Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do transcurso, hoje, do Dia Nacional das Comunicações. Aumento dos investimentos internacionais na Região Nordeste, especialmente no Estado da Paraíba.

Autor
Roberto Cavalcanti (PRB - REPUBLICANOS/PB)
Nome completo: Roberto Cavalcanti Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Registro do transcurso, hoje, do Dia Nacional das Comunicações. Aumento dos investimentos internacionais na Região Nordeste, especialmente no Estado da Paraíba.
Aparteantes
Mozarildo Cavalcanti, Rosalba Ciarlini.
Publicação
Publicação no DSF de 06/05/2010 - Página 18443
Assunto
Outros > HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, COMUNICAÇÕES, CUMPRIMENTO, TRABALHADOR, SETOR.
  • REGISTRO, AUMENTO, INVESTIMENTO, CAPITAL ESTRANGEIRO, REGIÃO NORDESTE, ESPECIFICAÇÃO, EXPANSÃO, MERCADO IMOBILIARIO, TURISMO, INDUSTRIA, MINERAÇÃO, IMPLANTAÇÃO, USINA TERMOELETRICA, ESTADO DA PARAIBA (PB), MELHORIA, CAPACIDADE, CRESCIMENTO, REGIÃO, AGILIZAÇÃO, RECUPERAÇÃO, BRASIL, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO DA PARAIBA, ESTADO DA PARAIBA (PB), DIVULGAÇÃO, EXPANSÃO, NEGOCIAÇÃO, EMPRESARIO, BRASIL, EXTERIOR, REGISTRO, ORADOR, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO NORDESTE, IMPLEMENTAÇÃO, GOVERNO, TECNOLOGIA, COMUNICAÇÕES, TRANSPORTE, ESPECIFICAÇÃO, CONSTRUÇÃO, AEROPORTO INTERNACIONAL, MUNICIPIO, RECIFE (PE), ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), FORTALEZA (CE), ESTADO DO CEARA (CE), SALVADOR (BA), ESTADO DA BAHIA (BA), CONTRIBUIÇÃO, SUPLANTAÇÃO, PROBLEMA, DISTANCIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, hoje, 5 de maio, é o Dia Nacional das Comunicações e o dia do nascimento do Marechal Rondon.

            Desejo, neste início do meu pronunciamento, fazer este registro e estender os meus cumprimentos, o meu abraço a todos que fazem comunicação no nosso País, ligados a rádios, televisões, jornais, portais, empresas de telefonia, correios, enfim, todos que atuam, em nosso País, no segmento das comunicações, aos jornalistas, aos funcionários das empresas de uma forma geral, aos gestores, aos acionistas, a todos que, no Brasil, atuam na área das comunicações, segmento importantíssimo. A democracia deste País e de qualquer outro país está fundamentalmente alicerçada nas comunicações, na imprensa livre.

            Então, o meu cumprimento aos que, em nosso País, no nosso Brasil, atuam na área da comunicação.

            Sr. Presidente, nos últimos anos, tenho acompanhado com grande satisfação o aumento significativo dos investimentos internacionais no Nordeste brasileiro, especialmente no meu querido Estado da Paraíba.

            Creio que falo por todos os Senadores do Nordeste quando comemoro a crescente atração que a nossa região tem exercido sobre os investidores estrangeiros. O Nordeste do Brasil está cada vez mais visível no cenário internacional e, o que é mais importante, a imagem que estamos projetando é altamente positiva.

            O mercado imobiliário nordestino, por exemplo, está atravessando uma fase talvez inédita de expansão qualitativa e quantitativa. A Afire, associação internacional que reúne investidores de 21 países e controla uma carteira de US$1 trilhão, coloca o Brasil em segundo lugar entre os emergentes quando o assunto é aquisição imobiliária, atrás apenas da China. Boa parte desse interesse, pelo que podemos constatar, se concentra nos Estados nordestinos, principalmente nas capitais.

            A Paraíba, para nossa profunda felicidade, acompanha as tendências observadas no restante da região. Nosso Estado tem atraído uma gama variada de investimentos, que de forma alguma se restringem aos dólares e euros aplicados em nosso mercado imobiliário. As áreas da atividade econômica do Estado da Paraíba contempladas com esse aporte de recursos são bastante variadas e compreendem, entre outras, o mercado imobiliário, o turismo, a indústria, a energia, a mineração e o comércio.

            Os países de origem dos investidores são igualmente diversificados, o que é muito positivo. A Paraíba está despertando o interesse de norte-americanos, suecos, finlandeses, espanhóis, franceses, portugueses, chineses, árabes e indianos, entre outros. Essa diversificação de nacionalidades e de interesses é fundamental para que se crie um ambiente de investimento consolidado e sustentável no longo prazo.

