Discurso durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solidariedade aos jornalistas Adriana Vandoni e Fábio Pannunzio. Apelo à Força Aérea Brasileira para que verifique a falta de comida na aldeia Marari Ianomami, e lance na região gêneros de primeira necessidade. Clamor contra a insuficiência do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, com prejuízos às empresas do Pólo Industrial de Manaus. Denúncia de "apagão" de telefones fixos e celulares no Município de Manicoré/AM. Necessidade de que seja explorada a silvinita em Nova Olinda/AM. Proposta de que o pau-rosa, demandado pela indústria de cosméticos, seja explorado de forma sustentável. Questionamento de notícia que informaria que o Presidente Lula teria sido apontado pela revista Time como a personalidade mais importante do mundo. (como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA. POLITICA INDIGENISTA. POLITICA DE TRANSPORTES. TELECOMUNICAÇÃO. MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME), REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES. POLITICA DO MEIO AMBIENTE. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Solidariedade aos jornalistas Adriana Vandoni e Fábio Pannunzio. Apelo à Força Aérea Brasileira para que verifique a falta de comida na aldeia Marari Ianomami, e lance na região gêneros de primeira necessidade. Clamor contra a insuficiência do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, com prejuízos às empresas do Pólo Industrial de Manaus. Denúncia de "apagão" de telefones fixos e celulares no Município de Manicoré/AM. Necessidade de que seja explorada a silvinita em Nova Olinda/AM. Proposta de que o pau-rosa, demandado pela indústria de cosméticos, seja explorado de forma sustentável. Questionamento de notícia que informaria que o Presidente Lula teria sido apontado pela revista Time como a personalidade mais importante do mundo. (como Líder)
Aparteantes
Alvaro Dias, Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2010 - Página 17526
Assunto
Outros > IMPRENSA. POLITICA INDIGENISTA. POLITICA DE TRANSPORTES. TELECOMUNICAÇÃO. MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME), REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES. POLITICA DO MEIO AMBIENTE. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, DECISÃO, TRIBUNAL DE JUSTIÇA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), MANUTENÇÃO, CENSURA, OFENSA, LIBERDADE DE EXPRESSÃO, INTERNET, REITERAÇÃO, SOLIDARIEDADE, JORNALISTA, EXPECTATIVA, RECURSO JUDICIAL, TRIBUNAIS SUPERIORES.
  • DENUNCIA, FOME, COMUNIDADE INDIGENA, TRIBO YANOMAMI, REGIÃO, MUNICIPIO, SANTA ISABEL DO RIO NEGRO (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), SOLICITAÇÃO, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), PROVIDENCIA, FORNECIMENTO, ALIMENTOS.
  • REGISTRO, REUNIÃO, BANCADA, CONGRESSISTA, EMPRESARIO, PRESIDENTE, EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUARIA (INFRAERO), RECLAMAÇÃO, FALTA, LOGISTICA, AEROPORTO, ATENDIMENTO, DEMANDA, POLO INDUSTRIAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), ACUMULAÇÃO, CARGA, PREJUIZO, PROTESTO, PROVIDENCIA.
  • DENUNCIA, CRISE, TELEFONIA, ISOLAMENTO, MUNICIPIO, MANICORE (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), COBRANÇA, PROVIDENCIA, EMPRESA, GOVERNO FEDERAL, AGENCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES (ANATEL).
  • DEFESA, URGENCIA, EXPLORAÇÃO, SILVINITA, MUNICIPIO, NOVA OLINDA DO NORTE (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), RESERVA, POTASSIO, MATERIA-PRIMA, FERTILIZANTE, QUESTIONAMENTO, DEMORA, DECISÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES, MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME), ESCLARECIMENTOS, NEGLIGENCIA, SUBSTITUIÇÃO, IMPORTAÇÃO, REDUÇÃO, CUSTO, AGRICULTURA, BRASIL.
  • ELOGIO, JORNALISTA, EMISSORA, RADIO, DIVULGAÇÃO, PESQUISA, INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZONIA (INPA), SITUAÇÃO, EXTINÇÃO, MADEIRA, REGIÃO AMAZONICA, MATERIA-PRIMA, FIXAÇÃO, PERFUME, DEFESA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, EXPLORAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), POSSIBILIDADE, AMPLIAÇÃO, RESERVA, COMENTARIO, ORADOR, ENTREVISTA, JOSE SERRA, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, APOIO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
  • ESCLARECIMENTOS, TENTATIVA, MEMBROS, GOVERNO, MANIPULAÇÃO, INFORMAÇÃO, IMPRENSA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), ESCOLHA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LIDERANÇA, INFLUENCIA, MUNDO, INEXISTENCIA, HIERARQUIA, NOME, ELOGIO, HOMENAGEM, SIMULTANEIDADE, OPINIÃO, ORADOR, AUSENCIA, SUPERIORIDADE, RELEVANCIA, POLITICA EXTERNA, GOVERNO BRASILEIRO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou tratar de alguns assuntos aqui, procurando compartimentá-los para que não se misturem entre eles.

