Discurso durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pela inclusão do Presidente Lula na lista dos líderes mais influentes do mundo em 2010, pela revista Time. (como Líder)

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Comemoração pela inclusão do Presidente Lula na lista dos líderes mais influentes do mundo em 2010, pela revista Time. (como Líder)
Aparteantes
Augusto Botelho.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2010 - Página 17498
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, IMPORTANCIA, DIVULGAÇÃO, PERIODICO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), ESCOLHA, PARCERIA, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PERSONAGEM ILUSTRE, SUPERIORIDADE, LIDERANÇA, INFLUENCIA, MUNDO, LEITURA, ORADOR, ARTIGO DE IMPRENSA, AUTORIA, DIRETOR, CINEMA, ANALISE, BIOGRAFIA, CHEFE DE ESTADO, PROCESSO, BRASIL, ELEIÇÃO, TRABALHADOR, SINDICALISTA, LUTA, COMBATE, DESIGUALDADE SOCIAL.
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, INTERNET, COMENTARIO, HOMENAGEM, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AUTORIA, IMPRENSA, AMBITO INTERNACIONAL, ANALISE, ORADOR, JUSTIÇA, ESCOLHA, APOIO, POLITICA EXTERNA, PROMOÇÃO, PAZ, JUSTIFICAÇÃO, DIALOGO, PAIS ESTRANGEIRO, IRÃ, NEGOCIAÇÃO, ORIENTE MEDIO, ELOGIO, CONCILIAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, SUPERIORIDADE, AVALIAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, BRASILEIROS.
  • ELOGIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RESPEITO, DEMOCRACIA, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, AUSENCIA, TENTATIVA, RENOVAÇÃO, MANDATO, APOIO, DILMA ROUSSEFF, CANDIDATO, SUCESSÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Como Líder do PT, nesta tarde - certamente o Senador Aloizio Mercadante, se estivesse aqui, como Líder titular, estaria também usando da palavra -, registro um acontecimento de grande relevância para todos nós, brasileiros, para nós, em especial, Senadora Serys e Senador Augusto.

            Não sei se já souberam, Senador Acir, mas a revista Time, no dia de hoje, escolheu o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o líder mais influente do mundo. E há um texto escrito pelo cineasta Michael Moore na revista Time. Aqui a revista Time faz essa nomeação em parceria com a CNN, que é a principal cadeia de notícias dos Estados Unidos da América. As palavras de Michael Moore são muito relevantes.

            Tendo o texto em inglês à minha frente, vou procurar traduzir livremente:

Quando os brasileiros, pela primeira vez, elegeram Luiz Inácio Lula da Silva Presidente, em 2002, aqueles robber barons, ladrões e barões do País, muito nervosamente, ficaram averiguando o que estava ocorrendo com o combustível de seus jatos privados. Eles haviam feito o Brasil um dos países mais desiguais do mundo e, agora, vejam só o que acontecia. Lula, 64 anos, um filho genuíno da classe trabalhadora da América Latina - de fato, um membro fundador do Partido dos Trabalhadores -, que havida sido preso, uma vez, por liderar uma greve, havia sido eleito Presidente da República. Quando Lula finalmente venceu as eleições para Presidente, depois de três tentativas em que não havia conseguido, ele já era familiar para a vida brasileira. Mas o que o levou à política em primeiro lugar? Teria sido seu conhecimento pessoal de como tantos brasileiros precisam trabalhar tanto somente para sobreviver? Teria sido porque ele havia deixado a escola depois da quinta série para sustentar sua família? Por ter trabalhado como engraxate quando menino? Por ter perdido parte de seu dedo em uma fábrica, em um acidente [como metalúrgico]?

Não, foi quando, aos 25 anos, ele viu sua esposa Maria morrer durante o oitavo mês de gestação, junto com sua criança, porque eles não puderam ter atendimento médico, um atendimento de saúde adequado.

Esta é uma lição aqui para os bilionários do mundo: deixem o povo ter boa saúde, bom atendimento de saúde, e eles vão causar muito menor preocupação para vocês.

E aqui está uma lição para o restante de nós: a grande ironia da Presidência de Lula - ele foi eleito outra vez para um segundo turno, em 2006, e vai ser Presidente até o final deste ano - é que, enquanto ele tenta levar o Brasil para o Primeiro Mundo, através de programas sociais como o Fome Zero, com a preocupação de acabar com a fome e com planos para melhorar a educação disponível para os membros da classe trabalhadora brasileira, os Estados Unidos da América parecem ser como o velho Terceiro Mundo todos os dias.

