Discurso durante a 64ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da participação de S.Exa. no primeiro Encontro de Escritores de Língua Portuguesa de Natal. Relato da agenda cumprida por S.Exa. durante o último sábado, Dia do Trabalho.

Autor
Rosalba Ciarlini (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: Rosalba Ciarlini Rosado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL. HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Registro da participação de S.Exa. no primeiro Encontro de Escritores de Língua Portuguesa de Natal. Relato da agenda cumprida por S.Exa. durante o último sábado, Dia do Trabalho.
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2010 - Página 17995
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL. HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • BALANÇO, VISITA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), FIM DE SEMANA, PARTICIPAÇÃO, ENCERRAMENTO, ENCONTRO, ESCRITOR, LINGUA PORTUGUESA, CAPITAL DE ESTADO, CUMPRIMENTO, PREFEITURA, ORGANIZAÇÃO, OPORTUNIDADE, TROCA, EXPERIENCIA, CULTURA, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, PORTUGAL, ANGOLA, GUINE-BISSAU, CABO VERDE, MOÇAMBIQUE, SÃO TOME E PRINCIPE, TIMOR LESTE, ELOGIO, PARTICIPANTE, PROFESSOR, ESTUDANTE, INCLUSÃO, EXPOSIÇÃO, ARTES PLASTICAS, LITERATURA, TRADIÇÃO, REGIÃO NORDESTE.
  • PARTICIPAÇÃO, BANCADA, SENADOR, COMEMORAÇÃO, HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, TRABALHO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), MARCHA, PAZ, MOBILIZAÇÃO, JUVENTUDE, REIVINDICAÇÃO, PROVIDENCIA, GOVERNO, MELHORIA, SEGURANÇA PUBLICA, COMBATE, DROGA.
  • QUALIDADE, REPRESENTANTE, SENADO, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, CONGRESSO, JUIZ DO TRABALHO.
  • REGISTRO, VISITA, SINDICATO, TRABALHADOR, CONSTRUÇÃO CIVIL, FESTA, DIA, TRABALHO, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, EXERCICIO PROFISSIONAL, ENCONTRO, AMBITO REGIONAL, ENTIDADE, MEDICO, ENTIDADES SINDICAIS, CONSELHO REGIONAL, MEDICINA, REGIÃO NORTE, REGIÃO NORDESTE, COBRANÇA, REGULAMENTAÇÃO, EMENDA CONSTITUCIONAL, APLICAÇÃO DE RECURSOS, SAUDE, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, ORÇAMENTO, INVESTIMENTO, SETOR DE INFLAMAVEIS SUL (SIS), ELOGIO, EXIBIÇÃO, ORQUESTRA, TRADIÇÃO, REGIÃO, RECEBIMENTO, BANCADA, HOMENAGEM, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, REITERAÇÃO, COMPROMISSO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª ROSALBA CIARLINI (DEM - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente Senador Mão Santa. Quero também dizer a V. Exª que, no nosso Estado, as pessoas sempre perguntam pelo Senador Mão Santa. V. Exª é bastante popular. As pessoas o assistem, e eu estou com uma divida com alguns amigos lá do nosso Estado que estão me pedindo o seu livro. Eles querem ler o Atentai bem!. Estou com essa dívida e espero que o senhor me ajude a poder honrar esse compromisso.

            Mas, Senador Mão Santa, Senador Garibaldi, Senador Marco Maciel, minhas senhoras e meus senhores, estou chegando agora do Estado do Rio Grande do Norte, como fazemos todas as semanas. Todo final de semana, estou no meu Estado, atendendo a convites de entidades, de associações, de grupos de moradores, indo aos mais diversos recantos e regiões do nosso Estado.

            E, nesse final de semana especificamente, eu tive oportunidade de, em Natal no dia 30, participar do encerramento de um encontro. E eu queria aqui parabenizar a iniciativa da prefeitura e a todos os que contribuíram para que Natal pudesse sediar o I Encontro dos Escritores de Língua Portuguesa de Natal em Natal, com escritores do Brasil, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Timor Leste, numa oportunidade de troca de experiências, numa oportunidade de conhecimento melhor da cultura de cada um desses países. Porque apesar de termos o mesmo idioma, muitas vezes nós temos expressões diferentes, maneiras diferentes de interpretar.