            Em primeiro lugar, quero lamentar a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que mantém a censura imposta à blogueira Adriana Vandoni, e ao mesmo tempo, repisar minha solidariedade ao jornalista Fábio Pannunzio pelas perseguições que também tem sofrido. Obviamente, ambos recorrerão aos Tribunais Superiores. E tenho certeza de que, em Brasília, a Justiça será feita.

            Sr. Presidente, recebo e-mail dizendo que, na aldeia Marari Ianomami está faltando comida. O apelo é que a Força Aérea Brasileira verifique essa questão e lance os gêneros de primeira necessidade imediatamente, para que esses índios não continuem com o quadro que aqui é descrito e tento resumir: “palidez, magreza, olhos fundos, crianças chorando de fome” - um quadro absolutamente constrangedor. Isso fica no Município de Santa Isabel do Rio Negro.

            Sr. Presidente, peço a V. Exª que aceite a publicação na íntegra do pronunciamento que aqui parto para resumir. Houve reunião no Amazonas por solicitação do coordenador da nossa Bancada, o Deputado Lupércio Ramos, com resultado desastroso. A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, por meio de seu Vice-Presidente, o empresário Murilo Marques Barbosa, diz, por exemplo:

Foi a primeira vez que vi o crescimento da produção industrial apontado como vilão da história, quando, como todos sabem, o vilão é a deficiência na infraestrutura logística. Portanto, é uma completa inversão de valores.

            Esse desabafo se diz - e foi muito boa a iniciativa do Deputado Lupércio Ramos -, porque os empresários do Polo Industrial de Manaus e membros das Bancadas Parlamentares do Amazonas, no Congresso, se reuniram em Brasília com o Presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), essa que preferiu não cuidar tanto da segurança e cuidar mais de fazer shoppings nos aeroportos, e está se denunciando um apagão logístico. Eu quero ressaltar aqui o noticiário do jornal A Crítica sobre esse tema.

            Apagão Logístico. Promessas, evasivas, providências paliativas. E diz o jornal: “A única novidade do encontro, sugerida pelo dirigente da Infraero, será a entrega, até a próxima semana, pelas indústrias, de uma previsão de volume de cargas nos próximos seis meses”. Mas o fato é que as cargas estão se acumulando. Ontem foram liberadas as cargas de sete voos, porém logo após chegaram mais sete aviões. O total de voos que permanece pendente, isto é, na fila de liberação pela Infraero, chega a 35. E a pergunta que se faz é como trabalhar e produzir neste País?

            Peço que V. Exª acate, na íntegra, este pronunciamento em que eu clamo contra o apagão que já está ocorrendo, na prática, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, que já foi um dos mais produtivos do País, prejudicando as empresas do PIM - Polo Industrial de Manaus, com prejuízos que já ultrapassaram, num mês só, mais de R$60 milhões.

            A Infraero tem que ser chamada às falas e se explicar de maneira muito conveniente sobre isso.

            Do mesmo modo, Sr. Presidente, já que acabei de falar no apagão logístico da Infraero no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, eu denuncio um outro apagão. No Município de Manicoré, completo apagão de telefones fixos e celulares. Quero chamar a atenção das operadoras, do Governo, da Anatel e de quem mais tenha responsabilidade sobre esse fato, porque um Município importante, que tem gente trabalhando, querendo produzir, está absolutamente isolado do resto do País.

            E ainda, Sr. Presidente, do mesmo modo, solicito publicação, na íntegra, do pronunciamento em que aqui eu chego à exploração necessária da silvinita, em Nova Olinda, onde há uma reserva natural fantástica chamada Mina da Fazendinha, mina de potássio, essencial para a produção de fertilizantes. Está lá e não desencanta, não sai do zero.

            Há um grande titubeio: ora parece que a Petrobras vai vender para a Vale; ora a Petrobras toma uma atitude diversionista. O fato é que estou formalizando requerimento de informações ao Ministério das Minas e Energia para que, depois, possa pôr o Senado a par de tudo isso. Os gastos são grandes: nos últimos anos, ascenderam à cifra de 15 milhões e 400 mil dólares, sem que nada de prático resultasse. A reserva em Nova Olinda é considerada a terceira do mundo, superada apenas pelas que existem no Canadá e na Rússia. E a silvinita é boa para Nova Olinda. Há silvinita também em Itacoatiara, mas ela é boa para o agronegócio brasileiro, para aumentar e melhorar as nossas exportações.