O que Lula quer para o Brasil é aquilo que nós costumamos chamar de Sonho Americano. Nós, nos Estados Unidos, em contraste, onde o 1% mais rico detém, agora, uma riqueza maior do que os 95% mais pobres combinados, estamos vivendo numa sociedade que está rapidamente se parecendo com o Brasil.

Mais a respeito disto pode ser visto no último filme de Michael Moore: Capitalismo, uma História de Amor.

            É muito importante que a revista Time tenha eleito Lula como o líder mais influente do mundo.

Lula encabeça um ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer; o Almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos; o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.

No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no Governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina.

            Esse é o registro da UOL hoje, na Internet.

A revista lembra quando Lula, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa, Maria, grávida de oito meses, pelo fato de os dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “Deixem os povos terem bons cuidados com a saúde, e eles causarão muito menos problemas para vocês”.

A lista mostra os 100 nomes de pessoas mais influentes do mundo em diversas áreas - líderes da esfera pública e privada, heróis, artistas, pensadores, entre outros.

Entre os líderes em destaque também estão a ex-governadora do Alasca e ex-candidatada republicana à Vice-Presidência dos Estados Unidos, Sarah Palin; o diretor do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn; os primeiros-ministros japonês e palestino, respectivamente, Yukio Hatoyama e Salam Fayyad; e o Chefe de Governo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

Em 2009, já Lula havia sido eleito personagem do ano pelo jornal espanhol El País e pelo francês Le Monde.

O ex-presidente americano Bill Clinton é o primeiro na categoria dos “heróis” pelo trabalho realizado no Haiti depois do terremoto de 12 de janeiro por meio da ONU. Segundo seu perfil, escrito por Bono Vox, [o cantor] da banda [...] U2, “sem ele, o universo não seria tão amigável para os seres humanos”.

Abaixo de Clinton, aparecem: a sul-coreana Kim Yu-na, que conseguiu o primeiro ouro em patinação artística para seu país em Vancouver; o opositor iraniano Mir Hussein Musavi, e o ator Ben Stiller por seu trabalho na reconstrução de escolas no Haiti.

A cantora Lady Gaga encabeça o ranking da categoria “artistas” e recebe elogios da colega Cyndi Lauper, que mostra sua admiração pelo trabalho da nova-iorquina de 24 anos. Lauper destaca que “a arte de Lady Gaga capta o período em que estamos agora” e rasga elogios à postura polêmica de Gaga: “ela mesma é a arte. Ela é a escultura”.

[...] aparecem a cantora Taylor Swift, os atores Ashton Kutcher e Neil Patrick Harris, assim como o produtor e popular juiz do programa de talentos "American Idol", Simon Cowell.

[...] aparecem na lista artística: o humorista Conan O'Brien [...]; a cineasta Kathryn Bigelow, primeira mulher a ganhar o Oscar de melhor direção por seu filme “Guerra ao Terror”; e a apresentadora Oprah Winfrey.

[Cabe assinalar que o ex-Governador do Paraná], [...] o urbanista Jaime Lerner, ex-Prefeito de Curitiba [...], aparece em décimo sexto lugar por seu “maravilhoso legado de sustentabilidade urbana”, destacado pelo prefeito de Vancouver.

A revista Time [...] inclui uma análise de quem de sua lista são os mais influentes na Internet, através de uma análise do número de seguidores e de conexões que as pessoas acumulam nas redes sociais Facebook e Twitter.

Segundo essa análise, Barack Obama e Lady Gaga, seguidos do ator Ashton Kutcher, da cantora Taylor Swift e da apresentadora Oprah Winfrey, dominam o manejo dessas ferramentas eletrônicas.

            Quero aqui, inclusive, assinalar como é importante que, com justiça, o Presidente Lula tenha sido considerado uma personalidade cada vez mais influente. Assim o foi pelo Presidente Barack Obama, quando o chamou de “O cara”, bem como pelo jornal El País, pelo jornal Le Monde e, agora, pela Time e pela CNN.

            Quero registrar que considero que o Presidente Lula tem feito jus a essa designação, inclusive pela maneira como, junto aos chefes de Estado de praticamente todos os países do mundo, estabelece diálogos, sempre com o maior respeito e com espírito construtivo, inclusive para atingir os anseios maiores de como se realizar a justiça e de como promover a paz entre os povos.

