O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Não. Falo pela ordem, Sr. Presidente.

            Inicialmente, cumprimento V. Exª pela apresentação do relatório de atividades de sua função e pela austeridade com que tem se comportado à frente da Terceira Secretaria, economizando recursos do serviço público e dando exemplo do Poder Legislativo nesse mar de liberalidades em que alguns segmentos do Poder Executivo usam o dinheiro público com excesso de prodigalidade.

            Mas eu gostaria, Sr. Presidente, de encaminhar à Mesa expediente em que apresento relatório da minha presença na Assembleia Geral da ONU, para a qual fui designado como observador Parlamentar. Permaneci, em Nova Iorque, pelo período de 30 de outubro a 5 de novembro, participando, todos os dias, pela manhã e à tarde, das reuniões das comissões e das reuniões na própria Assembleia Geral.

            E quero, ainda que sucintamente, dizer a V. Exª que, no período em que acompanhei os trabalhos da Assembleia Geral, foram abordados, com alguma preeminência, a questão do racismo. Inclusive, no dia 2 de novembro, no plenário da Assembleia Geral, ocorreu a sessão solene que marcou o transcurso dos 200 anos da abolição do tráfico transatlântico de escravos, onde a nossa Embaixadora Maria Luiza Viotti teve a oportunidade de fazer substantivo pronunciamento.

            O Brasil foi eleito - é outra comunicação que faço -, no dia 15 de outubro último, para mandato de dois anos no Conselho de Segurança da ONU, como membro rotativo. Contou com 182 votos, dos 191 possíveis votos. Teve a quase unanimidade dos votos. Igualmente, no dia 3 de novembro, o Brasil foi eleito para mandatos na Comissão das Nações Unidas para o Direito do Comércio Internacional e para o Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o meio ambiente.

            Apresento no meu relatório, inclusive, as atividades enunciadas do Conselho de Segurança da ONU sobre diversos temas, que estão citados de forma minudente no meu relatório. Falo sobre as atividades que a Assembleia Geral vem desenvolvendo na discussão do tema Desenvolvimento Sustentável e Mudança do Clima, bem como faço uma observação sobre a sessão ocorrida no plenário da Assembleia Geral sobre os conflitos na Faixa de Gaza.

            Durante uma manhã e uma tarde inteiras, os países que se interessaram, e foram mais de 35 países, inclusive o Brasil, manifestaram-se sobre o Relatório Goldstone, que foi designado pela ONU para fazer uma vistoria sobre os conflitos que se encontram ainda, lamentavelmente, em curso na Faixa de Gaza, território que pertenceu ao Egito, que foi ocupado por israelenses e lá se estabelece o conflito com os palestinos. Em todos os pronunciamentos, todos, sem exceção, claro que alguns tomavam partido por Israel, outros, pela causa palestina, mas todos, sem exceção, condenaram o terrorismo e a violência motivada pela vingança. Mais do que isso tudo, uma coisa que assusta é a impunidade, tendo em vista que os atos de parte a parte têm passado impunes, e a escala de violência tem progredido sem parar, causando impacto à sociedade e indignando os povos que lá estiveram na Assembléia para falar, para se manifestar e para se posicionar.

            A Assembleia Geral da ONU continua. Nesta semana estão sendo designados novos observadores Parlamentares. Acho que a presença de Parlamentares na ONU é uma coisa benfazeja para o Congresso brasileiro. Fazia anos que eu não comparecia à Assembleia Geral. É uma experiência interessante, é uma oportunidade de vivenciarmos problemas de cunho internacional e, por isso, eu quero encaminhar, neste momento, o relatório das atividades às quais pude estar presente, que vivenciei, para conhecimento da Presidência e da Casa.

            De resto, Sr. Presidente, quero manifestar o meu apoiamento ao voto de pesar que ontem foi apresentado pela Senador Rosalba em virtude do falecimento do Padre Guido.

            Padre Guido foi um padre que passou a vida inteira movido pela caridade. Quando fui Governador do meu Estado, por duas vezes, o Padre Guido teve trabalhos de parceria com o meu Governo, movidos para a atenção à criança abandonada: o abrigo Amantino Câmara!

            Ele era meu amigo, o visitei por diversas vezes no abrigo de crianças. O trabalho que ele desenvolveu beneficiou gerações de mossoroenses, e a sua morte nos deixa um vazio. Quero me associar ao voto de pesar apresentado pela Senadora Rosalba Ciarlini, manifestando como mossoroense o meu sentimento de perda por esse querido amigo que foi o Padre Guido, de Mossoró.

            Era isso, Sr. Presidente.