Discurso durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo para que o Presidente Lula interceda no sentido da resolução de conflitos em Cuba, Irã e Israel - Palestina.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA.:
  • Apelo para que o Presidente Lula interceda no sentido da resolução de conflitos em Cuba, Irã e Israel - Palestina.
Publicação
Publicação no DSF de 09/04/2010 - Página 13002
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • LEITURA, CARTA, AUTORIA, ORADOR, CIDADÃO, NACIONALIDADE ESTRANGEIRA, SOLICITAÇÃO, APOIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, OBTENÇÃO, GOVERNO ESTRANGEIRO, CUBA, LIBERAÇÃO, VIAGEM, BRASIL, PARTICIPAÇÃO, LANÇAMENTO, FILME DOCUMENTARIO.
  • RECONHECIMENTO, ESFORÇO, IMPORTANCIA, POLITICA EXTERNA, GOVERNO BRASILEIRO, TENTATIVA, SOLUÇÃO, CONFLITO, PAIS ESTRANGEIRO, IRÃ, ISRAEL, PALESTINA, AMERICA DO SUL.
  • LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), AUTORIA, FREI BETTO, SACERDOTE, CRITICA, CIDADÃO, NACIONALIDADE ESTRANGEIRA, FALSIDADE, DECLARAÇÃO, AGRESSÃO, AUSENCIA, PROVA, SITUAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CUBA, FALTA, LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
  • RELEVANCIA, PRESENÇA, CIDADÃO, NACIONALIDADE ESTRANGEIRA, DEBATE, SITUAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CUBA, APREENSÃO, FALTA, LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DEFESA, EXTINÇÃO, BLOQUEIO, NATUREZA ECONOMICA, IMPORTANCIA, COLABORAÇÃO, GOVERNO BRASILEIRO, SOLUÇÃO, PROBLEMA.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, CARTA, DIRETOR, FILME DOCUMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), POSSIBILIDADE, EFETIVAÇÃO, PROJETO, AUTORIA, ORADOR, GARANTIA, RENDA MINIMA, IMPORTANCIA, CONGRESSO INTERNACIONAL, REALIZAÇÃO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP), DEBATE, TRANSFERENCIA, RENDA, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Gostaria, Sr. Presidente, de hoje aqui encaminhar um apelo ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, referente à solicitação que me chegou às mãos e que também foi encaminhada pelo Sr. Cláudio Galvão da Silva ou Dado Galvão, seu nome artístico.

            Uma pessoa de Ilhéus, na Bahia, fez recentemente um documentário sobre a liberdade de expressão em Honduras e em Cuba. Inclusive entrevistou a Srª Yoani Sánchez, responsável pelo blog Generation Y, em Havana.

            E tendo completado e editado o seu documentário, ele está solicitando ao Governador Jaques Wagner e a mim próprio que o encaminhemos ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Inclusive, o Sr. Dado Galvão solicitou ao Deputado Estadual Euclides Fernandes, do PDT da Bahia, que fizesse chegar às mãos do Governador Jaques Wagner a carta que eu aqui hoje registrarei, no sentido de solicitar ao Presidente Lula que faça chegar um apelo às autoridades cubanas para que a Srª Yoani Sánchez possa estar presente por ocasião da exibição desse documentário, quando acontecer isso, na cidade de Ilhéus, na Bahia.

            No dia 31 de março último, encaminhei, aos cuidados do Chefe de Gabinete de Pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a seguinte carta ao Presidente, Senhor Luiz Inácio Lula da Silva:

