fiquei perplexo, mas fui buscar a fonte. Sadi Cassol, que trabalho bem feito da Folha de S.Paulo a pesquisa de dezenas de páginas. Negócio bem feito mesmo, é a verdade, não adianta. Essa televisão diz a verdade. Foi um trabalho profundo de pesquisa.

            Credibilidade, pesquisa no Brasil inteiro. É o Boris Casoy: que vergonha! Esse é que é o Brasil de hoje. Não adiante mentir, enganar. A propaganda, isso passa.

            Atentai bem: foi pesquisa bem feita, trabalho exaustivo e completo de mais de vinte páginas.

            Eu li, estudei, depois de ser advertido por Mozarildo. Credibilidade. Nós temos que crer, isso é uma necessidade humana. O homem sempre acreditou: acreditou no deus sol, na lua, na mitologia. É uma necessidade de acreditarmos. Então, não funciona a nossa sociedade sem essa crença. No próprio Livro de Deus: a fé que remove montanhas. Nós não acreditamos mais em nada, brasileira e brasileiro.

            Atentai bem: de todas as instituições, de todas as organizações, de tudo o que está aí, a mais acreditada é a Igreja Católica: 29%. É a pesquisa que diz - estou citando a Folha de S.Paulo - é profunda e eu me debrucei. É um trabalho longo e exaustivo. Depois vem a Igreja Evangélica. Nós fomos descobertos por Portugal, lá era cristã apostólica romana. A evangélica é a mesma cristã: 20%, que se expande, que aumenta em credibilidade no Brasil todo. Quer dizer, se fizermos uma média - e aí é um trabalho meu e é a mesma coisa... Para mim, ninguém vai buscar o que separa evangélica e católica; eu vou buscar o que une, que é a constituição, a Bíblia, é a vida de Jesus - e estamos comemorando o seu nascimento -, a mensagem que Ele nos deu.

            As duas igrejas são a mesma coisa, no meu entender. Eu não vou buscar o que nos separa, mas o que nos une.

            Então a credibilidade da brasileira, do brasileiro, do Brasil é em Deus, no Filho de Deus: 24,5%. Só estão acreditando aí. Depois vem, com todo o respeito, as Forças Armadas. Vinte por cento acreditam nas Forças Armadas: Exército, Marinha e Aeronáutica, quer dizer, depois da crença em Deus, o brasileiro crê, porque eles veem - nós tivemos o período militar - que os militares não eram os ladrões, não eram os corruptos, não eram.

            Conheci três deles pessoalmente. Sou o pai da Pátria e faço o testemunho. Eu os conheci.

            Marechal Castelo Branco. Em Fortaleza, estudei lá, conheci muito. Homem íntegro e honesto. Quem está dizendo sou eu. Não quero saber. Eu, o pai da Pátria, digo. Castelo Branco eu conheci. Ele era tão honrado que chegou - hoje nós vimos, tem gente aí que ganha, vamos dizer R$40 mil no serviço público, passando da lei, até aqui no Senado tem. 

            Castello Branco olhou aquilo ali - é para aprender, olhou a folha. Eu sei que o regime era outro, ditatorial, era forte -, mas ele olhou, pegou a caneta e disse: “Ninguém ganha mais do que o Presidente da República”. E tacou um redutor nos grandes, nos poderosos, nos que tinham ganhos por trampolins, de malabarismo de nomeações, acumulando os ganhos e incorporando-os indevidamente. Atentai bem! Aí chegou a primeira refeição de Castello Branco, Figueiredo, rapaz, era um banquete. Então, Castello Branco olhou assim e disse: “Eu tenho quase 50 anos de caserna, era café com leite, pão e manteiga. Acabe com isso daí, eu quero o meu café que eu tomei a vida inteira”. Teve austeridade.

