Discurso durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários a pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) sobre o consumo do café no País.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Comentários a pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) sobre o consumo do café no País.
Publicação
Publicação no DSF de 09/04/2010 - Página 13141
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, PESQUISA, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, INDUSTRIA, CAFE, ANALISE, RESULTADO, AUMENTO, CONSUMO INTERNO, MOTIVO, CRESCIMENTO, RENDA, POPULAÇÃO, AMPLIAÇÃO, CULTIVO, DIVERSIDADE, GRÃO, SUPERIORIDADE, QUALIDADE.
  • RELEVANCIA, PRODUÇÃO, CAFE, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), ESPECIFICAÇÃO, MUNICIPIO, JAGUARE (ES), LANÇAMENTO, PROJETO, MELHORIA, QUALIDADE, PRODUTO, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA, INCENTIVO, AGRICULTURA, PROPRIEDADE FAMILIAR, EXPANSÃO, ATIVIDADE, APOIO, SECRETARIA DE ESTADO, INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, ASSISTENCIA TECNICA, EXTENSÃO RURAL, AUXILIO, CAFEICULTOR, COMERCIALIZAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO, CRESCIMENTO, CONSUMO INTERNO, AUMENTO, PRESTIGIO, AMBITO INTERNACIONAL, BEBIDA, ORIGEM, BRASIL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a pesquisa anual da Abic, Associação Brasileira da Indústria de Café, traz ótimas novidades em matéria de dados sobre o consumo da bebida em nosso país. Realizada em 2009 e divulgada agora, ela mostra que 97 por cento da população brasileira acima de 15 anos consome café todos os dias, um percentual que subiu 6 pontos desde 2003, ano em que foi feita a primeira pesquisa.

            O consumo interno de café em grão foi de 18 milhões e 400 mil sacas em 2009, 4 por cento a mais que no ano anterior. São 331 bilhões e 200 milhões de xícaras de 50 mililitros. E o melhor é que a tendência é de aumento na demanda, que deve crescer pelo menos 5 por cento em 2010.

            Somos hoje o segundo maior consumidor mundial de café, só perdendo para os Estados Unidos, que têm uma demanda anual de quase 22 milhões de sacas. Mas, enquanto no Brasil a bebida é consumida por praticamente toda a população, entre os norte-americanos a penetração é de 57 por cento.

            A pesquisa da Abic permite constatar que o crescimento no consumo de café está sendo impulsionado pelo aumento da renda dos brasileiros. A maior responsável pelos índices alcançados em 2009 foi a classe C, onde estão concentrados 42 por cento da demanda interna. A classe D respondeu por 31 por cento da demanda, e as classes A e B, por 27 por cento.

            Outro aspecto detectado pela pesquisa foi o da preferência crescente pelos cafés de maior valor agregado, como gourmet, espresso, orgânico, descafeinado e de regiões certificadas.

            Na classe A, 27 por cento dos consumidores disseram comprar esses produtos. Em 2004, o percentual era de 19 por cento. Em menor proporção, a opção pelos cafés de maior qualidade também foi constatada nas demais classes.

            Um dado interessante é que o hábito de tomar café fora de casa, uma tendência que desaparecera no final do século passado, ressurgiu com força, graças à abertura de cafeterias e à diversificação das padarias, que também passaram a oferecer o produto. Se, em 2003, apenas 17 por cento dos entrevistados diziam tomar café fora de casa, hoje o percentual é de 46 por cento.

            No Espírito Santo, segundo maior produtor brasileiro de café, o maior produtor de conilon, com 75% do total nacional, e terceiro produtor de arábica, a preocupação com a qualidade e o

            incentivo ao cultivo de variedades especiais já faz parte há bastante tempo das prioridades do governo estadual e das prefeituras.

            Na região das montanhas do Estado, onde predomina o arábica, são produzidas de 250 a 300 mil sacas de 60 quilos de cafés especiais, que ganham o selo “Café das montanhas do Espírito Santo”, garantia de que os grãos utilizados são provenientes da região.

            No Norte capixaba, a Prefeitura de Jaguaré está lançando neste mês de março o projeto Conilon Especial, que tem como objetivo justamente a melhoria da qualidade do café conilon. Referência na produção do conilon, Jaguaré tem uma produção média de quase 575 mil sacas por ano, o que representa quase 8% do total estadual. O cultivo do café proporciona uma renda bruta de quase 115 milhões de reais, ocupando uma área de 21 mil hectares, 30 por cento da extensão territorial do município.

            A cafeicultura é a principal atividade econômica no meio rural de Jaguaré, responsável por mais de 80 por cento da renda dos agricultores, além de gerar 10 mil empregos diretos e indiretos, metade deles na época da colheita. O café é cultivado em pequenas propriedades, nas quais predomina a agricultura familiar.

            O propósito do projeto Conilon Especial, que conta com o apoio da Secretaria estadual de Agricultura e do Incaper, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, é melhorar a qualidade, agregando valor ao produto, que poderá ganhar novos mercados e proporcionar maior retorno financeiro aos produtores.

            Os agricultores deverão aderir a um protocolo, que abrange desde o plantio e manejo até a comercialização e consumo. Em todas as etapas, receberão assistência técnica e assistência em gestão, de agrônomos e técnicos agrícolas. Uma vez cumpridas as metas, eles poderão utilizar a marca Conilon Especial, que já está em processo de registro.

            Projetos como o da região das montanhas e a iniciativa da Prefeitura de Jaguaré contribuirão, sem dúvida, para aumentar ainda mais o consumo interno e também para conquistar novos mercados para o café brasileiro. A profissionalização da cadeia produtiva permitirá que o País diversifique a oferta de variedades para os mercados mais exigentes, consolidando a sua valorização no Exterior.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/04/2010 - Página 13141