Gostaria de cumprimentá-lo, com entusiasmo, por suas iniciativas de colaborar para promover a paz no Oriente Médio e, em especial, pelos passos que deu em suas recentes viagens a Israel e à Palestina. Considero que o seu pronunciamento no Clube Monte Líbano, por ocasião do Dia da Comunidade Árabe-Brasileira, 25 de março, que se realizou no dia 26, constituiu-se em mais um passo importante nesta direção. Quando salientou que nós, brasileiros, temos condições propícias para estimular a paz entre árabes e judeus, pois quando vai ao hospital Sírio Libanês, vê excelentes médicos israelitas colaborando com excelentes médicos árabes, e quando vai ao Hospital Albert Einstein, encontra também excelentes médicos árabes colaborando com médicos judeus, Vossa Excelência sintetizou muito bem as razões que nós, brasileiros, reunimos para, de fato, ajudar na construção da paz. Apoio inteiramente as suas palavras hoje expressas no Itamaraty, quando afirmou que para isso é importante conversarmos tanto com as autoridades israelenses quanto com as árabes dos mais diversos segmentos, bem como com o Presidente do Irã, dos Estados Unidos, da Rússia, da França, dentre outros.

Também estou inteiramente solidário ao seu sentimento de crítica feito ao muro que Israel construiu para separar o Estado Judeu da Cisjordânia, o qual guarda relação com a declaração do então Senador Barack Obama, em julho de 2008, diante do Portal de Brandenburgo, em Berlim, quando afirmou que agora não é tempo mais para haver muros que separem os que muito têm dos que pouco têm, os judeus dos islâmicos, dos cristãos e de pessoas de quaisquer origem, raça, sexo ou qualquer condição socioeconômica.

Creio que Vossa Excelência, Presidente Lula, reúne condições excepcionais por sua solidariedade com os Presidentes Raul Castro e Fidel Castro, assim como à Revolução Cubana, para interceder junto ao governo dos Estados Unidos para acabarem rapidamente com o bloqueio ou embargo à Cuba. Também pode contribuir, sincera e amigavelmente, no sentido das autoridades cubanas promoverem uma maior liberdade das pessoas de Cuba se expressarem e de viajarem ao exterior.

Encaminho-lhe anexa a correspondência que recebi do comentarista Dado Galvão e de Emanuel Andrade, os quais elaboraram um documentário a respeito da Ilha, e da blogueira Yoani Sánchez. Também envio uma cópia da carta que a própria Yoani Sánchez dirigiu a Vossa Excelência. Nela, Yoani solicita sua colaboração para que as autoridades cubanas permitam que venha ao Brasil por ocasião do lançamento do referido documentário.

Gostaria de expressar minha opinião sobre os comentários de Yoani Sánchez em seu blog Generação Y e em seu livro De Cuba com Carinho: são crônicas acerca das dificuldades de seu cotidiano menos ferinas do que as críticas que, diariamente, ouço dos Senadores da Oposição na tribuna do Senado brasileiro. Não compreendo porque as autoridades cubanas têm criado tantas dificuldades para que ela visite nosso País. Há, inclusive, uma solicitação formulada pelo Presidente José Sarney para que ela atenda a um convite da Comissão de Constituição e Justiça do Senado brasileiro, de iniciativa do Senador Demóstenes Torres e que ainda não foi respondido pela Embaixada de Cuba no Brasil.

Creio que também neste caso Vossa Excelência reúne as condições excepcionais para que os muros que nos separam, inclusive dos Estados Unidos com o México, possam ser derrubados e que haja melhor entendimento entre todos nas Américas.

O abraço amigo,

Senador Eduardo Matarazzo Suplicy

            E, assim, encaminho e peço que seja transcrita carta, do comentarista Dado Galvão e de Emanuel Andrade, editor, em que mencionam que está em fase de pré-edição o documentário que vai mostrar à Yoani Sánchez Cordero as mulheres dos presos políticos em Cuba, denominado “Damas de Branco”, além de mostrar o que aconteceu quando o Canal 36 de Honduras foi fechado durante o golpe militar e o cerco à Embaixada brasileira em Honduras.

            O documentário independente será lançado em primeira exibição em junho, em Jequié, no Centro de Cultura Antonio Carlos Magalhães, com entrada livre, depois será inscrito em festivais, com o apoio da Associação Jequiense de Imprensa.

