O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente. Obrigado pela permanente generosidade.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de tratar do assunto fundamental que me traz a esta tribuna, tenho algumas observações a fazer, que são de interesse do meu mandato e de interesse do meu Estado também.

            Recebi uma carta muito gentil do Presidente da União Nacional dos Estudantes, Augusto Chagas, com o seguinte texto:

Senador, estive aqui para cumprimentá-lo pelo discurso proferido na ocasião da aprovação do projeto de construção da nossa sede - eu diria até de reconstrução. A UNE agradece seu valioso apoio.

Estou ainda mais certo de que a democracia brasileira triunfará.

Receba o abraço dos estudantes do Brasil.

Augusto Chagas.

            Eu agradeço, Augusto, a gentileza e a forma generosa com que distinguiu este Senador.

            Sr. Presidente, requeri Voto de Aplauso a esportistas do Amazonas que conquistaram medalhas nos Jogos Nacionais do Sesi/2010, que se deu em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul:

            Valéria Gama, da Moto Honda, Medalha de Ouro pelo 1º lugar em arremesso de peso, com a marca de 9m70; Fernanda Barbosa, da Nokia, Medalha de Ouro em nado borboleta 50m, com o tempo de 30seg97; Jackson Mendes, da Steck, Medalha de Prata em atletismo, 3.000m, com o tempo de 8min57seg90; Deise Rodrigues, da Jabil, Medalha de Prata nos 1.500m, com o tempo de 5min41seg32; Greiciany Brasil, Elisângela da Silva, Cleise Soares e Deise Rodrigues, todas da Jabil, com Medalha de Bronze na prova de revezamento 4x100; Fernanda Barbosa, da Nokia, Medalha de Bronze em natação 50m, peito, para competidores acima de 16 anos; Daniele Silva, da Honda, Medalha de Bronze, nado de peito na categoria acima de 25 anos; e, Ivanildo Belém, da Samsung, Medalha de Bronze, tênis de quadra, Categoria C, acima de 45 anos. É mais do que justo. É autoexplicativo. São trabalhadores que conseguem ser, ao mesmo tempo, esportistas de elite. Competem em alto nível.

            Sr. Presidente, ainda, um Voto de Aplauso ao repórter fotográfico Raphael Alves, do jornal A Crítica, de Manaus, um dos vencedores do 1º Prêmio Fiema de Jornalismo Ambiental, realizado por ocasião da Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente - Fiema Brasil 2010.

            Inscrito com duas fotografias, entre as cinco finalistas, na categoria Foto, o repórter-fotográfico Raphael Alves foi um dos vencedores dessa mostra Fiema Brasil 2010, realizada também em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.

            Então, o Voto de Aplauso que requeiro ao Senado é a homenagem ao jornalista premiado e, por extensão, ao jornal em que trabalha, A Crítica, de Manaus.

            Sr. Presidente, no cumprimento do meu mandato de Senador, apraz-me falar do Amazonas, que me escolheu, nas urnas, como representante seu no Congresso Nacional. Falar da Amazônia envia-nos ao futuro que está reservado para o Brasil. Futuro que depende da nossa mais estratégica região.

            No começo desta semana, quem falou sobre a Amazônia foi o presidenciável José Serra. Suas palavras não foram surpresa para mim. Dele, eu e todos os amazonenses e os amazônidas esperávamos o que acabou acontecendo: apoio integral à região, planos concretos e corretos de desenvolvimento para a exploração econômica e sustentável da floresta.

            Terra Brasil de Todos os Brasileiros, a Amazônia é o próprio amanhã do País. Por isso, está certo o pré-candidato tucano.

            Nesta oportunidade, vale lembrar que nada do que se fizer na Amazônia será correto se, antes de tudo, não se pensar no homem que ali vive e trabalha. Ele, o ribeirinho, está consciente de que a Grande Floresta pode conviver com a exploração sustentada de suas imensas riquezas.

            Não faz muito que, com essa mesma visão, a Rede Globo criou um programa especial: Globo Amazônia, que mostra, em toda a sua exuberância, o fantástico cenário, o fantástico cenário onde corre o maior rio do mundo e viceja a maior floresta de todo o universo.

            Agora é a vez de a CBN, a conhecida emissora que anuncia tocar notícias, que, pela sua rede nacional, começa a veicular uma série de reportagens da jornalista Camila Cidral.

            Acompanhei a primeira dessas reportagens de Camila.

            Camila tomou um barco em Manaus e, ao aproximar-se de Maués, depois de navegar pelo rio Negro, pelo rio Amazonas e por outros menores, chegou ao rio Maués. Ali, indagou ao piloto:

            - Quantas horas de viagem?

