Pronunciamento de Mão Santa em 12/04/2010
Fala da Presidência durante a 49ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Agradece aos participantes da sessão de homenagem à Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil - ANFIP pelo transcurso de seu sexagésimo aniversário.
- Autor
- Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
- Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Agradece aos participantes da sessão de homenagem à Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil - ANFIP pelo transcurso de seu sexagésimo aniversário.
- Publicação
- Publicação no DSF de 13/04/2010 - Página 13403
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- CONCLUSÃO, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ASSOCIAÇÃO DE CLASSE, AUDITOR FISCAL, RECEITA FEDERAL DO BRASIL, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, VALORIZAÇÃO, SALARIO MINIMO, MELHORIA, APOSENTADORIA, ESCLARECIMENTOS, DADOS, AUSENCIA, DEFICIT, PREVIDENCIA SOCIAL, MOTIVO, DESVIO, RECURSOS, SEGURIDADE SOCIAL, ORÇAMENTO, COBRANÇA, ORADOR, VOTAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, MATERIA, INTERESSE, VALOR, AGRADECIMENTO, PARTICIPANTE, SESSÃO.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) -
Que eu não quis que o meu do Piauí falasse. Eu dava,
Paim, para o Piauí nós estamos aqui.
Mas Deus quis que eu estivesse aqui sendo, neste
instante, o Presidente do Senado da República. Quero
crer o seguinte: eu fiz umas anotações. Em 1950, eu
me lembro bem... Eu nasci na guerra, em 1942, nasci
no meio da guerra, e quero dizer que em 1950... Aqui,
no Brasil, tem esse negócio de futebol e nós perdemos
a Copa. Não vamos ficar aí não. Todo mundo fazia gol,
era o Ademir, era 8 a 1, era 9 a 1. Já estava ganho e,
na hora, um Gigia fez gol e ficou o Brasil na tristeza,
no Maracanã. O meu nome é Francisco e eu não tenho
nada de mão santa, mas, como cirurgião do Piauí...
Agora, eu sou filho de mãe santa. Então, o Fluminense
foi campeão carioca. E eu não sou São Francisco,
que é meu patrono - meu nome é Francisco - e que
disse “onde houver tristeza, que eu leve alegria”, mas
eu não ia ficar chorando porque o Brasil perdeu. Eu
peguei logo a camisa do Tricolor, e nós ganhamos o
Campeonato Carioca: Castilho, Píndaro, Pinheiro, Jair,
Edson, Bigode, Telê, Didi, Carlyle, Orlando e Quincas.
O Veludo era...
Mas, em 1950, tem uma coisa mais importante.
O Padre Antonio Vieira disse que nunca um bem vem
só, ele vem acompanhado de outro bem. No Mundo,
foi o Congresso Internacional Eucarístico que chamou
de Ano Santo o de 1950. Então, minha mãe, lá na Parnaíba,
sonhava, e os pais... O pai dela realmente era
um empresário forte, que chegou a botar indústria no
Rio. Eu sei que eu era meninozinho e pela primeira
vez eu vi a separação. Dom Hélder Câmara meteu na
cabeça de quem era católico que devia ir à Europa,
ver o Papa, o Ano Santo. Naquele tempo, era de navio,
era demorado. Então, eu sei que foi o Ano Santo:
1950. Minha mãe foi lá rezar e tal. Ela era da Terceira
Franciscana. Naquele ano, nasceu Paim. Nasceram as
mães e os pais da Anfip. Árvore boa dá bons frutos,
porque antes não era Anfip. (Palmas.)
Mas disso tudo vem o quê? Os aposentados.
Franklin Delano Roosevelt disse: “Toda pessoa que
vejo é superior a mim em alguma coisa, e eu procuro
aprender”.
Chegando aqui, a vida do Parlamentar foi muito
mais intensa do que a minha. Eu fui Deputado e fui
muito do Executivo - Prefeito, Governador, Secretário.
