Pronunciamento de Romeu Tuma em 27/04/2010
Discurso durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro da visita do Presidente do Líbano, Michel Suleiman, à São Paulo, no último domingo; e da realização da Corrida da Amizade 2010. Preocupação com a possível soltura de presos que cometeram crimes de fraco potencial. (como Líder)
- Autor
- Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
- Nome completo: Romeu Tuma
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.
POLITICA INTERNACIONAL.:
- Registro da visita do Presidente do Líbano, Michel Suleiman, à São Paulo, no último domingo; e da realização da Corrida da Amizade 2010. Preocupação com a possível soltura de presos que cometeram crimes de fraco potencial. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 28/04/2010 - Página 16579
- Assunto
- Outros > ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL. POLITICA INTERNACIONAL.
- Indexação
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- SOLIDARIEDADE, FLEXA RIBEIRO, SENADOR, RECLAMAÇÃO, DESRESPEITO, PREFEITO, POVO, MUNICIPIO, MONTE ALEGRE (PA), ESTADO DO PARA (PA), RETENÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, DOCUMENTO, LIBERAÇÃO, EMENDA, RECURSOS ORÇAMENTARIOS.
- REGISTRO, VISITA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, LIBANO, OCORRENCIA, CERIMONIA RELIGIOSA, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, INTEGRAÇÃO, AUTORIDADE RELIGIOSA, DIVERSIDADE, RELIGIÃO, COMENTARIO, DECLARAÇÃO, CARDEAL, DIFICULDADE, CONFLITO, ORIENTE MEDIO, IMPORTANCIA, MOBILIZAÇÃO, MUNDO, DEFESA, PAZ, ELOGIO, ATLETAS, REPRESENTAÇÃO, COMUNIDADE, EMIGRAÇÃO, PAISES ARABES, INCENTIVO, RESPEITO, CULTURA.
- HOMENAGEM, INDUSTRIAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DESCENDENTE, PIONEIRO, CONSUL, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, FAMILIA, APOIO, CLUBE, JUDAISMO, CANDIDATURA, ORADOR, SENADO.
- APREENSÃO, GRAVIDADE, AUMENTO, HOMICIDIO, VIOLENCIA, DROGA, BRASIL, QUESTIONAMENTO, CONDUTA, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), PLANEJAMENTO, LIBERAÇÃO, PRESO, ALEGAÇÕES, AUSENCIA, RISCOS, NECESSIDADE, ATENÇÃO, SENADOR, APERFEIÇOAMENTO, SISTEMA PENITENCIARIO, APRECIAÇÃO, MATERIAL, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO PENAL.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Pois não, vou ser rápido, Sr. Presidente.
Senador Flexa, eu acho que é suspeito, porque um órgão do Governo pedir para outro Governo eleito... Todos os Diários Oficiais publicam o dia da votação, quantos votos teve, como é que ganhou... Pede a Carteira de Identidade, pede os antecedentes... Pelo amor de Deus! É não querer realmente respeitar a dignidade da função. O Prefeito tem que vir aqui na porta e dar o grito ali do desrespeito que ele está sofrendo e da humilhação.
V. Exª reage e eu incorporo, porque nós não podemos aceitar que um prefeito seja humilhado dessa forma e que a população, que é a beneficiária da verba, fique sem ela. Sem dúvida nenhuma, vai vencer o ano e ele não poderá mais reconquistar a verba que foi delegada para que melhorasse o Município citado por V. Exª. Cumprimento V. Exª pelos reclamos e que seja ouvido no Palácio do Planalto.
Senador, domingo agora, nós recebemos, em São Paulo - já está lá há alguns dias -, o Presidente do Líbano, Michel Suleiman, e sua esposa, Drª Wafaa Suleiman. Eles estiveram na Igreja Maronita, onde foi realizada uma missa com a presença importantíssima do Cardeal Arcebispo de São Paulo, o Bispo da Igreja Ortodoxa, os xeiques de vários segmentos religiosos muçulmanos, portanto, uma unidade completa no setor religioso em homenagem ao Presidente do Líbano. Foi feita a missa, que é praticamente Católica Romana, só que foi organizada por Maron, Santo Maron, que nasceu no Oriente e regulamentou uma igreja que segue o Papa; o Vaticano é respeitado por essa igreja. Saí da igreja com Dom Odilo Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, e falei que era bonito aquele quadro. Todos os segmentos religiosos mostravam a paz reinante em São Paulo, porque havia a unificação de todos os segmentos religiosos. E ele falou: “Senador, o senhor sabe que isso se faz aqui e em outras partes do mundo, mas lá não dá para fazer. No local, no Oriente, em Jerusalém, em Israel, no Líbano, não se consegue reunir ninguém, porque o ódio está enraizado no contexto da formação étnica de cada pessoa que lá vive e que lá nasce.” Então é chocante isso, Senador.
E o que aconteceu? Domingo também teve uma segunda corrida, Senador Renan, interessante, que é a Corrida da Paz. Por isso que eu estou aqui na tribuna, para falar da Corrida da Paz. E o que é a Corrida da Paz?
Eles querem repetir os caminhos de Abrahão, que caminhou pela parte do Oriente, passando por todas aquelas cidades, conduzindo o povo de Deus, antes de Jesus nascer.
Então, mais de três mil atletas ganharam a Avenida República do Líbano, na região do Clube Esporte Sírio, na Zona Sul, em São Paulo. É um percurso de sete quilômetros até o Clube Hebraica, que é o clube judeu, da colônia judaica lá. Faz parte da segunda edição da Corrida da Amizade, realizada para relembrar o caminho que o Profeta Abrahão fez há quatro mil anos.
