Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de campanha contra a poliomielite patrocinada pelo Rotary Clube de Manaus. (como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL. SAUDE.:
  • Registro de campanha contra a poliomielite patrocinada pelo Rotary Clube de Manaus. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 25/03/2010 - Página 9261
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL. SAUDE.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CLUBE, RELEVANCIA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, COMUNIDADE, MUNICIPIOS, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), FOZ DO IGUAÇU (PR), ESTADO DO PARANA (PR), ELOGIO, DIRIGENTE, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, REUNIÃO, ORGANIZAÇÃO, ENTIDADE, DISCUSSÃO, CAMPANHA, ERRADICAÇÃO, POLIOMIELITE, APREENSÃO, DADOS, SUPERIORIDADE, CONTAMINAÇÃO, CRIANÇA, MUNDO.
  • ELOGIO, TRABALHO, CLUBE, AMBITO INTERNACIONAL, APOIO, PARTICIPAÇÃO, PROGRAMA, INCENTIVO, VACINAÇÃO, CRIANÇA, ESPECIFICAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, INDIO, PAQUISTÃO, NIGERIA.
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, REUNIÃO, CONSELHO ESTADUAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), REIVINDICAÇÃO, RESGATE, PROJETO DE LEI, AUTORIA, INACIO ARRUDA, SENADOR, ESTABELECIMENTO, IGUALDADE, REPRESENTAÇÃO, ESTADOS, CONSELHO ECONOMICO, COMPARAÇÃO, FUNCIONAMENTO, ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB), SENADO, APOIO, REGIÃO NORTE, REGIÃO NORDESTE, REGIÃO CENTRO OESTE.
  • DEFESA, EMENDA, GARANTIA, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, CONSTRUÇÃO, HOSPITAL REGIONAL, HEMATOLOGIA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), JUSTIFICAÇÃO, DIFICULDADE, ATENDIMENTO, DISTANCIA, HOSPITAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • HOMENAGEM POSTUMA, MEDICO, FUNDADOR, SINDICATO, MEDICINA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), JORNALISTA, ASSESSOR, IMPRENSA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB), ELOGIO, VIDA PUBLICA.
  • HOMENAGEM POSTUMA, PIONEIRO, MUNICIPIO, RIO PRETO DA EVA (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), ELOGIO, VIDA PUBLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente. Procurarei ser sucinto, até para podermos ouvir o Senador Renato Casagrande, que é um grande colega, um grande companheiro nosso de Senado.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, anteontem, dia 22, participei de reunião-almoço promovida pelo Rotary Club de Manaus, que é, como todos sabemos, um clube de serviços criado na década de 30, em Chicago, por iniciativa do advogado Paul Harris.

            Hoje, presente no mundo inteiro, a entidade presta serviços relevantes às comunidades, inclusive na minha cidade de Manaus.

            Na capital do meu Estado, em fins de fevereiro, para comemorar seus 105 anos de fundação, os quatro clubes ali existentes realizaram, como no mundo todo, mais um capítulo do meritório programa End Polio Now, cujo objetivo é a erradicação por completo da poliomielite, ou seja, “terminar a pólio agora”.

            A iniciativa do Rotary Internacional, de combate à pólio, nasceu nos anos 80 e é considerada o maior e mais ambicioso programa, além de meritório, em toda sua história.

            O End Polio Now apoia e participa dos programas de vacinação em massa de crianças em todo o mundo. Já chegou também à Índia, ao Paquistão e à Nigéria, onde a pólio é endêmica.

            Durante a reunião, de que tive o prazer de participar, os rotarianos do meu Estado divulgaram dados que mais do que se justificam o End Polio: só em 1985, a poliomielite vitimou 350 mil crianças no mundo inteiro.

            Para a erradicação da doença, o Rotary Internacional já contribuiu com US$1,2 bilhão, paralelamente ao emprego de contribuições voluntárias, como as da Fundação Melinda and Bil Gates, no valor de US$355 milhões.

