Pronunciamento de Heráclito Fortes em 09/04/2010
Discurso durante a 47ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Crítica à postura da candidata à Presidência da República Dilma Rousseff. Registro da participação de S.Exa., em Curitiba, na solenidade de outorga do Título de Cidadão Benemérito ao empresário João Elísio Ferraz Campos.
- Autor
- Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
- Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
ELEIÇÕES.
HOMENAGEM.:
- Crítica à postura da candidata à Presidência da República Dilma Rousseff. Registro da participação de S.Exa., em Curitiba, na solenidade de outorga do Título de Cidadão Benemérito ao empresário João Elísio Ferraz Campos.
- Aparteantes
- Mozarildo Cavalcanti, Mário Couto.
- Publicação
- Publicação no DSF de 10/04/2010 - Página 13244
- Assunto
- Outros > ELEIÇÕES. HOMENAGEM.
- Indexação
-
- QUESTIONAMENTO, INCOERENCIA, CONDUTA, EX MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, AUSENCIA, APRESENTAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, DEMONSTRAÇÃO, CAPACIDADE, GESTÃO, ECONOMIA NACIONAL, FALTA, ESCLARECIMENTOS, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CONTINUAÇÃO, CRITICA, GOVERNO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, INVASÃO, PRIVACIDADE, POLITICA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).
- REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, SOLENIDADE, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO PARANA (PR), ENTREGA, TITULO, EMPRESARIO, POLITICO, DISPUTA, CANDIDATURA, SENADO, PARTIDO POLITICO, DEMOCRATAS (DEM).
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que me traz à tribuna é um tema que tomou conta do noticiário da imprensa no correr de toda a semana. O tema é exatamente voltado para os primeiros passos dos dois principais candidatos à Presidência da República já desprovidos dos cargos que detinham até então: José Serra, ex-Governador de São Paulo; e Dilma Rousseff, ex-Ministra-Chefe da Casa Civil.
Tenho respeito pessoal muito grande pela Ministra Dilma Rousseff, e ela sabe disso. Agora, entre isso e concordar com essa maneira atabalhoada com que ela deu os primeiros passos na carreira solo de candidata à Presidência da República vai uma diferença muito grande.
O Brasil não está preocupado, a não ser para referências históricas, com Fernando Henrique. A partir de 1º de janeiro, não estará mais preocupado com o atual Presidente Lula. Os dois terão, evidentemente, pelos papéis que ocuparam no País, lugar destacado na nossa história. A preocupação do brasileiro é saber o que o candidato eleito irá fazer pelo nosso País a partir dessa data. Querer traçar o embate de quem fez mais ou quem fez menos entre um Presidente que deixou o poder oito anos atrás e um que está prestes a deixá-lo é querer encontrar uma maneira de desviar do verdadeiro foco que deve presidir uma eleição e um País da dimensão do Brasil: as propostas, o que fez e o que fará cada um dos candidatos.
Se a Ministra quer falar de passado, acho que é um debate oportuno mas que remete ao passado e à luta de cada um dos candidatos. Que Dilma mostre o que fez e que Serra também tenha oportunidade de fazer a mesma coisa.
Serra traz na sua bagagem a experiência não só das lides estudantis, mas de um administrador de alto sucesso, quer como Secretário de Planejamento de São Paulo, quer como Ministro do Planejamento do Brasil, quer como Ministro da Saúde, quer como Governador ou Prefeito de São Paulo.
A experiência da Ministra-Chefe é tímida, é regionalizada: Secretária no Rio Grande do Sul e Ministra de Minas e Energia do atual Governo e Chefe da Casa Civil. O seu cartão de visita, que se propunha ou se esperava que fosse o PAC, o Brasil todo sabe que se trata de um grande fiasco. O PAC, que deveria ser o carro chefe da candidata, não passa de quimeras, de placas de lançamentos e, acima de tudo, de uma grande frustração por parte da maioria dos Estados brasileiros, entre os quais eu destaco, Senador Mozarildo, a frustração, por exemplo, do meu Estado, o Estado do Piauí. As promessas do PAC não se realizaram. É só ver a Cartilha nº 8, lançada pela Ministra com pompa e circunstância, onde existem apenas intenções.
