Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da participação de S.Exa. da inauguração do Projeto Luz para Todos, em Vila Amazônia, zona rural de Parintins.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Registro da participação de S.Exa. da inauguração do Projeto Luz para Todos, em Vila Amazônia, zona rural de Parintins.
Aparteantes
Arthur Virgílio.
Publicação
Publicação no DSF de 05/03/2010 - Página 5666
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • ANUNCIO, PARTICIPAÇÃO, INAUGURAÇÃO, PROGRAMA, GOVERNO FEDERAL, INSTALAÇÃO, ENERGIA ELETRICA, COMUNIDADE, ZONA RURAL, MUNICIPIO, PARINTINS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), ELOGIO, PROJETO, PROMOÇÃO, DIGNIDADE, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, TRABALHO, POPULAÇÃO, REGISTRO, DIFICULDADE, MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME), EMPRESA DE ENERGIA ELETRICA, ENTRADA, REGIÃO AMAZONICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mão Santa, que preside esta sessão no início desta noite, quero dizer que, da mesma forma que o Padre Pedro, que é italiano e que deixa um país na Europa e vem para o distante interior do Brasil...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Santo mesmo, santo mesmo, como São Francisco era italiano.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - O relato do Senador Heráclito Fortes e as palavras de V. Exª me fazem também lembrar - e eu aproveito para registrar - que, em Parintins, cidade de que sou filho, os padres são italianos, da Congregação do PIME, e os padres italianos, em Parintins, e não só em Parintins, nos Municípios que compõem o entorno de Parintins, em Manaus, temos também obras relevantes, profundamente humanitárias de padres italianos. Então, quero dizer que são exemplos importantes de homens que largam a sua pátria, a sua família e se dedicam, dão a vida por causas nobres da humanidade.

            E quero falar de Parintins, Presidente Mão Santa. No próximo sábado, estarei na zona rural de Parintins para participar junto com os diretores da Amazonas Energia, do executor do projeto ‘Luz para Todos’, Sr. Robson de Bastos, na zona rural de Parintins, no Amazonas, comunidades ribeirinhas no interior da Amazônia. Esta comunidade de Vila Amazônia, na realidade, congrega quase três, quatro dezenas de pequenas outras comunidades rurais, populações tradicionais, mulheres, homens, trabalhadores, que vivem da agricultura.

            Presidente Mão Santa, eu vou participar da inauguração do ‘Luz para Todos’ nessa região. Vou porque estive na Vila Amazônia - estou falando do interior do Município de Parintins -, no início das obras do ‘Luz para Todos’ e constatei a alegria das famílias quando da execução da extensão de rede pelas comunidades que compõem um projeto do Governo Federal de assentamento Vila Amazônia.

            No sábado, 1.622 domicílios terão luz elétrica. É relevante esse registro, uma obra em torno de R$5,5 milhões do Governo Federal. E no Amazonas, com a inauguração desses domicílios com luz elétrica, 9.432 pessoas serão beneficiadas.

            Quero registrar aqui a importância desse programa social não só em Parintins, não só no Amazonas, mas em todo o Brasil. Esse programa, além de ser includente, diminui a exclusão social de trabalhadores, de trabalhadoras, de jovens, de estudantes que vivem no meio rural brasileiro sem energia elétrica.

            Então, quero destacar que o ‘Luz para Todos’, se não o mais importante, é um dos mais importantes programas sociais dos últimos anos. É um programa que atende a brasileiros excluídos de processos econômicos, excluídos de processos que diminuem esse fosso social entre aqueles que têm e os que não acesso ao ensino, a uma farmácia, a viver minimamente com dignidade. Então, o ‘Luz para Todos’ traz a energia para dentro de uma pequena residência na zona rural brasileira.

            Parece muito pouco para nós que nascemos e vivemos nos médios e grandes centros urbanos, nas grandes capitais brasileiras. Mas o ‘Luz para Todos’ na zona rural, principalmente na Amazônia, resgata, Senador Paulo Duque, a dignidade das famílias, e imediatamente, como agora, na Vila Amazônia, onde os trabalhadores têm um nível de organização, trará, com certeza, qualidade nos trabalhos cotidianos das famílias que vivem no projeto de assentamento. As associações e as cooperativas vão poder trabalhar, com certeza, com mais eficiência e qualidade. Então, o ‘Luz para Todos’ é um projeto que, na Amazônia, é uma verdadeira revolução.

