Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do recebimento do título de Sócio Honorário do Rotary Club Parnaíba por serviços prestadas ao Rotary Internacional. Críticas ao governador Wellington Dias. (como Líder)

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Registro do recebimento do título de Sócio Honorário do Rotary Club Parnaíba por serviços prestadas ao Rotary Internacional. Críticas ao governador Wellington Dias. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 04/02/2010 - Página 678
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, MUNICIPIO, PARNAIBA (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), RECEBIMENTO, HOMENAGEM, CLUBE, AGRADECIMENTO, RECONHECIMENTO, APOIO, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.
  • ELOGIO, CLUBE, PREPARAÇÃO, LIDERANÇA, COMUNIDADE, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, ASSISTENCIA SOCIAL.
  • ANALISE, POSSIBILIDADE, INSUCESSO, GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), CANDIDATURA, SENADO.
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, DIARIO DO POVO, ESTADO DO PIAUI (PI), CRITICA, GOVERNADOR, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, ALEGAÇÕES, AUTORIA, OBRAS, RESPONSABILIDADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INFORMAÇÃO, INFERIORIDADE, APLICAÇÃO DE RECURSOS, ATRASO, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Presidente Serys Slhessarenko, Parlamentares, brasileiras e brasileiros aqui presentes e os que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado.

            Senador Augusto Botelho, minha fala aqui, primeiro, é motivo de emoção, porque, na última semana, estive na cidade onde nasci, Parnaíba. E, Roberto Cavalcanti, isso me lembra Sêneca, que foi aquele que preparou, ensinou muitos reis: César; Alexandre o Grande. Ele não era nem de Atenas, a culta Atenas, nem da beligerante e da guerreira Esparta, e dizia: “Não é uma pequena cidade. É a minha cidade.” Então, em relação à Parnaíba, posso repetir as palavras de Sêneca.

         Recebi uma homenagem - ontem, eu estava até com o broche. Pertenci ao Rotary Club de Parnaíba, e eles estão fazendo 70 anos na cidade de Parnaíba. Eu me dediquei muito ao Rotary, mas, ultimamente, com essa luta política, eu não tinha a frequência exigida. Então, eles, em boa hora, para satisfação minha, sobretudo, arrumaram-me o título de sócio honorário, para participar esporadicamente.

         O Rotary é importante, e sou orgulhoso disso. Desde 1969, adentrei e vivi o Rotary. É uma instituição norte-americana, fundada por Paul Harris - numa cidade grande, a gente vive isolado. Então, eles se reuniam para conversar com alguns amigos. O quadro foi aumentando. Aí, ele convidava um de cada classe, para não haver domínio no poder. Uma metade é de médicos; a outra, de engenheiros. Entrei, então, com a classificação, que eles dão, de médico-cirurgião, na vaga de Cândido Almeida Athayde, uma das pessoas mais respeitáveis de lá e que tinha até sido governador do clube. Quando a gente completa alguns anos, a gente pode abrir aquela vaga para outro cirurgião. E abri para o Dr. Emídio Lustosa.

         Com o companheirismo - a união faz a força -, eles começaram a prestar serviços no mundo inteiro.

            O primeiro slogan: “Dar de si antes de pensar em si.” É meio forte, não é, Serys? Mas aí veio uma cabeça mais arejada e uma verdade: “Mais se beneficia quem melhor serve”. Isso é uma verdade: “Mais se beneficia quem melhor serve”.

            Mas o que eu queria dizer, na minha concepção, é que o Rotary Club é uma escola de líderes. Isso, durante os anos que passei. Ele pesca líderes em várias classes e forma a instituição; e dá a oportunidade gratificante de fazer campanha pelos mais necessitados.

            Eu me lembro, Serys, da escola da APAE, de Parnaíba, quando eu era presidente. Hoje, ela está ampliada, modernizada, mas a inicial foi com o Rotary Club. Estruturação da Santa Casa, as rampas, o centro cirúrgico, os primeiros televisores públicos, na Copa de 72, que o pobre não tinha, hoje é comum. A gente doava. Comprávamos as máquinas de escrever do Banco do Brasil e fazíamos escolas de datilografia. Então, é gratificante.

            Eu queria aqui ressaltar o momento e agradecer esse título. Fomos saudados pelo Professor Israel Correia. O Carlos Henrique nos entregou o diploma, o Renato Bacelar lutou por uma bandeira, e o Dr. Waldir Aragão, em fotos, aqui, ao lado do Presidente do clube, Augusto Meneses. O pai dele era rotariano quando eu era, foi meu chefe na Previdência e já morreu - com certeza está no céu. O filho é, hoje, o Presidente, e o Dr. Waldir Aragão é um irmão camarada, como diz Roberto Carlos, e nos coloca.

            Mas eu queria falar do entusiasmo. Parnaíba tem uns quatro clubes, Teresina, uns dez do Rotary, e as cidades maiores, Picos, Floriano, como todo o Estado. É uma instituição.

            A Serys, na sua bondade, deu mais cinco.

            Então, é este o meu entusiasmo de gratidão aos companheiros rotarianos, que eu volte a pertencer, com essa classificação de sócio-honorário, a essa instituição. E lá é muito forte, porque ela é regional e já teve vários - o clube é tradicional - Governadores do Rotary. Teve o Antônio Castello Branco, que a gente chama de Tó - tem um castelo, lá, o Castelo do Tó -; o Dr. Cândido de Almeida Athayde, que me levou para a sua vaga; José Pinheiro Machado, que foi Deputado Federal; Maurício Machado; e Jimmy Clark, que foi para Fortaleza e lá foi Governador. Então, é um Rotary extraordinário. Que Parnaíba se prepare, pois eles estão lançando um livro.