            Sr. Presidente, do mesmo modo, eu chamo a atenção para o pau rosa. Ontem eu fiz menção aqui a uma bela matéria da CBN, da jornalista Fabíola Cidral, cujo nome eu confundi com Camila Cidral, e peço mil desculpas mesmo! Fez um trabalho maravilhoso! Ela mostra que, se é verdade que no Pará e no Amapá já não há mais pau rosa, que é um fixador de perfumes, serve para fixar perfumes, ela recorre àquele mito sexual do século passado, que era Marilyn Monroe, que dizia que, para dormir, precisava pingar duas gotinhas de Chanel nº 5, uma em cada lado do rosto. E isso vinha do pau rosa, que é uma espécie vegetal em extinção.

            Muito bem. No Amapá e no Pará, já é espécie extinta. No Amazonas, no Município de Maués, ainda existe bastante pau-rosa.

            Fabíola Cidral procurou mostrar, na sua bela reportagem, que dá para explorar de maneira sustentável o pau rosa, sem derrubar nenhuma árvore e, portanto, mantendo e futuramente até ampliando as reservas, com ampla possibilidade de uma exploração bastante competitiva e venda dessa matéria-prima importante.

            Quero parabenizar a CBN e a Fabíola Cidral pela oportuna entrevista. Ela conversou com o pesquisador Paulo de Tarso, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, o Inpa, que disse que, hoje, o pau rosa só é encontrado em área de difícil acesso no Estado do Amazonas. Até então, essas árvores eram cortadas e transformadas em cavacos, para daí se extrair a essência. E diz ele que esse tipo de manejo praticamente acabou com o pau rosa no Amapá e no Pará.

            Então, o que propõe a jornalista, o que propõe a CBN e o que eu proponho é que nós façamos de maneira diferente essa exploração, para abastecermos e cumprirmos com o que exige a forte demanda internacional da indústria de cosméticos e de perfumes, lembrando novamente da diva Marilyn Monroe.

            O Presidente José Serra, em entrevista veiculada esta semana pela Rede Amazonas de Televisão, assegurou seu apoio a essa fantástica destinação da Amazônia, celeiro incomparável de tantas espécies medicinais, alimentícias e de aproveitamento da indústria cosmética.

            Sr. Presidente, eu gostaria, ao encerrar, de chamar a atenção, porque, hoje, estabeleceu-se uma certa confusão, e sou a favor da verdade. Hoje, fui surpreendido por uma repórter, que me perguntou: - O Presidente Lula foi escolhido a personalidade mais importante do mundo pela revista Time. Ele ficou entre as 100 personalidades mais importantes do mundo, o que nos enche de orgulho, porque isso corresponde ao peso específico da sociedade brasileira, ao peso específico da economia brasileira, à potência média que o Brasil já é. Mas a revista Time não fez nenhuma hierarquização, Senador Suplicy. Inclusive, no release que ela própria liberou, o Presidente Lula está com o nome dele em décimo terceiro, o que nos enche de orgulho.

            V. Exª é um homem realista, um homem experiente, que tem bastante jovialidade, mas tem, por outro lado, a idade da maturidade. Nós sabemos que a personalidade número um do mundo é o Presidente dos Estados Unidos, gostemos ou não gostemos de quem dirige aquele país. A número dois do mundo hoje é o Presidente da China. A número três do mundo eu fico em dúvida se é da Alemanha, se é da Rússia, pelas ogivas nucleares, por aquele potencial destrutivo terrível que faz do Presidente da Rússia, seja ele quem for, alguém importante, alguém relevante. Eu poderia dizer que o Presidente da França e o da Alemanha, pela responsabilidade que a Alemanha e a França têm, conjuntamente, com a condução da União Europeia, são responsáveis hoje por parte da saúde da economia mundial, na medida em que são eles que estão socorrendo a Grécia, que está em situação bastante grave, junto com os PIGS, Portugal, Italy, Greece e Spain, que estão em uma situação muito difícil. Então, é muito importante o papel do Primeiro-Ministro da Alemanha e do Primeiro-Ministro da França.

            Então, eu queria, Senador Suplicy, oferecer meus sinceros parabéns ao Presidente Lula por estar entre as personalidades mais relevantes do mundo. Isso corresponde ao valor pessoal dele e corresponde ao peso específico da sociedade brasileira. Eu não gostaria que nós, aqui, com provincianismos estragássemos isso dando uma “paraguaçuada”, uma de Odorico aqui, de repente o mais importante do mundo, porque isso não é verdade, isso não é uma coisa correta, não é uma informação correta, não é uma informação fidedigna e acaba enfeando a bela conquista. É muito bom.