            Então, esse momento foi muito importante e trouxe nomes que são reconhecidos, homenageados no mundo todo, como o ensaísta Carlos Reis, professor português; Fernando Pinto Amaral, também português; João Ubaldo Ribeiro, baiano - quem não conhece, quem nunca ouviu falar no Viva o povo brasileiro, Sargento Getúlio, Setembro não faz sentido e tantos outros livros com os quais ele foi premiado, com o Prêmio Camões, com Prêmio Jabuti?; José Eduardo Agualusa, que realmente encantou a todos nós - tive oportunidade de assistir a sua palestra, depois o debate, do qual participaram vários escritores, jornalistas, ensaístas, brasileiros e também de outros países, algo que realmente... O que mais me impressionou foi que o Teatro Alberto Maranhão estava lotado de estudantes, de professores, mostrando o quanto existe sede das pessoas por cultura. Quando se tem uma oportunidade, como elas estão presentes, para aprender, para poder crescer, para valorizar cada vez mais todo esse potencial que tem o nosso povo, a nossa gente!

            Quero aqui também dizer da importância de eventos culturais dessa natureza, mas que envolvam também artes plásticas, como esse também tinha exposições de artes plásticas. Lá também estavam os grandes cordelistas, uma exposição comemorativa pelos 200 anos de Nísia Floresta, feita pela Academia Norte-Rio-Grandense de Mulheres Escritoras. Foi algo assim que realmente faz com que possamos mostrar Natal, uma cidade linda, de belezas naturais, mas que tem também na cultura uma grande âncora para movimentar ainda mais a economia, que com certeza se agiganta com a atividade turística, e que precisa, sim, ter atrativos dessa natureza, principalmente ligados a todas as expressões culturais: à cultura popular, ao teatro, à dança; enfim, isso é algo fundamental.

            E eu queria aqui, mais uma vez, parabenizar a prefeitura por essa iniciativa, parabenizar a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, que, com muito entusiasmo, abraçaram essa ideia. A Prefeita estará em breve no encontro da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, já anunciando o II Encontro dos Escritores de Língua Portuguesa para o próximo ano, de forma que isso fique permanente e contínuo, o que é muito bom para fomentar cada vez mais a literatura, desenvolver e fazer crescer a cultura em nosso País, em nosso Estado, na nossa cidade.

            Quero também aqui, Senador Mão Santa, informar que o Senador Garibaldi também estava no Estado. No dia 1º de maio, tivemos a oportunidade de estar juntos em vários eventos que aconteceram em Natal, comemorativos ao Dia do Trabalho. Na realidade, o primeiro evento de que participamos - eu, o Senador Garibaldi e o Senador José Agripino - foi na zona norte de Natal.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Senadora.

            A SRª ROSALBA CIARLINI (DEM - RN) - Pois não.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Quando V. Exª fala em trabalho, entra o Sr. Trabalho do Brasil, o Presidente Sarney.

            O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB - AP) - Muito obrigado. Quem fala! Você é que é o exemplo de todos nós.

            A SRª ROSALBA CIARLINI (DEM - RN) - É um grande privilégio poder falar aqui, tendo a presença do nosso Presidente, Senador José Sarney.

            O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB - AP) - A honra é minha.

            A SRª ROSALBA CIARLINI (DEM - RN) - Eu queria inclusive, Presidente, dizer que, por delegação de V. Exª, estive representando o Senado no Congresso de Juízes do Trabalho, da Justiça do Trabalho. Espero ter desempenhado bem essa missão que o senhor me delegou. Foi um grande congresso! Havia mais de 700 Juízes Federais do Trabalho presentes, com debates os mais importantes e voltados ao interesse, cada vez maior, de a Justiça do Trabalho estar presente, ágil, de forma a valorizar o trabalho e defender os trabalhadores.

