O SR. GEOVANI BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, trago hoje à tribuna uma elegia ao meu querido Estado do Amapá, usando tema recorrente nesta tribuna e sobre o qual me manifesto sempre que posso. Falo do turismo, poderoso segmento através do qual revelamos ao mundo as potencialidades e belezas de cada localidade, enquanto consolidamos um processo no conhecimento da história, na sedimentação de costumes, na valorização das tradições, na geração de emprego e renda e na formação profissional.

            O turismo é, muito provavelmente, o mais pacífico dos temas quando se fala em desenvolvimento: ninguém discute que aproveitar de forma construtiva os recursos e belezas de uma região é a maneira mais inteligente de torná-la conhecida e procurada por todos.

            Muito recentemente, tivemos, em Macapá, a segunda oficina de validação pública do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) do Polo Roteiro Maracá e Cunani.

            O polo abrange 12 Municípios do meu querido Estado: Mazagão, Santana, Macapá, Ferreira Gomes, Porto Grande, Tartarugalzinho, Pracuúba, Amapá, Calçoene, Oiapoque, Serra do Navio e Cutias do Araguari. O diagnóstico apresentado é um dos produtos do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) que compõem o PDITS.

            Durante a audiência, foram apresentados relatórios, diagnósticos, estratégias e planos de desenvolvimento que visem a melhorar as atividades do turismo da minha região.

            Senhores, este programa é um instrumento de planejamento do turismo em uma área geográfica selecionada que tem por objetivo principal orientar o crescimento do setor em bases sustentáveis, em curto, médio e longo prazo, estabelecendo as estratégias para a definição de ações, prioridades e tomada de decisões, além da captação de recursos para investimento em infraestrutura.

            Ainda dentro deste anseio de aumentar a competitividade dos destinos turísticos, tivemos, esta semana, o lançamento do programa “Caminhos do Sabor - A União faz o destino”, numa parceria que envolve a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o Ministério do Turismo e o Sebrae.

            O foco estratégico do programa é o desenvolvimento para o setor de alimentação, gerando vantagens competitivas para o turismo, bem como o envolvimento e o comprometimento do poder público, dos empresários e da sociedade civil.

            Muitos desconhecem as delícias do nosso Estado - com a permissão dos nossos queridos Senadores e Senadoras - e certamente por isso não o procuram potencialmente como destino turístico. É assim mesmo. Prega o adágio popular que quem não é visto não é lembrado. Estou aqui hoje com o propósito de fazer esse chamamento.

            O Estado do Amapá possui uma culinária singular, preparada com o que há de mais saboroso e natural da fauna e da flora amazônicas, numa herança dos primeiros habitantes da região: os índios.

            Foi com eles que os amapaenses aprenderam a preparar pratos deliciosos, como a pescada de gurijuba, peixe típico da região; o tucunaré na brasa; e o inesquecível camarão ao bafo. Tem ainda o saboroso e hoje tradicional suco do açaí, o vinho do açaí, todas delícias amazônicas.

            Da gastronomia vamos aos monumentos históricos, como o museu Joaquim Caetano, inaugurado em 1895. Entre outros elementos de nossa rica história, o museu reúne todo o acervo da Janary Nunes e a história do meu querido Estado, a nossa história amapaense, desde o período do Contestado, passando pela fase da Cabanagem e do Território Federal, até a atualidade.

            Possui sala dedicada à arqueologia, preparada para receber peças raras que contam a história ancestral do Amapá, as civilizações Maracá e Cunani, os achados arqueológicos dos sítios espalhados pelo Amapá. Já fotografias antigas contam os primeiros anos da cidade. Uma preciosidade!

            Temos a nossa belíssima fortaleza de São José de Macapá. Entender seu papel é entender o significado de um forte dentro do contexto da disputa territorial da Coroa Portuguesa com grandes potências europeias dos séculos XVII e XVIII.

            A questão fronteiriça nessa região sempre gerou inúmeros conflitos, forçando Portugal a construir uma estrutura do tamanho de suas pretensões que era a de consolidar sua presença naquela área. É um dos maiores fortes construídos pela Coroa Portuguesa em terras brasileiras.

            Sabiam V. Exªs, telespectadores e ouvintes da rádio Senado, que a fortaleza de São José de Macapá foi eleita uma das sete maravilhas do Brasil? Lá, a gente vê o que os portugueses foram capazes de fazer para guardar aquele canto do Brasil.

            Pelos Municípios se estendem as belezas e, consequentemente, o chamamento ao turismo. Em Pedra Branca do Amapari, existem grandes áreas de florestas densas, cachoeiras e corredeiras, como a da Água Fria, excelente e revigorante para banhos. Em Calçoene, ao norte do Estado, encontra-se o Parque Arqueológico do Solstício, um círculo de pedras que se supõe ser um antigo observatório indígena; a praia do Goiabal, quase intocada... A Serra do Navio é uma atração à parte, com rios que cortam o Município, proporcionando um belíssimo passeio de barco pelas comunidades ribeirinhas e belas paisagens. Com sua fauna muito rica, Serra do Navio é o único lugar do Brasil onde existe uma espécie rara de beija-flor, o “brilho de fogo”.

            No distante Oiapoque, extremo norte do nosso querido Brasil, já se investe em ecoturismo. O Município possui excelentes lugares para banho, trilhas e para a prática da pesca esportiva. Numa travessia rápida pelo rio Oiapoque, chega-se a Saint Georges, cidade do outro lado do rio, já em território francês. Lá se vê a pororoca, fenômeno que ocorre durante o encontro das águas do oceano Atlântico com as do rio Araguari.

            Cutias é outra localidade peculiar, com o voo dos guarás, ave de cor vermelha, e o tradicional festival do pirarucu, com muitas comidas típicas e artesanato.

            E as belezas se desdobram e se derramam sobre cada Município do nosso querido Estado...

            Aqui, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço apenas breve registro que vem acompanhado de um desejo intenso de mostrar o Amapá ao Brasil. Desejo de dizer: “Ei, estamos aqui! Somos parte dessa terra amada, somos expressão direta da diversidade cultural brasileira!”

            Vamos mostrar o Brasil aos brasileiros. Vamos somar forças nessa corrente que potencializa o que já é belo e oferece a contemplação do raro, do pitoresco, do incomparável.

            Ao meu querido Amapá, à sua valorosa gente e às belezas que Deus lhe concedeu, o meu muito obrigado e a minha singela homenagem nesta breve comunicação.

            Antes, Srª Presidente, eu gostaria de homenagear aqui, neste momento, da tribuna do Senado Federal, com a permissão de V. Exªs, a presença do meu eterno assessor, desde quando fui Vereador, há 30 e poucos anos, Jaci Siqueira, assessor legislativo; o meu querido amigo também, de longas datas, ex-Vereador, da minha querida cidade de Santana, o João Porfírio, o nosso querido Popó, Presidente da Federação Amapaense de Teatro, e do seu inseparável companheiro, Disney Silva, Vice-Presidente da Federação de Teatro do Amapá.

            Muito obrigado, vocês nos brindam e nos honram aqui na tribuna de honra do Senado Federal

            Era o que tinha a dizer, Srª Presidente.

            Muito obrigado pela tolerância do tempo. A senhora, Presidente, tem realmente conduzido aqui com mão de ferro, com pulso, cumprindo o nosso Regimento Interno.

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