            O Brasil tem determinado tamanho. O Presidente Lula preencheu muito bem esse tamanho do Brasil, que não é um tamanho pequeno no cenário internacional, mas, se chegarmos para uma criança de quatro anos em qualquer escola pública ou particular e perguntarmos quem é mais importante no mundo, o Presidente Barack Obama ou o Presidente Lula, o que vai dizer essa criança?

(Interrupção do som.)

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Se a criança de quatro anos sabe que é o Obama, obviamente, nós temos aqui a obrigação de saber também que é assim que funciona a hierarquia do poder mundial.

            Parabéns ao Presidente Lula. Parabéns a ele...

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª me permite um aparte?

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Claro, claro, Senador Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Primeiro, quero avaliar como significativo o reconhecimento de V. Exª, e eu até assinalei nesta tarde que achava muito elegante que o ex-Governador José Serra, candidato à Presidência da República pelo PSDB e DEM, tenha cumprimentado o Presidente Lula...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Eu também o fiz aqui da tribuna.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - ...e gostaria de bem qualificar o que disse a revista Time. Ela não disse que o Presidente Lula é o mais importante, mas que é o líder mais influente no mundo considerado neste ano pela revista Time e pela CNN. Esta é a qualificação. Ele é a pessoa de maior influência no mundo. E V. Exª há de convir que o próprio Presidente Barack Obama, ainda recentemente, se dirigiu ao Presidente Lula dizendo “você é o cara”, uma expressão de quem reconhecia...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - E depois disse “... because you are handsome” , que quer dizer “porque você também é bonitão”.

            É bom a gente procurar saber o nível de... V. Exª é um emérito conhecedor da língua inglesa e sabe que a frase inteira foi essa.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Mas, de qualquer maneira, há um reconhecimento, inclusive um texto, de uma página, muito bem escrito pelo cineasta Michael Moore... 

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Isso sim. O Michael Moore disse isso, não foi a Time, foi o Michael Moore, que é uma figura polêmica, uma figura discutível, que tem mérito e deméritos grandes, a meu ver. Aí sim.

            O que peço, Senador Suplicy, é que não estraguemos o laurel recebido pelo Presidente.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Arthur Virgílio, a revista Time convidou Michael Moore para escrever sobre o Presidente Lula, qualificado pela revista Time e pela CNN como o líder mais importante no mundo, o líder mais influente, esta é a expressão. Por quê? Porque o Presidente Lula tem colaborado, entre outras coisas, para que haja um melhor entendimento entre as nações, entre os Chefes de Estado, tem realizado um governo reconhecido com muitos méritos, tem, hoje, a aprovação de 76% da população brasileira como ótimo e bom e assim por diante. Quero, sobretudo, saudar uma coisa a que me referi: a observação do ex-Governador José Serra, candidato do PSDB. Pela atitude dele, tenho a convicção de que o debate vai se dar no mais alto nível. Felizmente, para o Brasil, - o próprio Presidente Lula tem dito isto - que bom que a democracia brasileira está apresentando quatro ou cinco candidatos à Presidência que são de excelente nível. Os melhores valores dos diversos Partidos estão pleiteando a Presidência, respaldados por nossos Partidos, e isto é bom para o Brasil. Muito obrigado.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Muito obrigado a V. Exª. E como é de alto nível o nosso debate!

            Mas eu encerro dando aqui minha própria opinião. Ou seja, tem que ser demonstrada a influência de um estadista. Então, que peso tem no conflito do Oriente Médio? Qual a influência real para dentro da própria América Latina, quando nós vemos aqui tantos conflitos que não estão sendo convenientemente mediados pela diplomacia brasileira, à qual eu faço críticas. Ou seja, eu gostaria de saborear essa vitória no que ela é: o reconhecimento, Senador Alvaro Dias, de que o Brasil, pelo seu peso específico, coloca o seu Presidente entre as personalidades mais relevantes do mundo. Seria estranho se não fosse assim. Mas não vamos “caipirar” essa história. Se nós “caipirarmos” isso, fica ruim. Se nós começarmos a “paraguaçuar” isso, fica ruim. É uma vitória bonita.