            Sábado, em Parintins, teremos a inauguração do ‘Luz para Todos’ no projeto Vila Amazônia. Estarei lá, porque é uma conquista dos trabalhadores, de quem vive na Amazônia. Representa muito para os trabalhadores a energia na residência, na associação, onde o trabalhador vive, trabalha, sonha e mora.

            Então, este registro do ‘Luz para Todos’ em Parintins me alegra, por ver que, na Amazônia, principalmente na minha cidade, nós estamos superando dificuldades, nós estamos avançando no que diz respeito à luta pela qualidade de vida na zona rural. 

            É bom dizer que, no Estado do Amazonas, o ‘Luz para Todos’ ainda não alcançou metas significativas como no Nordeste brasileiro. São muitas as dificuldades. Essa atividade para a companhia que faz a gestão da energia no Amazonas é uma atividade nova. A empresa teve que se capacitar para trabalhar na Amazônia, com as distâncias, com o regime das águas. Fazer energia, extensão de rede em área de várzea na Amazônia não é simples. É um verdadeiro desafio para o Ministério de Minas e Energia, um verdadeiro desafio para a Amazonas Energia, a empresa que executa a obra, que faz a gestão da energia, fazer o ‘Luz para Todos’ na zona rural do nosso Estado.

            Mas é com alegria, Sr. Presidente, que registro esse avanço, essa energia na Vila Amazônia, que faz parte da história de Parintins, que compõe a economia do Município de Parintis, onde cerca de 1.800 famílias, segundo dados do Incra, vivem no projeto da Vila Amazônia.

            Penso que, no próximo sábado, a Vila Amazônia e os parintinenses estarão comemorando esse direito de ter energia nas suas residências.

            Acaba de chegar aqui o Senador Arthur Virgílio, que conhece a Vila Amazônia, que conhece Parintins, a luta do povo parintinense, a alegria de Parintins. Com certeza, essa conquista das comunidades da Vila Amazônia trará alegria não só para quem lá vive, mas é uma conquista do Município de Parintins. Espero que essa ação, que essa política do nosso Governo possa se estender a todas as residências rurais, não só na Amazônia, mas pelo interior deste Brasil.

            Concedo um aparte ao Senador Arthur Virgílio.

            O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Obrigado, Senador João Pedro. Parabéns a V. Exª pelo pronunciamento. Recebo, com muita alegria, tudo o que signifique melhoria para o nosso interior, que é tão sofrido, e, claro, para a nossa capital, para o Estado do Amazonas como um todo. Parintins tem uma razão muito especial para mim, porque V. Exª nasceu lá, mas eu sou cidadão de Parintins por decisão da Câmara Municipal. A Vila Amazônia tem passado por uma transformação muito positiva, principalmente nesses quase cinco anos e pouco do Governo Municipal do Prefeito Bi Garcia. A ideia de se ter iluminação farta... O que se pretende mesmo, eu gostaria mesmo era do Linhão de Tucuruí, porque o fator energia é o que atrai o investidor. Se ele souber que tem energia farta e barata, ele vem. Na análise econômica, a primeira conta que se fez é se tem energia ou não tem energia farta e barata. Depois vem se está perto de mercado consumidor, se está perto de estrada ou não... Inclusive, isso aí pode ser contornado por incentivos que o governo conceda, a exemplo do que acontece com a Zona Franca de Manaus, e não é de se desconhecer, até com certo prejuízo para os Estados, a excessiva guerra fiscal que existe. Mas os Estados dizem que dão o incentivo tal e tal, tal, terreno, mais isso e aquilo para ir para lá. Contorna-se até a distância dos grandes centros, a depender do acordo que se faça, mas o fator energia é essencial. Quando ele falta, quando ele rareia - e a gente precisa olhar isso com muita atenção no interior -, nós vemos que a economia fica em marasmo, fica vivendo dos repasses, enfim, porque as agroindústrias não se animam a ir para o local. Então, parabenizo V. Exª, que reconheço um lutador por Parintins, como eu também procuro ser um lutador por Parintins também e pelo interior em geral, inclusive com muitas coincidências. V. Exª tem dedicado emendas, nessa sua passagem pelo Senado, muito profícua, tem dedicado emendas para o Município de Parintins. Ali na Vila Amazônia mesmo, entre tantos benefícios que procuramos levar para lá, há aquele ferryboat, que veio de uma emenda parlamentar minha. Ou seja, cito que ali é um Município pólo, que já presta assistência de saúde aos Municípios vizinhos, que já presta assistência de saúde até a Municípios vizinhos do Estado do Pará, é um Município que tende a crescer e que tem crescido. Parece-me que é o que tem a maior população do interior do Estado e não é ligado por estrada a Manaus, é, ao contrário, distante de Manaus, mas é um Município que vem crescendo pelo turismo, vem crescendo pela divulgação do folclore do boi-bumbá. Precisaríamos ter um projeto de eternizar o boi-bumbá, ou melhor dizendo, perenizar. O turista que for lá em grupo teria o direito a ver o boi-bumbá todos os dias, um pouquinho, aquela coisa mínima. Mais comida típica... Estão nascendo as pousadas, as pessoas estão começando a acreditar mais na economia de Parintins, que está-se transformando. Enfim, entendo que o maduro mesmo é isto, juntarmos sempre os esforços para fazermos o melhor pelas comunidades, pelos Municípios, que esperam tanto de nós. Portanto, minha solidariedade e desejo a V. Exª uma boa inauguração, um bom trabalho, ao mesmo tempo em que...