O evento desportivo foi realizado pela “Iniciativa O Caminho de Abrahão - Capítulo Brasil”, uma associação civil sem fins lucrativos, políticos ou religiosos, sediada na capital paulista, e fez parte de uma série de eventos relacionados à temática cultural do Oriente Médio.
Os corredores passaram pela Avenida República do Líbano até chegar ao Clube Hebraica, passando ainda pelo Esporte Clube Pinheiros. Por todo o trajeto, os atletas deixaram a mensagem do Patriarca Abrahão, que saiu de sua terra natal para um lugar desconhecido, com a promessa de Deus de que ele seria o “Pai de muitas nações”.
A mensagem do Pai da Fé, tão presente na cultura dos povos que vivem na região do Oriente Médio, também foi uma homenagem à cidade de São Paulo. Os atletas de vários clubes que representam as comunidades de imigração árabe mostraram a capital paulista como uma cidade que respeita a diversidade cultural e promove atividades de lazer e desporto, com o foco no respeito às diferenças.
Prestigiaram a Corrida da Amizade 2010 o Prefeito Gilberto Kassab, secretários municipais, vereadores de várias comunidades árabes e empresários, além de apoiadores do evento.
Eu queria fazer uma homenagem especial ao Sr. David Feffer, proprietário da Indústria Suzano de Papéis, cujo avô foi o primeiro Cônsul Honorário de Israel, e o seu pai, Max Feffer, foi Secretário de Estado, um participante ativo da política. E houve uma coisa assim, profundamente surpreendente. Um dia, conversando sobre candidatura a Senador pela primeira vez, eu disse a ele como era difícil, que eu tinha dificuldade, saía da Polícia... O policial, normalmente, tem dificuldade para ganhar um conceito político que pudesse levá-lo a um cargo tão importante como o Senado. Eles me levaram à Hebraica e, lá, foi lançada a minha candidatura, o que demonstra a afeição, a ligação forte de todas as colônias, de todas as religiões que o Brasil pode projetar ao mundo como exemplo.
Então, essa paz existente aqui no Brasil é um exemplo para o Mundo Oriental, onde o ódio, a discrepância e a violência são realmente diárias, onde um odeia o outro e não consegue conviver em paz. Isso é praticamente um apelo que se faz, para que o mundo possa viver em paz, sem o sofrimento da amargura daqueles familiares que não podem retornar à sua terra por impedimento de questões religiosas ou de conflitos históricos de milhares de anos. Portanto, deixo essa mensagem.
Eu diria também - o Senador Hélio Costa e o Senador César Borges usaram desta tribuna hoje - que eu não poderia ficar em silêncio com respeito ao que eles disseram.
Mas, Presidente Claudino, é algo tão duro. V. Exª, que vai ser Governador, tem de sentir de perto essa parte da segurança pública. É uma coisa que não arrefece, que não tem um comportamento de redução. Quando sai é assim: “Reduziu-se o homicídio, os índices de homicídio foram reduzidos”. Qual é a sensação que o povo tem, Senador Flexa? Há 20 homicídios que caem para 19 e o Governo diz lá: caiu o índice, mas o medo, o desespero de sair à rua continua igual. V. Exª vai todo dia à tribuna, com o Mário, dizer isso. Tantos Senadores desta Casa estão indo, cada dia mais amargurados, protestando contra o uso do crack, das drogas e a violência; mas os Governadores se sentem quase que impassíveis diante de uma ação que possa realmente direcionar à polícia um tratamento digno, para que eles possam devotar o seu trabalho em benefício da segurança pública.
Outra coisa que vi hoje, Governador - permita-me chamá-lo assim pela sua simpatia, pelo seu carinho, e acho que seu povo tem de vê-lo com essa visão de respeito para, provavelmente, sufragar seu nome nas próximas eleições -: o Ministério da Justiça foi desmentido agora de uma forma que não senti muita firmeza.
Senador Renan, V. Exª que lutou lá no Ministério para melhorar a legislação e condenar aqueles criminosos que oferecem riscos à população, teve um trabalho excelente à frente do Ministério, mas eles estão estudando soltar 80 mil presos que tenham crimes de fraco potencial. Crime não tem esse fraco potencial, porque ele pode roubar alguém aqui e matar outro lá na esquina, mesmo com a vigilância da pulseira. Aí o repórter perguntou, com muita simplicidade: “Está bom, bota o cara em casa com a pulseira, com a família. Como é que ele vai comer, como é que ele vai se sustentar?” O preso custa para os governantes R$1.500,00 por mês. Como é que ele vai se sustentar? Está preso, não pode sair de casa com a pulseira, está sob vigilância. E a família vai passar fome? Vai matar um por um de fome?
Quer dizer, é algo tão esdrúxulo que, se vier para cá, nós não podemos aprovar, Senadores.
Nós temos que pensar e raciocinar qual é o seguimento correto para se dar ao sistema penitenciário. Não é soltando preso que se vai resolver, porque ele está matando na primeira semana, como fez em Luziânia aquele assassino canalha que matou seis crianças. Uma semana depois de sair do presídio, acabou assassinando violentamente um jovem. Então, nós temos que realmente começar a pensar sobre isso.
O Senador Renan, quando estava no Ministério... Hoje tem outros aqui, ele já tem duas propostas na expectativa de que realmente entre em vigor, nós estamos lutando junto com ele para que isso aconteça. E vieram aqui o Hélio Costa e o César Borges em desespero, revoltados com o índice de criminalidade, que vai crescendo, não é só o índice de criminalidade, mas é a violência que vem crescendo em detrimento da tranquilidade da sociedade.
Agradeço a V. Exª e peço desculpas pelo tempo.
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