O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meu caro Senador Mozarildo Cavalcanti, quero dizer a V. Exª que vi aqui, de corpo presente, o discurso feito pelo Senador Gilvam Boges. Mas quero dizer a ele que essas liberações não ocorrem no Brasil inteiro, não.

            Senador Gilvan, V. Exª anunciou agora aproximadamente 15 milhões de reais, só hoje, na conta. Dinheiro na conta. Tem para amanhã, tem para depois... Eu louvo a bancada, o prestígio que a bancada tem, a influência do Presidente Sarney. Mas V. Exª reforça o argumento da minha decepção com o Presidente Lula com relação ao Piauí. Porque lá nós tínhamos uma situação interessante: o Presidente da República e o Governador do Estado são do mesmo partido, mas nós não temos isso. Ao contrário, nós temos lá cerca de 100 obras paralisadas, umas prometidas pelo Governador de maneira irresponsável em período eleitoreiro, com licitações de arranjo, e tudo parado. O Senador Gilvan vem e faz esse anúncio. Evidentemente que com isso tem razão de sobra para defender o Presidente Lula pelo que ele fez no Amapá. E nós temos razões de sobra para protestar pela péssima atenção que o Presidente Lula deu ao Piauí durante esses sete anos e pouco de governo. Pode ser que Roraima tenha alguém de tanto prestígio, Senador Mozarildo, que tenha conseguido esse volume de obras. Mas se nós examinarmos, e eu queria, é até bom, isso estimula, nós deveríamos fazer um levantamento e parabenizar o Amapá. O Amapá merece exatamente isso. Eu vejo V. Exª, já vi outros Senadores do Amapá fazerem esse tipo de anúncio.

            Eu queria que V. Exª me desfizesse uma curiosidade: a soma de recursos dessas ordens que V. Exª tem nos últimos 12 meses. Porque, pelo volume, devem ser valores acima de R$200 milhões. É muita coisa. Eu parabenizo V. Exª. Pode trazer amanhã, se for o caso. Eu estou fazendo isso, sei a luta, o esforço de V. Exª pelo Estado e quero dizer que fico feliz. Agora, fico triste porque isso não acontece no Estado do Piauí.

            O Estado do Piauí está muito é com dívida. O problema nosso lá é corrupção, é aluguel de veículos. Agora o escândalo. O Governador novo que assumiu, o pessoal do PT pensou que ia mandar nele. Mas ele sentou na cadeira - e já há o velho ditado popular que diz que “ninguém governa governador” - e já começa a fazer alguns ajustes na sua equipe administrativa e tomar algumas providências - inclusive elogiosas - como acabar com a farra de aluguel de carros, Senador Mozarildo. O Piauí estava pagando R$5 milhões a locadoras por mês - de aluguel de carros - e olha que não era qualquer carro, não; carro com motor mil, não; eram caminhonetes a diesel. Uma coisa incrível.

            Portanto, vejo V. Exª, fico muito feliz, parabenizo não só V. Exª, mas também toda a Bancada do Amapá. Sei que fora isso há essa obra grandiosa do aeroporto de Macapá, que está em fase de construção, é uma obra fundamental porque o aeroporto de lá, estrategicamente, é internacional. E essa ponte, eu estive na Guiana no ano passado, vi a dificuldade, o problema da ponte e vi a importância.

            No Piauí, também nós temos a ponte ligando Luzilândia ao Maranhão; nós temos a Ponte de Santa Filomena, ligando ao Alto Parnaíba; Luzilândia a São Bernardo, temos a Ponte de Uruçuí, tudo obra começada. Como Deputado Federal, eu iniciei a construção de uma ponte em Beneditino, ligando Teresina a Beneditino, a Ponte da Gameleira, que está lá, obra parada. E nós não vemos isso. Faço esse registro e louvo V. Exª.

            Agora, faça-me ter orgulho do trabalho de vocês e ter inveja do Piauí, mas inveja pela incompetência de um Governador que passou sete anos e meio arrotando prestígio com o Presidente da República, dizendo que tinha prestígio, que tinha intimidade e não usou isso, Senador Mozarildo, para nenhum benefício ao Estado do Piauí. É lamentável.

