Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações a respeito da renúncia, amanhã, dos Governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, que se colocaram à disposição do PSDB para as eleições deste ano.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Considerações a respeito da renúncia, amanhã, dos Governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, que se colocaram à disposição do PSDB para as eleições deste ano.
Publicação
Publicação no DSF de 31/03/2010 - Página 10501
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), INCENTIVO, CRESCIMENTO, ATIVIDADE INDUSTRIAL, PAVIMENTAÇÃO, RODOVIA, AMPLIAÇÃO, ACESSO, SERVIÇO MOVEL CELULAR, MODERNIZAÇÃO, HOSPITAL REGIONAL, REGISTRO, RENUNCIA, CARGO PUBLICO, DISPOSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), POSSIBILIDADE, DISPUTA, ELEIÇÕES, SENADO.
  • ELOGIO, VIDA PUBLICA, JOSE SERRA, GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), RENUNCIA, CARGO PUBLICO, CANDIDATURA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, DEFESA, COMPETENCIA, PREPARO, CANDIDATO, SOLUÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS, ESPECIFICAÇÃO, MELHORIA, SAUDE, SEGURANÇA PUBLICA, ECONOMIA NACIONAL.
  • COMENTARIO, DIRETRIZ, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), DEFESA, DEMOCRACIA, BUSCA, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, INFLUENCIA, PLANO, ECONOMIA, CONTROLE, INFLAÇÃO, GESTÃO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, BRASIL, ATUALIDADE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, na data de amanhã, 31 de março, os Governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, se despedem do Governo, renunciando ao cargo de governador dentro do que a legislação prevê, para se colocarem à disposição do PSDB, o nosso Partido, para as eleições deste ano.

            O Governador Aécio Neves, do meu Estado de Minas Gerais, eleito em 2002, reeleito nas eleições de 2006, já com sete anos e três meses de governo, vai, neste momento de desincompatibilização, colocar o seu nome à disposição do Partido para provavelmente a decisão de se candidatar a Senador, conforme tem sido divulgado e dito por ele próprio. Aécio termina um governo extremamente exitoso, um governo de muitas realizações. Aécio conseguiu fazer em Minas Gerais uma união política muito importante, com realizações que marcam um momento importante do nosso Estado, um momento de reconstrução de Minas Gerais, a partir de 2003.

            Não é fácil governar um Estado como o de Minas Gerais, com 853 cidades, com regiões muito desiguais. Algumas mais desenvolvidas, como a região central, o sul, o Triângulo Mineiro, mas também com regiões muito carentes, como o norte de Minas, o Jequitinhonha ou o Mucuri. Não é fácil, portanto, atender a toda essa demanda de serviço de um Estado do tamanho do nosso, com 19,5 milhões de habitantes.

            Após o Plano Real, tivemos uma reviravolta na Administração Pública; a necessidade de se rediscutir o papel do Estado e toda uma realidade que se colocou de despesas e de receitas. Vivemos dificuldades num primeiro momento, eu fui o primeiro Governador do PSDB em Minas Gerais. E quando o Aécio foi eleito, em 2003, depois de quatro anos do então Governador Itamar Franco, ele conseguiu realmente dar um novo rumo ao Estado de Minas Gerais. Ele retomou projetos importantes que nós, do PSDB, tínhamos feito no período de 1995 até o fim de 1998; alguns foram interrompidos, e o Governador Aécio retomou esses projetos com vigor, e é assim que o Estado mostra novamente o crescimento industrial importante, com a atração de novos investimentos nessa área, investimentos que geram empregos. Assim, Minas atraiu investimentos de milhões e milhões de dólares e de reais que estão distribuídos em todo o Estado.

            Da mesma maneira, eu citei aqui dois projetos da maior importância, projetos de universalização de serviços no Estado. Um deles diz respeito à ligação de todas as cidades mineiras por asfalto. Pode parecer uma coisa, como “Ah, mas ainda tem isso?” Temos apenas o Estado de São Paulo, que já tinha todas as suas cidades ligadas por asfalto. Minas Gerais, ainda, das 853 cidades, duzentos e vinte poucas cidades ainda não tinham ligação asfáltica, em 2003.

