Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a ocorrência de incêndios em Roraima. Agradecimento ao Ministério da Saúde pela liberação de recursos para construção de um hospital em Roraima.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA. SAUDE.:
  • Preocupação com a ocorrência de incêndios em Roraima. Agradecimento ao Ministério da Saúde pela liberação de recursos para construção de um hospital em Roraima.
Publicação
Publicação no DSF de 18/02/2010 - Página 3136
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA. SAUDE.
Indexação
  • GRAVIDADE, SITUAÇÃO, SECA, QUEIMADA, ESTADO DE RORAIMA (RR), REGISTRO, REPASSE, GOVERNO FEDERAL, PARTE, RECURSOS, REDUÇÃO, PROBLEMA, NECESSIDADE, CONSCIENTIZAÇÃO, POPULAÇÃO, PREVENÇÃO, INCENDIO, SOLICITAÇÃO, DIVULGAÇÃO, INFORMAÇÃO, SOCIEDADE.
  • IMPORTANCIA, POSSIBILIDADE, CONCESSÃO, TITULO DE PROPRIEDADE, TERRAS, VIABILIDADE, EMPRESTIMO, AGRICULTOR, EFEITO, PREVENÇÃO, QUEIMADA, OBJETIVO, PLANTIO.
  • AGRADECIMENTO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), GOVERNO FEDERAL, ACOLHIMENTO, EMENDA, AUTORIA, ORADOR, LIBERAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, EFETIVAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, OBRAS, CONSTRUÇÃO, HOSPITAL, IMPORTANCIA, UTILIDADE PUBLICA, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO, BAIRRO, DISTANCIA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE RORAIMA (RR).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Romeu Tuma, Srªs e Srs. Senadores, no início do mês, no início da legislatura, eu falei aqui sobre a ameaça de novos incêndios em Roraima, falei sobre o fogo, sobre a gravidade da seca, sobre o fato de os campos e as florestas estarem muito secos e o gado estar começando a morrer. Uma parte dos recursos necessários já foi enviada para corrigir e ajudar a amenizar esse problema.

            Agora, porém, o fogo começa a ser uma coisa grave lá; por onde se anda, vê-se área queimada. Então, eu gostaria de fazer um apelo às pessoas para que não tocassem fogo no campo, não jogassem cigarros, não fizessem fogos em pescarias que pudessem trazer complicações.

            Neste fim de semana, eu estava descansando na fazenda quando surgiu fogo na fazenda do Gilberto Yuki. O Dinei, que é o gerente dele, estava desesperado, e fomos todos ajudar. Trabalhamos até umas seis horas da tarde. Quando achamos que tínhamos dominado o fogo, fomos todos para casa. Dali a pouco, às nove horas da noite, o fogo voltou a aparecer, e precisamos enfrentá-lo até meia-noite, quando finalmente o dominamos. Pedimos o socorro dos bombeiros, mas os grupos de combate a fogo em Roraima são poucos; deveria haver uma forma de aumentar esses grupos de combate a fogo. Eu estava a doze quilômetros de Alto Alegre, uma sede de município, e os bombeiros de lá estavam no Paredão, a quarenta quilômetros, apagando fogo, quando ligamos para lá. Liguei para a cidade, prometeram ir, mas chegaram muito depois, porque estavam cuidando de outros focos de incêndio. Temos, portanto, de nos mobilizar. As pessoas não podem tocar fogo, têm de se mobilizar para ajudar, os vizinhos têm de ajudar uns aos outros. Se não for assim, o fogo vai deixar a situação horrível.

            Lembro 98, quando o fogo tomou conta de tudo mesmo. Eu gosto de andar a cavalo, e havia um local por onde eu passava sempre. Numa cavalgada de uma hora e meia a duas horas, chegávamos a ver oito tamanduás-bandeira; depois do fogo, eles não eram mais vistos. Agora, já estavam voltando. Já conseguíamos ver entre três e cinco tamanduás nesse local, mas com esse fogo de novo... Estou citando o tamanduá, que é um animal grande, que tem mobilidade. Se formos falar de jabuti e de outros pequenos, acabam-se todos.

            Houve uma hora em que eu lamentei não ter uma câmera para filmar esse fogo que deu na borda de uma mata lá. O vento é muito forte e a labareda chega a atingir quatro metros de distância. A raiz do fogo é aqui, mas ela vai a quatro metros, e aí queima os outros que estão lá perto. E eu vi - posso dizer que vi - algumas árvores gritarem. Parecem gemidos, Senador Tuma! Quando o fogo começa a chegar perto delas, quando vem essa labareda, as folhas começam a tremer, a árvore treme, e aí a gente ouve tipo um gemido fino, um grito... O fogo toma conta das folhas imediatamente; não vai queimando em pedaços, não. É claro que estou falando de árvores pequenas, de árvores até a altura desta ponta aqui. Não é árvore gigante, mas árvores da borda da floresta. Parece um grito mesmo de dor, de socorro. Foi lamentável! Eu sofri ao ver aquilo, senti como nas outras vezes.

