Discurso durante a 12ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do crescimento da economia brasileira, com a contribuição do Estado de Mato Grosso, que, com a abertura do mercado chinês, está vendendo grande quantidade de carne para aquele país. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2010 pela CNBB, em Santa Catarina. Lembrança dos trabalhos desenvolvidos por Dra. Zilda Arns, médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PECUARIA. CALAMIDADE PUBLICA. HOMENAGEM. RELIGIÃO. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Registro do crescimento da economia brasileira, com a contribuição do Estado de Mato Grosso, que, com a abertura do mercado chinês, está vendendo grande quantidade de carne para aquele país. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2010 pela CNBB, em Santa Catarina. Lembrança dos trabalhos desenvolvidos por Dra. Zilda Arns, médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Aparteantes
Augusto Botelho.
Publicação
Publicação no DSF de 19/02/2010 - Página 3373
Assunto
Outros > PECUARIA. CALAMIDADE PUBLICA. HOMENAGEM. RELIGIÃO. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, CONTRIBUIÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, SAUDAÇÃO, ABERTURA, MERCADO EXTERNO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, PREVISÃO, AUMENTO, EXPORTAÇÃO, CARNE BOVINA, ELOGIO, CONSCIENTIZAÇÃO, PRODUTOR RURAL, GOVERNO ESTADUAL, INVESTIMENTO, TECNOLOGIA, MELHORIA, PRODUTIVIDADE, VINCULAÇÃO, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, REALIZAÇÃO, CAMPANHA, VACINAÇÃO, GADO, OBJETIVO, ERRADICAÇÃO, FEBRE AFTOSA, GARANTIA, ACESSO, MERCADO INTERNACIONAL.
  • LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, DIARIO DE CUIABA, APREENSÃO, SITUAÇÃO, EMERGENCIA, SUPERIORIDADE, CHUVA, MUNICIPIO, SANTO ANTONIO DE LEVEGER, VARZEA GRANDE (MT), BARRA DO BUGRES (MT), TANGARA DA SERRA (MT), BARÃO DE MELGAÇO (MT), PEIXOTO DE AZEVEDO (MT), CACERES (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), COMENTARIO, ATUAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, MANIFESTAÇÃO, ORADOR, SOLIDARIEDADE, VITIMA, CALAMIDADE PUBLICA.
  • HOMENAGEM POSTUMA, ZILDA ARNS, MEDICO SANITARISTA, VITIMA, ABALO SISMICO, PAIS ESTRANGEIRO, HAITI, ELOGIO, CONDUTA, EMPENHO, ASSISTENCIA SOCIAL, CRIANÇA.
  • REGISTRO, LANÇAMENTO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), CAMPANHA DA FRATERNIDADE, ORGANIZAÇÃO, DIVERSIDADE, INSTITUIÇÃO RELIGIOSA, OBJETIVO, CONSCIENTIZAÇÃO, POPULAÇÃO, NECESSIDADE, PARTILHA, RIQUEZAS, PROMOÇÃO, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, ERRADICAÇÃO, FOME, MISERIA, MUNDO.
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, CONGRESSO, AMBITO NACIONAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ELOGIO, PRONUNCIAMENTO, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, COMPROMISSO, GOVERNO FEDERAL, EXTINÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, BRASIL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Senador Mão Santa.

            Srªs Senadoras, Srs. Senadores, senhoras e senhores que nos ouvem, na semana passada, as notícias vindas da Europa informavam sobre a dificuldade econômica de alguns de seus membros, como Grécia e Portugal, o que, aliás, abalou as bolsas de todo o mundo, inclusive a do Brasil.

            Começo fazendo referência a este caso para comentar sobre a economia do Brasil, que aponta para um forte crescimento em 2010, e, evidentemente, com a contribuição imprescindível do meu querido Estado de Mato Grosso.

            Na última semana, o maior mercado consumidor do mundo, o mercado chinês, abriu suas portas à carne de Mato Grosso. Quer dizer, não temos mais restrições para vender as carnes bovinas de excelente qualidade de Mato Grosso para a China.

            Para que as Srªs Senadoras, os Srs. Senadores e nossa população, todos que nos ouvem e assistem pelo sistema de comunicação desta Casa entendam o que isso significa, basta eu apresentar os números do consumo de carne pelos chineses.

