Discurso durante a 51ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a matéria publicada no dia 13 de abril corrente, intitulada "Governo busca contas de tucano no exterior": "investigação mira supostas movimentações do Senador Marconi Perillo, inimigo político de Lula, em banco da Suíça, dos EUA e de paraísos fiscais".

Autor
Marconi Perillo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Marconi Ferreira Perillo Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Considerações sobre a matéria publicada no dia 13 de abril corrente, intitulada "Governo busca contas de tucano no exterior": "investigação mira supostas movimentações do Senador Marconi Perillo, inimigo político de Lula, em banco da Suíça, dos EUA e de paraísos fiscais".
Publicação
Publicação no DSF de 15/04/2010 - Página 14612
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E CIDADANIA, CONVOCAÇÃO, CHEFE DE GABINETE, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), PROMOTOR DE JUSTIÇA, ESTADO DE GOIAS (GO), SOLICITAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, DENUNCIA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), INTERESSE, DOCUMENTO, ACUSAÇÃO, ORADOR, IRREGULARIDADE, MOVIMENTAÇÃO, CONTA BANCARIA, EXTERIOR, QUESTIONAMENTO, TRATAMENTO, AUTORIDADE, AUSENCIA, INVESTIGAÇÃO, VERACIDADE, MATERIA.
  • SUSPEIÇÃO, PERSEGUIÇÃO, NATUREZA POLITICA, ORADOR, ADVERSARIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR.MARCONI PERILLO (PSDB - GO. - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, o jornal o Estado de S.Paulo tem construído, ao longo dos anos, reputação de credibilidade em razão do compromisso em informar os eleitores, de maneira objetiva e clara, sobre os acontecimentos da vida nacional e internacional.

            O Estadão, como ficou popularmente conhecido, merece, portanto, nosso respeito pelas informações prestadas e crédito pela veracidade do conteúdo das matérias publicadas.

            Exatamente por essas qualidades, a matéria publicada no dia 13 de abril de 2010, sob o título “Governo busca contas de tucano no exterior”: “investigação mira supostas movimentações do senador Marconi Perillo, inimigo político de Lula, em banco da Suíça, dos EUA e de paraísos ficais”, reforça a tese que defendemos nesta Tribuna na segunda-feira:

            Estamos sendo vítima de um ardiloso complô, orquestrado por nossos adversários políticos em Goiás e apoiado pelo próprio Palácio do Planalto.

            A matéria se refere a mim como “tucano inimigo político declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva” e como “desafeto do Planalto após o escândalo do Mensalão”.

            Diz, ainda a matéria, que o Dossiê contra mim estaria sendo apurado pelo Ministério da Justiça com prioridade absoluta, por meio de um pedido de assistência jurídica formulado pelo promotor goiano Fernando Krebs.

            Mais, assinala a matéria que ninguém menos que o Chefe de Gabinete do Presidente Lula, o Senhor Gilberto Carvalho, teria recebido das mãos do Deputado Sandro Mabel o Dossiê.

            Eu poderia parar aqui este discurso, porque o próprio envolvimento de tradicionais adversários políticos meus já dá mostra do tamanho da armação que querem fazer contra mim.

            Confesso que me surpreendo e me decepciono com a atitude do Deputado Sandro Mabel, porque, se já tivemos nossas diferenças no passado, nada justificaria a calúnia e a difamação engendradas no dossiê.

            Em relação ao promotor Fernando Krebs, nada que venha dele contra mim é novidade, porque, ao longo de meus dois mandatos como Governador, me perseguiu de forma implacável, mas não conseguiu vencer sequer uma batalha jurídica contra mim.

            Por quê? Porque as denúncias do Procurador, como sempre, são inconsistentes, aviltam contra os princípios da aplicação do Direito.

            O Procurador Krebs parece ter-me elegido como o melhor caminho para que ele ganhasse os holofotes e alguns minutos de fama.

             Mas ele é, na verdade, intempestivo e verborrágico, nada mais.

            Ora, Senhor Presidente, exatamente por isso estarrece-me o fato do Chefe de Gabinete da Presidência da República e do próprio Ministro da Justiça não terem investigado preliminarmente quem apresentava as denúncias e a possibilidade de serem, de fato, uma armação.

            Surpreende a qualquer cidadão, no convívio sob o manto do Estado de Direito, que o Ministério da Justiça, de acordo com a matéria do Estadão, esteja averiguando o conteúdo das denúncias e “não a veracidade” por meio do Departamento de Recuperação de Ativos - DRCI.

            Isso é muito grave, gravíssimo, porque as instituições da República não podem estar a serviço de interesses eleitoreiros e político-partidários. As instituições da República servem ao Estado, como representação máxima da Nação.

            Se esse tipo de manobra vil, caluniosa e vexatória vinga, haverá pouca esperança para as instituições públicas brasileiras.

            Se esse tipo de ação covarde e inescrupulosa ganha corpo, com a colaboração direta do Palácio do Planalto e do Ministério da Justiça, então ninguém mais estará seguro no País, sobretudo os políticos de oposição ao atual Governo.

            Será que estamos vendo aqui arroubos do espírito de perseguição característico do Presidente Chavez?

            Será que estamos vendo aqui traços da intolerância política característica do regime cubano?

            Parece que nossos adversários políticos, no lugar de nos chamarem ao debate de propostas em favor do progresso duradouro do Estado de Goiás, preferem as ações rasteiras, as mentiras e invenções.

            Já disse aqui não entender por que o Presidente da República me elegeu como uma espécie de bode expiatório, seu inimigo público número um.

            É verdade que fui o primeiro a falar ao Presidente da existência do Mensalão, não por vingança ou qualquer outro intuito torpe, mas pelo dever cívico que me cabia enquanto Governador de Goiás.

            Mas, como bem assinalou o nosso candidato e futuro Presidente da República, José Serra, quanto mais mentiras falarem sobre nós, mais verdades apresentaremos contra eles.

            E é exatamente isto que faço desta Tribuna, buscar a verdade, a verdade acima de tudo, com provas e documentação.

            Começamos, Senhor Presidente, por apresentar requerimento à Comissão de Constituição e Justiça convocando o Chefe de Gabinete da Presidência da República; o Ministro da Justiça e o Promotor Fernando Krebs, para prestarem esclarecimentos em relação a esse dossiê apócrifo e sem qualquer sentido.

            É o mínimo que tenho o direito de pedir, como Senador da República, como Ex-Governador de Goiás, mas, acima de tudo, como um cidadão que merece respeito e preservação das garantias individuais insculpidas no texto constitucional.

            Muito obrigado!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/04/2010 - Página 14612