            No Brasil, foram escolhidas três cidades para as comemorações dos 105 anos do Rotary, incluindo Manaus. As outras duas foram o Rio e Foz do Iguaçu.

            Em Manaus, as festividades comemorativas foram realizadas na praia da Ponta Negra, às margens do rio Negro. O Comando Militar da Amazônia participou dessas comemorações, que tiveram como ponto alto os saltos de paraquedistas, promovidos pela Federação Amazonense de Paraquedismo. Os paraquedistas saltaram com bandeiras alusivas ao evento, todas com o nome do programa End Polio Now.

            Além dos quatro Clubes Rotary de Manaus - Rotary Club de Manaus, Rotary Rio Negro, Rotary Adrianópolis e Rotary Distrito Industrial -, também participaram das festividades o Rotariact de Manaus (para os jovens), e a Casa da Amizade de Manaus (as senhoras), os dois vinculados ao Rotary local.

            Ao registrar esse evento, de relevante interesse público, saúdo os dirigentes dos Clubes Rotary de Manaus: Gerson Aoki, Willian Aoki, Esther Koifman, Flávio Neto, José Maria Nogueira, Miberwal Jucá, o diretor Airton Pacheco e Marly de Souza e Castro.

            Sr. Presidente, ainda, nesse mesmo dia, participei de reunião com o Conselho de Economistas do Estado. A reivindicação que eles fazem a mim e ao Senador Jefferson Praia, que foi um competente presidente do Corecon Amazonas, é que nós ressuscitemos o projeto, de autoria do Senador Inácio Arruda, que estabelece, assim como é no Senado, a representação paritária, por Estados, para a direção do Conselho Federal de Economia, hoje monopolizada por alguns em detrimento da maioria dos Estados.

            Então, temos de examinar esse projeto, ver, de pronto, de plano, quem é contra, quem é a favor, e estabelecer as nossas alianças. Temos, praticamente, o Nordeste inteiro. Há uma certa dúvida quanto à Bahia, mas entendo que vamos ter a Bahia ao nosso lado. Mas são Norte, Nordeste e Centro-Oeste. É uma maioria esmagadora de Estados que querem que funcione o Conselho de Economia como funciona a Ordem dos Advogados do Brasil e como funciona o Senado Federal: com representação igual, para não haver supremacia de uma região sobre a outra.

            Sr. Presidente, eu ainda gostaria de dizer que visitei, nesse mesmo dia, o Hemoam, a Fundação Hemoam, que é o banco de sangue público do Amazonas.

            Decidi que a emenda de bancada que me cabe... Nós somos 11, são 15 emendas, enfim, algumas vão para o Governo do Estado e outras, para a Prefeitura de Manaus. A minha, a que me cabe, será destinada à construção do Hospital Hemoam, inclusive para cuidarmos das crianças, de todos aqueles que padecem de doenças do sangue, como, por exemplo, a hemofilia, que é terrível, e a leucemia, que pode ser letal.

            Hoje, os transplantes de medula, por exemplo, quando há compatibilidade entre o doador e o beneficiário, são feitos em Jaú, São Paulo. Isso não pode continuar. O Amazonas não pode, por causa de R$35 milhões, continuar assim. Esse hospital já deveria ter sido construído há muito tempo. Mas vou fazer a emenda de R$35 milhões. Vou para dentro da Comissão de Orçamento e vou deixar claro que, se quiserem qualquer colaboração minha com LDO, com o que quiserem, terão de manter estes R$35 milhões. Não vou fazer barganha, do tipo mercado persa, pedindo R$60 milhões para depois ficar R$35 milhões. Nada disso! Vou dizer: R$35 milhões, para salvar doentes de leucemia. Não vou fazer mercado persa sob nenhum aspecto. Vou brigar muito para que haja respeito a esses números, até porque não tem nada mais nobre do que destinar à construção do Hospital Hemoam esses recursos do Orçamento da União.