            Segundo a FAO, órgão das Nações Unidas para a alimentação, em 2007, somente a China - atentem senhoras e senhores que nos veem e que ouvem e Srªs e Srs. Senadores - consumiu 85 milhões de toneladas de carne. Para termos uma comparação, os Estados Unidos consumiram 38 milhões, e nós, brasileiros, que adoramos, aliás - não é, Senador gaúcho aí? -, um churrasquinho nos finais de semana - nós mato-grossenses gostamos muito também; aliás, todos os brasileiros -, consumimos 16,7 milhões de toneladas de carne por ano. E a China, 85 milhões de toneladas.

            O consumo per capita de carne bovina na China é de apenas 4 quilos por ano. Ainda assim, os chineses já consomem 10% da produção mundial. Se cada chinês consumisse a mesma quantidade de carne bovina que um brasileiro, 25,5 quilos, que é o que o brasileiro consome, a China responderia por 75% do consumo mundial, Senador Botelho.

            Estes números refletem a dimensão daquele mercado consumidor. É o país mais populoso do mundo, com quase um bilhão e meio de habitantes, e que está em meio a um ciclo de desenvolvimento econômico e social impressionante, que tem colocado mais e mais chineses em condições de ampliar seu consumo de alimentos que são considerados mais caros, como a carne.

            Apesar de ainda representar um consumo relativamente pequeno, o crescimento no consumo, nos últimos anos, nos anima a vislumbrar aumento na participação de nossas carnes naquele mercado. Observamos um salto na demanda de carne bovina, que saiu de 6 mil toneladas importadas para 25 mil neste ano, segundo prevê o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A abertura desse mercado representa um alento - um alento muito grande - para os produtores de Mato Grosso, para o meu Mato Grosso, que sofreu com alguns embargos que prejudicaram o sistema produtor e que podem ser sentidos pelo fechamento de grandes e importantes frigoríficos no Estado. Essa situação não prejudicou apenas o produtor, mas muitos municípios que tinham a sua receita baseada na produção de carne.

            A crise foi tão grave, senhoras e senhores, que muitos produtores entraram em desespero e acabaram por abater matrizes; quer dizer, para reduzir os rebanhos, abateram as fêmeas, e não só os machos, o que freou o crescimento em 2008. Entretanto, ações do Governo do Estado em 2009 frearam a redução do rebanho e garantiram o crescimento e sustentabilidade à pecuária da região.

            O rebanho bovino mato-grossense totalizou 27,295 milhões de cabeças em 2009 - atentem, senhores, Mato Grosso produz mesmo! - e cresceu 5% em relação ao ano anterior, conforme levantamento do Indea, divulgado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso - Acrimat.

            Das 1,314 milhão de novas cabeças contabilizadas, 212,6 mil foram de animais machos e 1,101 milhão de fêmeas - altas de 2% e 7% sobre 2008, respectivamente. Os produtores investiram pesado, senhoras e senhores, em tecnologia para aumentar a eficiência na produção, o que tem impacto direto na redução da área necessária para produzir carne e leite.

            A abertura da China à carne de Mato Grosso é resultado direto do comprometimento de nossos produtores e do Governo do Estado, que, como costumo dizer, pegaram literalmente esse boi pelo chifre e vacinaram 100% do rebanho mato-grossense - 100%. Segundo o Indea, essa vacinação foi espontânea, representando a preocupação e a conscientização da necessidade de se atingir parâmetros de qualidade para garantir acesso a mercados internacionais. Como o Presidente da Acrimat, Sr. Mário Candia, faz muito bem em ressaltar em suas falas, o Mato Grosso não tem um caso sequer de aftosa há 14 anos. Nenhum caso. Nenhum caso.

            O sucesso da campanha de vacinação se dá pelo empenho de 105 mil proprietários rurais, que investiram mais de R$40 milhões na compra de vacinas.

            Se 2009 foi o ano da abertura para as aves brasileiras, este ano será o ano da carne bovina brasileira, especialmente mato-grossense. Finalmente, o governo chinês reconheceu o Mato Grosso como área livre de febre aftosa, liberando, com isso, a importação de carne bovina.

            O embargo à carne mato-grossense existia desde 2005. Nesses quase cinco anos, os produtores mato-grossenses se uniram em função da comprovação da erradicação da doença.

            Não existe aftosa em Mato Grosso há 14 anos.

            A exportação para a China nunca foi totalmente paralisada. Durante o período do embargo, as vendas eram indiretas para Hong Kong. O Estado estava exportando cerca de 478 toneladas por mês, o que resultou em um ingresso mensal de US$3,56 milhões. A perspectiva é ampliar em muito esse volume.