O Brasil precisa analisar a capacidade de administrar de cada um e a coragem de cada um dos candidatos a Presidente da República. O José Serra, quebrador de patente de remédios, criador da figura do genérico, que possibilitou uma redução drástica dos preços de medicamentos, atendendo principalmente à população mais carente do País. A intransigência de Serra com a corrupção. Não se vê na história de José Serra conviver com corrupção; não se vê tampouco permitir que, no seu quadro de assessores ou nos da sua equipe, por onde passou, os corruptos tenham vez.
Esses fatos precisam ser analisados com muita tranquilidade, Senador Mário Couto, e é isso que a Nação brasileira terá, a partir de agora, oportunidade para fazer.
Ocorre que a Ministra da Casa Civil, ex-Ministra, começa a dar os seus passos solo. Mas a Ministra acostumou-se com aquela bicicleta de rodinhas, em que as crianças andam com segurança, mas, quando as rodinhas são retiradas pelos seus pais, elas começam a andar de maneira trôpega, caindo aqui e acolá. Esses primeiros passos da candidata têm sido assim. Nunca vi uma semana de tanta descortesia e de tanto oportunismo como a semana da visita da Ministra-Chefe da Casa Civil a Minas Gerais.
Aliás, o que a Ministra deveria ter feito na viagem a Minas era ter mostrado ao povo mineiro o que fez, durante o período em que estava à frente da Casa Civil e coordenava o PAC, por aquele Estado. A visita ao túmulo de Tancredo seria um gesto bonito se não fosse usado de maneira demagógica e eleitoreira e, acima de tudo, insincera, porque disse a Ministra, Senador Mozarildo: “Fui homenagear Tancredo Neves”. Pois bem, se quis homenagear Tancredo Neves, por que não esteve presente à solenidade que esta Casa prestou em homenagem ao centenário de Tancredo Neves aqui, com a presença, inclusive, do seu neto ilustre, Governador de Minas Gerais, dos seus familiares? Era uma maneira, não só de prestigiar a memória de Tancredo, mas também o Congresso brasileiro. Seria mais sincero. Mas não. É o uso da demagogia, é o uso do oportunismo político em cima de uma memória, que, concordo, não pertence a partido, mas ao País e à Nação.
O mais prudente seria a Srª Ministra pedir desculpas ao País pelo fato de o Partido que a acolhe ter fugido de participar do Colégio Eleitoral que elegeu exatamente Tancredo Neves Presidente da República, promovendo a transição democrática deste País, uma das páginas mais bonitas da sua história.
O PT, além de não participar do Colégio Eleitoral, expulsou membros que, por questão de coerência democrática e histórica, resolveram votar a favor da eleição indireta. Haveria de se dizer que, naquela época, a Ministra não militava no Partido dos Trabalhadores. Sim, por oportunismo regional, estava filiada ao Partido de Brizola, no PDT do Rio Grande do Sul. Mas não justifica, não justifica de maneira nenhuma, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esse comportamento.
Para coroar tudo isso, S. Exª vai a Minas e tenta fazer, de maneira grosseira, uma divisão que, pensou ela, atingiria os tucanos, mas caiu exatamente no seu colo e no seu Partido, desrespeitando as possíveis candidaturas dos Partidos que lhe dão sustentação e, de uma maneira especial, seu próprio PT, em que há um embate entre o ex-Prefeito Lacerda e o Sr. Patrus Ananias. Desrespeitou a figura de Hélio Costa, candidato a Governador pelo PMDB, e que busca, de maneira desesperada, uma aliança com o Partido dos Trabalhadores.
No fim de tudo, diz, Senador Mozarildo, que foi um chiste, uma pilhéria, uma brincadeira, e o País há de perguntar quando a candidata a Presidente da República fala sério ou quando a candidata a Presidente da República brinca. Brincar com o povo mineiro é, acima de tudo, um ato de mau gosto. Principalmente no momento em que os mineiros - e nós reconhecemos - ainda se sentem ressentidos de não terem um candidato próprio a Presidente da República. Comportar-se dessa maneira é tripudiar sobre o coração de Minas Gerais, é tripudiar sobre um Estado que não merece esse tipo de tratamento, até porque S. Exª voltou às terras das alterosas já como candidata a Presidente da República, voltou às suas origens, mas viveu politicamente o tempo todo no Rio Grande do Sul.
