Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento de José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca, da dupla sertaneja Pena Branca e Xavantinho.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento de José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca, da dupla sertaneja Pena Branca e Xavantinho.
Publicação
Publicação no DSF de 11/02/2010 - Página 2138
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MUSICO, REGIÃO SUDESTE, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, MUSICA POPULAR, MUSICA BRASILEIRA.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu preciso me ausentar em instantes para estar presente à festa dos 30 anos do Partido dos Trabalhadores em São Paulo hoje e gostaria, até no espírito da campanha do trabalho escravo, de aqui registrar brevemente o requerimento de pesar pelo falecimento de José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca, da dupla Pena Branca e Xavantinho, de 70 anos, vítima de um infarto, bem como de apresentação de condolências à sua esposa.

            Silêncio na música. Uma das vozes do sertanejo de raiz que ainda ecoavam nos recantos do País se calou. A viola do cantor Pena Branca, que durante 37 anos fez dupla com Xavantinho, seu irmão, não toca mais.

            Pena Branca era o nome artístico de José Ramiro Sobrinho. Nascido em Igarapava, interior de São Paulo, criado na cidade mineira de Uberlândia, trabalhou cedo na roça, junto com seus irmãos - como muitos dos trabalhadores rurais sobre os quais pensamos hoje, em condições de trabalho escravo -, entre eles Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho, três anos mais novo.

            Desde pequenos os dois se afinaram na música. Pena Branca gostava de tocar viola, e Xavantinho o acompanhava na cantoria.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Eu poderia, se me permite, apenas citar que eles chegaram à final do Festival MPB Shell, da TV Globo, em 1980, com a canção “Que terreiro é esse”.

            Embalados pela fama, lançaram o primeiro disco pela gravadora Warner, chamado “Velha Morada”.

A dupla Pena Branca e Xavantinho lançou novos álbuns, com destaque para “Cio da Terra”, de 1987, com a participação de Milton Nascimento, que com eles cantou músicas tão belas; não apenas “Cio da Terra”, mas também canções que todos nós e os trabalhadores do Brasil amam cantar, como:

“Ó Deus salve o oratório

Ó Deus salve o oratório

Onde Deus fez a morada

Oiá, meu Deus, onde Deus fez a morada, oiá

Onde mora o calix bento...”

            Pena era um craque...

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Marconi Perillo. PSDB - GO) - Para encerrar, Senador.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT-SP) - Para encerrar, peço que seja transcrita inteiramente esta homenagem a Pena Branca e a todos aqueles que amam a música do caboclo brasileiro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/02/2010 - Página 2138