O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer dois registros. O primeiro é da presença dos Vereadores da cidade de Itaguaçu, Município importante do nosso Estado. Os Vereadores são fãs de V. Exª. Dois deles me pediram para trazê-los aqui para tirar foto com V. Exª. Veja a que ponto V. Exª chegou de popularidade. Penso até que V. Exª poderia ter se arriscado a ser candidato a Presidente pelo PSC, no qual V. Exª é a estrela maior neste momento. Certamente, seria uma resposta muito feliz do seu Partido.

            Eu gostaria, então, que V. Exª, na primeira oportunidade, desse aos Vereadores a honra de tirar uma foto com eles. O futuro político de Itaguaçu está nas mãos desses jovens, pessoas de origem simples, de um Município de imigrantes, um povo de trabalho que muito contribui com o Estado do Espírito Santo.

            Sr. Presidente, e o segundo registro que faço é que, ontem, após a prisão do serial killer, eu e o Senador Demóstenes Torres ouvimos o matador das crianças de Luziânia.

            Parabenizo aqui a Polícia Civil de Goiás pelo excelente trabalho que fez. Desde o primeiro momento em que a CPI foi chamada para participar, nós entendemos que eles estavam no foco certo e, durante quase 90 dias, fomos informados das ações.

            Ontem, ao ouvi-lo, ele, preso, declarou que abusou de duas crianças e matou as seis. Ao final de três horas de depoimento, com o Senador Demóstenes Torres, com os delegados e com a polícia, Sr. Presidente, ele declarou, depois de me dizer que ouvia vozes, que as vozes que ele ouvia davam a ele uma tara por meninos e adolescentes, Senador Tuma, e que, depois de ter a relação sexual, a voz o mandava matar, e ele matava com ódio.

            Senador Tuma, não sei se V. Exª, que é delegado, viu na televisão as imagens do lugar difícil e íngreme onde os corpos eram colocados, em um pântano lá embaixo. Todos eles foram mortos com pauladas e com golpes de enxada na cabeça. Os peritos dizem que alguns foram mortos com uma marreta, e realmente uma marreta foi encontrada na casa dele.

            O terreno é muito íngreme. Minha dedução pessoal é de que, ao descer ali, todos eles foram mortos pelas costas. Ele os matava e tinha relação sexual com eles depois de mortos, porque ele enterrou todos os corpos nus.

            Então, Sr. Presidente, ao ir ali, nós levamos a nossa contribuição, porque foi para nós que ele assumiu, confessou o abuso a todas as crianças. Amanhã, Senador Tuma, pediremos à CPI que a Polícia da Bahia, o Governador Jaques Wagner e o Gaeco, do Ministério Público, investiguem a morte da mulher dele na Bahia, porque a história que ele contou não bate. Disse que ela era envolvida com candomblé, que morreu com uma garrafada.

            Um sujeito que afirma que enterrou os corpos nus para facilitar a decomposição é alguém que entende de enterrar corpos. É preciso uma investigação mais séria. Espero que a investigação não pare com a prisão dele.

            Estamos convocando o juiz que o soltou e o psiquiatra que deu o laudo. O juiz pediu o laudo e o psiquiatra apresentou-o dizendo que ele era um psicopata. Desconsiderando o laudo que ele mesmo pediu, o juiz o colocou na rua. Nós queremos entender por quê. Pois, mesmo após o laudo dizendo que ele é um psicopata, que estava preso na Papuda por abuso de criança, de a promotora ter conseguido prendê-lo, de punho, mandando ao juiz, mandando ao Tribunal dizendo que ele representava perigo à sociedade, Senador Tuma, mesmo assim, ele foi solto. Se realmente caracterizar essa irresponsabilidade, faremos a denúncia no Conselho Nacional de Justiça.

            Na próxima quinta-feira, nós vamos a Alagoas. Dormiremos lá porque, às 10 horas da manhã, nós começaremos a oitiva das delegadas do caso. Vamos ouvir o Ministério Público, os denunciantes e, no sábado e no domingo, vamos ouvir os padres que estão sendo acusados de abuso, em um crime absolutamente emblemático na cidade de Alagoas.

            Sr. Presidente, faço este registro do trabalho que esta Casa tem feito pela sociedade brasileira, e esperamos obter resultados.

            Encerro dizendo que, ao contrário de parte da imprensa, tenho muito respeito pelo Papa. Acho que há que se louvar quando o Papa se levanta e pede aos Países que criem leis tratando como crime hediondo o abuso de crianças, quando ele vem a público e pede perdão, pede desculpas, e toma uma atitude dizendo que aqueles que abusam de crianças devem ser afastados e expulsos. Então, tenho todo o respeito ao líder de uma Igreja, de uma instituição como a Igreja Católica, diferente de outros que querem neste momento atacá-lo. Ele não era Papa, a última palavra não era dele. E agora, quando ele tem a última palavra, ele toma a posição em favor das crianças do mundo. Então, eu acho isso absolutamente louvável, porque, se é padre, se é pastor, se é rabino, se é pai de santo, não importa, pois, se abusou de crianças, cometeu um crime dos mais hediondos e é preciso responder por ele.

            Obrigado, Sr. Presidente.