Acho que a sua volta, o seu reencontro com as origens poderia ser feito de maneira mais segura, de maneira mais cautelosa. Talvez os seus assessores de campanha não tenham lhe ensinado que, em política, Minas tem vocabulário próprio. Minas tem manias peculiares. Minas, pela participação na história do Brasil, merece ser tratada com respeito e não com deboche. Daí por que é lamentável, Senador Mozarildo, a quem concedo um aparte, esse tratamento dos primeiros passos da candidata do Governo à Presidência da República.
O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Heráclito Fortes, V. Exª faz uma análise muito interessante e oportuna, que merece uma reflexão profunda por parte dos eleitores brasileiros. Primeiro, vamos ao PAC. Acho que se traduzirmos, o programa seria mais ou menos assim: “Programa Aloprado de Conquista”. Mas aí faltou uma letra que tinha que ter sido colocada, mas que deixaram escondida mesmo: “Programa Aloprado de Conquista de Votos”. E fui pesquisar o que significa aloprado. O Presidente Lula inventou esse nome como sinônimo de ladrão, de desonesto, de pessoas que fizeram coisas erradas. Mas aloprado é amalucado, muito agitado, muito inquieto; não tem nenhum sinônimo de bandido e de ladrão.
O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Termo, aliás, escolhido pelo próprio Presidente Lula para tachar os seus companheiros.
O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Que cometeram desonestidades, roubos, etc. Então, como aloprado não é sinônimo de bandido e de ladrão, mas sim de amalucado, eu acho que esse programa PAC é um programa amalucado de conquista de votos. Agora, eu queria dizer a V. Exª, depois de toda a análise que V. Exª fez da candidata - que, na verdade, é uma candidata escolhida, imposta pelo Presidente Lula -, lembrar o que disse o Ministro Carlos Ayres Brito, Presidente do TSE até há poucos dias, quando ele manteve a multa ao Presidente Lula por propaganda eleitoral antecipada. Ele disse uma coisa que resume o objetivo democrático das eleições. Ele disse que ninguém é eleito para fazer o seu sucessor. Será que, no programa do segundo mandato do Presidente Lula, estava escrito: “fazer o meu sucessor”? Estava lá? Ele disse isso para o povo? Não. Ele foi eleito para defender um programa que ele apresentou à população. Ele não foi eleito para fazer o sucessor. O Brasil não é uma monarquia que passa de pai para filho, ou uma ditadura, como a do Fidel, que saiu e deixou o irmão. Não pode. Eu acho que uma coisa é julgar o Governo do Presidente Lula; outra coisa é o Presidente Lula se achar na condição de impor à Nação uma candidata, com todo o respeito às mulheres, que não tem sequer realmente as virtudes das mulheres, que é ser inteligente, sensível, não ser precipitada, não ser aloprada, amalucada, portanto. Então, quero solidarizar-me com V. Exª e dizer que fico feliz com o que vai acontecer amanhã, aqui em Brasília, que é o lançamento da candidatura do ex-Governador José Serra à Presidência da República. E, desde já, eu quero dizer que vou trabalhar nos setores que eu puder. E vão dizer: “Ah, mas, lá em Roraima, há poucos votos!” Não, mas eu não vou trabalhar só em Roraima, não. Vou trabalhar no Brasil todo, onde eu tenho condições de fazer, nas instituições a que eu pertenço, para fazermos uma mudança, que é a alternância de poder, que é muito importante na democracia. Parabéns pela abordagem que V. Exª faz.
O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Agradeço a V. Exª, mas quero lembrar que Roraima já se mostrou rebelde nas últimas eleições, dando maioria ao candidato Geraldo Alckmin. Roraima é, portanto, uma sentinela avançada de rebeldia no Brasil. Embora eleitoralmente não seja um Estado de grande peso, mas dá uma lição de coragem e, acima de tudo, de independência, o que merece os parabéns de todos nós brasileiros, por dois motivos: pelo exemplo e por ter V. Exª como seu representante aqui nesta Casa.
Senador Mário Couto, com o maior prazer, ouço V. Exª.
