Pronunciamento de Paulo Paim em 23/02/2010
Discurso durante a 15ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Reverência à memória da Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral Nacional e Internacional da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa; do Dr. Luiz Carlos Costa, representante da ONU; e dos militares brasileiros vitimados pelo terremoto no Haiti.
- Autor
- Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
- Nome completo: Paulo Renato Paim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Reverência à memória da Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral Nacional e Internacional da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa; do Dr. Luiz Carlos Costa, representante da ONU; e dos militares brasileiros vitimados pelo terremoto no Haiti.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/02/2010 - Página 3982
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM POSTUMA, ZILDA ARNS, MEDICO, FUNDADOR, ENTIDADE, IGREJA CATOLICA, ASSISTENCIA, CRIANÇA, IDOSO, SITUAÇÃO, POBREZA, ABANDONO, REPRESENTANTE, BRASIL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), MILITAR, FORÇAS ARMADAS, VITIMA, ABALO SISMICO, PAIS ESTRANGEIRO, HAITI.
- ELOGIO, VIDA PUBLICA, ZILDA ARNS, MEDICO, EMPENHO, APROVAÇÃO, PROJETO, AMPLIAÇÃO, LICENÇA-MATERNIDADE, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, ESTATUTO, IDOSO.
- ELOGIO, BRAVURA, MILITAR, FORÇAS ARMADAS, LEITURA, NOME, SOLDADO, SIMULTANEIDADE, HOMENAGEM, BANDA DE MUSICA, EXERCITO.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mão Santa, nossos convidados, militares, representantes dos familiares que faleceram no Haiti, Senadores, Deputados, convidados.
Senador Mão Santa, neste momento, depois que cerca de trinta Senadores usaram a palavra, entendo eu que talvez a melhor forma de homenagear a Drª Zilda, os militares e os civis que morreram no Haiti, Senador Flávio Arns, meu amigo, seria falar muito pouco. E pretendo fazer isso.
Primeiro, Senadora Patrícia Saboya - aqui ao lado, sentada -, como foi bom, naquela reunião da Comissão de Direitos Humanos e também de Assuntos Sociais, quando a Drª Zilda veio para defender projeto de sua autoria, que eu relatava, de ampliar a licença maternidade de quatro para seis meses.
Senador Flávio Arns, como foi bom, lá na Câmara ainda, quando foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente, ter lá a mão, a marca, o carinho e a grandeza da Drª Zilda. Como foi bom, Senador Flávio Arns, quando nós aprovamos o Estatuto do Idoso e a CNBB teve um papel fundamental. Estava ali a marca, o carinho também da nossa querida Drª Zilda.
Falar nesta tarde da Drª Zilda seria repetir todos os discursos que aqui fizeram. Eu diria: a Drª Zilda para mim lembra a Madre Teresa de Calcutá. Eu diria: a Drª Zilda para mim lembra pessoas que são marcas que guiam nossas vidas, como Ghandi. Por isso, a melhor forma de homenageá-la, entendo eu neste momento, é me dirigir a vocês que estão aqui, da Pastoral da Criança, da Pastoral dos Idosos, e dizer o seguinte: vamos bater uma grande salva de palmas para a Pastoral das Crianças e a Pastoral dos Idosos. (Palmas.)
Tenho certeza de que, lá do alto, ela vai dizer: “Que bom, que bom!”. A Drª Zilda para mim entra para a história como aqueles homens e mulheres que nunca morrem, porque seus ideais estarão sempre vivos, e muito vivos, junto de todos nós.
