O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Pela ordem.

Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria

de fazer um registro, porque recebi esta semana, no meu

gabinete, o Prefeito Lindon Jonhson, de Ibatiba, cidade

na BR, que foi tão bem governada por José Alcure, seu

ex-Prefeito, uma figura lendária do Município, figura importante,

por quem tenho o maior carinho, como tenho

carinho por aquela cidade onde juntamente com o então

naqueles dias Deputado Federal Neucimar Fraga lutamos

para levar para aquela região o Cefet.

Eu recebi o Prefeito Lindon Jonhson aqui juntamente

com Ezanilton Delson de Oliveira Muniz, do

Município de Muniz Freire, prefeito também, um jovem

prefeito, cheio de ideais, de sonhos, completamente

voltado para a causa social. Eu me lembro de que ao

falar na Câmara de Vereadores do Município dele a

respeito de pedofilia, a sensibilidade dele é tamanha....

Isso porque as pessoas não têm noção do tamanho

desse monstro. As pessoas não sabem. Parecia alguma

coisa corriqueira e, de repente, pautou o Brasil o

monstro do abuso de crianças.

Nesta semana, na segunda-feira, eu fui ao Quartel

da Polícia Militar do meu Estado e quero aqui agradecer

ao Comandante da Policia Militar do Espírito Santo por

ter me recebido, juntamente com o Vereador Ozéias,

lá de Ibatiba, acompanhado de uma comitiva de Vereadores,

do Presidente da Câmara de Vereadores de

Ibatiba, cidadãos de bem da sociedade, do Prefeito

Lindon Jonhson e lá também estava o Deputado Federal

Lelo Coimbra, do PMDB, Presidente do PMDB do

meu Estado, para discutir a questão da morte de uma

criança de oito anos que foi alvejada pelas costas por

um policial, uma criança que diziam estava correndo

com um ships. Se a família tinha problema, envolvimento

com drogas, isso não vem ao caso, porque não se

pode matar uma criança...Não se pode matar ninguém,

uma criança então...Os policiais de bem, as pessoas....

Houve um problema revoltante na cidade.

Nós fomos e a Polícia Militar nos recebeu, o Comandante

está tomando providências. Esse é um problema

para a Polícia resolver lá dentro. Mas a questão

discutida lá foi absolutamente importante, porque é

uma região que precisa de delegacias, de delegados,

de viaturas. Há um número resumido de delegados

para uma região muito grande, que compreende desde

Alegre até Ibatiba, ou um pouco mais, Venda Nova

e a região ali de Iúna, de Irupi. Aliás, falando em Iúna,

abraço o Prefeito José Ramos, nosso amigo, junto

com o Joanildo, Presidente da Câmara, nossa querida

Conceição, lá em Irupi. Aquela região precisa da mão

do Estado porque não tem delegados para a região:

uma região enorme com seis delegados. E, no final de

semana, não tem o que fazer. É a crença na impunidade:

o sujeito leva e ninguém quer registrar boletim de

ocorrência, porque ninguém quer tomar conta. Leva de

uma delegacia para outra, e não pode ficar. Então, nós

fomos discutir esses assuntos e fomos bem recebidos

pelo Comando da Polícia Militar.

E, muitas vezes, a sociedade civil não cumpre o

seu papel. Eu tenho dito, sem qualquer tipo de medo,

que a sociedade brasileira, a sociedade...

(Interrupção do som.)

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES) - ...precisa

ser acordada para o cumprimento do seu papel

enquanto família.

A sociedade se alcooliza, a sociedade de fumantes,

de bêbados, e quer que a Polícia resolva o problema que

eles criaram a partir dos seus vícios. A Polícia, o Conselho

Tutelar, o Ministério Público não foram constituídos para

criar filho de ninguém. A sociedade tem que olhar para dentro

de si, para a família e perguntar: que tipo de filho estou

criando? Que tipo de cidadão estou formando? Que tipo

de caráter estou formando para entregar à sociedade?

Forma mal ou, então, deforma, e depois quer a

que a Polícia resolva. E tudo está na conta da Polícia

e na conta dos políticos. E parece que a sociedade

civil abre mão da sua responsabilidade.

Então, é preciso entender este momento, é preciso

que haja a cooperação de todos para podermos

enfrentar a violência, porque o monstro das drogas, o

monstro do crack já chegou por lá, e o abuso de crianças

lá é tão violento quanto em São Paulo, quanto no

Rio. Guardando as devidas proporções, o Brasil, sem

dúvida alguma, é todo igual.

Senador Sobrinho, agradeço-lhe por ter me cedido

mais esta oportunidade.

Muito obrigado pela compreensão.