            E vamos entender o tamanho do Brasil. Se supusermos que o Brasil é maior do que ele é, nós vamos só enfear uma conquista importante para o País. O Brasil, Senador Paulo Duque, é uma potência econômica de média para grande, mas ainda mais para média do que para grande, não é uma potência militar - e eu prego que o Brasil se torne uma potência militar defensiva, sim - e pode ser uma potência política, sim, na luta pelo multilateralismo, na luta pela paz. Daí as críticas que faço porque entendo que o Brasil tem-se afastado dos quatro pilares fundamentais que deveriam nortear uma política externa séria: defesa dos direitos da pessoa humana, defesa da democracia - há muita proximidade com ditaduras - e outros pilares que julgo significativos, como a luta pela paz mundial, que se mistura com a luta pelo desarmamento. O desarmamento não significa dizer ao Irã que ele tem o direito de ter sua bomba porque Israel tem a dela. Ao contrário, o Brasil, como signatário do TNP, do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, não deve estimular ninguém mais a ter arma. O Brasil não pode ter, ninguém, nenhum signatário daqueles pode ter. Os que têm têm. Vamos lutar para que esses se desarmem, não armar os outros, porque senão nós voltamos ao equilíbrio pelo terror, quando a União Soviética se armava para meter medo nos Estados Unidos. Os Estados Unidos, com medo da União Soviética, armavam-se também, mas um não atacava o outro porque eles poderiam se destruir mutuamente e poderiam destruir grande parte do mundo ou o mundo inteiro, não sei. Então, esse equilíbrio pelo terror, que tanta tensão causou a tantos de nós, precisa ser substituído por uma política de paz mundial efetiva. E é aí que o Presidente Lula hoje e amanhã quem quer que seja o Presidente da República deve trafegar e procurar construir uma sólida reputação de influências sobre a política externa.

            Mas, de qualquer maneira, parabéns ao Presidente Lula por estar entre os mais influentes líderes mundiais. Isso corresponde ao peso da economia brasileira e corresponde, claro, a méritos que também S. Exª, inegavelmente, tem.

            Senador Alvaro Dias.

            O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Senador Arthur Virgílio, eu prefiro parabenizar o Presidente Lula pela popularidade que ele tem no Brasil. Eu acho que esta listagem que eu vejo aqui na revista Time, que, pela ordem, coloca o Presidente Lula em 47º lugar e em 5º lugar, por exemplo, a Lady Gaga...Nós temos a Hillary Clinton à frente...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Mas o Presidente Lula é mais importante que a Lady Gaga, disso eu não tenho nenhuma dúvida. Não é mais bonito, mas é mais importante.

            O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Exato. A Hillary Clinton à frente do Barack Obama. Enfim, é uma matéria - desculpe-me a revista Time, quem sou eu para fazer-lhe essa crítica - do provincianismo norte-americano. Nós estamos acostumados a combater o nosso provincianismo, mas temos de identificar também que há lá, nos Estados Unidos, esse gênero de provincianismo. É uma relação com nomes, inclusive, que nada têm que ver com influência internacional. São duzentos nomes, estou vendo aqui na revista Time. São duzentos nomes. Não estão por ordem alfabética; o Presidente Lula está aqui nessa relação em 47º lugar, numa relação de duzentos. São poucos os políticos nessa relação. São pessoas consideradas influentes, tenistas...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Senador Mão Santa, eu vou ser rápido. A tenista Serena Williams, por exemplo, está aqui na relação. Eu não sei qual o gênero de influência exponencial que determinadas figuras que se encontram nessa relação podem exercer. Há companhias aqui que nem fazem muito bem ao Presidente Lula. Por isso, eu prefiro aplaudi-lo: ele tem méritos pela popularidade dele aqui no Brasil. Acho que não devemos perder muito tempo com esse tipo de promoção. Se fosse de um órgão de imprensa do Brasil, certamente muitos estariam dizendo: isso é provincianismo, isso é imprensa marrom, que está cobrando para promover as pessoas. Mas, como é norte-americana, nós estamos discutindo o assunto no Brasil, todas as agências, os jornalistas. O importante mesmo é destacar o Brasil...

(Interrupção do som.)

            O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Se nós pudermos destacar o Brasil pelo crescimento do PIB, pela situação do seu IDH, como país de primeiro mundo, tudo isso, sim, enaltece e merece aplauso, mas isso aqui eu vejo muito mais como uma brincadeira do que como uma coisa séria. Lamento dizer isso. É uma revista de conceito internacional, mas esses critérios são subjetivos. Eu creio que não posso também dizer quais são as razões de uma relação dessa natureza. O Senador Hélio Costa está discordando, mas é a opinião dele, a minha é esta e eu faço questão de expor a minha opinião. É isso que eu penso. Provincianismo não existe só no Brasil, existe lá também nos Estados Unidos.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Senador Alvaro Dias - e eu encerro, Sr. Presidente, pedindo a V. Exª um tempinho...

