Discurso durante a 259ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Marechal Gregório Thaumaturgo de Azevedo, que participou da formação histórica do Estado do Acre, e tem seu nome atribuído a um município do Estado.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Marechal Gregório Thaumaturgo de Azevedo, que participou da formação histórica do Estado do Acre, e tem seu nome atribuído a um município do Estado.
Aparteantes
Romeu Tuma.
Publicação
Publicação no DSF de 23/12/2009 - Página 74368
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, VULTO HISTORICO, COLABORAÇÃO, FORMAÇÃO, ESTADO DO ACRE (AC), ELOGIO, VIDA PUBLICA.
  • REGISTRO, HOMENAGEM, VULTO HISTORICO, DENOMINAÇÃO, MUNICIPIO, MARECHAL THAUMATURGO (AC), ESTADO DO ACRE (AC).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Marco Maciel, Srª Senadora Serys, Srs. Senadores presentes, todos que nos ouvem, eu quero nesta, que é uma das últimas sessões da Casa, Senador Marco Maciel, homenagear uma figura histórica, que recebeu inclusive uma homenagem especial no nosso Estado, tendo seu nome vinculado a um dos nossos Municípios do Juruá: Marechal Thaumaturgo.

            A geografia do meu Estado, por suas peculiaridades históricas, constitui um testemunho vivo de gratidão à obra e à memória de alguns dos mais ilustres brasileiros, com especial destaque para aqueles que, mais de perto, contribuíram para a sua incorporação ao Brasil, para o seu desenvolvimento econômico, para a sua participação na vida política do País e para o seu progresso social.

            Metade dos 22 Municípios que constituem o meu Estado do Acre perpetuam o nome de eminentes vultos de nossa História. Se não, vejamos: Rio Branco, a capital do nosso Estado, é uma homenagem ao Barão de Rio Branco, título nobiliárquico de José Maria da Silva Paranhos Júnior; Sena Madureira, outro grande Município; Feijó, que, ontem, aniversariou; Assis Brasil; Mâncio Lima; Manuel Urbano; Plácido de Castro; Senador Guiomard; Epitaciolândia, em homenagem ao Presidente Epitácio Pessoa; Marechal Thaumaturgo; e Rodrigues Alves, tributo ao terceiro Presidente civil do País.

            Trata-se de um verdadeiro compêndio histórico, que abrange personagens do Império e da República que merecem nossa reverência, nossa gratidão e nosso reconhecimento pela participação que tiveram em nossa evolução histórica. Hoje, contudo, quero, como eu disse e como tenho feito em outras oportunidades, registrar o nome e a obra de um desses beneméritos da Pátria, que, servindo ao País, deram notável e perene contribuição ao Estado do Acre nos seus mais de cem anos de definitiva incorporação à comunidade nacional.

            Refiro-me, Sr. Presidente, ao Marechal Gregório Thaumaturgo de Azevedo, cujo centenário de nascimento transcorreu e foi comemorado em 17 de novembro de 1953. Naquela data, as Oficinas Gráficas do então Ministério da Guerra editaram uma plaqueta comemorativa com depoimentos do escritor Hannibal Porto e do seu colega de armas, o Marechal Rondon, que traçou a biografia do militar, do político e do engenheiro que ele foi. Dessa homenagem, participaram, ainda, o médico J. de Oliveira Botelho, fundador da Cruz Vermelha Brasileira, instituição que o Marechal Thaumaturgo presidiu por uma década, e a descendente do Marechal, Ivna Mendes de Morais Duvivier, nascida Ivna Thaumaturgo Mendes de Morais.

            Em 1968, foi igualmente publicada, no Rio de Janeiro, em sua honra, a obra A Amazônia, Senador Tuma, querido amigo, com o significativo subtítulo O papel decisivo do Marechal Thaumaturgo de Azevedo, na questão do Acre, de autoria do professor de Direito Manuel Onofre. As múltiplas atividades desse insigne brasileiro, que, além de Governador do Piauí e do Amazonas, foi também, ainda na patente de Coronel, o primeiro Prefeito do Departamento do Alto Purus, no Acre, quando ainda Território Federal, e fundador de sua capital, a atual e aprazível cidade de Cruzeiro do Sul, decorrem de sua formação profissional. Além de militar brilhante, que atingiu o mais alto posto do Exército brasileiro, como engenheiro civil e militar, bacharelou-se em Matemática e Ciências Físicas, e como Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito do Recife, enquanto lá servia ao Exército.