            Mas, continuando o nosso relato sobre a Caminhada da Paz em que estivemos presentes, no Dia do Trabalho, os trabalhadores da zona norte, do bairro Jardim Progresso, com jovens, a grande maioria de jovens presentes nas ruas, levaram um grito de indignação e também de convocação, porque não é mais possível a situação de falta de segurança em que eles estão vivendo naquele bairro da cidade natal. Há depoimentos de pessoas que têm pequenos comércios e que, em um ano somente, já foram assaltadas oito vezes. Então, a população cansou de pedir ao Governo do Estado que instalasse uma ronda permanente, que estivesse mais presente para inibir a presença muito forte do tráfico. Muitos jovens estão sendo desencaminhados em função do uso de crack, que já é uma epidemia, algo que realmente preocupa a todos nós e nos deixa indignados. Tem de haver uma forma de isso ser reduzido.

            Não é possível que, no mapa da violência no Brasil, o número de homicídios, no Rio Grande do Norte, tenha aumentado 82% entre 2002 e 2007. Onde está a ação, que é obrigação do Estado, que não é fazer nenhum favor, porque o cidadão está pagando seus impostos para ter mais segurança, para poder ir e vir? Que se usem instrumentos de mais inteligência para coibir, para diminuir! Enquanto isso, o que diz o Governo do Estado? A ex-Governadora, cujo governo agora concluiu, diz: “Quanto a isso, não podemos. Essa é uma questão de todo o Brasil. É uma questão até federal”. Não! Cada um pode fazer a sua parte, usar de criatividade, de inteligência e de vontade política para reduzir a violência, como em alguns Estados, sabemos, está sendo reduzida. Não se pode é ficar parado, inerte.

            E a população está indo às ruas, sim, indignada, está indo às ruas para dar o seu grito de socorro, mostrar que não suporta mais viver tanta insegurança, ter a vida dos seus filhos exposta aos mais diversos riscos, enquanto nós assistimos, muitas vezes, ao uso de recursos de forma - podemos dizer - irresponsável, em detrimento de mais escola, de mais prevenção, de mais instrumentos que venham a reduzir e a prevenir a criminalidade.

            Pois bem, depois dessa Caminhada da Paz, estivemos no Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, em um encontro que eles realizam todo dia 1º de Maio, cujo presidente é Assis Pacheco. Quero aqui parabenizá-lo pela festa grandiosa que realizou com milhares de trabalhadores da construção civil. Na construção civil, eu me sinto muito à vontade. Sou filha de um trabalhador da construção civil, de um mestre de obras, de um construtor, de alguém que foi empregado e empregador. Conheci, durante toda a minha vida, a luta, as dificuldades, os anseios, as barreiras que tiveram de ser superadas para que o trabalhador fosse mais respeitado, mais dignificado. São eles que constroem este Brasil, são eles que embelezam as nossas cidades com o seu trabalho, com a sua luta; que constroem o futuro erguendo as escolas; que constroem os locais onde se pode ter a esperança de salvar uma vida, que são os hospitais; as praças para embelezar; os ginásios de esporte. Enfim, são eles os construtores desta Nação, no dia a dia, com o seu suor.

            Então, minha homenagem, meu reconhecimento e meu respeito a todos os trabalhadores. E, de uma maneira especial, mais uma vez, quero dirigir-me aos trabalhadores da construção civil, a todos. A maior homenagem que fazemos a eles é criarmos condições cada vez maiores de desenvolvimento neste País, para que não lhes falte o trabalho e para que possam ser, realmente, com tranquilidade, respeitados e dignificados como trabalhadores.

            Quero aqui também dizer que, à noite, tivemos um encontro com toda a categoria médica, Senador Mão Santa, o senhor que é médico. Estava acontecendo em Natal um encontro regional Norte/Nordeste das entidades médicas, sindicatos, associações e CRMs de todo o Norte e o Nordeste. Foi um encontro muito produtivo, no qual foram discutidas as questões do SUS, propostas que, com certeza, chegarão a todos nós. Vai ser necessário defender muitos avanços e que, além dos avanços, nós possamos ter a Emenda nº 29 regulamentada. Foi aprovada nesta Casa por unanimidade, destinando mais recursos para a saúde, e o Governo, até agora, insiste em não regulamentá-la.