Mas aí eu me encostei ali ao Paim com esse negócio
de aposentados. Ele, ligado ao Governo - no
começo, eu até votei, na primeira vez, no Luiz Inácio,
no PT, acreditei. Aí eu fui ali e perguntei: “Paim, esse
negócio é mesmo assim? Tem ou não tem dinheiro?”
Uma confusão doida, estudamos os números. A gente
gosta de estudar. Aí bem ali, o Paim não se lembra, no
comecinho, todo mundo que eu vejo... Ele era superior
a mim, e fui lá: “Como é, Paim?” É lógico que ele não
queria. A posição dele era do PT, do Governo. E eu, do
Piauí, rebelde - colocamos os portugueses para fora.
Aí o Paim: “Mão Santa, olhe aqui o Orçamento”.
O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Fora do
microfone.) - Material da Anfip.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) -
“Olhe o Orçamento.” Aí eu li. Rapaz, o que tinha de dinheiro
da Previdência! Eu digo, como no Juca Pirama:
“Meninos, eu vi”. Como Gonçalves: “Meninos, eu vi”. Aí
o Paim... Mas é um assalto! Eu fiquei com aquilo... Mas
o Paim, realmente, ligado ao Partido dos Trabalhadores,
tinha que ter uma posição. Aí eu já saí dali... Porque
ele provou, ali, no Orçamento. Não tinha computador,
na época, era no livrão. E ele: “aqui, aqui”. Rapaz, tinha
dinheiro para tudo. Era um assalto. Os velhinhos
foram roubados. Foram assaltados. Isso é a verdade.
Meninos, eu vi! Aí, de vez em quando, é isso.
Agora, a vida ensina. Eu nasci em 1942. Aposentado.
O nosso Presidente é um homem generoso.
Tem acertos, tem erros, mas ninguém sabe tudo. Este
é um país bom. Teve o antes, o muito antes. Então, vou
contar do antes.
Eu tenho as minhas crenças: em Deus, sou católico
romano; tenho no amor, que alicerça a família - a
família eu acho que é a coisa mais importante, eu vi
os meus avós, e essas coisas -; acredito no estudo,
porque o estudo é que dá a sabedoria, e a sabedoria,
está na Bíblia - eu sou até do partido de Jesus, Partido
Social Cristão -, vale mais do que o ouro e a prata; e
no trabalho. Como Rui Barbosa disse, a primazia tem
que ser dada ao trabalho e ao trabalhador. Ele veio antes,
ele que fez a riqueza. E Deus já tinha dito: comerás
o pão com o suor do teu rosto. É uma mensagem
ao governador. E o Paim simbolizava isso, defendeu o
trabalho. Nós fizemos muitas conquistas.
Eu lhe confesso, e confesso mesmo, que era
São Tomé. Quando aí nós olhamos, começamos a nos
aproximar, e o Paim bradou lá: vamos botar o salário
mínimo em US$100. Eu fui meio São Tomé. Mas ele
disse, o gaúcho aí. Vamos embora” Aí começamos a
movimentar. Era uns US$70. Não chegava a US$70.
De repente, nós conseguimos.
Isto - quero dizer, porque procuro entender bem
as coisas - foi a maior obra do nosso Presidente da
República: a valorização do trabalho e do trabalhador;
ele passou para US$200,00. Essa foi a maior. E daí, a
divisão de renda; veio daí a valorização do trabalho.
Vemos essa violência no noticiário. Está uma
loucura! Não existe... Isso não é sociedade, é uma
barbárie! A gente vê nos jornais. E não era assim. Fui
menino. Quando nós fomos não era assim, as famílias
tinham muita moral. Os métodos de hoje... não há nem
os pedagógicos. Apanhei muito de cinturão do meu pai.
Não gostei, não, mas acho que ele estava certo. Não
interessa. Mas havia moral ali. A gente chegava para
o almoço, estava o pai, o avô.