            Sua administração no Departamento do Alto Purus está registrada na obra de José Moreira Brandão Castelo Branco Sobrinho, O Juruá Federal. Seu papel como desbravador e como profissional, na qualidade de chefe da Comissão Mista de Demarcação da Fronteira entre o Brasil e a Bolívia, instituída na gestão do Ministro Carlos de Carvalho, em 19 de fevereiro de 1895, consta da obra de Napoleão Ribeiro, O Acre e seus heróis, que o caracteriza como “uma luminosa intelectualidade” de “caráter e probidade reconhecidos”. Nessa missão, ele teve como auxiliar o Capitão-Tenente Cunha Gomes, imortalizado na linha demarcatória que hoje separa o Estado do Acre do Estado do Amazonas, e, como representante boliviano, o Coronel José Manuel Pando, que mais tarde chegou inclusive a presidir o seu país.

            Esta intervenção, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é em atendimento ao pleito de uma das descendentes do Marechal Gregório Thaumaturgo de Azevedo, que o Acre nunca esqueceu e que o imortalizou ao lado dos demais brasileiros ao dar o seu nome a um dos 22 Municípios que integram o nosso Estado. Em carta que me foi enviada, datada de 5 de novembro último, ela me endereçou a mensagem afirmando ter assistido, pela TV Senado, a um pronunciamento em que fiz “os maiores elogios ao grande brasileiro Plácido de Castro”, mas registrando também que me esqueci de “falar de um outro grande brasileiro: Marechal Gregório Thaumaturgo de Azevedo, que muito fez pelo Acre e pelo Brasil” - palavras dela. Trata-se de Dona Maria Regina Thaumaturgo de Brito Lyra, que hoje reside no Rio de Janeiro, a quem, desta tribuna, reitero a homenagem a seu ilustre ancestral, esperando ter resgatado, com este pronunciamento, uma parte ínfima da dívida que os acreanos têm com o eminente homem público, que tantos serviços prestou ao Brasil e ao Estado que nunca o esqueceu.

            Como disse, espero, com este pronunciamento, ter prestado a homenagem devida. Dona Regina, por sinal, sugeriu-me a realização de uma sessão especial do Senado Federal. Ocorre que, no final do ano, o Senado está assoberbado de matérias a serem apreciadas, e não tivemos a oportunidade de propor a realização dessa sessão. Portanto, com este pronunciamento, espero ter atendido ao apelo de Dona Regina e prestado, com o pronunciamento, a homenagem devida ao Marechal Thaumaturgo, que, como disse, é merecedor de ter o seu nome atribuído a um dos Municípios do nosso Estado, o belo Município de Marechal Thaumaturgo, lá no extremo Juruá.

            Tenho o maior prazer de conceder a palavra ao meu querido amigo, Senador Romeu Tuma.

            O Sr. Romeu Tuma (PTB - SP) - Desculpe-me Senador, mesmo eu não conhecendo bem a história, quero dizer que, ao percorrer por várias vezes a Amazônia, quando chefe da Polícia Federal, encontrava sempre alguém da família Thaumaturgo. Cito um general que, lá, foi Chefe do Estado Maior, Comandante do Batalhão, e tinha enorme devoção pela Amazônia. Acredito que deve ser parente - filho, neto. O fato é que é marca na Amazônia militares com o nome Thaumaturgo. Ainda ontem, conversava com algumas pessoas que viram a homenagem a Pedro Teixeira, que desbravou a Amazônia, e questionaram: “Mas vocês estão se esquecendo de Thaumaturgo, estão se esquecendo de Rondon!”. Eu disse: “Não, não nos esquecemos, é que cada um tem a sua vez”. E V. Exª vem tratar daquilo que também reclamaram comigo, e com V. Exª também. Gostaria de apoiá-lo e, se possível, assinar o requerimento de V. Exª. Parabéns!

            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC) - Muito obrigado, Senador Tuma. Muito gentil de sua parte.

            Sr. Presidente, eram essas as palavras que me cabiam proferir hoje, agradecendo a benevolência de V. Exª com o tempo.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/12/2009 - Página 74368