            Apesar de o mercado chinês representar hoje uma fatia pequena nas exportações de carne de Mato Grosso, as perspectivas são excelentes, e estamos crescendo de forma consistente e sustentável nossa participação no volume de carne exportada pelo País. Por outro lado, quando vendemos subprodutos do boi à China, é um grande destino para a produção do Estado.

            Em 2009, senhoras e senhores, 77% dos miúdos de boi foram exportados por Mato Grosso para a China. Logo, já temos expertise em exportar para a China. Basta aplicá-la à carne e seremos, com toda certeza, o maior exportador de carne do Brasil.

            Sei que muitos devem estar pensando que essa demanda incrível que se apresenta à carne de Mato Grosso poderia significar pressão por desmatamento, além do aumento da emissão de gases metano pelo crescimento dos rebanhos. Mas não. Esse pensamento é apenas inevitável, as pessoas pensam isso, mas devemos lembrar que grandes produtores rurais estão investindo em tecnologia que tornam suas produções ambientalmente sustentáveis.

            Redução no período de confinamento aliado à melhoria na nutrição dos animais são armas importantes que os produtores de Mato Grosso estão estudando para reduzir a emissão de gases metano, um dos vilões do aquecimento global pelos animais.

            Os resultados parecem animadores e plenamente vantajosos para os produtores.

            A pressão internacional pela melhoria da qualidade e eficiência ambiental para a produção de carne, especialmente para exportação, tem levado nossos produtores a investirem cada vez mais em tecnologia.

            O mundo não quer mais consumir produtos de origem animal que não venham de fontes sustentáveis, que respeitem, ao mesmo tempo, as pessoas, o meio ambiente e a legislação. Nossos produtores rurais de Mato Grosso estão cada vez mais atentos a essa demanda. Tal fato, em conjunto com as ações de vigilância da Amazônia para evitar desmatamento ilegal, cada vez mais precisas, nos tranquilizam de que, cada vez mais, o boi produzido em Mato Grosso é o boi chamado boi verde.

            Parabéns à Acrimat e parabéns a seus dirigentes, simbolizados na figura do grande mato-grossense Mário Candia, por conseguir colocar Mato Grosso em mais uma posição de destaque na pauta de exportações do Brasil, reforçando cada vez mais a vocação do Estado de Mato Grosso para Estado do agronegócio, gerando renda e emprego para nossa gente, ao grande produtor e, principalmente, ao pequeno produtor também, que, em conjunto, fazem uma dupla que faz com que Mato Grosso cresça cada vez mais no agronegócio, tanto na agricultura quanto na pecuária, mas também na agricultura familiar, porque hoje Mato Grosso está mostrando para que veio.

            Quero também, ainda, rapidamente, falar que ontem, Quarta-feira de Cinzas, o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil - Conic, lançou oficialmente a Campanha da Fraternidade 2010 e escolheu para esse lançamento o Estado de Santa Catarina, o Estado da nossa querida Senadora Ideli Salvatti.

            Aplaudo a campanha deste ano, pela feliz ideia de seu lançamento ser em Santa Catarina, Estado que vem enfrentando terríveis dificuldades devido às fortes chuvas, que tantos prejuízos causaram a sua população - Santa Catarina, que ainda chora a perda no Haiti de sua filha mais ilustre, a Drª Zilda Arns, reconhecida mundialmente pelos trabalhos que desenvolveu pela saúde principalmente das crianças e dos idosos, num trabalho humanitário sem precedente.

            Neste momento de mais uma campanha pela fraternidade, tema tão caro à Drª Zilda, faço questão de mais uma vez homenageá-la. Brasileira fantástica, médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, irmã de Dom Paulo Evaristo Arns e tia do nosso querido Senador Flávio Arns.

            O tema desta edição abre um leque de reflexões que com certeza incomodará muita gente, por tratar de um assunto extraído do Evangelho de São Mateus, que alerta para a relação que cada um de nós mantém com o dinheiro.

            “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, tema da Campanha da Fraternidade do ano de 2010. Para o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs esse tema corresponde a uma problemática do momento, e, nesta Campanha da Fraternidade, a defesa será para que a economia não seja apenas fonte de exploração e enriquecimento dos homens e dos países, mas para que o dinheiro e as riquezas do mundo todo, de todos os países e povos, sejam utilizados também como meio de diminuir as desigualdades sociais, implicando a luta pela erradicação da fome e da miséria no planeta Terra. Ela exigirá, fundamentalmente, que todos reflitam sobre a necessidade de haver mais solidariedade entre os povos.