Sei que Luiz Inácio não tem culpa. Ele só tem uma
culpa: falta-lhe humildade. Humildade une os homens;
o orgulho os divide. Pedro II, que todos sabemos que
estudou, foi um homem de muita capacidade cultural
e intelectual, deixava a coroa e o cetro e vinha ouvir
os senadores. Às vezes, somos vítimas de deboche do
Executivo. Paim é agredido pelos dele mesmo, de que
é um louco, que isso não dará certo. Pedro II, lá no Rio,
deixava a coroa e o cetro e vinha ouvir os senadores,
os pais da Pátria. O Luiz Inácio - e, se não é ele, os
seus assessores - agride. Está até certo, porque eu
não sou do Partido, mas até o Paim já sofreu agressões.
Um dia, ele passou mal ali, e eu tive medo de ele ter
um enfarte, de tanto sofrimento nessa luta.
Mas eu estou também convicto. Só faço as coisas
por convicção. Estou dizendo ao lado de um homem
do Piauí, dos mais respeitáveis. Sou assim. Comecei
a estudar esse negócio dos velhinhos aposentados. O
Paim fez essas leis todas, e quem faz a lei, o projeto
de lei, não pode defendê-la. Aí ele deu para mim, e eu
saí defendendo essas leis na Comissão de Assuntos
Econômicos, como Relator, na Comissão de Constituição
e Justiça, de Assuntos Sociais e outras. Fui defendendo
e provando os números. Teve até a de Paulo
Octávio, da qual fui Relator e tal.
Conseguimos, no comecinho, para não tirar o dinheiro
da Presidência. Consegui, ia ganhar, mas eles
trocaram o Presidente da Comissão e nós perdemos
por um voto. Aí eles viram que eu era do Piauí. Contra
o Mercadante. Eu fiquei assim quase excomungado,
porque disputar um negócio com Mercadante, que era
Líder! Quase não ganhamos, porque trocaram - por que
não vou dizer - o Ramez Tebet, que estava doente, por
outro. Mas íamos ganhar aquela. Apaixonei-me pelos
projetos de Paulo Paim, e saímos vencendo. Viemos
para cá, como Relator, já que ele não pode defender
o que fez. Foi por unanimidade, não foi? Vamos enterrar
logo esse redutor - digo logo assim para o povo
entender -, esse fator previdenciário; enterrar, como
enterramos a CPMF. E todo mundo... Quando gente
olha o placar ali...
Não é possível. Todo mundo, os Estados, depois
de anos e anos de comissões, de audiências públicas,
de debates, de demonstrações e associações.
Vai para a Câmara Federal. Daí, a nossa tristeza...
Mas, primeiro, quero dar a satisfação e dizer que
eu procuro entender as coisas. Eu tenho a satisfação
do cumprimento da missão.
Mas, Paim, avô é bicho bom, velhinho... Eu sei que
o nosso Presidente, com todo o respeito, não teve. Ele
disse que o pai dele não foi bom; o meu foi bom e me
deu foi de cinturão. Ainda hoje eu gosto, mas estou só
comparando. A mãe dele foi uma excelsa lutadora, mas
eu tive o privilégio de ter avós. Olha, é bicho bom.
Eu quero confessar: eu sou melhor avô do que
pai. Como pai, eu trabalhava muito, passava as noites
operando os pobres numa Santa Casa, era faca, e eu
não via nem os meninos. Com neto, estou mais, onde é
que está?, dou uma ajudinha aqui, uma ali, uma bolsa,
um veículo, pago o cursinho para fazer um vestibular.
Eu acho que essa sociedade - isso quero dizer
para o Luiz Inácio; ele devia estar aqui -, em vez de
estar ouvindo um bocado de aloprados aí, porque nós
fomos escolhidos pelo povo como pais da Pátria. É a
função. Então, fecha o Senado. Quero dizer o seguinte:
olha, acho que essa família está misturada pelo
avô. De repente, a figura que é a mais importante, é
o telhado da família, é o ápice. O avô na família não
é só marido e mulher, casa e amor, é toda a família,
sagrada, se multiplicai. Então, de repente, eles cumpriram
o dever.
Eles trabalharam, trabalharam e trabalharam. Planejaram.