O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - Meu nobre e competente Senador Heráclito Fortes, ora, Senador, demagogia, V. Exª colocou esse termo. Dilma usou de demagogia. Não só de demagogia. Dilma foi a Minas e mostrou que é uma traidora, comprovadamente, ré confessa.
Ela chegou a Minas, depois que foi à sepultura do Tancredo Neves, meu nobre Senador, deu uma declaração à imprensa, dizendo - olhe, Senador, o que ela disse à imprensa - ao povo mineiro que votasse nela e, de preferência, votasse na reeleição do Governador de Minas Gerais. Nem mencionou Hélio Costa, nem mencionou qualquer um político do PT. Olhe como ela é traidora!
O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Lacerda e Ananias.
O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - É. Olhe como ela é traidora, meu nobre Senador, além de demagoga. Aliás, eu abri a Internet outro dia e me chamou a atenção a ficha de uma senhora que tinha sido assaltante, guerrilheira. Chamou-me a atenção. Eu tenho a ficha, que tirei da Internet. Quando eu vi, o nome era o da candidata do Presidente Lula: Dilma Rousseff. Outra coisa: li um livro em que o autor mostra que a chefe de planejamento daquele assalto ao Adhemar de Barros, ao cofre do então Presidente Adhemar de Barros, na década de 80, foi a Ministra Dilma. Então, isso aí é muito pouco, demagogia é muito pouco, meu nobre Senador Heráclito Fortes. Olhe, Deus nos livre de Dilma Rousseff! Deus nos livre! Parabéns pelo seu pronunciamento.
O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Agradeço a V. Exª o aparte, mas até gostaria de dizer, de maneira bem clara, que, diante do espírito da anistia ampla, geral e irrestrita, eu até relevaria o comportamento da Srª Dilma Rousseff nos seus tempos de estudante. Agora, o que não é aceitável é que Dilma vá a Minas convidar Minas a trair, pregar a traição em Minas Gerais. Logo onde? Minas Gerais. Dilma vestiu-se com os trajes de Silvério dos Reis a propor novos mártires. A delação... O que Dilma fez é insensato, num Estado como Minas, que tem a sua história marcada por traições. Não havia um cenário mais impróprio, Senador Geraldo Mesquita, para uma proposta dessa natureza.
E quero louvar aqui a atitude firme do Governador Anastasia. Firme! Nós pensávamos que Anastasia, por ser um técnico, não tinha nenhuma experiência política. E como nós nos enganamos com Minas Gerais: o mineiro já nasce doutorado em política.
A passagem do Anastasia, ontem, por Brasília tem sido motivo de comentários em todas as rodas que frequento e também de jornalistas, porque viram um homem maduro, seguro. Não é à toa o seu crescimento nas pesquisas em Minas Gerais. Tenho certeza de que sua atitude firme, ontem, em repelir esse tipo de acordo irá fazer com que os mineiros dobrem o respeito e a admiração por esse novo Governador.
Antônio Anastasia repeliu, Senador Mário Couto, com firmeza e com veemência. Não se ganha eleição com truque, nem com molecagem. Neste caso, não sei onde a grosseria foi maior. Não sei que atingidos se sentirão mais ofendidos: os que fazem oposição ao Governo Federal em Minas ou os que são solidários ao Governo Federal em Minas, que se viram subjugados e colocados em segundo plano para atender ao interesse pessoal de conquista de poder pela candidata a Presidente da República.
Não se podia, num momento como este em que o Partido dos Trabalhadores luta pelo consenso e há uma disputa interna envolvendo Márcio Lacerda e Patrus Ananias, agir desta maneira: propondo uma chapa informal antes mesmo dos nomes definidos e de uma coligação consolidada.
Portanto, quero parabenizar o Governador Antônio Anastasia pela maneira como se comportou nesse episódio. Quem sou eu para julgar atos de um Governador de Minas, mas tenho certeza de que seu povo hoje deve estar orgulhoso do homem que governa seu Estado.
Vejamos como vem se comportando a candidata. E a minha dúvida é: será que isso é da sua própria cabeça ou é indução de marqueteiro? Se for, os marqueteiros estão tremendamente enganados.