            Conheci pessoalmente o Ernesto Geisel, ô velho de moral, eu conheci, eu era amigo do governador que morreu aqui, Senador, ia me candidatar a prefeito, indicado por ele. Nunca me esqueço da cena que ele foi fazer, Figueiredo, você que é..., Foi na inauguração dos conjuntos habitacionais. Aí fui com Dirceu Arcoverde, o Governador, acompanhei-o até o hotel - naquele tempo era Hotel Piauí, hoje é Luxor -; aí o Governador quis pagar, ele só com um ajudante de ordens - eu vi, meninos, eu vi, ô velho de moral, aquele Geisel. Eu ali do lado com o Governador, um ajudantes de ordens, só um, e o Presidente da República.

            Aí o governador quis pagar, e ele disse que o Presidente pagaria sua própria conta. Você entendeu o que é austeridade? Só um.

            Quantos foram para Copenhague? Está aí a imprensa. Não tem ninguém aí, não? Veja a verdade, faça o trabalho. Se tiver menos de mil... Quantos brasileiros foram à custa dos salários dos aposentados que não tiveram o seu Natal, do aumento, da capacitação dos professores que não tiveram o seu piso de R$690?

            Eu diria aos senhores: “Sabe por que ele está ali, Sadi Cassol, o Rui Barbosa? Rui Barbosa foi sozinho - agora está chegando, a verdade é aqui, eu sou a verdade, e Cristo: “De verdade, em verdade vos digo... -, ele foi sozinho com a mulher, a Adalgizinha dele, para Haia e garantiu o direito internacional. Foi o Águia de Haia, respeitado. Faço a pergunta hoje a vocês que são da imprensa: tem uns mil brasileiros e brasileiras que foram a Copenhague com o dinheiro que faltou para os aposentados.

            Shakespeare, no seu livro King Lear, disse que “há algo de podre no Reino da Dinamarca” - há algo de podre no Reino da Dinamarca -, e que “seria melhor ser um mendigo em Nápoles do que Rei da Dinamarca”, porque era muita corrupção. Mas eles souberam se construir, combater a corrupção, e o mundo todo vai para lá.

            Mas, atentai bem! Rui Barbosa foi sozinho, com a mulher, para Haia, para Holanda, e garantiu o direito internacional e nos representou com grandeza. Essa é a verdade.

            Então, este País tem que ter austeridade. É o povo que não está acreditando nas autoridades. Os militares e, depois, esse João Figueiredo, que eu conheci. Ali está o nosso assessor, é Figueiredo, é um nome honrado. Eu quero dizer que eu cheguei a tomar uísque, duas vezes, com Figueiredo, porque ele foi ao Piauí e o Governador, austero, Lucídio não era afeito a beber uns uísques e, então, botava a gente para ficar bebendo com ele: in vino... Eu vi o Figueiredo, um homem de bem. O Figueiredo não era político. Era assim, divertido: vai lá para o Iraque, ele teria ido; vai para o Haiti, ele teria ido cumprir uma missão. Então Geisel disse: “Vai e faça a abertura política”. E o Figueiredo o fez, com dignidade e honradez. Vasculhem a vida dele. Não tem corrupção.

            Por isso que o povo brasileiro, depois da Igreja cristã, quem tem mais credibilidade são eles. Aí nós estamos lá embaixo, aqui os Executivos todos. O Judiciário lá embaixo. Ninguém acredita, é a pesquisa, pelas falcatruas, pelas traquinagens, malandragens. E todas: OAB, ABI, a imprensa também tem pouca credibilidade. Está na pesquisa do próprio órgão da imprensa.

            Então é isso que queremos mudar. Nós iríamos aproveitar este Natal para rememorarmos que isso pode mudar. Deus botou seu filho predileto, não desgarrado, numa família. Ele não desgarrou, colocou numa família, a Sagrada Família, dando o ensinamento de que essa é a instituição mais importante para proteger as crianças.

            A nossa família, hoje, sofre de tal maneira que aquilo que seria a cumeeira da família, seria o teto da família, os avós, os idosos, o velho, estão combalidos. Eles foram dignos, honrados, trabalharam, e nós garfamos a aposentadoria dos velhos.

            Isso é importante. Os avós são fundamentais, Sadi Cassol.