Foram decentes. Fizeram um planejamento
para ajudar os netos a estudar, outros doentes. Hoje
em dia, avô é assim. E, de repente, esses homens de
bem, que trabalharam, foram garfados, foram capados,
e não têm mais aquele sonho correto. Porque eles se
sacrificaram. Não é direito, não é? Ganhava dez salários,
e está ganhando dois. Eu vejo isso aqui.
Agora, quero dizer o significado disso. Meu pai
morreu, com 72 anos, e minha mãe ficou. Olha, a coisa...
Então, já foi melhor. Eu vi. Eu era Governador de
Estado, mas vi a dignidade da minha mãe. E como foi
útil, Paim. Era viúva, era Terceira Franciscana e era
convidada para dar palestra lá no Rio Grande do Sul,
Paim. Negócio de casais, encontro de casais, solteiros.
Esse negócio dos livros dela. Escrevia. Ela tem um livro,
que é traduzido: A Vida, um Hino de Amor. Eu mesmo
morava assim pertinho dela... Dignidade. Ela escreveu
antes de morrer - ele já foi lido aqui várias vezes; o
Geraldo Mesquita trouxe - antes de morrer: Meu Testamento.
Há um artista do Piauí, que faz teatro, João
Cláudio Moreno. Ele terminava o espetáculo, lendo...
Contava piada, porque ele é humorista, sobre o Mão
Santa, sobre o meu jeito de ser espontâneo, mas, no
fim, ele dizia: não, não é isso. Fazia o espetáculo dele,
dava pulo, batia no meu nome, piada, imitava, discursava.
Mas, no fim, ele lia e dizia:
“É a mãe do Mão Santa”. Aí ele era aplaudido.
Então, quero dizer que avó é muito importante. Eu vi
a dedicação dos netos. De repente, os nossos avós,
nossos velhinhos estão sacrificados.
Passarinho, eu era Governador do Piauí. Deus me
permitiu conhecer esse homem extraordinário quando
a cidade dele fazia seis anos. E ele era homenageado,
muito família, o avô, ele lá viu o filho. Esse negócio de
família tem muito a ver com os velhinhos, mas vou dizer
com tristeza, só um quadro vale por dez mil palavras, e
falava para ver se sensibilizava. Eu sou rotariano, hoje
sou honorário, porque não vou, aquele negócio, aquele
clube de serviço, mas beneficia quem melhor serve...
Mas, Paim, eu, chegando em Parnaíba, queria desejar,
eu terminei 66, fui para o Rio fazer pós-graduação
em cirurgia, aí vem meu padrinho de Rotary, aquele
que me convidou, com aquelas coisas, foi o melhor
homem que conheci. Ô homem decente, está no céu.
E eu estava aqui já, já era Senador, não estava lá. Vocês
sabem como é isso, esses homens decentes, foi
empresário, líder dessas associações de comércio...
Quando vejo, fiquei chocado: suicidou-se, o melhor homem
que conheci. Conheço muita gente, mas fomos,
todo mundo. Então, meu padrinho de Rotary.
Aí o pessoal pensava que era padrinho mesmo,
porque, no Rotary, Governador. Sabe como, por quê?
Estava lá, aqui e tal... Chegou e, de repente, faz esses
salários, o padrão. Aí a Adalgisinha dele, a mulher dele,
a esposa, apaixonado, um homem correto, 60 anos,
precisou de um tratamento, de se internar, e hoje vocês
sabem como está.
A saúde é muito avançada para quem tem dinheiro,
para quem tem um plano de saúde, para quem é
Senador. E o homem não pode pagar essas coisas de
medicina. Acho que ele está no céu. Saí daqui só para
fazer um discurso no Rotary e dizer que foi o melhor
homem que conheci. E está no céu, porque Deus não
vai julgar por um instante. Ele vai julgar por uma vida,
por uma obra. Deus é mais sábio do que nós.
Mas é o retrato dos aposentados. Estão todos
em dificuldade. E falo, e falo que está lascado, e vou
dizer o porquê. E me agrada aqui. Quando saiu aquele
empréstimo consignado, eu me levantei. Vi, aprendi,
eu li cinquenta livros de Abrahão Lincoln e ele dizia
assim: “Não baseie sua prosperidade com dinheiro
emprestado”. Quando vi aquilo, consignado não sei
o quê, disse: “Isso não vai dar certo”, e esse negócio
não me saía da cabeça.