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - V. Exª não tem agenda sábado em Parintins?

            O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Sábado, não. Eu havia programado uma outra coisa. Mas quem sabe até, de manhã... É uma coisa a ver. É uma coisa a ver, porque sei que é um evento bonito e a Vila Amazônia vai ficar em festa. De qualquer maneira, estarei lá, física ou espiritualmente, mas sabendo que todos os passos que alguém dê no sentido de beneficiar aquela região vai ter recompensa no futuro. Inclusive, eu tenho uma ideia, que cheguei a expor na campanha de 2006, que é de, depois de vermos toda essa confusão que há, inclusive ambiental, em relação a BR-319 - e entendo que deveríamos receber, como prêmio, o direito de construí-la, porque é o Estado que menos desmata, graças à Zona Franca de Manaus -, vejo que teríamos uma saída que passasse por Parintins, pela Vila Amazônia, e ligasse ali a Itaituba, uma saída talvez até menos traumática. Temos que levar em conta que algum arranhão à natureza tem que acontecer, para se quebrar o isolamento do Estado, para se diminuir o custo, tanto de importação quanto de exportação dos produtos, que são os produtos da nossa vida.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Impacto existe - grande, médio ou pequeno.

            O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Sempre existe. Imaginar que não haverá impacto é imaginar que o impacto seria a estagnação econômica para as populações, e isso é inaceitável. Temos que ver o impacto razoável, ver qual a melhor relação custo/benefício. Aí chegaríamos às demais estradas; estaríamos ligados ao eixo rodoviário central brasileiro. E eu creio que, se essa obra acontecesse, teríamos em três dias, 72 horas, levando em conta transporte rápido, até por rio mesmo, um dia desses seria dedicado ao transporte fluvial das mercadorias e os outros dois dias para levar a mercadoria até Porto Alegre. Estou querendo chegar ao extremo. Em três dias se levaria se houvesse essa estrada que passa por Vila Amazônia, Parintins, Itaituba, e malha viária nacional. É uma ideia ousada, enfim. Sei que, quando falamos isso, as pessoas... Lembro-me do gasoduto, a gente falava disso anos, anos e anos, as pessoas diziam: “Mas rasga um pouco a floresta”. É óbvio. Foi assim na Rússia, em qualquer lugar. Não dá para pedir às populações para morrerem de fome. Por outro lado, eu pergunto: o que é menos danoso para a natureza? Rasgar de uma vez só e ter o viaduto, e depois uma energia bastante razoável do ponto de vista ecológico, ou as usinas termoelétricas a diesel ficarem poluindo ano após ano, cada vez mais, como se não houvesse a poluição? As pessoas falam que estão rasgando a floresta. Mas e a poluição da energia a diesel? Por outro lado, se a gente olha o duto que leva de Urucu a Coari, já não se vê mais, está coberto. E o próprio gasoduto começa a ficar coberto também. Alguém pode falar: “Puxa, mas é mata secundária. Eu digo que é verdade, mas há um trabalho belíssimo da Petrobras que é o de repor as espécies. A orquídea, por exemplo, que foi destruída naquele momento, há um orquidário na Petrobras que devolve à mata aquelas espécies que foram retiradas, com muito cuidado científico, para, enfim, se pagar o tributo à natureza. Mas a natureza ganha, porque ela está perdendo muito mais com a termoelétrica a diesel. Ela ganhará mais quando efetivamente entrar em ação o gasoduto, enfim. Então, entendo que temos que discutir essas ideias, e discuti-las sem preconceitos, porque nenhum investimento significa achar