            - Vinte horas navegando. Agora estamos no rio Maués. Daqui a pouco, desembarcamos.

            Após essas 20 horas, Camila narra a sequência da viagem:

            - Chegamos a Maués. Agora pegamos uma voadeira para entrar floresta adentro.

            - Por que este nome: voadeira? - quis saber a repórter.

            - É porque navega em alta velocidade. Parece voar...

            A repórter da CBN dá informações bem didáticas aos ouvintes. Explica que Maués é a terra do guaraná, o miraculoso fruto.

            - A fama de suas propriedades - diz Camila, e isso é verdade -, inclusive favorecendo a longevidade, está transformando a vida e a rotina da até então pacata cidade de Maués e dos ribeirinhos que ali vivem.

            Um deles, o Messias, deixou o Maranhão e há anos vive em Maués, onde tem uma boa plantação de guaraná.

            Diz ele:

            - Em apenas sete anos, o preço do guaraná teve uma valorização de 1.500%.

            - Dá para sobreviver com o guaraná? - quis saber a repórter.

            A resposta veio pronta e incisiva:

            - Sim! Claro! Sim, sim - diz Messias.

            - Quanto você apura aqui?

            - Oh, uns 700 contos. É muito bom!

            Usou uma moeda antiga, mas nós sabemos o que ele quis dizer. Talvez setecentos reais. Fico sem saber como ele traduzia esses setecentos contos. Fico sem saber, realmente.

            - E vende fácil? [pergunta a repórter Camila.]

            - Oh, sim. Eles pagam adiantado.

            Aos ouvintes, Camila complementa, informando que Maués se transformou na capital do guaraná.

            Ela descreve a fruta que faz a riqueza da região:

            - Um vivo e brilhante, que sai de uma casca vermelha, e até é sinônimo de vida na Amazônia. É o guaraná, a fonte cultural de saúde e de dinheiro para mais de 100 mil pessoas que vivem numa região chamada Maués.

            Mais de Camila:

            - Sua fama de conferir vitalidade aos seus usuários despertou interesse no mundo inteiro e hoje a semente dessa fruta que nasce às margens dos rios amazônicos vale mais do que muitas ações do mercado financeiro.

            E ela completa:

            - O preço do guaraná pulou de R$2,00, em 2002, para R$30,00 nos dias de hoje. Os índios ganham mais. Eles produzem guaraná orgânico, vendido a R$53,00 o quilo, para mercados europeus mais exigentes.

            Nas plantações de guaraná, Camila conversou com outra produtora, Gracineide.

            - Quantos anos você tem, Gracineide?

            - Eu? 39.

            - E há quanto tempo vive em Maués?

            - Estou aqui desde os meus 12 anos.

            - Dá para viver?

            - Oh, se dá. Já compramos um terreno na cidade, em Maués. E logo esperamos construir ali uma casa para morar.

            - E seus sonhos?

            - Meus sonhos? Comprar uma voadeira, um carro e construir a casa.

            Na entrevista com Messias, o melhor de tudo:

            - E o desmatamento, como está por aqui?

            - Não, a gente não desmata mais.

            - Como você chegou a esta conclusão?

            - Ah, pela minha ideia. A gente sabe que tem que ser assim, que é melhor para a floresta e para tudo.

            Senhoras e Senhores Senadores, fiz questão de reproduzir os trechos principais da reportagem da jornalista Camila Cidral, da CBN, para mostrar que, na nossa floresta, o pensamento dominante entre os ribeirinhos é pela preservação da mata. Até hoje temos um exemplo vivo da chamada exploração sustentável da Grande Floresta.

            E aqui eu cumprimento o Prefeito de Maués, meu querido amigo Miguel Belexo, o ex-Prefeito Sidney Leite, figuras tão queridas, tão estimadas, tão amigas, o Deputado Alfredo Almeida, o Deputado e ex-Prefeito Carlos Esteves, ou seja, cumprimento todas essas pessoas que eu sei que têm conexão com a história que se escreveu para trás e têm conexão com a história que se escreve para a frente.

            Um abraço muito afetuoso a todos, e é muito agradável para mim falar de uma cidade que sempre me acolheu com enorme carinho e que começa a encontrar um destino econômico, e isso é extremamente relevante do ponto de vista da ideia que nós temos de ver o Amazonas enriquecer sem esgotar, exaurir, liquidar a galinha dos ovos de ouro, que é a própria floresta, que dá a todos nós tanta expectativa de futuro.

            Era, pelo momento, o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

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