O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, ao longo dos anos, a BR-429 no meu Estado fez muito mais do que ligar pontos vazios, desalinhados e desconexos no interior de Rondônia. Fundou comunidades, estimulou comércio, estabeleceu vínculos, criou história e injetou dinamismo. Como reflexo dessa dinâmica, vale destacar a recente aprovação do Linhão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), interligando as sub-regiões do meu Estado ao Sistema Interligado Nacional de Energia Elétrica (SIN).

            Nesse contesto, Sr. Presidente, as cidades pelas quais a BR-429 serpenteia merecem ser saudadas de maneira tão efusiva quanto modelar. Aliás, merecem ser saudadas duplamente porque, recentemente, a Deputada Marinha Raupp conseguiu que a Ministra Dilma Rousseff e o Presidente Lula liberassem mais de R$400 milhões para o asfaltamento da BR-429. O primeiro trecho já está pronto até Alvorada; o segundo trecho iniciado até São Miguel. O terceiro, o quarto e o quinto trechos vão se iniciar em breve, ainda neste ano, e, logo, logo, até 2012, nós vamos ver o asfalto chegando na cidade Costa Marques, passando por Alvorada, São Miguel, Seringueiras, São Francisco, São Domingos e chegando à fronteira com a Bolívia, em Costa Marques.

            Uma obra que vai tirar do isolamento mais de 150 mil pessoas da região do Vale do Guaporé. No período das chuvas, as cidades ficam isoladas, muitas vezes faltando até combustíveis e gêneros alimentícios. Agora, com o asfaltamento, essa BR vai trazer tranquilidade para toda aquela população.

            Aliás, mesmo cidades localizadas fora do circuito da rodovia, contempladas no convênio assinado, merecem a nossa congratulação. No mínimo, uma dúzia de localidades rondonienses será finalmente beneficiada por tal convênio, mediante o qual o fornecimento de luz - reivindicação tão antiga e legítima quanto saúde e educação - se tornará mola propulsora de progresso e desenvolvimento regional.

            Na verdade, Sr. Presidente, eixos geográficos foram contemplados no projeto de interligação das sub-regiões. São eles: BR-429, a região de Buritiz, Campo Novo e Monte Negro, Chupinguaia, Machadinho, Cone Sul e Ponta do Abunã. Por Ponta do Abunã subentende-se a região de Extrema, Nova Califórnia, Vista Alegre do Abunã e Fortaleza do Abunã.

            Tal conquista, evidentemente, não se deu de graça, muito menos pela força dos ventos. Uma enorme constelação de esforços foi articulada para que, ao fim e ao cabo, a energia elétrica fosse introduzida no interior de Rondônia.

            Graças ao empenho inesgotável dos técnicos da Central Elétrica de Rondônia (Ceron), todo encaminhamento do projeto pôde ser executado de maneira correta e eficaz. Eu falo do projeto executivo. Logo, logo, vem a licitação, o contrato e as obras.

            Como acima antecipado, trata-se, no total, de seis grandes obras, compreendendo uma dúzia de cidades. Mais especificamente, eis a lista das cidades beneficiadas com a ampliação da rede elétrica: Alvorada d’Oeste, São Francisco, São Domingo, Costa Marques, Buritis, Montenegro, Campo Novo, Chupinguaia, Urucumacuã, Theobroma, Anari, Machadinho, Cujubim, Vilhena, Abunã, Jacy Paraná, União Bandeirantes, Fortaleza do Abunã, Mutum Paraná, Nova Califórnia, Vila Extrema, agora recém-emancipada - Extrema passou a Município -, Vista Alegre, Buritiz e a Ponta do Abunã inteira.

            Sr. Presidente, os projetos vinculados à instalação do sistema integrado envolvem usinas, redes de transmissão e outros empreendimentos de infraestrutura. Com isso, prevê-se a redução de consumo de combustível das localidades envolvidas, implicando a desativação de vinte centrais termelétricas a óleo diesel destinadas a uma população estimada de 605 mil pessoas.

            Rondônia já está interligada no sistema nacional. Não há por que ficar queimando mais óleo diesel, que é poluente e caro. Então, a interligação de todas essas localidades que eu acabei de citar vai diminuir o consumo de combustíveis e também a poluição na atmosfera.

            Mediante a construção de quase 1.250 quilômetros de rede associada à ampliação de 29 subestações, a interligação do sistema proporcionará uma redução significativa no custo de geração, viabilizando o atendimento da demanda reprimida. Comparativamente, as seis regiões gastaram em 2006 cerca de R$160 milhões com óleo diesel, valor este que representa mais da metade da soma necessária para a execução dos empreendimentos para integração da rede nas localidades mencionadas. Vale registrar que o custo final previsto totaliza aproximadamente R$300 milhões.

            De acordo com o Projeto de Interligação de Regiões apresentado pela Ceron, a projeção média de mercado de energia para os próximos anos gira em torno de 430 mil megawatts/hora, correspondendo à geração das centrais termelétricas que serão substituídas.

            Para finalizar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aproveitemos a ocasião para reiterar o imenso contentamento com que os rondonienses festejam a conquista da tão aguardada integração das sub-regiões do nosso Estado ao Sistema Nacional de Energia Elétrica, saudando todas as cidades beneficiadas.

            Espero, Sr. Presidente, que em breve saia a licitação - já que a Aneel já aprovou esse convênio -, que se iniciem as obras e que as populações de todas essas regiões comecem a usufruir deste benefício tão importante. E que a geração de emprego, através das indústrias que lá vão ser instaladas, e do comércio local, possa também atender milhares e milhares de pessoas.

            Por fim, prestemos homenagem igual à Central Elétrica de Rondônia, a Ceron, pelos esforços envidados para aprovação do projeto.

            Da mesma forma, Sr. Presidente, quero agradecer o ex-ministro Edison Lobão, que deixa o Ministério, desincompatibilizando-se para voltar ao Senado Federal e disputar a reeleição no Estado do Maranhão. Espero que ele tenha tanto sucesso nessa nova jornada como teve no Ministério das Minas e Energia, porque, depois que ele assumiu o Ministério, há dois anos e dois meses mais ou menos, nunca mais parou de chover no Brasil. Os reservatórios estão transbordando, e o risco de apagão foi, de pronto, eliminado.

            Do mesmo modo, quero agradecer ao Presidente da Eletrobrás, Dr. José Antônio Muniz; ao Presidente da Ceron, Jorge Palmeira; enfim, a todas as autoridades do setor elétrico que têm contribuído para melhorar a qualidade de vida da população do Norte do Brasil e de todo o Estado de Rondônia.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.

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