            A pergunta que se faz de imediato diante desse crescente interesse em se investir na Paraíba é bastante natural: quais são as causas desse fenômeno? Por que o Brasil, por que o Nordeste, por que a Paraíba?

            A resposta aponta para uma série de fatores que, analisados em conjunto, podem explicar a atenção despertada pelo Nordeste entre os investidores estrangeiros.

            Podemos começar pela crise econômica e a crise financeira internacional. A forma com que o Brasil lidou com a crise repercutiu de modo bastante positivo no cenário internacional.

            Tivemos hoje, no início da tarde, uma sessão especial acerca da Lei de Responsabilidade Fiscal, e todos nós fomos testemunhas de quão importante foi essa lei para que a economia brasileira conseguisse, 10 anos depois, superar, no cenário internacional, essa crise que era global.

            A imagem de país economicamente estabilizado, com um mercado consumidor forte e instituições sólidas e democráticas está-se convertendo, cada vez mais, em garantia de investimentos externos.

            Gozamos, igualmente, de algumas vantagens em relação a nossos parceiros do BRIC. Eu mencionaria, por exemplo, uma maior proximidade cultural com os países europeus e com os Estados Unidos. Somos, aos olhos desses investidores, um pouco menos “exóticos” do que a Rússia, a Índia e, principalmente, a China.

            Em relação às demais regiões do Brasil, o Nordeste ainda apresenta um potencial de crescimento enorme, com excelentes oportunidades de negócio e um povo com fome de trabalho e de desenvolvimento.

            Agradeço a intenção do aparte do Senador e primo Mozarildo Cavalcanti.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Roberto Cavalcanti, quero dizer a V. Exª que me regozijo com o pronunciamento de V. Exª, porque sou neto de paraibanos que, junto com tantos outros paraibanos parentes nossos, foram para Roraima, lá para o extremo norte, na época em que não tinha avião para lá. Foram para lá como agricultores - os meus avós especificamente -, para plantar o fumo e fornecer a matéria prima para uma indústria de fumo que naquela época tinha sede em Manaus e que depois exportava para São Paulo. Veja V. Exª, naquela época, era o êxodo do Nordeste, notadamente da Paraíba. Meu pai também, por outra razão, foi do Ceará para lá. Fico feliz de ouvir o discurso de V. Exª. Hoje nós temos a Paraíba sendo um centro - junto com outros Estados do Nordeste, mas V. Exª está frisando a Paraíba - dos investimentos estrangeiros em vários setores. Fico feliz, porque, com certeza, agora não vai mais acontecer um novo êxodo; pelo contrário, quem sabe, o retorno de muitos paraibanos ilustres que estão aí por esse Brasil afora trabalhando. Então, quero parabenizar o Estado da Paraíba, que, como disse, foi o berço dos meus avós, do qual eu me orgulho muito. Parabéns.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - Agradeço o aparte de V. Exª.

            O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PTB - SP) - Senador Mozarildo, o senhor não o cumprimentou pelo aniversário.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Já o fiz particularmente.

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Mas eu vou fazer esse cumprimento.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - Quero dizer que a origem, o DNA do Senador Mozarildo Cavalcanti é de uma região belíssima da Paraíba, a região de Bananeiras. A cidade e a região toda de Bananeiras, realmente, é um oásis no Nordeste, é uma região privilegiadíssima. Tenho certeza de que ele aceitará um convite nosso para, brevemente, passado esse momento eleitoral, nos visitar, o que coincidirá com o nosso verão, e a região de Bananeiras é bonita o ano todo.

            Acolho, com muito carinho, o aparte da Senadora Rosalba Ciarlini, do nosso vizinho Estado do Rio Grande do Norte.

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Senador Roberto Cavalcanti, quero, primeiro, parabenizá-lo, hoje é o seu dia, o dia de agradecer a Deus o dom da vida. Desejamos felicidade, saúde e paz, que o resto o senhor sabe muito bem, com competência e inteligência, correr atrás. Mas queria parabenizá-lo, parabenizar o Estado da Paraíba, pelo qual tenho um carinho especial, e não é só por ser nosso vizinho, do Rio Grande do Norte. Morei em João Pessoa durante três anos da minha vida.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - Estudou lá, não é Senadora?