            Sr. Presidente, gostaria ainda de dizer a V. Exª que tenho alguns votos a fazer.

            Faleceu, em Manaus, o Dr. Salvador Gonçalves de Oliveira Sobrinho, amigo de uma querida amiga: Maria Henriete de Magalhães Cordeiro de Oliveira. Diretor da Sociedade de Gastroenterologia do Amazonas, Diretor Cirúrgico do Hospital da Sociedade Portuguesa Beneficente, ele criou ali a Medibárica. Estudioso, vivia rodeado de livros e ao lado deles veio a falecer. Fez o curso de Hiperbárica, especialidade em que se tornou conhecido. Foi presidente da Unimed do Amazonas. Em sua biografia, era um dado de que se orgulhava: coube-lhe constituir o primeiro sindicado de médicos do Amazonas, tendo recebido a devida carta autorizatória do então Ministro Murilo Macedo, do Trabalho, que foi a Manaus para proceder, pessoalmente, à entrega do documento.

            Ex-estagiário da Beneficência Portuguesa do Amazonas, passando, em seguida, a compor o quadro de médico da entidade, permaneceu lá até o seu falecimento.

            Convidado pelo Ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, foi um dos fundadores da Unicred, vinculada ao segmento médico.

            Pelo seu entusiasmo, pelo cooperativismo, foi agraciado com a Medalha do Mérito Cooperativo.

            Uma grande perda. Uma figura de enorme cordialidade, de enorme sentimento humano, um grande médico, de que o Amazonas sentirá muita falta.

            Ainda, Sr. Presidente, registro o voto de pesar pelo falecimento de minha querida amiga, queridíssima amiga mesmo, a jornalista Consuelo Nunes, ocorrido na madrugada de 23 de março de 2010, em Manaus.

            Gostaria muito de ressaltar que ela era casada com Coronel Nunes, ex-Diretor do Colégio Militar de Manaus, mãe da Juíza do Trabalho, Márcia Nunes Bessa, uma prezada amiga. O esposo de Márcia é o Desembargador João Mauro Bessa, que é um Desembargador conhecido por sua correção, por sua rigidez, mas por sua sensibilidade também.

            Em sua trajetória profissional, Consuelo foi colunista de A Notícia, apresentadora de TV na Rede Amazônica e na Rede Bandeirantes e, ultimamente, trabalhava na Assessoria de Imprensa do PTB - Partido Trabalhista Brasileiro.

            O voto que requeiro será uma homenagem póstuma a essa correta profissional e querida amiga.

            Ao mesmo tempo, voto de pesar pelo falecimento do Sr. Geraldo Viana, ocorrido no dia 21 de março de 2010, em Rio Preto da Eva, no Amazonas.

            Requeiro, obviamente, como em todos os demais casos, que os familiares de Geraldo, por intermédio da filha, Vereadora do Município e do meu Partido, o PSDB, Gorete Souza, receba essa homenagem do Senado.

            Pessoa muito estimada no Município de Rio Preto da Eva, e não sem razão, a começar pelo fato de que ele foi o terceiro morador a chegar à cidade. Ali formou família e ganhou a amizade de muitos.

            O voto de pesar que requeiro ao Senado será, assim, homenagem póstuma merecida.

            Sr. Presidente, era basicamente isso o que eu tinha a colocar, com um acréscimo: eu falei do Rotary e sempre vi um certo esnobismo intelectual de alguns, gozações, como se fosse uma perda de tempo alguém se reunir, sem arquitetar nada de mal, procurando criar condições para fazer o bem.

            Eu, sinceramente, não consigo ter preconceito contra quem se reúne para fazer o bem. Não consigo ter. Vejo como muito bonito aquele trabalho. É um trabalho que tira crianças de situação de risco, que leva alento às periferias mais abandonadas das cidades brasileiras.