Outro dia, ouvi o Senador Cristovam, interessante:
o Senador Mão Santa, que é cirurgião, foi quem
advertiu. Olha, nossos velhinhos foram enganados.
Uma mídia louca, a televisão, tudo que era casa pintada,
e é bom o negócio. E banco não é essas coisas.
O senhor conheceu Dirceu Mendes Arcoverde? Eu fui
ser Deputado para ajudá-lo. Ele fez o primeiro discur
so e morreu ali, o sofá era ali. No primeiro, do Piauí.
Um dia, eu estava lá em Parnaíba, amigo dele: “Mão
Santa, o que é aquilo?” Eu digo: “Aquilo foi a firma do
meu avô, mas hoje é um banco” - estava reformando.
Aí ele olhou assim e disse: “Olha, eu não gosto nem
de passar na calçada de um banco”. Dirceu Arcoverde,
Governador do Piauí morreu bem ali...
Então, meteram os empréstimos consignados
nos velhinhos. O Luiz Inácio não tem culpa. Foram os
aloprados, enrolados, os banqueiros, mas é verdade.
E eu fui ver os contratos: é letrinha pequena, Paim, os
contratos... Os velhinhos... Eu sou médico e tenho hipermetropia,
é o que o povo chama de vista cansada; os
que não têm vista cansada têm catarata. E a televisão:
“Tira, é bom, não sei o quê, tal, tal, tal...” É bom para
os banqueiros, porque era na boca do caixa, tira, não
tem erro. O Luiz Inácio é o pai dos pobres, mas foi a
mãe dos banqueiros. É, Paim, é o debate que ele tem
de ver... Esse é que é o qualificado. Eu vi na Inglaterra
falir banco, o Ministro lá foi o primeiro; eu vi lá nos
Estados Unidos o rolo lá, e os bancos falindo; eu estava
na Espanha, o Santander falindo. Qual foi o banco
que faliu no Brasil? - eu pergunto. Agora, nunca antes
houve tanto suicídio entre idosos; eu estou acompanhando.
Eles são sérios, eles são corretos... Fizeram,
o dinheiro era deles, foi um contrato feito...
Rui Barbosa está ali, é a Justiça. Eles fizeram um
contrato. De repente, o fator redutor que o Paim... E
eu acredito nele. Ele pesquisou mais do que eu, e ele
disse que não tem em lugar nenhum do mundo. E eu
acredito, eu defendi a tese; eu acredito em tudo o que
ele dizia ali; eu vim aqui, eu que defendi. Foi aprovado.
Fomos para ali, para a Câmara. Aí é que é uma vergonha.
O Presidente Michel Temer, eu fui, acompanhado
pelo Paim, por esses Senadores que foram citados
aqui, Deputados Federais. Outubro. O Presidente da
Câmara nos disse que ia colocar para votar. Outubro,
novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março e abril.
Abril, 21 de abril, sei que Tancredo foi para o céu, foi
enforcado Tiradentes. Então, ali está sendo uma câmara
de gás. Estão asfixiando os velhinhos lentamente.
Eles estão morrendo, não estão podendo comprar o
remédio. Essa é a verdade.
Mas esta é a oportunidade de o Sr. Michel Temer,
primeiro, manter a sua palavra. Ô Paim, ele se comprometeu,
ele nos garantiu. Eu lembro aqui a França,
onde nasceu a democracia. Um líder de lá, Voltaire,
disse: “À majestade tudo, menos a honra”. Sem palavra
não tem honra. Eu apanhei muito do meu pai de
cinturão, quando dizia uma mentirinha besta. Tinha
medo de dentista.
Então, está feio. Eu digo para o Michel Temer, para
todos nós. Eu votei nele para Presidente do PMDB. Eu
trabalhei muito por ele, mas está feio. Abraham Lincoln
que me ensinou o negócio dos velhinhos aposentados:
“Não baseie sua prosperidade em dinheiro emprestado”.