            Mas, agora, eu volto para o Piauí.

            Zózimo Tavares tem uma coluna, que eu não sei se o Heráclito leu. Olha, aqui, é um jornalista do Diário do Povo, um jornal livre, livre porque o empresário é um empresário de sucesso. Então, o jornal é livre e mantém esse jornalista. Ele escreve assim, para ver a realidade, está ouvindo, Serys? Eu não tenho nada com o nosso Presidente Luiz Inácio, mas olha isto aqui, a verdade. Olha a verdade.

            Aí, eles pensam que ele queria sair Senador. Eu digo: “Olha, que ele perde”. Aí, o povo disse: “Não, governador não perde, porque está...” Eu disse: “Olha a Serys” - que vocês estão vendo, olhando, bota a câmera para ela -, “ela ganhou a eleição do extraordinário Governador mito, o Dante, das Diretas Já”. A Serys, dois votos. E aquele Ricardo Magalhães, de Pernambuco, extraordinário homem, perdeu. Chagas Rodrigues, do Piauí, saiu do Governo e perdeu o Senado. A Serys, aí, fez o impossível - eu achava impossível e vou dizer por quê. Porque coloquei uma medalha no peito do Dante, lá em Oeiras, nossa capital, em 24 de janeiro, ao lado do Prefeito Tapety, dos líderes, Mauro Tapety, e dos homenageados. Eu pedi que ele agradecesse e ele discursou. Quando ele estava discursando, Serys, eu ali como Governador... Outorgamos em 24 de janeiro porque foi a data em que o povo de Oeiras tomou o palácio português. Eles foram a Parnaíba sufocar, na minha cidade, um movimento libertário e tomaram. Então, fomos comemorar. O Dante discursava, falando das grandezas do Estado e do Governo, e eu olhando, assim, disse: “Rapaz, ele vai ganhar e eu estou é lascado”. E foi o contrário, não é? O povo bom do Piauí me fez Senador, e do lado da Serys. Mas Deus o quis e o levou para o céu. Dizem que o Senado... Mas o fato...

            Eu queria só ler e esse minuto que faz isso: “Wellington Dias tentou engabelar até Lula com propaganda enganosa”. Não sou eu não, é o jornal Diário do Povo. Está aqui o retrato do colunista, é o Zózimo Tavares. Atentai bem, Paim: “Wellington Dias tentou engabelar até Lula com propaganda enganosa”.

            Só queria fazer deles a palavra, a realidade do Piauí. Está ouvindo, Senador Borges? Não é?

O Governo do Piauí ainda não digeriu a última brincadeira do presidente Lula (diz Zózimo Tavares) em cima do governador Wellington Dias. Ela foi relatada na sexta-feira passada, pelo jornalista Ilimar Franco, do jornal O Globo. O repórter contou, em sua coluna, que o Presidente Lula (PT) afirmou, durante reunião com seus ministros, que o Governador Wellington Dias não fez obras no Piauí e se apropriou de obras realizadas pelo governo federal [está ouvindo, Roberto Cavalcanti?].

Veja na íntegra a nota publicada pelo jornal O Globo sobre o episódio: “Lula reclama de Wellington Dias [no jornal O Globo! Nós vivemos momento de vergonha].) O presidente Lula cobrou ontem (22) de seus ministros que divulguem suas realizações e reclamou da apropriação de obras do governo federal pelas administrações estaduais. Citou como exemplo justo um petista, o governador Wellington Dias (PI) [está ouvindo, Paim?]. O presidente contou que foi ao estado e o governador disse que ia lhe mostrar um filme com as realizações do governo. “Rodava, rodava e não tinha nada do governo federal. Aí eu disse [o Luiz Inácio, comentando com os Ministros dele]:”‘Pô, Wellington, cadê o governo federal?”. Envergonhado, o governador teria tentado consertar: “Meu assessor me deu o filme errado. Não é esse não”, disse Lula, para gargalhada geral dos seus ministros.

            Quer dizer, ele já enganou o presidente do Partido dele, que o elegeu, e engana o povo.

            Abraham Lincoln disse, ô Paim, que você pode enganar poucos por muito tempo, muitos, por pouco tempo, mas não pode enganar todo mundo todo tempo. Essa é a verdade.

O governador Wellington Dias bem que poderia ter passado sem mais essa. Que obra, afinal, ele faz no Piauí com recursos próprios, apesar de alardear que incrementou a receita estadual, ao ponto de, segundo as suas contas, a arrecadação própria já superar as transferências do Fundo de Participação dos Estados?

Há poucos dias, especulou-se que o Presidente vem adiando sua nova visita ao Piauí porque as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estão atrasadas no Estado. Aliás, nesse quesito, segundo levantamento divulgado pela mídia nacional, o Piauí tanto se destaca como o que menos aplicou os recursos do PAC como o que está mais atrasado.

Não é difícil, portanto, compreender o apego do Governo do Piauí à propaganda farta e enganosa, que é a sua principal base de sustentação. Se ele se arrisca a engabelar o próprio presidente da República, o que custa ludibriar os menos avisados?

            Resta-nos, ô Senador Borges, a esperança. É a maior estupidez perdê-la. É mesmo um pecado. Ernest Hemingway o disse no seu livro O Velho e o Mar. Então, resta ao povo do Piauí e ao povo do Brasil a esperança que a democracia oferece: a alternância do poder.

            Muito obrigado, Serys.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/02/2010 - Página 678