Pronunciamento de Rosalba Ciarlini em 25/03/2010
Discurso durante a 38ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Saudação aos 60 anos do jornal Tribuna do Norte, completados no último dia 23.
- Autor
- Rosalba Ciarlini (DEM - Democratas/RN)
- Nome completo: Rosalba Ciarlini Rosado
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Saudação aos 60 anos do jornal Tribuna do Norte, completados no último dia 23.
- Publicação
- Publicação no DSF de 26/03/2010 - Página 9588
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, TRIBUNA DO NORTE, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, IMPRENSA, REGISTRO, HISTORIA, ALUIZIO ALVES, FUNDADOR, EX MINISTRO.
SENADO FEDERAL SF -
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A SRª ROSALBA CIARLINI (DEM - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Senador João Pedro, quero agradecer ao Senador Paulo Duque por ter permitido fazer esta permuta.
Venho hoje à tribuna, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, para fazer uma homenagem a todos os que fazem o jornal Tribuna do Norte, no meu Estado, Rio Grande do Norte, que, no dia 23 de março, comemorou 60 anos de fundação.
Realmente, isso é um feito, um marco. Nós não podemos deixar de parabenizar todos que participaram da sua história, nestes 60 anos, desde o seu fundador, o ex-Ministro Aluízio Alves, que muito enfrentaram... Nós sabemos que manter um jornal durante 60 anos, inclusive passando por todo o período difícil da ditadura, deve ter sido uma luta muito grande. Então, parabenizo todos que fizeram e fazem este jornal, desde o seu diretor aos mais simples funcionários, pela grande contribuição para a democracia, grande contribuição para a cidadania que o jornal, que é informação, leva ao povo e, neste caso especial, levou ao povo potiguar.
Eu gostaria aqui de, rapidamente, contar um pouco como tudo começou. Isso é um exemplo de tenacidade, de persistência e de idealismo:
Uma rara combinação de jornalista e político fez de Aluízio Alves (1921-2006), um homem predestinado às grandes questões de sua época. Já aos 11 anos, na modorrenta Angicos da década de 1930 - que pouco e mal sabia do que se passava nos municípios circunvizinhos e quase nada do que ocorria na capital -, teve um insight que revelaria suas vocações futuras. Foi nas férias escolares que lhe ocorreu a ideia de fazer um jornalzinho provinciano que noticiasse os pequenos, nem por isso desimportantes, acontecimentos da sua cidade, sob a óptica que o garoto já desasnado podia perceber ao derredor.
Esse jornal, que ele denominou de “Clarim” - escolha pinçada talvez nas suas leituras escolares -, e que ele datilografava em uma velha máquina, dia e noite, nos fundos da loja de seu pai, era lido de casa em casa da pequena Angicos.
Voltando a Natal, para retomar o curso ginasial, Aluízio decidiu que o “Clarim” não sofreria solução de continuidade. Dando um passo adiante rumo à profissionalização, adquiriu uma impressora manual, que instalou num armazém da firma comercial paterna, na rua Chile, 10, e pôs as mãos à obra. Os exemplares seguiam de trem para Angicos às sextas-feiras. Lá, o amigo Eduardo Peres os distribuía e arrecadava o apurado com as vendas, o qual seguia para Natal no trem da terça-feira, a fim de garantir a compra de papel para a próxima edição. [Tudo começou assim e passou por outras publicações]
(...) outros pequenos jornais como “O Estudante”, “A Palavra”, e já nem tão pequenos como a revista “Potiguarânia”, e que lhe proporcionaram as bases para o grande voo que daria com a fundação da “Tribuna do Norte”, no ano de 1950. A experiência bem-sucedida no ano anterior, quando lançou com o amigo carioca Carlos Lacerda, jornalista e político, o jornal “Tribuna da Imprensa” deu a Aluízio o know-how necessário para seu projeto de fundar uma empresa jornalística, dotada de um núcleo familiar constituído por seus irmãos Agnelo, também jornalista, e José Gobat, advogado e administrador, mas que congregava interesses culturais, políticos e econômicos de um amplo círculo de relações dos Alves, dentre os quais se salientam os nomes de Hélio Galvão, Dinarte Mariz, Odorico Ferreira de Souza, Milton Ribeiro Dantas, Noel Ribeiro Dantas, Rivaldo Pinheiro e Waldemar Araújo. [Foi assim que tudo começou.]
Um menino de onze anos, com tenacidade, perseverança, idealismo, chegando até a Tribuna do Norte, em 1950. É verdade que o jornal passou por momentos muito difíceis, mas tudo foi superado e, hoje, ele faz parte de um grande conglomerado de informação, associando-se à tevê, ao rádio, e que presta um grande serviço de informação para o despertar, cada vez maior, do conhecimento, do debate, dentro de toda a sociedade norte-rio-grandense.
Então, eu queria aqui fazer o registro, Presidente, desse feito importante e, mais uma vez, deixar os nossos parabéns a todos os que fazem esse jornal, a todos os seus colaboradores, por ele ter sobrevivido e chegado aos 60 anos, apesar dos momentos difíceis que enfrentou, apesar de à época da ditadura ter sido ameaçado várias vezes de ter suas portas fechadas. Mesmo assim, tudo foi superado. E que ele possa continuar e ampliar, cada vez mais, a forma de fazer chegar a informação rápida e viva ao povo norte-rio-grandense.
Era somente isso que eu queria registrar nesta tarde, e acrescentar, Senador Neuto, que hoje temos aqui, nesta Casa, o Senador Garibaldi Alves, que é da família, sobrinho de Aluízio Alves, o fundador, e também o Líder, na Câmara, Deputado Henrique, que é o seu filho.
Parabéns a todos que continuam, da família ou não, esse grande trabalho jornalístico, esse grande trabalho da informação no nosso Estado.
Muito obrigada.
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