Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do Dia de Tiradentes e o Aniversário de 50 anos de Brasília.

Autor
Hélio Costa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MG)
Nome completo: Hélio Calixto da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Dia de Tiradentes e o Aniversário de 50 anos de Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 14/04/2010 - Página 13812
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, VULTO HISTORICO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), LIDER, MANIFESTAÇÃO, REIVINDICAÇÃO, EMANCIPAÇÃO POLITICA, BRASIL.
  • HOMENAGEM, CINQUENTENARIO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), SAUDAÇÃO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, FUNDADOR, IMPORTANCIA, MODERNIZAÇÃO, CONSTRUÇÃO, NOVA CAPITAL, AMPLIAÇÃO, INTEGRAÇÃO, UNIÃO, BRASIL, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, ESPECIFICAÇÃO, REGIÃO CENTRO OESTE.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            O SR. HÉLIO COSTA (PMDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Permita-me, Sr. Presidente Senador Mão Santa, agradecer a atenção, a gentileza de V. Exª em me convidar a usar da palavra nesta Sessão Solene destinada a celebrar o Dia de Tiradentes e o aniversário dos 50 anos da nossa Capital, Brasília.

            Tenho certeza de que aqueles que acompanharam as transmissões da TV Senado nesta tarde e os nossos colegas que estão nos seus gabinetes ou em plenário, participando deste evento, já tiveram a oportunidade de ouvir os nossos mais nobres oradores enaltecendo esta cidade extraordinária, que é a capital do nosso País, e essa figura formidável que foi Juscelino Kubitschek.

            Nós, mineiros, temos o dia 21 de abril de uma forma muito especial no nosso coração. É o dia que marca o primeiro movimento reconhecido na história nacional, que, por pouco, nos deu a independência do jugo português. É o dia em que lembramos a história dos nossos inconfidentes, que, em 1789, deram um grito de independência que foi sufocado pela Coroa.

            Esse dia 21 de abril, que está simbolizado no monumento no centro da nossa primeira capital mineira, que foi Ouro Preto, onde foi colocada, erguida, colocada num mastro a cabeça do nosso mártir maior, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Esse dia é também lembrado por todos nós como o escolhido pelo Presidente Juscelino Kubitscheck para a inauguração de um novo tempo, para a inauguração de uma nova história no Centro-Oeste brasileiro, até então esquecido, até então praticamente um grande sertão e que Juscelino desbravou com a sua visão de futuro, que Juscelino trouxe para o Brasil na sua proposta de união nacional, criando esta extraordinária cidade, que é um orgulho de todos nós.

            Sabendo que cada um dos oradores certamente se referiu a Brasília, lembrou-se da história de Juscelino, eu queria, Sr. Presidente, Senador Mão Santa, reportar-me a um momento que vivi com Juscelino Kubitscheck, fundador-criador da nossa capital, lá nos idos de 1972, 1973, quando Juscelino se refugiava em Nova Iorque, ainda lamentavelmente impedido de estar com os seus direitos políticos restabelecidos. E lá, na grande metrópole nova-iorquina, nós nos encontrávamos quase que semanalmente, e quanto aprendi, Senador Mão Santa, ouvindo essa figura extraordinária.

            Recordo-me de um incidente, de um momento absolutamente sublime, que mostra muito bem o que foi o criador de Brasília, o que ele representou para nós, brasileiros, mas também o que foi certamente para as Américas e para o mundo.

            Estávamos, num domingo, pela manhã, em um conhecido restaurante em Nova Iorque, chamado Maxwell’s Plum, que recebia, nos domingos, políticos, autores famosos, poetas, a elite nova-iorquina. E Juscelino foi convidado a fazer um brunch, no Maxwell’s Plum. Fui acompanhando o Presidente Juscelino, que estava com sua mulher, Dona Sarah, e com a filha Márcia.

            Senador José Sarney, nos meus anos todos como jornalista, cobrindo acontecimentos da maior importância no mundo inteiro, tendo tido contado com personalidades de todos os cantos do planeta, eu nunca tive momento de maior emoção do que este que vivi naquele instante em Nova Iorque, porque, ao adentrarmos esse restaurante, havia uma plataforma onde eram colocadas as personalidades mais conhecidas, e Juscelino foi levado para essa plataforma juntamente com os seus convidados. E, na medida em que ele ia entrando pelo restaurante, as pessoas iam identificando aquela figura sorridente, aquele sorriso encantador, aquele homem carismático, e eu ouvia ao lado do Juscelino as pessoas dizerem: “Presidente Kubitscheck. É o criador de Brasília. Foi o Presidente que fez Brasília. Esse é o Presidente”. E Juscelino, ao chegar no topo daquela plataforma, abre os braços nessa posição e sorri, com aquele sorriso extraordinário e carismático que conquistou o Brasil e o mundo inteiro. E fez isso. E, ao fazer isso, o restaurante, que tinha na verdade uma plateia de americanos, levantou-se e bateu palmas para o nosso Presidente.

            Todos nós que estávamos à mesa com ele ficamos com a pele arrepiada, como se diz, de tanta emoção de ver um brasileiro, lá fora, num país onde certamente ele não tinha necessariamente que ter essa popularidade, e, no entanto, era reconhecido por sua extraordinária obra, não apenas como Presidente do País, mas como o homem que tinha criado esta extraordinária cidade, que era o marco da modernidade - e continua sendo esse marco de modernidade - já naquela época.

            Por isso, Sr. Presidente, é para mim motivo de muita honra poder, ao final desta sessão solene e no meu retorno ao Senado, depois de quatro anos e meio servindo ao Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com muita honra, como seu Ministro de Estado das Comunicações, voltar ao convívio dos meus companheiros Senadores, na liderança do Senador Renan Calheiros e do meu eterno Presidente José Sarney, ao seu lado e ao lado dos meus companheiros do PMDB e dos partidos da base aliada, e ter a honra de poder reiniciar as minhas atividades novamente no Senado a convite do ilustre Senador Mão Santa, podendo me pronunciar neste dia tão significativo e tão importante para todos nós.

            Muito obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/04/2010 - Página 13812