            Faço um apelo às pessoas. Lá no interior de Roraima, todo mundo vê e ouve a TV Senado. A Rádio Senado é que não é ouvida. Mas faço um apelo a todos para que não permitam, para que conversem com seus vizinhos. Quando for fazer um fogo necessário para a sobrevivência... Porque nosso agricultor ainda vive de derrubar um pedaço de mato, esperar secar, queimar e plantar, porque a Nação brasileira ainda não chegou a essas pessoas, ainda não forneceu conhecimento, não passou, não forneceu recursos. Não são recursos para dar, mas empréstimos para elas. Elas não têm empréstimo porque não têm o título da terra. Agora é que surgiu a possibilidade de titular as terras, porque, com aquela lei que foi aprovada aqui nesta Casa, uma MP que permite titular até dez módulos rurais sem licitação, elas vão conseguir titular. Mas faço um apelo às pessoas para que não toquem fogo, para que evitem queimar, porque a situação está grave, está triste. Eu posso dizer que vi uma árvore se mexer e gritar agonizando antes de virar cinza.

            Agora, vou falar de uma coisa boa que aconteceu para as pessoas no meu Estado.

            Na penúltima sexta-feira, vim aqui reclamar do retardo na liberação de uma verba para a construção de um hospital - já estamos com ela no Orçamento há dois anos e dois meses -, sendo que ela está disponível desde janeiro de 2008. O Relator à época, Senador Valdir Raupp, foi quem designou essa verba para fazer esse hospital em Roraima.

            Quero agradecer agora ao Ministério da Saúde, que prontamente atendeu a solicitação. No dia 5 deste mês, foi depositada a primeira parcela, de R$3,2 milhões, que tornará possível a realização da licitação para dar inicio a tão importante obra para o meu Estado.

            Como Senador e, principalmente, como médico, posso afirmar que esse hospital será construído na área central dos bairros mais distantes do centro de Boa Vista e será de grande utilidade pública.

            O Hospital-Maternidade do Pintolândia é fruto de duas emendas parlamentares minhas: uma no valor de R$16 milhões e outra no valor de R$18 milhões. E, no dia 5 de fevereiro, conseguimos a liberação efetiva da primeira emenda, no valor de R$16 milhões.

            Esse vai ser um hospital na zona oeste da cidade, perto dos bairros mais populosos de Boa Vista. Esses bairros são os mais populosos e os mais distantes dos três hospitais públicos de Boa Vista: o Hospital Geral de Roraima, o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré e o Hospital Infantil Santo Antônio.

            Esses hospitais recebem pessoas de todos os Municípios do interior e da cidade e ainda recebem pessoas da Venezuela e da Guiana. O Governo do Estado é que vai ficar à frente da obra de construção do hospital. Neste ano, além dos R$16 milhões liberados por mim junto ao Governo Federal, teremos mais R$18 milhões para completar a obra, para ele se tornar um hospital de 160 leitos.

            Estamos superando todas as dificuldades e, finalmente, posso afirmar, com toda certeza, que demos início à construção de um hospital no meio das pessoas mais necessitadas da minha cidade. Ele será construído no bairro Pintolândia, próximo à Escola Estadual Severino Cavalcanti, e terá três blocos. Ele fica bem em frente à 4ª DP, atrás do Centro de Saúde Cosme Silva.

            No primeiro bloco, no térreo, serão construídos um auditório, salas para coleta, laboratórios, ultrassonografia, sala de ginecologia, salas de curativo, serviço social, um centro de imunização, um centro de cardiologia com ecocardiograma e eletrocardiograma, um setor de endoscopia, para fazer as endoscopias que são tão necessárias para o diagnóstico e o acompanhamento da saúde, algumas enfermarias e também um serviço de Raios X.

            No segundo e terceiro blocos, ainda no térreo, ficarão a parte administrativa, o banco de leite, a farmácia, a cozinha, os vestiários, o almoxarifado, a lavanderia, o refeitório, o lactário e outros, além de um centro para repouso dos funcionários e a manutenção.

            No primeiro andar funcionará a maternidade, com partos humanizados. Nesses partos, a gestante ficará no próprio quarto onde vai nascer a criança. O pré-parto e o parto são feitos ali, podendo ter a presença de uma pessoa da família por ela designada, uma amiga, uma companheira, um companheiro.

            Teremos quatro salas de centro cirúrgico para realizar cirurgias de pequeno e de médio porte. As cirurgias de alta complexidade serão deslocadas para o hospital referência, que é o Hospital Geral de Boa Vista.

            A licitação para a construção do hospital deve ser lançada estes dias pelo Governo do Estado de Roraima. Assim, conseguiremos ter um hospital no centro da área oeste de Boa Vista, próximo aos mais necessitados e onde existe o maior número de pessoas na minha cidade.

            Quero agradecer pelo apoio que tenho recebido do Presidente Lula e do Ministério da Saúde e vamos dar início a esta obra, que vai atender muitas gestantes e muitas pessoas que precisam de um serviço de saúde pública de qualidade em Roraima.

            A população já pode comemorar mais essa conquista para Roraima. E tenham certeza de que estarei fiscalizando de perto a execução dessa obra para garantir a melhor execução possível.

            Era isso que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/02/2010 - Página 3136