(Interrupção do som.)

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Eu, por exemplo, não preciso da revista Time para dizer que não há nenhuma lista de 20 líderes mundiais que não inclua o Presidente Lula. Está, seguramente, em qualquer lista séria dos primeiros 20 líderes mundiais. Isso se deve, eu repito, à qualidade dele, ao peso específico da economia brasileira e ao peso político de um país que, inclusive, voltando para a economia, é a nona maior economia do mundo.

         Em uma lista de 15, eu colocaria de novo o Presidente da República brasileira e, talvez, eu o colocasse numa lista de 10. Tenho dúvida, mas, talvez, o colocasse numa lista de 10. Estou falando aqui de maneira muito fria, muito séria, muito sóbria. Mas não dá para se desconhecer que o mundo é manipulado por algumas mentes, e a primeira delas é a do Presidente dos Estados Unidos. E eu citei aqui...

(Interrupção do microfone.)

         O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - ...os países que são realmente mais relevantes que nós. Eu lamento que o nosso não seja, ainda, tão relevante. Vai ser. O Brasil tem tudo para se realizar como uma potência de primeira linha. Está a caminho disso, se Deus quiser. Mas, se tratarem o tema com seriedade - e eu estou tratando com seriedade... Eu diria: está entre os 20, está entre os 15 e não sei se está entre os 10, mas, quando se diz “é o primeiro”, aí perde a seriedade, vamos para o terreno da galhofa. Aí não é uma coisa séria.

            Então, Sr. Presidente, eu quero apenas fazer o registro porque é meu dever zelar pela boa informação. Eu não gosto que a gente fique passando para a opinião pública gato por lebre. A opinião pública merece ser bem informada, com respeito, com inteligência, de preferência, e com sobriedade.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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SEGUEM, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTOS DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO

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            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr Presidente, Srªs e Srs Senadores, realidades incríveis continuam acontecendo no País, para espanto geral ou, o que é mais comum, virem a se tornar autênticas coisas do arco da velha, a expressão originária do Antigo Testamento e que seria o sinal do pacto de Deus com Noé.

            Só assim vamos conseguir explicações para certos fatos, ou pactos, que não entram na cabeça de quem, pelo bom senso, deseja entender o que se passa no Governo.

            Explico: no meu Estado, o Amazonas, mais precisamente em Nova Olinda, há uma fantástica reserva mineral denominada Mina de Fazendinha. Mina de potássio, essencial para a produção de fertilizantes. Está lá e não desencanta.

            Verdadeiro Eldorado do Potássio - item que o Brasil hoje importa - essas reservas dormem à espera de exploração, o que caberia à Petrobrás. A empresa, no entanto, dizem as notícias, reluta e joga o tema para frente, enfrentando, ao que se informa, até pressões do Palácio do Planalto, que insiste na exploração.

            Essas mesmas informações acrescentam que a Petrobrás encaminhou ao Ministério de Minas e Energia relatório em que procuraria convencer o Governo a transferir essa exploração a uma mineradora, que poderia ser a Vale.

            Enquanto o assunto permanece na penumbra, o País gasta milhões com a importação desse insumo para fabricar fertilizantes. Nos últimos dois anos, os gastos ascenderam à cifra de US$ 15,4 bilhões.

            A reserva de Nova Olinda é considerada a terceira do mundo, superada apenas pelas existentes no Canadá e na Rússia.

            Diante de todos esses desencontros, vou formalizar requerimento de informações ao Ministério das Minas e Energia, para que o Senado fique a par de tudo isso.

            Na nebulosa em que se encobre o assunto, fala-se que a Petrobrás, no ano passado, teria tentado vender as reservas de Nova Olinda para uma mineradora canadense, que já opera em Autazes e Itapiranga, nas proximidades do encontro dos rios Madeira e Amazonas, portanto na mesma região de Nova Olinda.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado

 

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB -AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr Presidente, Srªs e Srs Senadores, numa das notícias da edição de hoje de A Crítica, leio trecho que é bem uma demonstração do pouco caso do Governo em relação a quem produz. Mesmo sem aspas, são frases contundentes e verdadeiras. Quem as pronunciou foi o empresário Murilo Marques Barbosa, Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, a FIEAM. Leio-as e, com a simples leitura, não seria preciso dizer mais nada:

            (...) Foi a primeira vez que vi o crescimento

            da produção industrial, apontado como vilão

            da história, quando, como todos sabem, o vi-

            lão é a deficiência na infraestrutura logística.

            Portanto, uma completa inversão de valores.