que os amazônidas teriam que abandonar a região em prol dos mosquitos, dos jacarés, e não é assim. Temos uma civilização construída ali, temos 23 milhões de habitantes que ali habitam e que serão imprescindíveis para investigarmos a biodiversidade. Outro dia tive um episódio. Eu estava visitando um Município e precisava chegar ao Município de Silves - vou me estender só um minutinho mais. Existe um furo, chamado “furo do Liberato”. Estávamos de noite, em uma pequena voadeira, rondando, e eu disse: não vamos para lugar nenhum. Enquanto não amanhecer - e nosso objetivo é não deixar amanhecer -, não vamos para lugar nenhum. Eu disse: vamos parar e perguntar para alguém. Paramos na casa de um cidadão chamado Raimundo Sebastião. E o Raimundo Sebastião, por sorte nossa, é sobrinho do Sr. Liberato, que foi quem descobriu o furo, por isso tem o nome de “furo do Liberato”. Ou seja, fomos à casa do sobrinho do furo, que, em um minuto, levou-nos a Silves, recuperando o tempo que nós tínhamos perdido procurando em vão. Nessa procura, nosso barquinho esbarrou num jacaré de quase três metros, que bateu de leve nele, e ele correu. Era uma lancha estável e não haveria perigo, enfim, mas ele saiu. Natureza estonteante como é a nossa natureza. Mas eu olhei para aquele moço com uma admiração, Senador João Pedro, tão grande, porque eu vi ali: estavam conosco várias pessoas detentoras de grau universitário. Eu digo: todos nós analfabetos naquilo, e o Sr. Raimundo Sebastião um doutor em mata. Então, ele é tão doutor quanto o doutor do Inpa, sem o qual não se investiga a biodiversidade, mas o doutor do Inpa também não entra na mata sem ele, nem passa pelo “furo do Liberato” sem ele. Então, nós temos que pensar num investimento pra valer em ciência, tecnologia, laboratório em cima da biodiversidade - e o Inpa é mais do que categorizado para comandar esse trabalho -, juntando e dando empregos ao cientista PhD, que conhece profundamente o acúmulo de pesquisas que já se fizeram, e aos raimundos sebastiões, que são doutores em mata, doutores em floresta e que não devem ser desestimulados; devem ser estimulados a ficar lá, porque é aquilo que eles conhecem, é lá que eles podem colaborar com o País. Eles sabem muito bem onde está a planta que o cientista quer buscar. E sabem entrar e sair. Uma vez eu entrei na mata, Senador João Pedro, em Airão Velho, há muitos anos. Resolvi me desgarrar um pouco das pessoas que estavam comigo. E aí? E aí comecei a falar o nome das pessoas e estava um pouco mais escuro. E o que é mais grave: na mata, quando vai escurecendo um pouquinho, quem faz mais barulho não é o grande animal, é o pequeno. A gente se assusta com o barulho dos pequenininhos. Às vezes é um passarinho pequeno, mas que faz um barulho danado. Eu me lembro de uma pixotada que nós demos, eu e V. Exª, uma vez em Foz do Jutaí. Nós chegamos lá...

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Em 1986.

            O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Em 1986. Um rapaz nos trouxe, nós fomos numa pequena baleeirazinha, numa pequena voadeira; ela capotou, nós tivemos que nadar; ele não queria perder o barco e queria a nossa solidariedade, para nós voltarmos ao meio do rio para buscá-lo. Eu disse: tenta trazer para cá. Ele trouxe, e pegamos a carona de um rapaz chamado Sapião... Eu o encontrei uma vez em um comício. Sapião... Serapião... Esqueço o nome dele agora. Um menino que devia ter uns dez anos no máximo e que nos levou, sob a galhofa dos botos. Os botos galhofando de nós, daquele jeito deles, e nós chegamos até...