            Bastava citar Barack Obama no seu livro, em que ele dizia que seria um maconheiro se não fosse educado pelos avós. Os avós, nós, a nossa família está desestruturada, e, aí, este Brasil de descrença em todas as suas instituições.

            Nós temos que aproveitar este Natal para vermos esses exemplos. Que é que Cristo falou? A justiça é hoje desacreditada no Brasil pela pesquisa. O Filho de Deus subiu a montanha, ele não tinha essa televisão que eu tenho, essa rádio AM, FM, OM, A Voz do Brasil, e disse: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados”. E Ele, vendo que ela é feita por homens, muitas vezes fracos, muitos deles corruptos, aí Ele foi e disse: “Bem-aventurados aqueles que, perseguidos pela justiça, terão o reino dos céus”. Esta é a verdade. Nenhuma instituição hoje, no Brasil, tem credibilidade. Nós temos que acreditar e, para acreditarmos nas coisas, nós temos que ter uma doutrina, uma filosofia, e é a de Cristo. E o que é que Ele fez aqui? “Dei de comer a quem tinha fome, dei de beber a quem tinha sede, aos sedentos, vesti os nus, assisti os doentes, solidário com os presos, com os infelizes”.

            E foi mais. Cristo não só falou, ele discursou bonito, melhor do que o Pedro Simon discursa aqui.

            O SR. PRESIDENTE (Sadi Cassol. Bloco/PT - TO) - Senador Mão Santa, solicito a V. Exª que veja de quantos minutos a mais V. Exª precisa, pois tenho de prorrogar a sessão.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Em três minutos vamos encerrar. Dê cinco minutos, a média.

            O SR. PRESIDENTE (Sadi Cassol. Bloco/PT - TO) - Dez minutos. Está prorrogada a sessão.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Então, Cristo deu o exemplo do trabalho; não ficou só com conversa, não; embora a conversa dele fosse bonita. O Pai Nosso, um discurso fantástico de um minuto, com 56 palavras, nos transporta desta Terra aos Céus. Mas ele deu o exemplo de trabalho. Fez obras, os milagres. Isto é governo: fez aleijado andar, mudo falar, surdo ouvir; limpou o corpo dos leprosos, tirou o demônio; multiplicou os alimentos (peixes, pães, etc). O vinho, em um gesto de que se tem de ter alegria, e para fomentar um casal nubente, porque é o amor que faz a família.

            Então, é isso que temos de aprender. Ele não escreveu nada, falou. Mas está escrito no Livro de Deus que a fé remove montanhas. Este País está sem fé! A pesquisa diz. Nós não acreditamos: 24,5% acredita em Deus, acredita mesmo. Só 24,5%; 29% é católico e 20% é evangélico. Na média, é a mesma coisa. Vinte por cento nas Forças Armadas. Aí, Poder Legislativo, Poder Judiciário - ridículos, no conceito do povo brasileiro.

            Nós queremos crer que é hora de uma reflexão. Esse negócio de mentira, mentira, não. Vai mal. A sociedade vai mal.

            O Presidente teve acertos? Teve. E eu, como pai da Pátria, vou dizer o maior acerto de Luiz Inácio. Foi quando ele valorizou o trabalho. Eu não sei, mas aqui nós o ajudamos, Paim e eu. Estive em todas as campanhas pela valorização do trabalho, inspirado em Rui Barbosa, que disse que a primazia tem que ser do trabalho e do trabalhador. Ele vem antes, ele é que faz a riqueza. E, realmente, é o ponto positivo, número um, do nosso Presidente Luiz Inácio. O salário-mínimo era 70 dólares, hoje é 250 dólares. Não é? Obedeceu a Rui Barbosa. Teve a generosidade dessa Bolsa Família. É uma caridade. Ninguém pode ser contra a caridade. O Apóstolo Paulo já dizia: fé, esperança e caridade. E caridade é amor. Mas está errado. Eu estou aqui pra consertar. Eu sou o pai da Pátria. Eu sei. Eu me preparei. Só tem um Senado. Só tem essa razão de ser. Isso é simples, Luiz Inácio. O único erro é que ele se cerca de aloprados por todos os lados, que não estudaram, não se prepararam; que seguram este Governo com mentira, corrupção e incompetência. É o tripé. Está errado!

