O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Geovani Borges, Srªs e Srs. Senadores, mais uma vez, subo a esta tribuna para tratar de um assunto triste e que precisa ser enfrentado por todos nós: Roraima está à beira de uma epidemia de dengue.

            O Ministério da Saúde confirmou que há epidemia de dengue em cinco Estados do País, sendo Roraima um deles. O problema também acomete Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre e Goiás.

            As autoridades de saúde consideram que há uma epidemia quando a incidência da doença, dengue, atinge 300 casos para cada 100 mil habitantes.

            A dengue, Sr. Presidente, é uma doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti. Ele é escuro, com listras brancas nas suas pernas e menor que um pernilongo comum, que um carapanã comum. Tem por hábito picar durante o dia, ao amanhecer e ao entardecer, e se desenvolve em água limpa e parada. Por isso é tão importante que a população brasileira esteja atenta a qualquer recipiente que possibilite o crescimento desses mosquitos.

            Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Roraima, o Município que está com a incidência mais alta da doença é Caroebe, no sul do Estado, com 67 notificações da doença este ano. São 885 pessoas notificadas por 100 mil habitantes.

            Os Municípios com média incidência da dengue são Caracaraí, com 28 notificações, uma média de 145 casos para cada 100 mil habitantes, e Rorainópolis, com 52 notificações, ou seja, 195 casos para cada 100 mil habitantes.

            Segundo o gerente do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, Sr. Joel de Melo Lima, como todas as ações de controle da dengue feitas pelo Ministério da Saúde, levam em conta os casos notificados, e por isso a Secretaria de Saúde do Estado trabalha assim também.

            De acordo com a Sesau, de janeiro a 18 de fevereiro passado, as notificações de dengue em Roraima somaram 361, sendo 86 casos por 100 mil habitantes, o que indica que o Estado está com baixa incidência da doença. Porém, devido à alta incidência da doença em Caroebe, sul de Roraima, que já está com 67 notificações da doença este ano, Roraima entrou na lista dos Estados que apresentam epidemia.

            Os demais Municípios, incluindo Boa Vista, que, de um total de 190 casos notificados, tem 21 casos confirmados de dengue clássico e um de dengue com complicação, estão com baixa incidência.

            Sr. Presidente Geovani Borges, acho que vale a pena ressaltar aqui no plenário que as ações de controle da dengue são diretamente de responsabilidade dos municípios, que são responsáveis pelo controle dos hábitats, das campanhas de vacinação. O Estado entra com a capacitação dos profissionais, dos médicos e dos enfermeiros, além de ser responsável pelo carro “fumacê”. Por isso, o Prefeito de cada Município brasileiro, especialmente os nossos Prefeitos de Roraima, precisa mais do que nunca da colaboração da população para evitar essa grave doença.

            Hoje, a preocupação das autoridades é com o vírus 4, pois a população do Brasil ainda não tem contato com ele. Nosso foco tem de ser a eliminação do mosquito, para evitarmos que a dengue atinja proporções maiores. E o meu Estado está em maior risco porque ao nosso lado, na Venezuela, circula o vírus tipo 4, assim como no Caribe.

            Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a capital de meu Estado, Boa Vista, está classificada em média incidência de dengue. Os dados divulgados pela Prefeitura de Boa Vista apontam que somente em janeiro foram 166 casos notificados, sendo 22 confirmados

            No resultado do último Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti - é um Índice que eles fazem de levantamento com pesquisas nos viveiros, nas casas -, divulgado agora em janeiro, houve uma redução do número de criadouros encontrados em relação ao levantamento feito em novembro de 2009. 

            A pesquisa foi realizada no período de 4 a 6 de janeiro, pelos agentes de saúde. No total, foram visitados seis mil domicílios em todos os 50 bairros da capital. A cidade foi dividida em 14 estratos, sendo que em três deles foi constatado o médio risco de transmissão da doença. Nos demais, a classificação foi de baixo risco. Mas as pessoas têm que continuar alertas e cuidar dos viveiros, não deixando água acumulada.

            Nessa edição da pesquisa, Boa Vista ficou com o índice médio de 0,6 de infestação, abaixo do índice 1, considerado como aceitável pelo Ministério da Saúde. Nos bairros Senador Hélio Campos e São Bento, constatou-se um aumento de 17% para 28,9% da presença de depósitos para armazenamento de água. Já nos bairros Pintolândia, Santa Luzia e Sílvio Botelho, o maior problema são as fossas. Neste caso, a orientação é vedar os respiradouros, evitando a reprodução do aedes.

            De todos os criadouros identificados durante a pesquisa, 42% foram encontrados no lixo doméstico, no lixo das suas casas, como latas, garrafas e até cascas de ovos descartadas de maneira incorreta. Quando você quebrar um ovo, você tem que esmagar a casca, deixá-la bem esmagadinha, porque o aedes se reproduz no pouquinho de água que se acumula na casca do ovo.

            Segundo informações da Superintendência de Vigilância em Saúde do nosso Município de Boa Vista, da nossa capital, houve uma redução geral dos índices de dengue em Boa Vista em 2009, comparando com o mesmo período de 2008.

            Em relação a 2008, constatou-se uma redução de 38,7% dos casos notificados da doença. Em números absolutos, em 2008 foram registradas 7.341 notificações. Já em 2009, esse número caiu para 4.494 notificações de dengue.

            Porém, Sr. Presidente, temos de estar alertas. A população precisa participar do combate ao mosquito transmissor da dengue para evitarmos que essa doença continue matando. Sim, porque agora todas as epidemias de dengue vão matar se a pessoa se distrair um pouquinho, porque a forma hemorrágica é grave. Ela pega repentinamente e às vezes fica difícil de segurar o paciente. Quando o paciente de dengue começar a ficar muito fraco, tem que correr para o para o posto de saúde, para o local mais próximo de recurso médico.

            Sr. Presidente, temos que estar alertas mesmo. A população precisa participar do combate para evitarmos que a doença continue matando pessoas em nosso País. Se cada um fizer a sua parte, a cidade vai acabar com a dengue.

            Converse com sua família, com seus amigos, com seus vizinhos, mostre a importância desta campanha, principalmente no meu Estado, que foi incluído entre os seis Estados que estão com epidemia de dengue.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado pela oportunidade.

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