            Cheguei a um tempo, Sr. Presidente, em que rejeito, até porque quero aproveitar todo tempo que eu possa ter de serviço útil ao meu País; não fico mais querendo apenas as grandes soluções, as soluções revolucionárias que supostamente salvariam o mundo. Eu não tenho nenhuma pretensão de salvar o mundo. Tenho a pretensão de não desertar do meu dever em nenhum momento. O mundo não é para ser salvo por mim, por V. Exª nem por este Senado em conjunto. Entendo que as pessoas corretas fazem tudo aquilo que podem. Se elas deixam de fazer o que podem, elas começam a ficar inadimplentes com os seus deveres cívicos. Se elas fazem tudo o que podem, exatamente estão cumprindo com tudo aquilo que podem cumprir. Parece um jogo de palavras, mas não é. Ou seja: quando vejo alguém que pode pouco e faz tudo o que pode, entendo que essa pessoa fez muito.

            Então, considero que as pessoas que ridicularizam entidades como o Rotary, Senador Garibaldi, deveriam trabalhar. Ao invés de criticar, perder tempo com tolices e criticar todo mundo, enfim, se reunir, formar uma organização melhor e atender às periferias miseráveis do nosso País, porque gosto muito de ver resultados práticos operados por pessoas de boa-fé, que gastam o dinheiro do próprio bolso, que não estão ali com nenhum objetivo lucrativo, não estão ali com nenhum objetivo sequer político-eleitoral. Estão ali para empregar uma parte do seu tempo atendendo a doentes, atendendo a pessoas enfermas, enfim, atendendo a pessoas que são enfermas também socialmente pelas deficiências financeiras de que padecem.

            Tenho muito orgulho de dizer que passei um dia muito bonito, conversando com economistas sobre uma categoria que é essencial para a formulação do modelo de desenvolvimento, que é exitosamente colocado na minha cidade, consubstanciado no Polo Industrial de Manaus. E fiquei feliz de ter visitado o Hemoam, uma coisa tão bonita. Queria até dizer, com muita clareza, que marquei uma partida de xadrez com o Fabrício, um enxadrista que sofre de leucemia, um menino que joga muito bem xadrez. Estou enferrujado, mas, vou disputar uma partidinha com ele. Voltando lá vou para o desafio, não vou fugir do desafio. Ele estava dando de 3 a 1 num psicólogo lá.

            Mas, a grande verdade é que foi muito bom também ter conversado com todos esses segmentos e poder prestar contas, aqui no Senado, dessas atividades que fazem parte do meu mandato, fazem parte da minha ação parlamentar, como acredito que os demais Senadores se dediquem a essas atividades que, para alguns, para os mais esnobes, para os mais geniais - eu não tenho nenhuma pretensão de genialidade, senão não me chamaria Arthur Virgílio, me chamaria Leonardo Da Vinci, eu não tenho essa pretensão -, eu pretendo simplesmente cumprir com meu dever. E o meu dever é ver tudo que eu posso fazer e me somar a tudo que é esforço de todo mundo que quer fazer alguma coisa boa pelo País, ainda que seja por uma pessoa individualmente, o outro faz por outra pessoa, se puder uma coisa geral, como costumamos operar leis aqui que beneficiam as pessoas como um todo, melhor ainda, mas fazer todo mundo aquilo que pode, fazer a sua parte é cristão, é correto, é justo, é limpo. Não é correto, não é cristão, não é limpo o esnobismo de quem fica de fora, de braços cruzados, com aquele ar blasé de quem, se fizesse, faria melhor, mas não faz melhor porque simplesmente não faz. Então, sou absolutamente crítico das pessoas que não fazem e aprecio aquelas que procuram fazer e que fazem o que podem para minorar o sofrimento dos mais humildes neste País, que não são poucos, são muitos.

            Então, Sr. Presidente, muito obrigado.

            Será um prazer ouvir o Senador Renato Casagrande.

            Era o que eu tinha a dizer.


Modelo1 5/9/2410:33



Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/03/2010 - Página 9261