            Não me preocupo com quem está recebendo sem trabalhar. Não. Mas me preocupo com os filhos deles. Eles os veem em casa, sem trabalhar. Padre António Vieira disse que o exemplo arrasta. Você já pensou nos filhos, vendo os pais sem trabalhar? E é fácil, Luís. Eu sei. Eu sou pai da Pátria. Eu sou Senador. Foi longo e sinuoso. Foi estudando e trabalhando; trabalhando e estudando. Vamos corrigir isso. Foi uma caridade. Ninguém está contra a caridade, mas Deus disse: “Comerás o pão com o suor do teu rosto”. Isso é uma mensagem para se buscar o trabalho. Não é a malandragem; é o trabalho. Rui Barbosa veio antes. Sadi Cassol, você é cristão, foi lá em Israel, e vi a sua convicção.

            Então, eu pegaria essa Bolsa Família... Vou ensinar. Estou aqui é para ensinar o Luís Inácio. Só tem essa razão. Senador é para isto: é o pai da Pátria. Eu fui prefeitinho; ele não foi. Eu governei o Estado por duas vezes; ele não governou. Então, Franklin Dellano Roosevelt dizia: “Toda pessoa que vejo é superior a mim em determinada coisa”. Nesse particular, eu procuro aprender. Então, Luís Inácio tem de aprender: eu fui prefeitinho; ele não foi. Eu fui governador; ele não foi. Tenho todos os cursos que se imagina em Medicina, em cirurgia e em gestão pública pela Fundação Getúlio Vargas.

            Então, vou ensinar o Luís Inácio a dar um 2010 melhor. Um estadista. Essa negócio de falar de Fernando Henrique Cardoso é inveja e mágoa. Ele foi um estadista. Não sou do Partido dele não - eu era do PMDB. Isso aqui era uma zorra! Ninguém sabia a quem devia e como devia. Isso era a maior zorra que existia. Qualquer prefeito ia num pique o tirava a ARO. A ARO era Antecipação da Receita Orçamentária. Ele perdia a eleição, ia lá, e o banco dava; aí ficava endividado. Ele enfrentou isso. Eu digo porque eu paguei a dívida do Piauí. Não gostei, não, porque ninguém gosta de pagar. Mas hoje eu reconheço que ele teve a moral. Pedro Malan, maior homem desta Pátria. Olha que o sujeito ser Ministro da Fazenda durante oito anos e fazer isso tudo... Ninguém fala da honradez dele. Fala? Pedro Malan, Pedro Parente. E entrei no rolo, mas não gostei, não, porque ninguém gosta de pagar. Era uma dívida louca. Chamavam, e a gente tinha que pagar, 13%, 11% todo mês. Mas foi necessária a responsabilidade fiscal. É por isso que...

            A gente gastava muito mais do que tinha. O prefeito perdia. Havia um banco do Ceará, BIC, chamava ali, o sujeito assinava uns papéis, pedia uma ARO, Antecipação de Receita Orçamentária. Quem está confessando aqui sou eu, que tirei a última ARO que existia no Brasil. Confessei para o Fernando Henrique Cardoso. Quando ele suspendeu, valia para um mês, e eu fui lá. Tirei. “Mas, Mão Santa, você não está obedecendo”. Não sai daqui a um mês, então eu fui correndo no Ceará e tirei logo US$5 milhões. Para quê? Para fazer uma ponte, porque olha, Fernando Henrique, só conversa não vai não. Cristo a gente segue Ele, porque Ele fez obra, fez milagre. Então, eu vou fazer essa ponte para o pessoal acreditar em mim. E tirei o último. Mas todo mundo tirava dinheiro. Já pensou o que são 5.560 prefeitos tirando dinheiro livremente de um banco? E todos sabem que aquilo não é de Deus, é coisa do cão.

