Pronunciamento de Romeu Tuma em 13/04/2010
Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração do Dia de Tiradentes e o Aniversário de 50 anos de Brasília.
- Autor
- Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
- Nome completo: Romeu Tuma
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
POLITICA CULTURAL.:
- Comemoração do Dia de Tiradentes e o Aniversário de 50 anos de Brasília.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/04/2010 - Página 13809
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. POLITICA CULTURAL.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, TANCREDO NEVES, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, DIA NACIONAL, VULTO HISTORICO, LIDER, MANIFESTAÇÃO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), REIVINDICAÇÃO, EMANCIPAÇÃO POLITICA, BRASIL.
- HOMENAGEM, CINQUENTENARIO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), RESULTADO, ESFORÇO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, ARQUITETURA, CIDADE.
- REGISTRO, DETERIORAÇÃO, PATRIMONIO HISTORICO, SUGESTÃO, FORMAÇÃO, COMISSÃO, INICIATIVA, RECUPERAÇÃO, PALACIO.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mão Santa, meu querido amigo, sentado ao lado de V. Exª está o nosso querido Senador Paulo Duque. Ele me disse: “Você, como paulista, tem de falar sobre esta data tão importante para o Brasil”.
Eu estava pronto para ouvir, mas aceitei não o desafio de discursar, porque não estudei a vida do Senador e Presidente Juscelino Kubitscheck, mas de falar sobre fatos da história contemporânea com os quais, com a idade, se vai convivendo.
V. Exª, Senador Paulo Duque, conhece a história como ninguém. Cada vez que V. Exª ocupa esta tribuna, eu presto atenção, porque sei que captarei mais um pedaço da nossa história pela palavra de V. Exª. E aqui V. Exª fez as referências necessárias aos três homenageados do dia 21 de abril.
Algumas coisas interessantes acontecem na vida da gente. Senador Mão Santa, eu fui comerciante em São Paulo e tinha uma loja de atacado muito grande. Havia um comerciante grego que veio trabalhar na construção de Brasília, e eu forneci a ele milhões de cobertores para os candangos que aqui trabalhavam. Então, eu o ouvia nos contar sobre o andamento das obras e sobre a troca de mercadorias por terrenos que hoje valem fortunas na cidade de Brasília. Então, à distância, nós acompanharmos a construção desta cidade que hoje nos dá o agasalho da moradia e o nosso teto de trabalho.
Nós não podemos lembrar o que está se passando em Brasília na área político-administrativa, não é data para relembrar isso. Isto está a cargo daqueles que têm a responsabilidade de apurar tudo o que houve e o que vem acontecendo.
Nós temos de lembrar que Dom Bosco fez a previsão de que aqui seria construída a cidade central do País e dela irradiariam benefícios que serviriam ao povo brasileiro. Nós somos brasileiros e amamos nossa terra, apesar de representarmos, cada um de nós, o Estado que nos trouxe a esta Casa.
Brasília tem uma parte da vida de cada um de nós pela convivência que tivemos com aqueles que construíram Brasília, com aqueles que trouxeram a parte política para cá e com aqueles que vieram tentar a sorte nesta cidade que eu chamaria, sem concorrer com o Rio de Janeiro, de cidade maravilhosa, pela excelência de suas construções, pelo fato de terem nela se concretizado os sonhos dos engenheiros e arquitetos que formaram esta maravilhosa cidade admirada pelo mundo.
Juscelino tinha o hábito de ir a São Paulo, Senador. Comprei uma vez um carro batido e dei uma reformadinha: um Chevrolet Asa de Borboleta, aquele 59. Meu irmão andava com Juscelino em São Paulo, tinha adoração por Juscelino. Quando Juscelino ia lá, me pedia emprestado o carro para levar Juscelino. Ele tinha aquele prazer, aquela satisfação de andar com Juscelino e conversar sempre sobre a candidatura dele à Presidência da República.
Então, há alguma coisa vinculando a gente. V. Exª falou para falar, e eu comecei a lembrar o que teria um Senador de São Paulo, que foi chefe de polícia, para falar de um homem que foi um dos maiores brasileiros que administrou esta terra: Juscelino Kubitschek.
Dia 21 de abril, quando o Senador Tancredo Neves, eleito Presidente, em estado de saúde terrivelmente debilitado, foi para o Incor em São Paulo, eu estava na direção da Polícia e fui montar a segurança no Incor. Acompanhei, perto do Aécio, do pai do Aécio, de todos da família, todo o sofrimento, o andamento do tratamento do Presidente Tancredo Neves. Inclusive, fui ao aeroporto buscar um médico dos Estados Unidos que foi lá para congelar o corpo, fazer a tentativa, sem sucesso, de recuperar a vida de Tancredo Neves: ele veio a falecer no dia 21 de abril.
Antes disso, eu fui homenageado com a Medalha Tiradentes em Ouro Preto, e o Presidente Tancredo estava ao meu lado. Eu falei: “Olha, eu queria qualquer dia conversar com o senhor porque vai haver mudança política...” Ele falou: “Você é convidado do Estado para estar comigo para nós conversarmos sobre o futuro do País” - era Governador de Minas Gerais. Eu estive com ele mais de uma vez e tive o coração marcado pela inteligência e pela tranqüilidade daquele homem.
Nós tivemos três fatos importantes no dia 21 de abril. Lembro também a morte de Tiradentes, o brasileiro sacrificado por lutar pela independência deste País, independência que posteriormente foi alcançada. S sua figura, a sua imagem é a representação da luta pela independência do Brasil. Eu diria que é o único homem que ficou na história pelo sacrifício da própria vida em defesa do país onde nasceu - foi na Inconfidência Mineira.
Então, Senadores, eu não poderia deixar de prestar as minhas homenagens, mas quero também fazer um apelo ao Governo.
O Governo está reformando o Palácio onde exerce a sua governança. Está adiantada a obra, todos os dias passamos lá e vemos as modificações. Hoje pela manhã eu vi pela televisão uma coisa que me entristeceu muito e que motiva o apelo que faço para que também seja recuperado o Palácio do Catetinho, onde Juscelino fez os primeiros despachos: foi mostrada a deterioração total do Catetinho, os cupins comendo a madeira, a natureza tentando destruir aquilo que é histórico. Então, faço aqui a proposta de que seja formada uma comissão para recuperar o Catetinho e trazê-lo de volta, com o espírito de Juscelino Kubitschek dentro, para animar os brasileiros a buscar o progresso do Brasil inspirados por um homem que fez em cinco anos o que em cinquenta não seria esperado.
Que Deus os tenha em bom lugar. São três nomes de que jamais os brasileiros poderão esquecer em suas orações diárias.
Muito obrigado. (Palmas.)
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