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Jutaí.

            O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Molhados. Eu tive de pegar roupa com companheiros lá. Quer dizer, eu percebo que, a cada dia que passa, quanto mais eu conheço aquela nossa região, eu percebo mais a minha ignorância e percebo mais a sabedoria do morador do nosso Estado, o morador da nossa região. Então, é a junção do que a gente possa aprender cientificamente com o empirismo deles é que vai apontar a saída para o desenvolvimento. Mas eu queria de novo dizer que entrei no seu discurso apenas para parabenizá-lo e desejar o máximo de felicidade nessas investidas todas, porque tem sido também uma constante minha, nos últimos anos - há muito mais do que uma década, eu diria que 15 anos -, a gente verificar que já existem investimentos contínuos naquela região. Não importa quem dirija o Município, o importante é vermos o resultado, que já é um resultado de transformação significativa. Parabéns a V. Exª.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Obrigado, Senador Arthur Virgílio. V. Exª levantou dois aspectos: primeiro o do conhecimento, dos saberes na Amazônia.

            Às vezes, Presidente Mão Santa, no afã de dominar o conhecimento, desprezam-se os saberes, os conhecimentos populares e milenares. Nós não podemos falar da Amazônia nem a estudar sem levarmos em consideração os saberes milenares. Os povos indígenas na Amazônia guardam saberes. Por exemplo, o guaraná, o bastão do guaraná é uma tecnologia indígena, enfim, alimentos, remédios. É de um conhecimento tão rico que a ciência precisa ter a capacidade de trabalhar os saberes na Amazônia.

            O Senador Arthur Virgílio levantou esse aspecto, e eu gostaria de concordar: nós precisamos ter uma postura menos autoritária, menos arrogante e compreender os conhecimentos que estão na memória, na cultura, no andar, no caminhar, no pensar dos povos que vivem na Amazônia.

            Por fim, volto à inauguração do Luz para Todos, na Vila Amazônia, no interior de Parintins, e digo que essa conquista, evidentemente, é uma ação importante do nosso Governo, do Governo do Presidente Lula, mas a inauguração do Luz para Todos também é um momento de alegria porque faz parte da luta...

(Interrupção do som.)

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - ...dos moradores da Vila Amazônia, do Prefeito Municipal de Parintins, dos Vereadores de Parintins. Eles, os Vereadores, com certeza estarão na inauguração. Quero ressaltar o papel do Presidente da Câmara Henrique Medeiros, do Vereador Flávio, do PT. Enfim, quero dizer que a Câmara Municipal de Parintins tem tido uma participação importante na defesa dos interesses de Parintins, da juventude, da cultura, da zona rural de Parintins, dos trabalhadores da zona rural e, nesse aspecto, da Vila Amazônia.

            O Linhão de Tucuruí é um pleito da sociedade de Parintins. Lembro que, quando o Presidente Lula esteve em Parintins, em 2003, recebeu um grande abaixo-assinado de comerciantes, do Bispo Dom Juliano, de professores. Eles entregaram um abaixo-assinado ao Presidente, dizendo: “Olha, a solução para cá é o Linhão de Tucuruí”. Esse é um projeto cujo impacto está sendo analisado, está na fase de aprovação do projeto básico, mas está em curso. Esperamos que, no final de 2011, tenhamos o Linhão de Tucuruí ligando o Pará, a rede do Estado do Pará com a capital do Estado do Amazonas, que é Manaus.

            Esse é um projeto grande, estruturante, não tenho nenhuma dúvida disso. O Amazonas precisa estar interligado à rede nacional de energia. Essa também é uma pendência. O Estado do Amazonas está desligado, não pertence a essa grande rede energética que possui o nosso País.

            Por fim, Sr. Presidente, já finalizando...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Um minuto para concluir.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Quero dizer que estarei sábado em Parintins, abraçando e participando dessa alegria na hora em que inaugurarmos a energia na gleba Vila Amazônia.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/03/2010 - Página 5666