            Os bancos, não é, emprestando e a dívida era louca. Quem freou... Essa estabilidade nós devemos a ele. Eu era PMDB e ele PSDB, nunca votei nem Fernando Henrique, votei uma no Ciro, porque era meu vizinho ali, eu o conhecia e a outra eu votei no Luiz Inácio. Não, minto, no Quércia, que era do PMDB, no Luiz Inácio foi depois. Mas ele foi o estadista, ele pegou aquele... Acharam que negócio de cobrar tem quem goste. Ora, de cobrador a gente foge, mas ele cobrou dos Estados a dívida, dos Municípios a dívida e freou: Lei de Responsabilidade Fiscal. Você não pode por isso e por aquilo. O estadista é que vê.

            Então, pegaria esse Bolsa Família, chamava e entregava para o prefeito. Prefeito sabe tudo, prefeito é gente boa, prefeito é querido, prefeito é responsável, eu fui. Muitos são os chamados, escolhidos... Prefeito não tem, não; tem um ou outro, aí é um escândalo. É como avião. Tem coisa melhor do que o avião? Eu acho que não tem, não. Vai uma mulher bonita e dizem: “Olha o avião”. Mas, quando cai é uma confusão doida. Quando está voando ninguém fala. São os prefeitos, os prefeitos são gente boa. Eu convivi, eu criei 78 cidades. Uns erram por falta de conhecimento e tudo o mais, no cômputo geral...

            Então eu pegava esse montão aí, de 13 milhões do Bolsa Família, 13 milhões. Olha, Portugal tem 10 milhões de pessoas não é, Zé? Treze milhões é muita gente, mas divide por 5.864...

            Entregava isso para os prefeitos. Eles não vão roubar, não. Eles não vão roubar esse dinheiro, não. E mandava o prefeito dar mais um dinheirinho, o Governador do Estado dar mais um dinheirinho. Eles passavam até a ganhar salário mínimo, mas o governo mandava o prefeito encaminhá-los para o trabalho. E o prefeito pode e tem condição. Há um assistente social. O prefeito sabe de tudo. O prefeito é bicho que sabe de tudo. Eu já fui prefeito. Pena o Luiz Inácio não ter tido essa experiência.

            Se a mulher está lá com o Bolsa e sabe culinária, ela vai fazer a merenda escolar. Se o homem é forte, vai ser guarda municipal, vai tomar conta da praça. Cada prefeitinho botava todo mundo para trabalhar na sua região. Estava todo mundo trabalhando, todo mundo dando exemplo.

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Sadi Cassol. Bloco/PT - TO) - A Presidência prorroga a sessão por mais três minutos.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Quero dizer que o prefeito faz isso, e eu faria. Qualquer um faz. Ele conhece. O serviço social, em geral, é feito pela esposa dele. E encaminhava de acordo como as aptidões para o trabalho. Essa gente tem aptidão. Se ele é do campo, vai fazer uma horta comunitária, uma flora, vai tomar conta do jardim da praça. Botava para trabalhar. O trabalho engrandece. E quero dizer que isso dava certo. Também ele sabe de tudo. Isso ele resolvia. Cada um resolvia. E eles ganhariam mais dinheiro, porque o prefeito tinha que dar “x” e o governador, “y”, mas iam trabalhar. Ficar sem trabalhar...

            O Apóstolo Paulo - sou do Partido Social Cristão, Partido de Jesus - disse: “Quem não trabalha não merece ganhar para comer”. Entre Luiz Inácio e o Apóstolo Paulo, fico com o Apóstolo Paulo. Quem quiser fique com o Lula aí, Lula lá. Mas o Apóstolo Paulo disse, Sadi, você que é católico: “Quem não trabalha não merece ganhar para comer”. E fico com o Apóstolo Paulo.

            Acho que o trabalho educa, dignifica, tira do ócio, da preguiça e da malandragem.