            Na realidade, o objetivo do meu pronunciamento hoje aqui é para registrar um ato político do qual participei ontem na cidade de Campo Maior. Campo Maior, Senador Mozarildo, fica a oitenta quilômetros de Teresina, é uma cidade com a qual tenho uma afinidade muito grande; meu pai foi fiscal de renda em Campo Maior por muitos anos; eu tive um irmão que trabalhou no Banco do Brasil; tem filhos nascidos em Campo Maior; e eu, quando jovem, garoto, passava as minhas férias e fiz grandes amizades lá. Sinto-me um campo-maiorense, sou um cidadão de Campo Maior. O ex-Prefeito de Teresina, nosso candidato a governador, Sílvio Mendes, é também de Campo Maior, tem ligação com Campo Maior, nós somos contemporâneos naquela cidade.

            Tivemos oportunidade de participar ontem de uma reunião política na casa do Prefeito Joãozinho Félix, que é uma liderança incontestável não só lá como na região também. É uma família interessante de nove irmãos. Um é Deputado Estadual. Chama-se Antônio Félix, é presidente do PPS no Piauí. O outro é empresário de grande sucesso. As outras irmãs e os outros irmãos ajudam a família, que é unida. Trabalham por um objetivo comum, que é exatamente o bem-estar da cidade. Joãozinho, antes de ser Prefeito de Campo Maior, foi Prefeito de Jatobá, e fez uma administração tão extraordinária que se elegeu Prefeito de Campo Maior. 

            Esse encontro ontem na casa dele, com a minha presença, com a presença de Sílvio Mendes e com a presença do Mão Santa, que chegou um pouco atrasado, porque tinha compromissos no sul do Estado, reuniu lideranças de 26 Municípios da região, todos que seguem a liderança de João Félix, principalmente hoje a liderança do seu irmão que é Deputado Estadual. Nós pudemos ver e ouvir a ansiedade e o desejo de mudança de todo aquele pessoal.

            Imagine, Senador Gilvan, foram mais de 30 pronunciamentos. Foram pronunciamentos curtos, uma coisa bem organizada em que cada um falava por três a quatro minutos, mas todos queriam mostrar ao candidato a governador do Piauí os problemas do seu Município e o que esperavam de cada um deles. Eu saí de lá profundamente encantado com o que vi. Tive oportunidade de rever velhos amigos, lideranças políticas. Tive um prazer singular ao rever um querido amigo Antônio Manoel Castelo Branco, que esteve doente, passou por um problema de saúde muito grave; ele se restabelece aos poucos e, creio, participou do primeiro encontro depois desse agravamento da sua situação de saúde. Vereador da cidade, é uma pessoa muito querida lá.

            Portanto, eu não quero citar nomes. Eu não quero citar os municípios para não cometer nenhuma injustiça. Foram mais de 25 municípios - 27, se não me engano, e a gente termina esquecendo. Eu só quero é me congratular com todos aqueles homens que se dirigiram para a residência particular do Prefeito, Joãzinho Félix.

            Quero também, com muito carinho, fazer um registro muito especial à sua mãe, D. Mariana, que é uma liderança natural, liderança de mãe, de chefe de família e que acompanha aquilo tudo com muito orgulho, orgulho de ter tido na vida a oportunidade não somente de encaminhar os filhos, mas de vê-los todos fazerem sucesso em suas atividades.

            Tive também a oportunidade de reencontrar lá outra figura extraordinária que é o Prof. Raimundo Nonato Monteiro de Santana. Foi Prefeito muito jovem de Campo Maior, com 21 anos mais ou menos. Depois ocupou cargos importantes no Estado do Piauí. Veio para Brasília, foi Professor da UnB, foi Diretor da UnB. E, hoje, aos quase 90 anos ou aos 90 anos, participa, faz pronunciamento. Tivemos também a presença do ex-Senador e ex-Governador do Piauí, Freitas Neto.

            Portanto, quero fazer este registro, porque foi muito positivo. E a gente vê, Senador Gilvam, aquele povo se movimentando, aquele povo dando sua cota pessoal de sacrifício para enfrentar as próximas eleições com a convicção de que vão lutar e de que querem o melhor para o Estado do Piauí.

            Faço, portanto, este registro e quero dizer que Campo Maior está de parabéns pelo Prefeito que tem, pela Liderança que possui. E os municípios que ontem participaram também recebam meu abraço e meus cumprimentos por terem lideranças firmes, que não se abatem, não se deixam levar por poder de nenhuma natureza: seja pressão, seja poder econômico, mas que lutam, de maneira brava e de maneira determinada, pelo futuro do Piauí, que é tudo isso que nós queremos.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

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