            E aqui está a carta da Srª Yoani Sánchez, datada de 14 de março, endereçada ao Presidente Lula, manifestando o desejo de visitar o Brasil para o lançamento do documentário e pedindo a intercessão do Presidente junto ao governo cubano a fim de que tenha autorização para viajar ao Brasil para esse lançamento.

            Mencionam, então, o apelo que fariam ao Governador Jaques Wagner, com quem conversei hoje, dizendo que iria encaminhar a cópia da carta que passo a ler, da Srª Yoani Sánchez Cordero, datada de 14 de março de 2010, ao Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil.

            A carta está escrita em espanhol, mas farei a leitura com uma tradução livre para o português:

Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil,

Uma vez alguém me contou que os barcos de onde se traficavam escravos africanos deixavam parte de sua carga em Cuba e outra na Costa Atlântica do Brasil. Assim se separavam irmãos, padres, filhos e amigos de toda uma vida; assim, nossos povos dividem uma mesma raiz.

Por isso nos parece tão perversa qualquer coisa que nos intente separar. Por isso sonhamos que em algum dia haja livre circulação entre todas as nossas nações americanas. Por isso não consigo entender que as autoridades de meu país tenham me impedido de visitar o seu.

Na primeira ocasião, com data de outubro de 2009, pretendi realizar apresentação de meu livro De Cuba com carinho, publicado pela editora Contexto. Na oficina de imigração, que se ocupa de outorgar as permissões de saída ao cidadãos cubanos, informaram-me que não estaria autorizada a viajar. Essa era a quarta vez que me negavam essa autorização. Anteriormente havia sido impedida de viajar para a Espanha para receber o Prêmio Ortega e Gasset, à Polônia e, depois, aos Estados Unidos, para receber a menção especial do Prêmio Maria Moors Cabot, na Universidade de Columbia.

Agora, fui convidada, pela segunda vez, para visitar o Brasil para a apresentação de um documentário sobre a minha pessoa, feito por um grupo de realizadores de Jequié. Estou convencida de que não encontrarei dificuldades para obter visto na Embaixada do Brasil em Havana mas não tenho certeza de que as autoridades do meu país irão negar-me permissão para visitar o Brasil.

Vossa Excelência tem dado recentes mostras de possuir uma grande confiança na boa-fé do governo cubano. Trago a ilusão, quem sabe, de que quem dirige o meu país queira manter viva em Vossa Excelência essa confiança e que, ainda que não venha a defraudá-la, venha a atender a sua solicitação - que me dêem permissão para visitar o Brasil. Vossa Excelência estaria pedindo em meu nome aquilo que, para qualquer brasileiro e para qualquer ser humano, se constitui num direito inalienável.

Desculpe-me por ter roubado o seu tempo lendo esta carta. Desculpe-me também por haver escrito em espanhol. Não me desculpe, entretanto, pela minha crença de que Vossa Excelência queira para todos os cubanos os mesmos direitos que deseja ver cumpridos entre os brasileiros.

Assina a Srª Yoani Sánchez Cordero.

            Quero ressaltar que tenho conversado com diversas pessoas, inclusive amigos de Cuba e amigos do Presidente Lula, a respeito da Srª Yoani Sánchez desde que, no ano passado, me dispus a participar de um diálogo sobre o seu livro De Cuba, com carinho.

            Quero aqui, inclusive, ler aquilo que o querido Frei Betto, meu amigo, amigo do Presidente Lula, escreveu no jornal Correio Braziliense, em 4 de dezembro passado. Ele fez um artigo crítico sobre a blogueira Yoani, denominado A Blogueira Yoani e suas contradições. Diz Frei Beto:

O mundo soube que, a 7 de novembro último, a blogueira cubana Yoani Sánchez teria sido golpeada nas ruas de Havana. Segundo relato dela, “jogaram-me dentro de um carro... arranquei um papel que um deles levava e o levei à boca. Fui golpeada para devolver o documento. Dentro do carro estava Orlando [marido dela], imobilizado por uma chave de karatê... Golpearam-me nos rins e na cabeça para que eu devolvesse o papel... Nos largaram na rua... Uma mulher se aproximou: “O que aconteceu?” “Um sequestro”, respondi.