            E o Governador termina o mandato agora e essas cidades com as obras em andamento. Apenas cinco não estão em andamento, porque são obras de rodovias federais e o Governo Federal não faz nem deixa fazer. Não fez a sua parte, mas também não passou para o Governo de Minas realizá-la, como seria o desejo. Assim, nós vamos ter, das 853 cidades, 848 com asfalto, e cinco, de responsabilidade do Governo Federal, permanecem, portanto, com terra, com acesso de terra.

            Na área de telefonia celular, que é da maior importância também, houve um pioneirismo importante. Apenas metade dessas 853 cidades tinham interesse econômico para as operadoras. A outra metade foi objeto de um programa avançado de parceria público-privada que, juntando recursos do governo e da iniciativa privada, possibilitou que todas as cidades mineiras estejam hoje ligadas no sistema de telefonia celular. Assim, busca-se também, agora, que todas as cidades sejam atendidas na banda larga para ligação por Internet.

            Poderia citar aqui outros projetos da maior importância, como o projeto de fortalecimento de hospitais regionais, na área de saúde, como os projetos que trouxeram a modernização à administração nos primeiros dois anos. O Governador realmente teve que adotar realmente uma política de muita restrição - o que foi chamado de choque de gestão -, para, então, ter condições de viabilizar os investimentos. A Cidade Administrativa é um exemplo também de novos projetos que foram feitos em Minas Gerais.

            E o Governador Aécio Neves termina, portanto, esses sete anos e três meses de gestão, aplaudido pela população mineira, reconhecido pela população mineira - reconhecido, na verdade, em todo o País, Senador Mão Santa - o Governador termina com alto índice de avaliação.

            E nós, do PSDB, seu Partido, estamos satisfeitos e orgulhosos de que, agora, Aécio possa passar o governo ao Vice-Governador, Antônio Augusto Anastasia, que é também do nosso Partido, o PSDB.

            Então, em Minas Gerais, nós temos, amanhã, a posse de Antônio Augusto Anastasia, um técnico reconhecido na Administração Pública e que, agora, dá os seus passos na área da política, participando, como participou, das eleições, ativamente, em 2006, como candidato a Vice-Governador que foi. É uma transição serena, importante, do interesse maior de Minas Gerais.

            O PSDB, portanto, terá o terceiro Governador, no Estado de Minas Gerais. O primeiro, que eu tive o orgulho de dirigir, de 1995 a 1998, o Governador Aécio Neves e, agora, o Governador Antônio Augusto Anastasia.

            Da mesma maneira, Sr. Presidente, Srs. Senadores, no Estado de São Paulo, o Governador José Serra termina seu governo um pouco menor, pois não chega a três anos. São dois anos e três meses de governo de São Paulo, após uma passagem também de sucesso pela Prefeitura de São Paulo, fazendo uma completa junção de experiência administrativa.

            José Serra foi Deputado Federal, líder da Bancada do PSDB, Senador, Ministro da Saúde, Ministro do Planejamento, Prefeito de São Paulo e Governador de São Paulo. É uma carreira de um homem extremamente preparado, de um homem público que está pronto para novas e importantes missões, novos e importantes desafios. José Serra termina, da mesma maneira que Aécio Neves, com o reconhecimento, com a aceitação popular no seu Estado de São Paulo e o reconhecimento em todo o Brasil.

            São dois Governadores do PSDB, dos dois Estados mais fortes do ponto de vista econômico. São Paulo, com a maior população, e Minas, com a segunda maior população. São dois Estados que mostraram que é possível ter uma administração pública moderna, eficiente, sem radicalismos, sem excessos partidários, respeitando a visão diferente que pode existir.

            Assim, nós estamos, nesta data de hoje, comemorando, sim, o sucesso de dois grandes Governadores: José Serra, em São Paulo, e Aécio Neves, em Minas Gerais.

            Todos os dois têm novos desafios pela frente. O Governador José Serra, pelo nosso Partido, enfrentará as eleições de Presidente da República, lidera as pesquisas de opinião, como vimos ainda no último fim de semana.

