Discurso durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à Força Aérea Brasileira - FAB, pela passagem de sua data comemorativa, dia 22 de abril.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Força Aérea Brasileira - FAB, pela passagem de sua data comemorativa, dia 22 de abril.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2010 - Página 17570
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), COMEMORAÇÃO, DATA, OPERAÇÃO, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, REGISTRO, HISTORIA, DESENVOLVIMENTO, AERONAUTICA, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, DEFESA NACIONAL, INTEGRAÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, EXPECTATIVA, AGILIZAÇÃO, AERONAVE, MODERNIZAÇÃO, APARELHAMENTO, FORÇAS ARMADAS.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no ultimo dia 22 de abril, a Força Aérea Brasileira (FAB) comemora o seu dia, data em que o 1º Grupo de Aviação de Caça realizou o maior número de missões durante a Segunda Guerra Mundial e mostrou bravura nos combates aéreos contra os pilotos alemães e italianos. A unidade chegou à Itália em 1944, juntamente com a 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação. Ambas lutaram ligadas ao 5º Exército dos Estados Unidos e à 12ª Força Aérea Americana, até a rendição alemã, em 8 de maio de 1945.

            O Exército Brasileiro foi a primeira força a demonstrar interesse em atividades aeronáuticas para fins militares. Assim, sob a inspiração do Marechal Hermes da Fonseca, o País iniciou experiências de reconhecimento militar com o uso de balões estáticos. Todavia, o primeiro vôo em balão com fins militares, realizado em 20 de maio de 1908, terminou em acidente que causou a morte do Tenente Joventino Fernandes da Fonseca. Tal acontecimento levou o Exército a suspender os projetos de construção e utilização de aeróstatos.

            Em 1910, os primeiros vôos em aviões se verificaram em território nacional. Em 1911, foi criado o Aero Clube Brasileiro e Santos Dumont foi escolhido como Presidente honorário da entidade, que reunia entusiastas da aviação e oficiais militares. Graças aos esforços empreendidos por vários dos seus membros que buscaram conhecimentos de aviação na Europa, sobretudo na França e na Itália, foi criada a Escola Brasileira de Aviação, em fevereiro de 1914. Em 1916, surgiu a Escola de Aviação Naval, que formou inúmeros oficiais e sargentos.

            Durante quase todo o desenrolar da 1ª Guerra Mundial, o Brasil permaneceu neutro. Porém, em 3 de abril de 1917, com o torpedeamento do navio mercante brasileiro “Paraná”, que navegava próximo à costa francesa, por um submarino alemão, e, mais adiante, com novos ataques contra outros barcos de nossa esquadra, o “Tijuca”, “Macau”, “Tupi”, “Acari” e “Guaíba”, nosso governo rompeu relações diplomáticas com a Alemanha e declarou guerra àquele Império.

            Com a entrada do Brasil no conflito, oficiais do Exército e da Marinha foram enviados à Grã-Bretanha, em janeiro de 1918, a fim de receberem treinamento em pilotagem de aviões no antigo corpo aéreo da Real Marinha Britânica. No final do curso, os novos pilotos brasileiros cumpriram diversas missões de combate integrando uma esquadrilha da então recém criada Real Força Aérea Britânica (RAF).

            Após a Primeira Guerra, a aviação brasileira começou realmente a se desenvolver e teve um grande impulso. Os oficiais brasileiros que lá estiveram ganharam experiência, puderam conhecer de perto as mais avançadas técnicas de vôo da época e trouxeram para o Brasil toda essa gama de aprendizado. Dessa forma, em 15 de agosto de 1919, foi realizado o primeiro vôo aeropostal da Marinha e foi inaugurado o Correio Aéreo da Esquadra, que foi o precursor do Correio Aéreo Naval que prestou inestimáveis serviços ao País. Logo em seguida, em 1921, o Governo determinou a estruturação da defesa do litoral, com duas linhas, uma costeira e outra pelo interior, que ligavam o Rio de Janeiro e a Região Sul do País.

            Entre 1924 e 1926, as atividades aéreas nacionais foram praticamente suspensas em virtude da constante instabilidade política que reinava no País e dos vários movimentos revoltosos que foram registrados no período. No entanto, em janeiro de 1927, a aviação militar voltou a apresentar novo dinamismo com a criação da Arma de Aviação do Exército, colocada no mesmo nível das demais armas da corporação, Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenharia.

            Em 1932, o setor aeronáutico demonstrou um vigor ainda maior com a organização da Empresa Aeronáutica Ypiranga e a Companhia Nacional de Navegação Aérea, que contribuíram de maneira importante para o desenvolvimento da indústria aeronáutica brasileira. Convém destacar que, naquela época, o Brasil conseguiu projetar e construir um primeiro avião, o Muniz M-5, que deu origem a outros modelos da mesma série, inteiramente nacionais, e que foram utilizados pela Escola de Aviação Militar. Até o início de 1940, a aviação brasileira já havia fabricado dezenas de aviões e incorporado centenas de outros aparelhos, de reconhecimento, de treinamento, caças e bombardeiros, notadamente de origem americana e alemã. Por outro lado, a partir de 1936, as linhas internacionais foram inauguradas no Brasil, com um vôo para Assunção, no Paraguai. Entre 1937 e 1939, os vôos chegaram à Amazônia. Finalmente, em 1941, foi criado o Ministério da Aeronáutica.

            É importante registrar, neste pronunciamento, o papel de destaque que a FAB desempenhou em toda a evolução do processo político nacional, desde os primeiros momentos do século XX. Dessa maneira, sua participação foi sempre ativa na vigilância de áreas importantes do nosso território com os chamados Balões Estáticos, no transporte de milhares de toneladas de cargas e correio.

            Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, hoje, o papel da Força Aérea para garantir a salvaguarda dos nossos interesses é bem mais complexo. Temos uma extensa fronteira para vigiar na Amazônia, uma enorme riqueza ambiental que precisa ser monitorada, um território continental e um grande mar territorial que brevemente estará produzindo milhões de barris de petróleo por dia e igual quantidade de gás natural que são vitais para o futuro do nosso desenvolvimento. Além disso, temos hoje uma economia sofisticada que é a oitava do mundo, um volume de exportações que beira os 200 bilhões de dólares anuais, uma posição de incontestável liderança política e econômica em toda a América Latina e uma presença cada vez mais afirmativa nas grandes decisões mundiais. Inegavelmente, todos esses compromissos exigem de nossa Força Aérea inquestionável presença e grande esforço, com equipamentos de última geração, apoio logístico, grande capacidade técnica, pilotos altamente capacitados e aviões de última geração.

            Gostaria de terminar este pronunciamento dizendo que ensejo que a FAB receba logo a notícia da compra dos novos equipamentos aéreos de que necessita e dos 39 aviões de caça de última geração que serão brevemente incorporados à sua Esquadrilha, sejam eles, franceses, americanos ou suecos. Acredito que esse seria um grande presente e um passo importante para modernizar o nosso poder aéreo.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2010 - Página 17570