Três dias depois do ocorrido nas ruas da Havana, Yoani Sánchez recebeu em sua casa a imprensa estrangeira. Fernando Ravsberg, da BBC, notou que, apesar de todas as torturas descritas por ela, “não havia hematomas, marcas ou cicatrizes”, o que foi confirmado pelas imagens da CNN. A France Press divulgou que ela “não foi ferida”.

Na entrevista à BBC, Yoani Sánchez declarou que as marcas e hematomas haviam desaparecido (em apenas 48 horas), exceto as das nádegas, “que lamentavelmente não posso mostrar”. Ora, por que, no mesmo dia do suposto sequestro, não mostrou por seu blog, repleto de fotos, as que afirmou ter em outras partes do corpo?

Havia divulgado que a agressão ocorreu à luz do dia, diante de um ponto de ônibus “cheio de gente.” Os correspondentes estrangeiros em Cuba não encontraram até hoje uma única testemunha. E o marido dela se recusou a falar à imprensa.

O suposto ataque à blogueira cubana mereceu mais destaque na mídia que uma centena de assassinatos, desaparecimentos e atos de violência da ditadura hondurenha de Roberto Micheletti, desde 27 de junho.

Yoani Sánchez nasceu em 1975, formou-se em filologia em 2000 e, dois anos depois, “diante do desencanto e a asfixia econômica em Cuba”, como registra no blog, mudou-se para a Suíça em companhia do filho Téo.

Ali trabalhou em editoras e deu aulas de espanhol.

Em 2004, abandonou o paraíso suíço para retornar a Cuba, que qualifica de “imensa prisão com muros ideológicos”. Afirma que o fez por motivos familiares. Quem lê o blog fica estarrecido com o inferno cubano descrito por ela. Apesar disso, voltou.

Não poderia ter assegurado um futuro melhor ao filho na Suíça? Por que regressou contra a vontade da mãe? “Minha mãe se recusou a admitir que sua filha já não vivia na Suíça de leite e chocolate”.

Na verdade, o caso de Yoani Sánchez não é isolado. Inúmeros cubanos exilados retornam ao país após se defrontarem com as dificuldades de adaptação ao estrangeiro, os preconceitos contra mulatos e negros, a barreira do idioma, a falta de empregos. Sabem que, apesar das dificuldades pelas quais o país atravessa, em Cuba haverão de ter casa, comida, educação e atenção médica gratuitas, e segurança, pois os índices de criminalidade ali são ínfimos comparados ao resto da América Latina.

O que Yoani Sánchez não revela em seu blog é que, na Suíça, implorou aos diplomatas cubanos o direito de retornar, pois não encontrara trabalho estável. E sabe que em Cuba ela pode dedicar tempo integral ao blog, pois é dos raros países do mundo em que desempregado não passa fome nem mora ao relento.

O curioso é que ela jamais exibiu em seu blog as crianças de rua que perambulam por Havana, os mendigos jogados nas calçadas, as famílias miseráveis debaixo dos viadutos... Nem ela nem os correspondentes estrangeiros, e nem mesmo os turistas que visitam a Ilha. Porque lá não existem.

Se há tanta falta de liberdade em Cuba, como Yoani Sánchez consegue, lá de dentro, emitir tamanhas críticas? Não se diz que em Cuba tudo é controlado, inclusive o acesso à Internet?

Detalhe: o nicho Generación Y de Sánchez é altamente sofisticado, com entradas para Facebook e Twitter.

Recebe 14 milhões de visitas por mês e está disponível em 18 idiomas! Nem o Departamento de Estado do EUA dispõe de tanta variedade linguística. Quem paga os tradutores no exterior? Quem financia o alto custo do fluxo de 14 milhões de acessos?