Eu quero, com esta rapidez, deixar aqui o meu carinho ao nosso representante na ONU, que estava lá nessa missão de paz e faleceu, o Sr. Luiz Carlos Costa, e dizer: Luiz Carlos Costa, você está presente. Queria aqui também dizer para todos vocês que, muito mais do que falar do trabalho dos nossos dezenove militares que lá faleceram, se eu pudesse - sei que não tenho esse poder -, eu olharia lá para a Banda da Cavalaria da Guarda do Exército e, se o momento permitisse, diria para vocês: toquem, sim, os clarins; rufem os tambores, porque eu vou aqui - não importa se repito - citar o nome de cada um desses heróis. Toquem os clarins, rufem os tambores, nem que quebremos o protocolo, toquem os clarins porque eu vou ler o nome de cada um dos nossos heróis e vou dizer presente:
Drª Zilda Arns, presente; Ismo Sr. Luiz Carlos Costa, presente;
General de Brigada do Exército Brasileiro Sr. Emílio Carlos Torres dos Santos, presente;
General de Brigada do Exército Brasileiro Sr. João Eliseu Souza Zanin, presente;
Coronel do Exército Brasileiro Marcus Vinícius Macedo Cysneiros, presente;
Tenente-Coronel do Exército Brasileiro Francisco Adolfo Vianna Martins Filho, presente;
Tenente-Coronel do Exército Brasileiro Márcio Guimarães Martins, presente;
Capitão do Exército Brasileiro Bruno Ribeiro Mário, presente;
Capitão da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva, presente;
2º Tenente do Exército Brasileiro Raniel Batista Camargos, presente;
1º Sargento do Exército Brasileiro Davi Ramos de Lima, presente;
1º Sargento do Exército Brasileiro Leonardo de Castro Carvalho, presente;
2º Sargento do Exército Brasileiro Rodrigo de Souza Lima, presente;
3º Sargento do Exército Brasileiro Ari Dirceu Fernandes Júnior, presente;
3º Sargento do Exército Brasileiro Washington Luis de Souza Serafhin, presente;
3º Sargento do Exército Brasileiro Douglas Pedrotti Neckel, presente;
Cabo do Exército Brasileiro Rodrigo Augusto da Silva, presente;
Cabo do Exército Brasileiro Antônio José Anacleto, presente;
Cabo do Exército Brasileiro Felipe Gonçalves Júlio, presente;
Cabo do Exército Brasileiro Tiago Anaya Detimermani, presente;
Cabo do Exército Brasileiro Kleber da Silva Santos, presente.
Muito obrigado à Banda, muito obrigado aos senhores. (Palmas.)
(Apresentação da Banda.)
O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Encerro esta minha pequena fala dizendo a todos os senhores que, quando eu olhava para aquele telão e via o sorriso jovem da Drª Zilda, olhei também cada um dos nossos heróis que faleceram. Ali eu via homens de 22, de 24, de 25, de 35, de 45 anos e falava com o senhor que sentava ao meu lado, que me dizia: “Éramos mil e duzentos. Depois do que aconteceu, mandamos mais novecentos. Somos dois mil hoje lá ajudando na reconstrução do Haiti”.
Meus amigos, tenho filhos na idade dos que eu vi ali e quero aqui dividir a dor de vocês e a dor do Brasil, dos pais e mães dos que perderam a vida no Haiti. O filho de 22, de 24, de 26, de 28, de 35 ou de 40 anos é, para nós, sempre o “meu menino”. Sei da dor que cada um de vocês sentiu. Sei, meu amigo Flávio Arns, que a Drª Zilda, lá do alto, está dizendo. Muito daqueles meninos que ali faleceram - meninos como força de carinho e de expressão, pois eram homens, guerreiros, soldados - estavam fazendo a segurança dela e faleceram com ela nessa grande missão.
Eu só posso dizer, depois de agradecer pelo carinho da Banda, que me ajudou no pronunciamento, aos senhores e senhoras que acompanharam de pé esse momento bonito de homenagem a todos que perderam a vida no Haiti que a emoção que tomou conta deste plenário neste dia é uma coisa bonita, é uma coisa linda, de solidariedade, de generosidade, de grandeza e de uma política de igualdade.
Eu daria vivas às Forças Armadas brasileiras. Viva, principalmente, neste momento, o Exército Brasileiro, porque foram todos heróis do nosso Exército que lá faleceram! E viva, viva, sim, todos aqueles que estão ajudando na reconstrução do Haiti!
Termino dizendo, com muito carinho - e não fica aqui nenhuma conotação político-partidária -, que a melhor frase do Presidente Lula no Fórum Social Mundial de Porto Alegre foi: “Meus amigos do mundo todo que estão aqui, se vocês tirarem somente uma decisão e se a decisão for de nós todos sairmos daqui para ajudar a reconstruir o Haiti, o Fórum Social Mundial já cumpriu a sua obrigação”.
Muito obrigado a todos!
Viva toda nossa gente! (Palmas.)
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