Discurso durante a 45ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Protesto pelo adiamento da votação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei "ficha limpa". Registro de artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de hoje, intitulado "Chega de saudade".

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
LEGISLAÇÃO ELEITORAL. ELEIÇÕES.:
  • Protesto pelo adiamento da votação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei "ficha limpa". Registro de artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de hoje, intitulado "Chega de saudade".
Publicação
Publicação no DSF de 08/04/2010 - Página 12576
Assunto
Outros > LEGISLAÇÃO ELEITORAL. ELEIÇÕES.
Indexação
  • REPUDIO, ADIAMENTO, BANCADA, GOVERNO, CAMARA DOS DEPUTADOS, VOTAÇÃO, PROJETO DE LEI, INICIATIVA, POPULAÇÃO, IMPEDIMENTO, CANDIDATURA, ACUSADO, IRREGULARIDADE, DESRESPEITO, INTERESSE SOCIAL, OBSTACULO, RECUPERAÇÃO, CONFIANÇA, REPUTAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, POSTERIORIDADE, SITUAÇÃO, PAGAMENTO, MESADA, CONGRESSISTA.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, DIRETRIZ, CAMPANHA ELEITORAL, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AUSENCIA, ELABORAÇÃO, PROPOSTA, SOLUÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS, MANUTENÇÃO, ANTERIORIDADE, GOVERNO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


      O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria de fazer dois registros.

            O primeiro deles é que lamento informar que a Câmara dos Deputados, a Base Governista na Câmara dos Deputados adotou manobra protelatória e empurrou para maio a discussão e votação do projeto de iniciativa popular, o “ficha limpa”. Nós queremos lamentar porque, sem dúvida, trata-se de uma manobra protelatória que tem por objetivo vencer o período eleitoral de 2010, para que não vigore para as eleições deste ano. Se é um projeto de iniciativa popular aguardado com tanta expectativa - mais de 1,5 milhão de brasileiros subscreveram esta proposição -, não se aceita esse tipo de procedimento de Parlamentares que atuam na contramão das aspirações da sociedade brasileira.

            O nosso protesto é o que nos cabe. Aguardávamos a aprovação desse projeto para que o Senado pudesse também deliberar sobre ele. Infelizmente, é empurrado para maio e não sabemos se, em maio, haverá deliberação também na Câmara dos Deputados.

            Não é dessa forma que o Congresso Nacional vai recuperar credibilidade. Não é dessa forma que o Poder Legislativo no País vai recuperar o conceito que perdeu ao longo de tanto tempo, especialmente desde a relação de promiscuidade havida do Poder Executivo com o Poder Legislativo no episódio do “mensalão”.

            Portanto, registramos o fato e protestamos.

            De outro lado, Sr. Presidente, eu gostaria de encaminhar, para que seja consignado nos Anais do Senado Federal, um artigo, o editorial da Folha de S.Paulo de hoje, denominado “Chega de saudade”.

            O jornalista e escritor Ruy Castro é autor de memoráveis biografias, de Nelson Rodrigues, de Garrincha, de Carmen Miranda, e tantas outras obras. Ele reconstituiu com talento, por exemplo, o talento que lhe é peculiar, a vida boêmia e cultural carioca dos tempos da Bossa Nova no livro Chega de Saudade. A Folha de S.Paulo, talvez inspirada no título dessa referida obra de Ruy Castro, traz o editorial nesta quarta-feira “Chega de saudade” e, com rigor jornalístico e isenção, traça o itinerário tortuoso e desafinado da candidata oficial ao Planalto, que, de forma obsessiva e reproduzindo um comportamento do mandatário-mor, insiste em voltar-se ao passado no intuito de forjar uma revanche na disputa particular entre Fernando Henrique Cardoso e o Presidente Lula.

            Sr. Presidente, como diz o editorial, “o Brasil precisa pensar e agir com olhos no futuro. Nada tem a ganhar com a tentativa da candidatura governista de forjar uma revanche de disputas pretéritas”. Portanto, creio que é oportuno inserir, nos Anais do Senado Federal, este artigo “Chega de saudade”. O jornal atesta e confirma aquilo que também é nosso posicionamento: a candidata oficial erra ao voltar-se para o passado e tentar forjar uma disputa que não tem sentido neste momento da campanha eleitoral que se avizinha.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

Chega de saudade


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/04/2010 - Página 12576