            Uma celebração ecumênica aconteceu, na tarde de ontem, na Universidade Federal de Santa Catarina, marcando o início da campanha deste ano.

            O Arcebispo da capital, Dom Murilo Krieger, celebrou uma missa na Catedral Metropolitana, que marca a apresentação do movimento aos fiéis católicos e abre o período da Quaresma.

            “Segundo o Arcebispo, o importante é ter uma mentalidade solidária, que faça com que esta riqueza beneficie a todos.” Até o lançamento da próxima campanha, serão, com certeza, realizadas reflexões, debates, palestras, leituras bíblicas, além de iniciativas particulares, comunitárias e eclesiásticas.

            Realmente, é importante que esta Campanha da Fraternidade faça com que cada brasileiro e cada brasileira faça uma reflexão profunda sobre esse tema, que é da maior relevância. Realmente, é para pararmos para pensar no tema que diz a todos nós, brasileiros e brasileiras, que não se pode servir a Deus a ao dinheiro. Servirmos a Deus significa estarmos a serviço da solidariedade, dos nossos irmãos, de todos e todas que vivem e convivem conosco.

            Hoje, pela manhã, ainda estive no Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, que está acontecendo a partir de hoje, e a nossa Ministra Dilma Rousseff lá esteve, trazendo uma fala fundamental em termos econômicos e sociais para o nosso País, em que mostrou realmente que o nosso Governo, o Governo do Presidente Lula, é um Governo que procura construir um Brasil para todos e para todas, mas com muita força, com muita determinação, com muita solidariedade para com os mais despossuídos.

            Um aparte ao Senador Botelho.

            O Sr. Augusto Botelho (Bloco/PT - RR) - Senadora Serys, estou pedindo um aparte para falar, realmente, que a Campanha da Fraternidade, neste ano, tem o aspecto ecumênico: são várias denominações cristãs, que se reuniram para trabalhar sobre esse tema. É muito importante que haja essa união das igrejas, porque a Campanha da Fraternidade é uma campanha de solidariedade com os mais necessitados, com os mais pobres e também de conscientização da população. O tema principal é: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, simultaneamente. Mas acho que essa Campanha, como todo o tempo durante a Quaresma, angaria fundos, para fazer cursos de treinamento para os mais pobres, para melhorar as condições de vida dos mais necessitados. Então, gostaria, juntamente com o discurso de V. Exª, de fazer um apelo, para que as pessoas participem, contribuam, para que possamos trabalhar dentro do espírito cristão e congregar mais ainda as igrejas cristãs; para que possamos difundir a palavra de Cristo. Muito obrigado.

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Obrigada, Senador Botelho.

            Realmente é um momento bonito, no nosso País, a Campanha da Fraternidade, em que as igrejas se unem; em que as igrejas cristãs buscam, com o mesmo fervor, com a mesma determinação, com a fé em Cristo, promover um ano de debates, de muito trabalho bíblico - vamos dizer assim -; em que todas as igrejas buscam, com fé e com determinação, ajudar na construção de uma sociedade melhor, especialmente para os mais despossuídos.

            A todas as igrejas que estão juntas, neste momento da Campanha da Fraternidade, a nossa crença de realmente crer no Senhor Maior; a todos aqueles que juntos buscam a construção da solidariedade para uma sociedade melhor. Eu sei que são padres, pastores, bispos, todos juntos nessa vontade de ajudar a construir a sociedade que o Senhor realmente busca, que é a da generosidade, da fraternidade, da solidariedade, muito especialmente. Realmente, este é um momento grande para o nosso País, no qual se desencadeia a Campanha da Fraternidade.

            Por último, queria dar uma palavra a respeito de algo sobre o qual quem está falando em solidariedade precisaria falar neste momento. Estou-me referindo à liberdade e à solidariedade. Quero aqui mencionar, infelizmente, o excesso de chuva que se abate sobre o meu Mato Grosso.

            Com as chuvas acima da média, nós que detemos mandato devemos mobilizar-nos - e também a sociedade -, para colocar em prática a fraternidade e ajudar, com doações de todas as formas, as famílias atingidas pelas chuvas em todos os lugares. Mas, no caso, estou falando do meu Mato Grosso.