A Ministra passou a semana toda desviando as atenções para as serras de Minas Gerais na tentativa de fugir de um fato grave, que é, mais uma vez, seus partidários, seus companheiros de PT sendo denunciados por prática de corrupção em processos instaurados pela Polícia Federal.
O mais grave disso tudo é que os acusados de agora não são nem mais réus primários. O tal do Hamilton Lacerda, o aloprado do aeroporto de Congonhas, aparece com uma fazenda no interior da Bahia, ao lado de mais um outro. Em Mato Grosso, aparece outro grupo do tal do Valdebran, dos sanguessugas. E a impunidade faz com que esse pessoal atue cada dia com mais desenvoltura e com mais segurança.
É lamentável, Senador Jayme Campos, que a candidata a Presidente da República não dê uma palavra a esse respeito, num momento em que o tesoureiro do seu Partido, o indicado para ser tesoureiro da sua campanha, está também envolvido em processo de corrupção, lesando a vida de milhares de paulistas no escandaloso caso da Bancoop.
É uma maneira muito fácil de fugir dos fatos. Mas o povo brasileiro, com certeza, está atento. Querer imitar o Presidente Lula nas suas tiradas, nas suas piadas, nos seus deboches, muitas vezes de mau gosto, tenho impressão de que ela não vai conseguir. A vontade de seus marqueteiros de fazer dela um clone de Lula a ciência ainda não permite.
Mas, Senador Jayme Campos, volto a repetir: o bom seria que esse embate fosse travado entre os dois candidatos, em torno do passado de cada um e das propostas de futuro que tem cada um deles para o País. Esse debate inócuo de quem fez mais, Fernando Henrique aqui ou Lula ali, não leva o País a lugar nenhum. Não podemos viver olhando para o retrovisor. O retrovisor serve como referência histórica, e tenho certeza de que tanto Fernando Henrique como Lula terão o seu espaço e serão admirados, serão respeitados pelo papel que exerceram e pelas tarefas que cumpriram quando no exercício da Presidência da República. Mas o Brasil precisa agora saber quem tem equilíbrio, quem tem competência, quem tem capacidade para gerir, nos próximos quatro anos, a oitava economia do mundo, um dos Países que mais crescem. O grande celeiro agrícola de que o mundo já começa a depender. É preciso que a discussão seja tratada a esse nível, não neste blá-blá-blá inócuo de demagogia sem-fim.
O jogo, Senador Mesquita, está apenas começando. Mas tenho a certeza de que o povo brasileiro começa a ficar atento.
Minas Gerais é um caso a parte, porque foi ofendida no início da caminhada histórica dessa campanha. Essa invasão da privacidade da política mineira não foi feita impunemente. Minas é atenta. Minas não se cala quando é ofendida. E Minas é vacinada contra traição, pois sabe o que Tiradentes, seu ilustre filho, pagou por isso.
Sr. Presidente, antes de encerrar, quero registrar que estive ontem, em Curitiba, para participar da solenidade de outorga do título de Cidadão Benemérito daquele Estado a uma extraordinária figura de empresário e político que é João Elísio Ferraz de Campos, que foi Vice-Governador, Governador de Minas, empresário de muito sucesso, é dirigente maior da Fenaseg e prepara-se para retornar à vida pública, precisamente disputando a Cadeira de Senador pelo meu Partido, no Paraná. Eu estive lá. E, com muita alegria, revi pessoas que me são muito caras.
No início de minha vida pública, Senador Acir, tive a honra de conviver e de trabalhar com a extraordinária figura paranaense, que é Ney Braga. Fui seu Assessor Parlamentar e, àquela época, convivi e tive a oportunidade de conhecer, eu muito jovem, homens como Jaime Canet, Saul Raiz, Maurício Schulman. E ontem tive a oportunidade de revê-los nessa solenidade, na Assembleia Legislativa do Paraná. Também revi o Deputado Ítalo Conti, Santos Filho, enfim, uma série de companheiros que não via há algum tempo.
Ao fazer este registro, parabenizo a Assembleia do Paraná, o autor da proposição e, acima de tudo, os paranaenses pela justa homenagem que prestam a este grande homem público. Lá, na solenidade, foi lançado o livro intitulado Seu nome é João, que conta a história política e profissional deste grande João, que é João Elísio Ferraz de Campos.
Muito obrigado.
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