O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE. Para encaminhar

a votação. Com revisão do orador.) - Srª

Senadora Serys Slhessarenko, Srs. Senadores Cícero

Lucena, Eduardo Azeredo, Gerson Camata, Sadi

Cassol, Srªs e Srs. Senadores, serei breve nas considerações

que pretendo tecer sobre o falecimento

ocorrido anteontem do ex-Reitor da UNB, Professor

José Carlos Azevedo.

Ele faleceu aos 78 anos de idade em Brasília,

decorrência de um câncer que evoluiu pneumonia e

foi sepultado ontem, às 17 horas, no cemitério Campo

da Esperança.

O Professor e ex-Reitor da UNB José Carlos

Azevedo deixou duas filhas, três netos e a viúva Dona

Maria do Carmo.

Ele era nascido em Salvador, em 11 de janeiro

de 1932, e esteve à frente da gestão da Universidade

de Brasília por duas vezes seguidas, entre os anos de

1976 e 1985 exercendo a reitoria por oito anos e por

dezessete as funções de docente.

Ninguém pode desconhecer que o Reitor José

Carlos Azevedo, além de formado em engenharia e

arquitetura naval, era também em física e em engenharia

nuclear pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets,

nos Estados Unidos, sendo, também, PhD

em física na mesma instituição. Também era oficial -

estava já na reserva - da Marinha brasileira, razão pela

qual recebeu as honras militares que foram prestadas

pelo grupamento dos Fuzileiros Navais do grupamento

de Brasília.

Eu gostaria, antes de encerrar minhas considerações,

de dizer...

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Excelência.

O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE) - Eu gostaria

de ouvir, antes de encerrar, portanto, o nobre

Senador Gerson Camata.

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Eu queria,

junto com V. Exª - e creio que representando o pensamento

da maioria dos Senadores -, também tributar

uma homenagem a essa grande figura que foi o Dr.

José Carlos Azevedo, oficial da Marinha brasileira,

Reitor da Universidade de Brasília. É interessante registrar,

na biografia desse homem, primeiramente, que

ele foi o único reitor que teve dois mandatos à frente

da Universidade de Brasília.

O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE) - É verdade.

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Na verdade,

quem deu corpo, quem consolidou a Universidade

de Brasília foi ele. Na Universidade de Brasília, ele

agregou cursos, colocou cursos de pós-graduação e se

tornou, portanto, um benemérito dessa instituição de

ensino superior. O outro ponto é que, no Massachusetts

Institute of Technology, ele foi o segundo colocado,

tanto no curso de graduação quanto, depois, no curso

de pós-graduação. E recebeu inúmeras propostas de

instituições americanas, inclusive do Programa Atômico

Americano, que estava sendo tocado por uma

subsidiária da General Eletric, para ficar nos Estados

Unidos, porque eles o consideravam um pesquisador

excepcional. Ele deixou aquilo tudo, voltou ao Brasil e

não se dedicou à pesquisa. Foi exatamente ser professor,

foi multiplicar seus conhecimentos, foi ser o reitor

da Universidade de Brasília. E escreveu - até poucos

dias antes de morrer - aqueles artigos maravilhosos no

jornal Folha de S.Paulo, que a gente acompanhava,

com profundas reflexões sobre o Brasil. E, ultimamente,

sobre o problema do clima no mundo, dos perigos

que o mundo corria...

O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE) - A reunião

de Estocolmo.

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Com a

profundidade de um pós-graduado.

O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE) - É verdade.

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - É uma

perda para o Brasil. Nós todos estamos sentidos. E

apresentamos à D. Maria do Carmo e suas filhas o

sentimento de todos nós - junto com os de V. Exª.

O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE) - Pois não,

Nobre Senador Gerson Camata. Eu acolho o aparte

de V. Exª, posto que enriqueceu as considerações sobre

o ilustre falecido. Mas devo dizer que seu sepultamento

foi extremamente concorrido, e isso se explica

pelas razões que V. Exª acaba de assinalar. Ele era

uma pessoa de temperamento forte; mas, intelectualmente,

muito preparado em diferentes campos das

especialidades da engenharia e da física.

Ele muito contribuiu para consolidar a Universidade

de Brasília, que hoje é reputada como uma das

melhores do País.

Devo também mencionar, que ele apareceu com

um câncer extremamente agressivo, vindo há falecer

vinte dias depois de descobrir a enfermidade. Isso

surpreendeu a todos os que acompanhavam a sua

atividade intelectual aqui em Brasília, no País e no

exterior, como por exemplo, a Conferência Climática

de Copenhagen, em Estocolmo, acompanhando a

evolução das questões climáticas, que é um desafio

ainda mal resolvido e para o qual o Brasil terá de se

preparar com urgência.

Nobres Senadora Serys Slhessrenko, encerro a

minha palavra agradecendo a generosa possibilidade

que me concedeu de poder expressar esse sentimento

que, creio, é de toda a Casa pelo falecimento do Prof.

José Carlos Azevedo.