            Quero externar minha imensa preocupação com os Municípios atingidos pelas inundações geradas pelas cheias de rios em cidades de Mato Grosso. Segundo a Defesa Civil, já são 21 mil pessoas atingidas. Pelas informações que tenho, são os Municípios de Várzea Grande, Santo Antônio do Leverger, Barra do Bugres, Tangará da Serra, Barão de Melgaço, Peixoto de Azevedo e Cáceres.

            Nessa conta, repito, são praticamente 21 mil pessoas atingidas em Cáceres, Santo Antônio do Leverger, Barra do Garças, Municípios cujos nomes já citei, e em Cuiabá.

            Dizem as jornalistas Joanice de Deus e Renê Dióz, do Diário de Cuiabá:

            “[...] o panorama mais crítico de inundações é o de Santo Antônio de Leverger, a 34 quilômetros de Cuiabá, que não via uma cheia tão devastadora do rio Cuiabá desde 1995. Por lá, a régua [...] instalada no rio Cuiabá apontou, na terça-feira, a altura de 9,45 metros, configurando cota de alerta [...].

            Felizmente, ontem, senhoras e senhores, a água já havia baixado cinco centímetros, e acreditamos que a tendência agora é diminuir.

            (O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Estou encerrando, Sr. Presidente.

            Já liguei para alguns Prefeitos desses Municípios, colocando-me à disposição, para acionar possíveis ajudas do nosso Governo Federal.

            Falei também com o Vice-Governador, Silval Barbosa, que está, neste momento, no Município de Alto Garças, em que, felizmente, não há enchente. Ele está lá com o Prefeito Trentini e com muitas lideranças de vários partidos, com lideranças da nossa querida cidade de Alto Garças. O Vice-Governador, Silval Barbosa, já sobrevoou os Municípios e comunicou ter liberado as primeiras ajudas aos Municípios atingidos, como combustível, medicamentos, cestas básicas. Agora, estou aguardando as últimas informações sobre declaração de estado de emergência, bem como o reconhecimento pelo Governo do Estado, para legalmente pleitear a ajuda do Governo Federal.

            Fica, nesses primeiros momentos...

            (Interrupção do som.)

            (O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Dois minutos, Sr. Presidente.

            Fica, nesses primeiros momentos, a minha total solidariedade às pessoas atingidas. Informo que estarei em plantão permanente para o encaminhamento dos pleitos desses Municípios.

            Até o momento, no total, de acordo com o Boletim da Defesa Civil de meu Estado, pelo menos, esses sete Municípios, os quais já li, estão com problemas sérios.

            Seguindo ainda a reportagem do Diário de Cuiabá: “em Barra do Bugres, por exemplo, ocorreram enxurradas e inundações bruscas que ocasionaram a queda de barreiras, o deslizamento de cabeceiras de seis pontes, inundação de residências, comércio, imóveis públicos e privados, tanto na zona urbana quanto rural”.

            Em Cáceres, o Estado prestou ajuda e levou até a localidade centenas de cestas de alimentos, cobertores, colchões, filtros d’água. “Cáceres está sob controle, mas chove muito em Tangará Serra (por onde passa o rio Sepotuba, afluente do Paraguai)”. Além de Tangará, outros Municípios foram atingidos.

            Ponto também considerado preocupante, o nível das águas na represa do Manso durante as chuvas está ainda abaixo da cota de alerta, como tranquilizou o Vice-Governador. Lá, o nível de alerta é de oito metros. Ontem, a água estava em 6,4 metros.

            Já na Grande Cuiabá, as chuvas estão menos intensas, mas o volume de precipitações nas regiões médio norte e norte do Estado mantinham o estado de atenção. Somente em um único dia choveu 130 milímetros em Juara. Belíssimo Município de nosso Estado do Mato Grosso, Juara fica a 709 quilômetros Cuiabá.

            Espero que consigamos contornar todas essas situações da forma mais rápida e possível. Minha solidariedade ao meu povo matogrossense. Garanto que farei tudo o que tiver a meu alcance para ajudar e garantir os direitos a essas pessoas que foram atingidas pelas chuvas por essa tragédia.

            Obrigada, Sr. Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Professora Serys Slhessarenko. Mas, quando V. Exª dava aula, V. Exª lembrava que as cores do Brasil são aquelas ali da bandeira: o verde, amarelo, branco e azul. Iguais as cores da bandeira do Piauí. Não é?

            Esse vermelho talvez seja esse negócio de fantasia de Carnaval.

            A Srª Serys Slhessarenko (Bloco/PT - MT) - Não, Sr. Presidente, tenho aqui as cores do Brasil.... (fora do microfone).


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/02/2010 - Página 3373