            José Serra está preparado para ser um Presidente moderno, um Presidente preparado como ele é, como ele efetivamente é. A palavra mais adequada é esta: um político extremamente preparado para enfrentar os desafios do Brasil.

            O Brasil mudou a partir da Nova República, em 1985, mudou a partir do Plano Real e teve uma continuidade econômica importante. Assim, essa sequência de Governos, que foram cristalizando o respeito aos contratos, o respeito à estabilidade econômica, o respeito à democracia, fez com que chegássemos a este ano com a perspectiva do PSDB de enfrentar as eleições presidenciais com um nome que não só lidera as pesquisas, mas que é um nome experimentado e preparado para o Brasil do amanhã, o Brasil do futuro. É um País que precisa finalmente colocar a saúde disponível para todos, a saúde que é universal através do SUS, mas que não atende bem como deveria atender. É um País que enfrenta o desafio da segurança, da violência que cresce nas grandes cidades. É um País que enfrenta o desafio de não deixar escorregões na área econômica, porque é muito recente ainda a má experiência do regime de inflação elevada. Não podemos jamais permitir que ela volte, porque o que mais prejudicava as pessoas carentes era exatamente a alta inflação.

            Assim, Presidente, neste pronunciamento, quero trazer a nossa homenagem a Aécio Neves, grande Governador de Minas Gerais; Aécio Neves, que é o sucessor de Tancredo Neves, que foi sucessor no Governo de Minas, que é o herdeiro à altura do nosso Presidente Tancredo Neves. Ele também teve no seu pai, Aécio Cunha, um exemplo na vida pública. Somos companheiros de partido, somos companheiros de caminhada desde os primeiros momentos do PSDB.

            Assim teremos, também, José Serra, o Presidente, esperamos que possa conduzir o Brasil com muito sucesso, um Governador que conseguiu enfrentar o desafio de um Estado tão grande quanto é o Estado de São Paulo.

            O PSDB terá os dois Governadores nas disputas eleitorais deste ano. Assim como eu não posso deixar de lembrar outros nomes importantes do partido que se afastam na data legal para se dedicar às eleições, como é o caso de Wilson Santos, Prefeito da cidade de Cuiabá, que disputará as eleições para Governador do Mato Grosso. O caso de Beto Richa, filho de José Richa, um dos fundadores do nosso partido. Beto Richa é um dos Prefeitos mais bem avaliados do Brasil. Também se afasta da Prefeitura de Curitiba para disputar, como a legislação prevê, as eleições do Governo do Paraná. São dois outros Prefeitos que o partido tem no seu Estado no Piauí, o nosso Prefeito estará se colocando à disposição dos eleitores.

            O PSDB é um partido que foi fundado exatamente dentro de uma nova visão, de um Brasil que persegue a democracia plena, um Brasil que persegue a estabilidade, que contraria esta realidade tão desigual no País. Nossa luta é para garantir que todos tenham as mesmas oportunidades, os mais carentes e aqueles que dispõem de melhores condições. Isso só acontece com políticas macro, só acontece com o controle da inflação a partir do Plano Real. Se não fosse o Plano Real nada estaria aí, não estaria nenhum desses planos importantes de combate á pobreza. Nenhum deles seria possível se nós não tivéssemos tido a estabilidade da economia por meio do Plano Real.

            Nada teria sido possível se não houvesse o crescimento econômico do Brasil. O País cresceu por quê? Porque conseguimos entrar no ritmo normal de funcionamento.

            O Partido da Social Democracia Brasileira homenageia seus Governadores Aécio Neves e José Serra na perspectiva histórica de podermos realizar, neste ano, um enfrentamento de projetos. Podemos colocar perspectivas de futuro, pessoas experimentadas que buscam um passo a mais, um passo à frente na realidade do Brasil de hoje, um Brasil que inclui as pessoas no dia a dia da sua vida, mas ainda precisa de muita política pública para que todos sejam tratados com dignidade. Os aposentados, os trabalhadores rurais, os trabalhadores urbanos, as mulheres e os homens de todo o Brasil anseiam por uma política sempre presente e responsável de desenvolvimento.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/03/2010 - Página 10501