            Aqui, dentro do Brasil, o seu Governo conseguiu algo muito significativo: combinar o crescimento da economia, a baixa inflação e a diminuição da desigualdade socioeconômica ano a ano, de 2002 para 2003, para 2004, para 2005, para 2006, para 2007, para 2008, para 2009 e, agora, 2010. Certamente, chegaremos ao final deste ano com o Coeficiente de Gini, de desigualdade, bem mais baixo do que a cada ano, desde 2002. Essa foi uma das características marcantes que fizeram o Governo do Presidente Lula ser reconhecido como muito positivo e ter, hoje, uma avaliação superior a 75% como ótimo ou bom pela população brasileira.

            É interessante observar que, ontem, os jornalistas perguntaram ao Presidente Hugo Chávez como ele avaliava e quando previa sair do Governo - tendo em conta que o Presidente Lula vai concluir o seu segundo mandato neste ano, com uma taxa de aprovação próxima de 80%. O Presidente Hugo Chávez respondeu que não sabia bem, mas o Presidente Lula sabe bem e recomendou a nós, do Partido dos Trabalhadores, que não ficássemos pensando e insistindo em que seria uma boa coisa um terceiro mandato, porque, para que haja o aperfeiçoamento da democracia, ele avaliou que seria importante que uma pessoa da sua equipe, uma pessoa da sua base de apoio pudesse levar adiante os propósitos.

            Quando ele escolheu a Ministra Dilma Rousseff para levar adiante a meta de cumprir os anseios maiores de seu próprio Governo, ele justamente respeitou o sentimento maior dos brasileiros de que precisamos aperfeiçoar as instituições democráticas, e se deu conta de que propugnar por um novo mandato não seria o melhor caminho. Eu cumprimento o Presidente Lula por isso.

            Quero também assinalar - Senador Augusto Botelho, vou-lhe conceder um aparte com muita honra - que, quando o Presidente Lula percebeu que dialogar com o Presidente do Irã, Ahmadinejad, poderia ser um passo importante para a construção da paz no Oriente Médio e no mundo, acho que ele acertou, pois, no momento em que diversos outros chefes de Estado, inclusive dos países mais desenvolvidos, têm tido dificuldades de com ele dialogar, o Presidente Lula pediu que o Ministro Celso Amorim fosse a Teerã e ali dialogasse, para bem preparar a conversa que em breve terão. Nela, obviamente, o Presidente Lula dirá como nós, brasileiros, inscrevemos na Constituição, no art. 21, que a energia nuclear deve ser utilizada, única e exclusivamente, para fins pacíficos.

            O Presidente Lula percebe muito bem a capacidade extraordinária do povo brasileiro de viver em paz. Aqui há pessoas de todas as origens e raças; aprendemos a conviver com todas. Portanto, podemos ser uma inspiração para o resto do mundo, para outros países, na meta de construirmos a paz mundial.

            Com muita honra, Senador Augusto Botelho.

            O Sr. Augusto Botelho (Bloco/PT - RR) - Senador Suplicy, muito obrigado. Também sinto-me honrado por aparteá-lo. Quero dizer que também fiquei muito feliz com essa reportagem da Time que considera o Lula o homem mais importante do mundo. Acho que foi o fato de ele ter tirado 20 milhões da pobreza, no Brasil, ter feito mais 30 milhões galgarem a classe média e ter melhorado as oportunidades de estudo para todas as pessoas que fez com que o mundo desse a ele esse reconhecimento. Outra coisa que admiro no Lula foi o que V. Exª citou: que ele recusou, desde o início, essa história de terceiro mandato, mostrando que é um estadista, realmente. Precisamos de que as democracias sejam feitas assim, no Brasil e nos países da América do Sul. O comandante Chávez é um caso à parte, mas uma hora o povo da Venezuela, mesmo, vai tirá-lo de lá. Espero que ele não dê golpe, não faça violência para permanecer no poder. Mas eu queria só fazer este aparte para dizer a V. Exª que, realmente, é um motivo de orgulho para nós e para todos os brasileiros o nosso Presidente ser apontado como o Presidente mais importante do mundo. Parabéns, Senador.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Muito obrigado, Senador Augusto Botelho. Como V. Exª bem assinala, o Presidente Lula caminhou na direção correta e deixa, agora, o caminho para a sua principal Ministra, coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento, que mostrou - e quem percebeu isso foi o próprio Lula - a sua...

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Fora do microfone.) - ...capacidade de coordenar esforços humanos.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Senador Eduardo Suplicy, um minuto para concluir. V. Exª, pela lei, tinha cinco minutos. Eu, em respeito a V. Exª e numa homenagem ao Presidente da República, já deixei vinte minutos.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Muito obrigado, Senador Mão Santa.

            Que possa a ex-Ministra Dilma Rousseff, agora, concluir e melhorar ainda mais a obra do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2010 - Página 17498