            Mas prefeito sabe de tudo e vou dar-lhe um exemplo. José Dirceu - só para acreditar no que estou dizendo, não tenho nada contra ele - chegou, foi para Cuba, fez uma plástica, voltou, entrou numa cidade no Paraná e começou a namorar uma funcionária da prefeitura. O prefeitinho chamou-a e disse: “Esse homem está esquisito, é diferente. Há algo” - veja como é o prefeito - “errado: só toma um copo de cerveja. Esse homem tem um negócio esquisito.” Era José Dirceu voltando. Digo isso para verem como é um prefeito. Então, chamou a funcionária: “Venha cá, há algo estranho nesse homem.” E ela, como mulher que amava e estava apaixonada, disse: “Não. Ele é meu primo.” E o prefeito, como era primo, confiava na moça.

            O que eu quero dizer é que prefeito sabe de tudo o que se passa. Então, os prefeitos ajudariam Luiz Inácio a integrar esse pessoal no trabalho. Essas são nossas palavras. Que isso aconteça em 2010. Queremos fazer nossas as palavras de Heráclito, que lamenta que o Piauí não tenha o que comemorar em 2009. Olhem aqui só para encerrar: “TCU cancela edital de obras do PAC em Teresina.” É só roubo e corrupção. Está aqui. Não sou eu, não. Rapaz, como rouba esse povo! Está aí. Isto é tudo deles: “Conselho fechou os cinco cursos da Uespi.” Se não tem educação... Toda hora está fechando.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Espere aí! Só vou ler as manchetes e vamos terminar com Deus:

Recursos para a construção de estradas são desviados”.

(...) “Ele afirma que recursos destinados à construção de estradas estão sendo desviados para cobrir rombos...”

            Aqui, portal do Jornal 180 Graus. Rapaz, mas essa turma aí... Eu, que sou do Partido Social Cristão, tenho duas constituições: a Bíblia... Eu vou dar pelo menos aqueles dez mandamentos de Deus. O oitavo, não roubar, porque essa turma rouba. Eu nunca antes vi tanto roubo.

            Olha aqui, portal Jornal 180 Graus. “Estado quase não cresceu”. “Quatro dos cinco piores PIBs do País são de cidades do Piauí”. E é governado pelo PT, e o Presidente é do PT.

            “Desigualdade salarial é elevada no Piauí”. Diário do Povo.

            “Taxa de analfabetismo é alta.” Quase 25%. É o PT. Por isso eu disse uma vez aqui, e rezo, que três coisas a gente só faz uma vez na vida: nascer, morrer e votar no PT. Eu já fiz, e pronto.

            Este é o aniversário de uma cidade.

            E aqui é um artigo todinho do Merval Pereira. Não vai haver tempo de ler, mas eu cito: “’O pior cego é o que não quer ver! Mas, se enxerga e não tem atitude condizente é caso de polícia...”

            É o melhor jornalista político hoje. No passado era o Carlos Castelo Branco, do Piauí, que combatia a revolução. Hoje é Merval. Aqui não dá tempo de ler. Mas é só mostrando - Merval Pereira - as malandragens.

            Então, são essas as nossas palavras. E o Governador do Piauí é Wellington Dias. E a turma usa hoje este slogan: “Dias de mentira”.

            O homem disse que ia fazer cinco hidroelétricas no Rio Parnaíba; nenhuma. Depois, enganou o Alberto Silva, dizendo que ia fazer uma, a de Castelo no Rio Poti. De seis, não fez nenhuma. O porto, o aeroporto internacional, um é da minha cidade e só tem andorinha, urubu e não pousa mais nem teco-teco.

            Então eles vivem e se sustentam com o tripé: corrupção, mentira, incompetência. E nós oferecemos ao povo do Brasil, nós do Senado, a democracia, divisão de poder - eu posso dizer isso - para freá-los, e a alternância do poder. E que o povo após as eleições, para as quais nós nos oferecemos para fazer a alternância do poder, tenha a alternância do poder no Piauí e no Brasil.


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