Yoani Sánchez tem todo o direito de criticar Cuba e o governo do seu país. Mas só os ingênuos acreditam que se trata de uma simples blogueira. Nem sequer é vítima da segurança ou da Justiça cubanas. Por isso, inventou a história das agressões. Insiste para que suas mentiras se tornem realidade.

A resistência de Cuba ao bloqueio norte-americano, à queda da União Soviética, ao boicote de parte da mídia ocidental, incomoda, e muito. Sobretudo quando se sabe que voluntários cubanos estão em mais de 70 países atuando, sobretudo, como médicos e professores.

O capitalismo, que exclui 4 bilhões de seres humanos de seus benefícios básicos, não é mesmo capaz de suportar o fato de 11 milhões de habitantes de um país pobre viverem com dignidade e se sentirem espelhados no saudável e alegre Buena Vista Social Club.

            Ora, assim concluiu o seu artigo Frei Betto, meu amigo, pessoa com quem sempre dialogo. Mas quero transmitir ao querido Frei Betto: acho que nada melhor do que poder Yoani Sánchez ter a possibilidade de vir ao Brasil e aqui dialogar.

            Alguns dos maiores artistas cubanos, como Pablo Milanés, um cantor amigo de Chico Buarque, têm, por vezes, dito coisas semelhantes àquelas que a Yoani Sánchez diz. Inclusive, recentemente, pessoas que muito têm sido solidárias com Cuba têm dito que será muito importante que, em Cuba, possa haver, de fato, um avanço no que diz respeito à liberdade de expressão.

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Tenho a certeza de que o Presidente Lula poderá tanto contribuir para o diálogo, inclusive com o Presidente Ahmadinejad. Como ele ressalta, se os Presidentes, hoje, dos Estados Unidos, da Rússia, da China, da França têm tido dificuldades para dialogar com o Presidente do Irã, é importante que o Brasil, que tem esta qualidade que eu citei, de início, de vermos aqui pessoas de todas as origens, como árabes, como judeus, como persas e assim por diante, possa fazê-lo. Temos a experiência de que essas pessoas, no Brasil, se dão tão bem, por que não se darem bem ali e poderem se dar muito melhor para que haja a pacificação...

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - ... e o melhor entendimento entre Israel e o Estado Palestino, que todos desejamos ver existir?

            É possível que o Presidente Lula passe a ter um diálogo com o Presidente do Irã de maior qualidade e contribua para o bom diálogo que o Presidente Barack Obama e o Presidente Medvedev, da Rússia, gostariam de ter com o Presidente Ahmadinejad, do Irã.

            Assim, fica aqui o meu apelo ao Presidente Lula: Vossa Excelência terá condição excepcional de contribuir, simultaneamente, para que haja o fim do bloqueio econômico, comercial e cultural dos Estados Unidos em relação a Cuba, já, em princípio, anunciado como um ato que o Presidente Barack Obama gostaria de realizar.

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Mas, certamente, isso estará muito mais próximo de se tornar uma realidade na medida em que Cuba também der sinais de maior liberdade de expressão e, inclusive, liberdade para que as pessoas ingressarem e saírem de Cuba. Inclusive, há pessoas em Cuba que, por vezes, têm outras opiniões que não aquelas em relação aos que defendem a revolução cubana e a natureza de seu regime.

            Gostaria, Sr. Presidente, de solicitar a transcrição de um artigo que O Globo publicou hoje, “Mais perto da renda mínima”, de minha autoria, em que menciono a importância do congresso internacional que se realizará na Universidade de São Paulo...

            (Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - ... nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho próximos. Falo do Congresso Internacional da Rede Mundial da Renda Básica, com a participação dos maiores filósofos, economistas e especialistas no tema da transferência de renda, evento que contará, em sua abertura, em 1º de julho, pela manhã, com uma palestra do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

            Peço, portanto, a transcrição também desse artigo, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR.

SENADOR EDUARDO SUPLICY EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

Mais perto da renda mínima, (O Globo de 8 de abril de 2010);

Carta (e-mail) de Cláudio Galvão Dado Galvão.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/04/2010 - Página 13002