O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, José Sarney, quero fazer aqui um apelo de reconsideração ao Líder Arthur Virgílio, aos Senadores do PSDB e ao Presidente da Comissão de Relações Exteriores, Senador Eduardo Azeredo, com respeito à decisão de interromper qualquer apreciação de nomes indicados para serem embaixadores na Comissão de Relações Exteriores, com base na justificativa de que precisam ter um diálogo construtivo com o Ministro Celso Amorim.

            O Ministro Celso Amorim, não faz um mês, convidou todos os Senadores da Comissão de Relações Exteriores para com ele dialogar no Itamaraty, e marcou para o próximo dia 6 de abril a sua visita, convidado que foi à Comissão de Relações Exteriores.

            Parece-me, Sr. Presidente, fato completamente inusitado. Imagine se o Presidente, digamos dos Estados Unidos, estivesse visitando Israel e a Palestina, e justamente o Partido Republicano ou de oposição ao Presidente Barack Obama simplesmente dissesse que está rompendo relações com o Ministro de Relações Exteriores, exatamente no momento em que o Presidente Lula faz ações que, em nome do povo brasileiro, tenho certeza, o PSDB, o PT, o Democratas, o PCdoB, o PDT, o PSB, etc., todos os nossos partidos, todos estamos de acordo.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Ele visitou o Knesset, o parlamento de Israel, esteve lá presente com o Presidente de Israel, com o Primeiro Ministro, visitou o Museu do Holocausto. Ali, ouviu o Rabino Israel Lau, Presidente do Memorial do Holocausto Yad Vashem e sobrevivente dos campos de concentração, que lhe pediu que possa dialogar com o Presidente Ahmadinejad e que tenha um encontro com ele, para que o Presidente do Memorial do Holocausto possa transmitir a sua própria experiência, porque, quando menino, ele sofreu no campo de concentração.

            Certamente, o PSDB e todos nós, 81 Senadores, avaliamos que será positivo que o Presidente Lula seja encorajado a realizar esse ato que foi ali colocado. E ele ali disse que espera que nunca mais ocorra, na história da humanidade, atos de barbarismo como os que caracterizaram o Holocausto e outras coisas, Sr. Presidente.

            Tenha certeza de que não seria considerado próprio, ainda mais porque me parece que, com os Senadores do PSDB e do Democratas, o Ministro Celso Amorim sempre teve atitude de diálogo construtivo.

            Peço a reconsideração dessa decisão, porque foi marcada a visita do Ministro ao Senado Federal na primeira oportunidade, em comum acordo entre a Comissão de Relações Exteriores e o Ministro Celso Amorim.