Pronunciamento de José Sarney em 24/03/2010
Fala da Presidência durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoraração dos 40 anos de fundação da TV Verdes Mares, de Fortaleza.
- Autor
- José Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
- Nome completo: José Sarney
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Comemoraração dos 40 anos de fundação da TV Verdes Mares, de Fortaleza.
- Publicação
- Publicação no DSF de 25/03/2010 - Página 9068
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- AGRADECIMENTO, PRESENÇA, SENADO, DIVERSIDADE, AUTORIDADE, ENCERRAMENTO, SESSÃO SOLENE, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMISSORA, MUNICIPIO, FORTALEZA (CE), ESTADO DO CEARA (CE), DESCRIÇÃO, HISTORIA, CRIAÇÃO, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, UNIVERSIDADE, CAPITAL DE ESTADO, ELOGIO, FUNDADOR, INICIATIVA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
O SR. PRESIDENTE (José Sarney. PMDB - AP) - Antes de encerrar a sessão, quero agradecer a presença de todos os que aqui prestigiaram esta solenidade.
Começo pelo Diretor Administrativo da TV Verdes Mares, Igor Queiroz, um rapaz brilhante, de grande talento, que hoje preside um dos ramos mais importantes das Organizações Edson Queiroz.
Tenho um dado particular para falar sobre ele, porque fui padrinho do casamento de sua mãe. Portanto, tenho um afeto grande de vê-lo aqui, já a terceira geração.
Agradeço ao Presidente do Tribunal de Contas do Ceará, Exmº Sr. Conselheiro Ernesto Sabóia; à Procuradora-Geral de Justiça do Estado do Ceará, Exmª Sra. Socorro França; ao Prefeito do Município de Russas, Sr. Raimundo Cordeiro Freitas; ao Prefeito de Pacajus, Sr. Pedro José; ao Prefeito de Guaiúba, Exmº Sr. Marcelo Acioly; ao Prefeito do Município de Tururu, Sr. Nonato Marim; ao Prefeito do Município de Canindé, Sr. Cláudio Pessoa; ao Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, Sr. Daniel Slavieiro; ao Presidente da União dos Vereadores do Ceará, Sr. Vereador Deuzinho Filho; ao Presidente da Associação Comercial do Ceará, Sr. João Porto Guimarães; ao Diretor de Relações Institucionais da Rede Globo, Sr. Evandro Guimarães; à Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará, Sra. Débora Lima, às senhoras e aos senhores jornalistas presentes. Saúdo também os membros da Mesa, Senador Mão Santa, o Vice-Governador do Ceará, Sr. Francisco José Pinheiro; o Diretor da Sucursal do Sistema Verdes Mares, em Brasília, Sr. Wilson Ibiapina; o Sr. Diretor de Programação da TV Verdes Mares, Edilmar Norões, minhas queridas Renata e Lenise, que estão aqui abrilhantando esta solenidade e representando sobretudo Dª Yolanda Queiroz, essa mulher extraordinária que todos conhecemos e admiramos. (Palmas.)
Todos sabem, principalmente os membros da família Edson Queiroz, o quanto de emoção e de satisfação eu tenho por presidir esta solenidade, porque de quase todos esses acontecimentos que aqui foram citados, da criação da TV Verdes Mares, da Fundação Edson Queiroz, eu participava e era testemunha, junto a ele, desses empreendimentos.
Lembro-me bem do que foi a saga da compra da TV Verdes Mares e a Fundação da Universidade de Fortaleza, porque ela surgiu quando Edson teve uma grande amargura por sofrer uma grande injustiça. Sua reação não foi de revolta. Ele me disse: “Eu vou fazer uma grande obra pelo Ceará por causa disso que aconteceu comigo”. Aí ele resolveu fazer a Universidade do Ceará. Disse: “Vou dar ao Ceará, marcar minha presença aqui num setor que não é do meu negócio, mas que é um benefício para o povo do Ceará”.
A Televisão Verdes Mares conseguiu firmar-se cada vez mais - até há outra televisão, a TV Verdes Mares do Cariri - e, nesses 40 anos, tem proporcionado ao povo do Ceará uma televisão de alta qualidade e de alta competência, com profissionais extremamente considerados pelo povo cearense.
Portanto, estamos aqui comemorando uma data que é uma data do Nordeste.
Edson Queiroz tinha uma visão extraordinária. É uma saudade que não passa. Ele, que morreu tão novo, de uma maneira tão trágica, seria hoje, talvez, um dos grandes, um dos maiores capitães de indústria do Brasil. Sua visão pioneira era extraordinária. Quando ele começou a ver o gás, a distribuição do gás, a simplicidade que constituía aquilo, era uma visão pioneira, e ele havia conseguido, graças a suas qualidades. Era um excelente relações públicas, sabia fazer amigos. E foi justamente com essas amizades que ele pôde, realmente, conseguir levar o gás para o Ceará e para o Nordeste inteiro, com Pery Igel e o velho Igel, que eram seus amigos, e também eram meus amigos, nós participávamos juntos naqueles tempos.
O Edson era tão competente que soube escolher uma excelente esposa. Escolheu a Dona Yolanda. Ele morreu tão cedo e não esperava morrer tão cedo, e esta mulher recebeu esse império, consolidou-o, ampliou-o, foi líder dentro da família e até hoje ela mantém a presença do seu marido como uma inspiração permanente em tudo aquilo que ela realizou.
Portanto, nós também temos que homenagear o Edson pela escolha que fez, que soube escolher, da mulher que ele teve. (Palmas.)
O amor que ele tinha pelo Ceará. Ele tinha uma veneração extraordinária pelo Ceará. E o Tasso contou aqui dos problemas do Nordeste que ele vivia através dos problemas do seu Estado. E ele teve a visão da comunicação quando disse aquilo que o Tasso repetiu aqui: “Nós não caminharemos neste Nordeste, em nível nacional, se não tivermos um instrumento de comunicação importante no Centro-Sul”. E ele também partiu para a área de comunicação do próprio Ceará, com a TV, com as emissoras de rádio - uma ele já tinha, que é a primeira. E realmente posso até confessar que, um dia, ele me disse: “Minha aspiração é comprar o Jornal do Brasil e transformá-lo numa bandeira do Nordeste no Rio de Janeiro”.
E essa admiração que ele tinha pelo Ceará, ele tinha pelos cearenses. Ele me disse: “Olhe, nós somos um povo que andamos por toda parte. Onde a gente não tem lugar, espaço, a gente procura espaço”.
Eu quero terminar contando também uma história que Edson me contou nesse dia: “Sarney, eu fui a Hong Kong e me hospedei no Hotel Península”, que, naquele tempo, era o mais moderno hotel do mundo, “e, na frente, tinham dois sujeitos, mandarins chineses e, quando eu fui entrando, ele disse: ‘Olá, Seu Edson’. Eu disse: ‘Rapaz, de onde você é?’. Ele disse: ‘Sou do Ceará e estou quebrando um galho de mandarim aqui, em Hong Kong’.” Então, eu ri muito, sabia daquela história, a história que ele contava sobre a capacidade do cearense de sobrevivência.
Pois é através desse empreendimento seu, da Televisão Verdes Mares nos seus 40 anos e de tudo que ele fez, que nós relembramos, nesta data, a sua figura e as suas obras.
Muito obrigado a todos.
Está encerrada esta parte da sessão.