Discurso durante a 55ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos funcionários do Senado Federal por ocasião do aniversário de Brasília.

Autor
Paulo Duque (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RJ)
Nome completo: Paulo Hermínio Duque Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem aos funcionários do Senado Federal por ocasião do aniversário de Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 21/04/2010 - Página 15330
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, VULTO HISTORICO, PARTICIPAÇÃO, LUTA, INDEPENDENCIA, BRASIL, COMENTARIO, HISTORIA, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, EMANCIPAÇÃO POLITICA, PAIS.
  • HOMENAGEM, SERVIDOR, SENADO, OPORTUNIDADE, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), ESPECIFICAÇÃO, ADVOGADO, NASCIMENTO, DIA, INAUGURAÇÃO, CAPITAL FEDERAL, ELOGIO, COMPETENCIA, EFICACIA, APOIO, TRABALHO, SENADOR.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAULO DUQUE (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, no ano de 1992, a Assembleia Legislativa atual do novo Estado do Rio de Janeiro, que funciona no Palácio Tiradentes, rememorou uma série de acontecimentos da Inconfidência Mineira, com a figura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes; várias coisas. Fazia 200 anos que ele fora condenado à morte pela legislação portuguesa em vigor no Brasil. Ele foi, depois de três anos preso, condenado à morte, esquartejado, seu corpo separado em partes, distribuídas em vários caminhos, daqui para Vila Rica, para dar um exemplo de que não se podia conspirar contra o poder real.

            Mandava em tudo isso, no Brasil inteiro, nas colônias, a Rainha Dona Maria I, avó de Pedro I, mãe de Dom João VI. Ela que mandava.

            Acontece que Tiradentes ficou recluso durante três anos na Ilha das Cobras. Só foi para a antiga cadeia velha três anos depois, para ouvir a sentença - ele e mais 11 réus da Inconfidência Mineira. Acontece que essa sentença já estava adredemente preparada, ou seja, a decisão já estava dada dois anos antes. É um processo extraordinário. Quem quiser conhecer a Inconfidência Mineira tem de ler a sentença de Tiradentes, porque, dentro do processo, já existiam duas cartas secretas da rainha, dizendo o seguinte: vamos fazer um processo, vamos processar todo mundo, vamos fazer o maior alvoroço, mas vamos praticamente absolver, no degredo, quase todos, menos um, que é o Joaquim José da Silva Xavier; este não, este tem que morrer e da forma mais cruel; tem que ser exibido ao público, ao povo; tem que ser um exemplo.

            Então, estou aqui em Brasília hoje e amanhã, para, depois de 50 anos, no Rio de Janeiro, quando preparei as festividades... Eu era o 1º Secretário daquela Assembleia. Fizemos muitas comemorações, muitos eventos, não comemorando com alegria, mas rememorando com tristeza. É preciso ficar bem claro isso. Mas eis aí que, 50 anos depois... E há um fato curioso que pouca gente sabe. Tiradentes teve um advogado constituído. Não havia faculdade de Direito no Brasil. O pessoal saia daqui para estudar em Coimbra. Depois, regressava e exercia a advocacia no Rio de Janeiro, no Brasil. E, naquela ocasião, um dos eventos foi pregar uma placa bonita em homenagem ao advogado de Tiradentes, que ninguém aqui hoje sabe quem foi. Eu também não sabia e fui pesquisar, na época. Era o Dr. José de Oliveira Fagundes. Ele recebeu como honorários 200 mil réis pagos pela Santa Casa da Misericórdia. A Santa Casa da Misericórdia pagou os 200 mil réis a esse advogado que defendeu todos os réus. E o recibo, até hoje, encontra-se bem guardado na Santa Casa do Rio de Janeiro.

            Mas eu não poderia iniciar este pronunciamento antes de fazer o que de fato me trouxe à tribuna hoje. Eu tenho uma verdadeira admiração pelos funcionários desta Casa, Presidente. Dos taquígrafos até os serventes, dos escriturários até os homens das finanças, sobretudo daqueles que, de perto - da segurança -, servem a este Plenário. Por que isso? Porque eles, às vezes, dobram a noite conosco. Eles nos protegem muito, trazendo aquele copo de água que parece que não é importante, mas é da maior importância para todo o mundo, porque aqui o clima exige isto: que sejamos sempre bem tratados. São eles que, não sendo médicos, cuidam da nossa saúde.

            Ocorre que, entre eles, há um advogado - este que serve a gente aqui. Ele nasceu exatamente no dia em que nasceu Brasília, no dia em que foi transferida a capital do Rio de Janeiro para cá. Nesse dia, quer dizer, praticamente há 50 anos, nascia, nesta cidade, um menino, sexo masculino. Nome: Jonson Alves Moreira, nascido aos 21 dias do mês de abril do ano de 1960, às 8 horas da manhã, em Brasília, Distrito Federal. Olhem que coincidência! Esse menino cresceu com Brasília. Na medida em que Brasília se movimentava, os debates ocorriam, ele ia crescendo, ia estudando, ia se esforçando, até que ingressou nos serviços parlamentares da nossa Casa.

            Eu achei, de certa maneira, muita coincidência quando soube do fato há algum tempo. E disse a ele: eu faço questão de nesse dia fazer uma homenagem a você, e homenageando você eu tenho certeza de que estou homenageando todos os funcionários desta Casa, do mais importante ao menos importante, do mais humilde ao mais orgulhoso, não importa. Essa massa funcional de oito mil servidores vai ser homenageada na sua pessoa, pela coincidência.

            Ele nasceu bem de madrugada mesmo, no dia 21 de abril de 1960, às 8 horas da manhã. É uma coincidência única, dificilmente teremos outra. Esforçou-se, trabalhou, estudou, é hoje colega nosso, daqueles bacharéis em Direito, advogado. Recebeu uma série de homenagens da imprensa, que viu nele um símbolo do homem trabalhador e os antecedentes de ter nascido junto com uma cidade. É a cidade maravilhosa 2, pois a cidade maravilhosa 1 continua sendo o Rio de Janeiro.

            Então, quero dizer que o meu pronunciamento hoje - e vou ficar para a solenidade de amanhã - tem exatamente esta finalidade de saudar os funcionários desta Casa na pessoa de Jonson Alves Moreira, de quem me tornei admirador, de quem me tornei amigo, em quem confio. Reconheço seu trabalho permanente, diário aqui, cuidando da gente, da nossa saúde e cuidando, Presidente, com entusiasmo, com bastante entusiasmo, com orgulho de ser funcionário do Senado, com orgulho de ter se formado na Universidade de Brasília, onde fez diversos cursos. Merece o nosso reconhecimento.

            Eu dou os meus cumprimentos, os meus parabéns a este servidor, que representa hoje, nas minhas palavras, todo o funcionalismo desta Casa, que é o Jonson Alves Moreira.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/04/2010 - Página 15330