Ele também ensinou que a gente pode enganar
poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo; mas
não pode enganar todo mundo todo o tempo. E nós
estamos mentindo e estamos enganando os velhinhos
aposentados há muito tempo neste Congresso.
Essas são as nossas palavras. Mas há esperança.
O Apóstolo Paulo disse: “Quem não trabalha não
merece ganhar para comer”. E esses trabalharam. É
legítimo. Quem tinha dez salários mínimos no contrato
está recebendo cinco; quem tinha cinco, dois, dois e
meio. Eu vejo todos os anos.
Então, nós queremos que fique a esperança. O
Apóstolo Paulo disse que é um pecado perder a esperança.
Ernest Hemingway disse que a maior estupidez
é perder a esperança. E o livro lá de Dom Quixote de
la Mancha diz que só não tem jeito para a morte.
Então, nós vamos esperar, Paim, que se sensibilize
a Câmara, e seja resgatado o direito, a dignidade.
E, para terminar, numa homenagem ao Paim, se
fosse candidato, ele ia ser o Barack Obama do Brasil.
(Palmas.)
Mas, em uma homenagem, um quadro vale por
dez mil palavras. Essa aqui, eu espero, eu acredito...
Ninguém trabalhou mais para Michel Temer ser presidente
do que eu. Eu fui a São Paulo, eu fui a Minas,
eu fui ao Rio de Janeiro e ao Piauí. Mas isso não está
bem! Nós nos enganamos demais.
Mas eu daria um quadro. Um quadro vale mais
do que dez mil palavras! Foi Confúcio que disse.
Jarbas Passarinho, o Barack Obama tem dois
livros. O primeiro é “A Origem dos Meus Sonhos”, em
que ele conta a vida. O outro trata de coisas de campanha.
É muito árido, com assuntos de economia. Eu
gostei mais do primeiro”.
Que ouçam... O Luiz Inácio não está no Brasil,
mas que alguém leve e ele, a esposa, a encantadora
Srª Marisa. É preciso ouvir a mulher. Eu ouço a minha,
a Adalgisa. Eu digo isso sempre, porque Jesus deu
um grande ensinamento. Só havia homens, e deu no
que deu. Tudo falhou. Houvesse uma mulher naquela
ceia...
Mas Barack Obama diz em seu livro... Que coisa
bonita! Medite, Luiz Inácio. Eu sei que ele não teve
avós, pela história. Eu tive, e é bom. Eu gostei muito
dos meus avós, os conselhos, tudo. Mas Barack Obama
diz em seu livro: “Se não fossem os meus avós, eu
hoje era um maconheiro”.
Que isso sensibilize os Deputados Federais.
Então, essas são as nossas palavras finais nesta
sessão que eu quero crer vai sensibilizar o Deputado
Federal. Não é possível. Não é possível. Não é possível,
porque aí já é demais. E tem dinheiro. Nós sabemos. O
Paim prova. Todo mundo prova. Isso é conversa. Como
é que tem tanto dinheiro para tanta coisa, não é?
Eu daria só um exemplo. Um DAS-6 - que sai aí
aos milhares, cinquenta mil, que entra no serviço público
só com uma assinatura, pela porta larga, como
está na Bíblia, e não pela porta estreita do concurso,
do trabalho, como os fiscais entraram na Previdência
- ganha R$11.848,00. E aí não tem? Vamos fazer.
Então, convido a todos para ouvirmos o Hino da
Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita
Federal do Brasil. (Palmas.)
(Procede-se à execução do Hino da Anfip.)
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) -
Cumprida a finalidade da sessão, agradecemos as
personalidades que nos honraram com seu comparecimento.
Está encerrada a sessão do Senado da República
do Brasil, sessão especial destinada a homenagear
a Associação Nacional dos Auditores Fiscais
da Receita Federal, Anfip, pelo transcurso do seu 60º
aniversário.
Está encerrada a sessão. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 13 horas e 1
minuto.)