            Qual a razão desse verdadeiro desabafo?

            Explico:

            Empresários do Pólo Industrial de Manaus-PIM e membros das bancadas parlamentares do Amazonas no Congresso reuniram-se aqui em Brasília com o presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, a INFRAERO, a mesma organização que preferiu transformar os nossos aeroportos em shoppings, dando-lhes o pomposo nome de AeroShopping.

            Qual o motivo da reunião?

            Os industriais do Amazonas preocupam-se com o gargalo criado no Aeroporto (ou aeroshopping) Eduardo Gomes, de Manaus. Cargas em grande volume acumulam-se no pátio do aeródromo, no aguardo de liberação, que depende da boa(sic) vontade da Infraero!

            Qual foi o resultado da reunião?

            Está no noticiário de A Crítica: os empresários ficaram decepcionados, mais ou menos como diz o refrão foram buscar lã e saíram tosquiados.

            Nada se resolveu e, de promessas restaram evasivas ou providências no máximo paliativa, entendidas muito mais como protelatórias.

            Já estou cansado de reclamar, deste Plenário, que Manaus, como muitos outros terminais de carga aérea já vislumbram um colossal apagão, para usar a palavra da moda, que é sinônimo de ineficiência do setor público.

            Diz o jornal que “a única novidade do encontro, sugerida pelo dirigente da Infraero será a entrega, até a próxima semana, pelas indústrias, de uma previsão do volume de cargas nesses próximos seis meses.”

            Como registra o noticiário, um dos participantes, o Deputado Lupércio Ramos, que se esforçou para que se realizasse o encontro, igualmente dele saiu profundamente decepcionado. As indagações que os empresários fizeram, como observou, ficaram, em sua maioria, sem respostas.

Por exemplo - acrescentou o parlamentar - questionamos a Infraero sobre a possibilidade de se reforçar a força-tarefa encarregada e estudar o problema. Em resposta, a Infraero respondeu que vão estudar o assunto.

            Após o encontro, veio a informação: ontem, foram liberadas as cargas de sete voos, porém, logo após chegaram mais sete aviões. O total de voos que permanece pendente, isto é, na fila da liberação pela Infraero, chega a 35. Como trabalhar e produzir neste País?

            Como se a Infraero nada tivesse com essas questões, diz a mesma notícia que a empresa Aurora Eadi sugeriu que todas as cargas chegam sejam armazenadas em suas instalações. A Eadi é um terminal privado alfandegado que atua no setor de movimentação, armazenamento e despacho aduaneiro.

            Aspas para o diretor da Aurora Eadi, Kleber Loureiro:

Para fazer essa operação é necessário obter autorização da Receita Federal, uma vez que nossa empresa (a Eadi) colocará mão de obra própria para efetuar a despaletização no aeroporto e o carregamento.

            Para encerrar, outra indagação do tipo Qual é:

            -Qual é a consequência do apagão que, na prática, já ocorre no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes?

            Resposta em cima da bucha:

            Muitas empresas do PIM continuam paradas por falta de insumos, retidos no aeroporto. O problema já se arrasta por mais de um mês, com prejuízos que ultrapassam os US$ 60 milhões.

            Outra mais, para o fecho final:

            -Qual é a causa de tudo isso?

            Um começo, e muito ameaçador, de verdadeiro apagão. Ave, ó Infraero!

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

- Empresários frustrados e sentindo-se culpados, A Crítica.

 

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr Presidente, Srªs e Srs Senadores, a essência amazônica conhecida pelo nome de Pau Rosa, ganhou mundo nos anos 60, principalmente pela revelação de Marilyn Monroe, de que conseguia dormir melhor com duas gotinhas de Chanel nº 5, uma em cada lado do rosto.

            Esse e tantos outros perfumes famosos são manufaturados com o óleo dessa espécie de nossa flora. Trata-se de riqueza inigualável e que hoje despertam o interesse de grandes indústrias de perfumaria e de cosméticos.

            Por conta disso, sobretudo pela exploração exacerbada, o Pau Rosa inclui-se hoje na relação internacional de plantas ameaçadas de extinção.

            A boa notícia é que a repórter Fabíola Cidral descobriu, em Maués, que ainda há como evitar o fim do Pau Rosa. Qual é o segredo? Nenhum! Basta o aproveitamento sustentável das espécies vegetais da Amazônia.

            Ontem, mencionei aqui o bom trabalho dessa jornalista, que desvendou muita coisa boa ao visitar as plantações de guaraná no Amazonas. Ele viajou de barco durante 20 horas, de Manaus a Maués, e fez descobertas incríveis, todas certamente como contribuição a um trabalho que deveria ser feito mais intensamente para propagar o manejo sustentável das riquezas da Floresta Maior brasileira.