            Não é possível! Saúde é prioridade, saúde é vida. E nós precisamos ter esses recursos para salvar pessoas que, muitas vezes, estão morrendo porque não existe uma maternidade bem estruturada, porque não se detectou um problema durante toda uma gravidez.

            Nesse mês, Senador Garibaldi, o senhor sabe que os jornais do Rio Grande do Norte estamparam mulheres morrendo de parto, por hemorragia, por questões que poderiam ter sido evitadas, em Natal e no interior. Eu sei de dois casos comprovados, os nomes das pessoas e locais onde isso aconteceu. Isso é algo inadmissível!

            Por falta de quê? Precisa se estruturar mais a saúde? Precisa. Precisa ter mais equipamentos? Precisa. Precisa pagar melhor os médicos? Precisa. Precisa que o SUS tenha revistas as suas tabelas? Precisa. Tudo isso precisa, mas tudo isso depende não somente de gestão, porque existem locais com uma boa gestão. Precisa-se de recursos!

            É inadmissível que, ainda hoje... Se nós compararmos com a época em que não existia ainda o Sistema Único de Saúde, eram atendidos pelo Governo Federal apenas aqueles que tinham o antigo Inamps, os trabalhadores que tinham carteira assinada; os outros eram os indigentes. Se nós fizermos o acompanhamento dos recursos que eram gastos naquela época, há 25 anos, com saúde, e o que é gasto hoje, fazendo a devida adequação aos valores, sabem quanto o Governo hoje deveria gastar? Exatamente o dobro do que está no Orçamento para a saúde.

            Há números daquele período. Veja que, em vez disso, em vez de crescer o investimento em saúde... É preciso ter esta ideia: saúde é investimento; não é despesa, é investimento. Cada vez que você investe em saúde, você está evitando outras despesas maiores que teria a Nação. Quanto mais você previne, mais você consegue ter resultados maravilhosos. Está aí comprovado como as doenças diminuem quando se tem vacina. Então, é algo inadmissível.

            Pois eles estiveram reunidos e, no Dia do Trabalho, teve uma festa com apresentação da Orquestra Sanfônica do Rio Grande do Norte, algo que todo o Brasil deveria conhecer. Lindos, maravilhosos, os sanfoneiros tocaram Bolero de Ravel, músicas internacionais. Fizeram toda uma viagem pela música, chegando - claro - aos nossos ritmos, às músicas de Luiz Gonzaga. Enfim, algo maravilhoso. A tudo isso nós assistimos nesse encontro.

            Desculpem-me a falta de modéstia, mas fiquei muito feliz de, ao lado do Senador Garibaldi e do Senador José Agripino - fui inclusive incumbida por eles de ser a oradora nessa solenidade -, termos sido homenageados, recebendo do sindicato, do CRM e da Associação Médica do Rio Grande do Norte uma placa pelo nosso trabalho e pela nossa disposição de luta em defesa da saúde.

            Eu quero aqui, somente para finalizar, reafirmar que essa disposição é permanente. Nada é mais importante que do que a vida. Nada é mais importante do que os governos terem políticas públicas que realmente atendam àqueles 60% que não têm condições de ter um plano de saúde, porque 40% já têm condições de ter um plano de saúde, e 60% da população brasileira precisam de um Sistema Único de Saúde que realmente funcione e que realmente dê esperança ao povo brasileiro de que nós estamos fazendo a coisa certa.

            Srªs e Srs. Senadores, gostaria, nesse relato dos eventos de que participei no Dia do Trabalhador, de deixar aqui essa nossa homenagem aos trabalhadores, de luta, de defesa, de reconhecimento. E nada melhor do que reconhecer, trabalhar e lutar pelos nossos trabalhadores e pelas suas famílias do que defender o direito que é sagrado, que é constitucional, à saúde.

            Muito obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2010 - Página 17995