Fala da Presidência durante a 212ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à memória do Professor Hélio Gracie.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória do Professor Hélio Gracie.
Publicação
Publicação no DSF de 18/11/2009 - Página 59521
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ATLETA PROFISSIONAL, PROFESSOR, ESPORTE, LUTA, INCENTIVO, DIFUSÃO, PRATICA ESPORTIVA, AMBITO NACIONAL, AMBITO INTERNACIONAL.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - E nós nos honramos com a presença do Sr. José Landim, do Sr. Mário Tranquilini e das encantadoras senhoras e dos senhores presentes.

            Tinha de ser aqui tinha de ser o Senado da República, ô Arthur Virgílio. Foi Cícero que, em um Senado como este, histórico, disse: “Mens sana in corpore sano”. Então, tinha de ser aqui a Casa do reconhecimento e homenagem a Hélio Gracie.

            Encantadoras senhoras e meus senhores, pouco mais de um mês após o anúncio do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Senado Federal homenageia, em sessão especial, a memória de uma das maiores personalidades do esporte brasileiro de todos os tempos, o Prof. Hélio Gracie, falecido no dia 29 de janeiro último, aos 95 anos.

            Trata-se de uma belíssima coincidência, pois, se ainda vivesse Hélio Gracie, certamente estaria vibrando com a escolha de uma cidade brasileira para a sede das Olimpíadas, catalisador imensurável para despertar o interesse dos jovens brasileiros pelo esporte. Não custa lembrar que o Prof. Hélio dedicou sua vida ao aperfeiçoamento e à difusão do jiu-jitsu no Brasil.

            A história do jiu-jitsu em nosso País remonta ao ano de 1914, quando o mestre japonês Mitsuyo Maeda, mais conhecido como Conde Koma, chegou ao Brasil em missão diplomática e conheceu, em Belém do Pará, Gastão Gracie, pai de cinco filhos, entre eles Carlos e Hélio Gracie.

            Homem influente, Gastão ajudou o mestre japonês a se estabelecer na capital paraense. Em troca, ele dava aulas de jiu-jitsu a seus filhos, que costumavam, com frequência, se envolver em brigas de rua. Os ensinamentos do mestre fizeram com que os irmãos se focassem no esporte. A dedicação foi tanta que Carlos e Hélio Gracie se tornaram responsáveis pela difusão do jiu-jitsu no Brasil.

            O Prof. Hélio Gracie foi além. Para compensar seu biótipo franzino - pesava apenas 60 quilos -, aprimorou a parte de solo tradicional da luta por meio da utilização do dispositivo da alavanca, artifício que lhe conferia a força que a sua constituição física não oferecia. Estava criado o Brazilian Jiu-Jitsu, considerado a arte marcial mais eficiente da atualidade, que é acessível a qualquer pessoa, independentemente de força física ou tamanho.

            Hélio Gracie aperfeiçoou a técnica a ponto de torná-la praticamente imbatível. Para se ter uma ideia, com apenas 16 anos, em sua primeira luta pública venceu, em apenas trinta segundos, o então campeão brasileiro de boxe Antônio Portugal.

            A difusão do jiu-jitsu como prática esportiva e de defesa pessoal obteve tanto sucesso que a academia da família Gracie já teve como alunos diversas personalidades, tais como o ex-Governador do Rio de Janeiro e ex-Parlamentar deste Congresso Carlos Lacerda, o ex-Presidente João Baptista Figueiredo, e Roberto Marinho.

            E eles têm tanto orgulho que eu recebi agora um cartão de José Eduardo Mendes Camargo, da Confederação das Indústrias, que está aqui. Deixou lá os industriais para prestigiar este evento.

            Aqui entre nós, o Senador Arthur Virgílio, nosso Líder, que chegou atrasado porque é da equipe do José Serra, que trabalha até às 4 horas. Eu estou doido para entrar, mas o Arthur ainda não me levou. Aqui entre nós, o Senador Arthur Virgílio, idealizador desta sessão especial, que é adepto do jiu-jitsu e defensor ardoroso do esporte como indutor da melhoria da saúde física e emocional.

            Parabéns ao Senador Arthur Virgílio pela propositura desta merecida homenagem ao Prof. Hélio Gracie. O Brasil deve a esse homem a difusão do jiu-jitsu em seu território e a retirada de milhares de crianças e adolescentes do crime, das drogas e da violência, melhor efeito colateral da prática de esporte.

            Neste Brasil do século XXI, mais próspero e desenvolvido, e às vésperas de sediar os Jogos Olímpicos, o exemplo do Prof. Hélio Gracie é emblemático. Meus sinceros cumprimentos à família Gracie pela existência desse homem que viveu profícuos 95 anos, dedicados ao esporte e à melhoria do bem- estar brasileiro.

            Eu não deixaria de aproveitar esta oportunidade, Arthur, para mostrar que o Piauí, dessa gente da eugenia da raça do Brasil, está aqui, com a participação piauiense no Internacional Master & Senior Championship e do Rio Open. Vários receberam os troféus aqui e os piauienses da Academia Gracie/Piauí conquistaram cinco medalhas.

            E, ultimamente, graças a Deus, uma mulher, Sarah Menezes, foi bicampeã mundial júnior de judô no Brasil. Em Paris, a piauiense Sarah Menezes, 19 anos, se tornou nesta quinta-feira a primeira bicampeã mundial júnior de judô. A atleta confirmou o favoritismo e subiu o lugar mais alto do pódio, no Campeonato Mundial da categoria em Paris, na França.

            Quero falar da grandeza do Hélio Gracie. O Padre Antônio Vieira disse que “o bem nunca vem só, vem acompanhado de outros bens”, e aí se alastrou e o melhor da nossa mocidade hoje são os que praticam os ensinamentos de Hélio Gracie.

            Então, muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/11/2009 - Página 59521