            O Pau Rosa, conta a repórter, é explorado, de forma irracional há mais de 60 anos, chegando as suas exportações a algo em torno de 470 toneladas anuais. Hoje, não passam de 17 toneladas. Na Região Amazônica, já não há essa espécie no Pará e no Amapá.

            Isso não ocorre no Amazonas. Em Maués, Fabíola disse ter descoberto, “por acaso”, que a exploração do Pau Rosa pode ser feita de forma sustentável, isto é, sem derrubar nenhuma árvore.

            Ali ela encontrou a maior e mais antiga usina de beneficiamento de essência do Pau Rosa, cujo perfume Marilyn Monroe cuidou de propagar, pelo uso de perfume feito com essa essência, atuando como fixador.

            Em sua reportagem e para destacar a necessidade de preservação das florestas, Fabíola Cidral evocou de propósito, a figura de uma das mais famosas estrelas de cinema de todos os tempos e ícone de popularidade no século passado.

            Iniciativas assim são válidas quando está em jogo a preservação da natureza, no caso da grande Floresta Amazônica.

            Na usina que descobriu em Maués, a repórter conversou com o neto do fundador dessa fábrica e hoje seu administrador, o técnico Carlos Magaldi. Ele decidiu tocar a usina com a preocupação básica de preservar a Floresta Maior.

            À repórter, ele disse:

(...) Nosso diferencial não tem segredo. Seguimos o bom senso. Ao invés de derrubar a árvore do Pau Rosa, cortamos apenas folhas e os galhos do alto, mais novos.

E mais, para servir de regra básica de preservação:

(....) Dos galhos e das folhas, extraímos uma quantidade bem maior do que a obtida do tronco impiedosamente tombado.

            A declaração de Magaldi mostra que a exploração sustentável de espécies amazônicas pode, sim, ser levada a sério, com um trabalho que leve noções desse modelo aos que vivem das riquezas da Floresta Amazônica.

            O dono da usina reconhece que esse não é trabalho fácil. Tanto que atualmente ele conta com apenas um fornecedor, que busca na floresta folhas e galhos de Pau Rosa.

            Na área em que a usina dirigida por Magaldi há 20 mil pés dessa espécie vegetal. Seriam necessárias 50 mil para atender à grande demanda internacional. Hoje, a usina produz 30 tambores por mês da essência, quantidade que poderia ser dez vezes maior.

            Suponho que o ideal seria o incentivo ao plantio ordenado de Pau Rosa no Amazonas, a título até de reflorestamento em áreas desmatadas.

            Aplaudo o trabalho da repórter e da emissora, sem dúvida uma excelente contribuição em favor do meio ambiente, pela disseminação de regras que, seguidas, contribuem para preservar nossa floresta maior.

            A repórter Fabíola conversou também com o pesquisador Paulo de Tarso, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o INPA. 

(...) Hoje, o Pau Rosa só é encontrado em áreas de difícil acesso no Estado do Amazonas. Até então, essas árvores eram cortadas e transformadas em cavacos, para aí se extrair a essência.

Mais aspas para o técnico:

(...) Esse tipo de manejo praticamente acabou com o Pau Rosa no Pará e no Amapá.

            Encerro, novamente com aplausos a esse bom trabalho de jornalismo. As essências encontradas na Floresta Maior valem mais do que ouro, pela forte demanda internacional da indústria de cosméticos e de perfumes.

            O presidenciável José Serra, na entrevista veiculada esta semana pela Rede Amazônica de Televisão, assegurou seu apoio a essa fantástica destinação da Amazônia, celeiro incomparável de tantas espécies medicinais, alimentícias e de aproveitamento na industria cosmética.

            Era o que tinha a dizer.

 

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, falei hoje do apagão logístico da Infraero no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, que já causou prejuízos de R$ 500 mi às indústrias do Pólo Industrial de Manaus.

            Falo agora de outro apagão, também no Amazonas.

            É o apagão dos telefones de Manicoré, importante município do meu Estado.

            Queiram acreditar, por favor, porque é a pura verdade: todos os telefones de Manicoré, fixos ou celulares, estão mudos desde o começo desta semana. Até agora, o quadro parece continuar na mesma: silêncio absoluto, resultado dos telefones mudos.

            Esse apagão é inadmissível. Mais do que isso, é um desrespeito às populações de Manicoré.

            Por isso, peço providências, já. A quem de direito, Governo, Anatel, operadoras ou a quem quer que tenha uma parcela de responsabilidade.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2010 - Página 17526