Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao líder espírita Francisco Cândido Xavier pelo transcurso do centenário de seu nascimento.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao líder espírita Francisco Cândido Xavier pelo transcurso do centenário de seu nascimento.
Publicação
Publicação no DSF de 31/03/2010 - Página 10617
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, LIDER, DOUTRINA, CRENÇA RELIGIOSA, ELOGIO, TRABALHO, SOLIDARIEDADE, PROBLEMA, POPULAÇÃO CARENTE, EMPENHO, CRIAÇÃO, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, CONTRIBUIÇÃO, REDUÇÃO, FOME.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco PCdoB - CE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, queremos com este pronunciamento dedicar a nossa homenagem ao líder espírita Francisco Cândido Xavier, quando se comemora o centenário do seu nascimento no dia 02 de abril do corrente ano.

            Chico Xavier nasceu na cidade de Pedro Leopoldo no estado de Minas Gerais no ano de 1910. Filho de um vendedor de bilhetes de loteria, pobre e sem instrução e de Maria João de Deus, uma lavadeira que veio a falecer quando o filho contava apenas 05 anos de idade. Com a morte da mãe, os oito irmãos foram distribuídos entre familiares e amigos.

            Aos nove anos volta a morar com a família em decorrência do segundo casamento de seu pai. Apesar da tenra idade começa a trabalhar como aprendiz em um fábrica de fiação e tecelagem. No período da manhã freqüentava a escola pública, para em seguida enfrentar uma jornada de trabalho que se estendia até às duas da madrugada. Concluindo precariamente o curso primário, trabalhou como caixeiro em casa comercial e posteriormente como auxiliar de cozinha num restaurante.

            Aos dezessete anos toma contato com a doutrina de Allan Kardec e tem participação ativa na fundação do Grupo Espírita Luís Gonzaga em sua cidade natal. Lá pôde aprimorar sua sensibilidade e percepção extra-sensorial. É nesse período que publica sua primeira obra “Parnaso de Além-Túmulo”, em julho de 1932.Seria o início de uma série que hoje totaliza 451 livros, dos quais 39 publicados após sua morte.

             Em 1935 torna-se funcionário público da Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo onde assume a função de escrevente datilógrafo,cargo que exercerá até o final da década de 50,quando se aposenta por invalidez. Padecendo de uma deficiência visual incurável, Chico Xavier vai residir em Uberaba atendendo à recomendação médica. Lá funda um novo centro e trabalha incansavelmente no auxílio à pessoas necessitadas. No seu apostolado, Chico atendia gratuitamente à todos, independente de credo, raça e opção sexual, vivendo unicamente de sua aposentadoria do Ministério da Fazenda.

            Seu falecimento em 30 de junho de 2002, comove o país. A data de sua morte fez valer sua vontade de morrer num momento de grande alegria para o povo brasileiro:Em junho de 2002 o Brasil sagrava-se Penta-campeão Mundial de Futebol.

            Independentemente do que se possa ajuizar sobre sua crença,Chico Xavier foi alguém que destacou-se pela generosidade, compreensão e acima de tudo pela sua solidariedade incondicional para com o sofrimento humano.Não se ocupou apenas dos mortos, mas antes de tudo, dos vivos.

            No decorrer se sua existência, ajudou a fundar cerca de duas mil instituições beneficentes e de qualificação profissional, com recursos provenientes da venda dos seus livros e de doações conseguidas por ele. Sensibilizado pelo drama da fome, organizava mutirões para distribuição de alimentos e de sopas, chegando distribuir 1000 sopas por dia.Incansável nos seus objetivos, Chico dedicou-se a esse trabalho por décadas a fio.

            Sempre afável mas de humor afiado, soube conduzir sua vida com leveza. Certa vez a bordo de um avião em meio a uma tempestade teve uma crise nervosa. Foi lhe perguntado então, porque um homem espiritualizado como ele tinha medo de morrer. Ao que respondeu: “Medo eu não tenho, mas também não tenho pressa”.

            Sr. Presidente, faço questão de registrar o Centenário de Chico Xavier e associar-me as centenas de homenagens a este cidadão que tinha um profundo sentimento humanitário.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/03/2010 - Página 10617