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Estudei três anos. Comecei o curso de Medicina em João Pessoa. Depois, consegui me transferir para a querida cidade de Natal. Foi uma experiência muito boa. E o que mais me marcou na Paraíba foi a receptividade do seu povo. Como é um povo bom! Um povo que sabe realmente nos abraçar e nos cativar! É uma terra muito forte, de valores muito grandes. É uma terra que tem uma força muito grande. Eu a parabenizo e torço para que continue a ter grandes avanços. Quem não conhece a Paraíba precisa ir ver o pôr-do-sol nas praias da Paraíba. Só perde para o Rio Grande do Norte, que tem muito mais belezas do que a Paraíba, com certeza.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - Agradeço o aparte de V. Exª. Tenho certeza de que foi com muito carinho que a Paraíba acolheu o início da carreira profissional de V. Exª, que depois se transformou em política de sucesso.

            Almejo que, em 2010, o Rio Grande do Norte tenha a felicidade de tê-la como gestora.

            Quero dizer que a Paraíba tem um pôr-do-sol magnífico, que deve se assemelhar ao da região de Touros, que é belíssima no tocante ao pôr do-sol. Mas nós temos, lamentavelmente, o primeiro nascer do sol. A Ponta do Seixas está um pouco ao oriente da costa brasileira.

            Convido V. Exª mais uma vez a visitar a Paraíba...

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Para rever, não é?!

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - E rever aquele nascer do Sol. V. Exª poderá telefonar para o Rio Grande do Norte e dizer: “já vi o sol nascer aqui na Paraíba. Agora, espero que vocês, do Rio Grande do Norte, assistam ao que eu já vi de tão bonito, porque o nosso continental é o nosso primeiro pôr-do-sol.”

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Não, mas Ponta dos Seixas é algo maravilhoso, há uma vista linda. Não é somente por ser o ponto mais oriental do nosso Brasil, onde o sol nasce primeiro, mas também por ter uma beleza linda. O oceano tem uma cor diferente. Estou aqui realmente dizendo que o pôr-do-sol lá em...

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - Na Praia do Jacaré.

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Na Praia do Jacaré.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - É tradicional lá.

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Ao som...

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - Ao som do Bolero de Ravel.

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Do Bolero de Ravel. Ele só perde para o pôr-do-sol visto no Rio Grande do Norte, nas margens do Potengi, no Iate Clube, ao som de Praieira dos Meus Amores, que é um hino da nossa cidade.

            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (PRB - PB) - Vamos convidar todos os brasileiros, especialmente o Senador Romeu Tuma, para assistir a esses dois espetáculos da natureza e para desfrutá-los com igual oportunidade e com igual clarividência.

            Sr. Presidente, dando continuidade, as oportunidades de negócios são inúmeras. Falta só o investimento. E é justamente essa realidade que se encontra em franco processo de modificação.

            Uma das nossas desvantagens, a distância geográfica, está cada vez menor, por conta das tecnologias de comunicação e de transporte. Três capitais nordestinas - Recife, Fortaleza e Salvador - contam com voos diretos para destinos nos Estados Unidos. Natal, por sua vez, tem voo direto para a Europa, Lisboa.

            Talvez seja lícito afirmar que essa nova tecnologia de transporte seja antes uma consequência e não uma causa do interesse dos estrangeiros pelo Nordeste do Brasil. Não obstante, tais conexões são marca inequívoca da necessidade que surgiu de se estabelecer rotas mais eficientes entre os aeroportos das capitais nordestinas e os países do primeiro mundo.

            Ainda não temos vôos diretos entre João Pessoa e os Estados Unidos ou a Europa, Srªs e Srs. Senadores, mas, a depender das frequentes visitas que temos recebido de empresários estrangeiros, uma rota dessa natureza logo se tornará uma realidade.

            De fato, segundo a Junta Comercial do Estado, e conforme foi noticiado no jornal Correio da Paraíba no início deste mês, o ritmo de negócios entre brasileiros e estrangeiros tem experimentado um crescimento enorme nos últimos tempos.

            No primeiro trimestre deste ano, os negócios realizados com a presença de empresários estrangeiros já equivalem ao volume de negócios de todo o primeiro semestre do ano passado. Vejamos alguns exemplos, Sr. Presidente.

            Uma indústria de origem indiana que fabrica transformadores no Distrito Industrial de João Pessoa prevê investimentos de R$5 milhões em equipamentos para o curto prazo.

            Uma unidade sueca ligada aos esportes pretende fechar negócios no setor imobiliário que devem movimentar cerca de R$1,4 milhão.

            Felizmente, os negócios não se restringem à capital. O interior está sendo tão visitado pelos investidores internacionais quanto o litoral, com cifras bastante impressionantes.

            No alto sertão paraibano, uma mineradora, constituída por capital norte-americano e chinês, investirá quase R$120 milhões. Em Campina Grande, a implantação de uma termoelétrica está recebendo investimentos de R$300 milhões de uma empresa finlandesa.

            Tivemos notícias, por fim, de que, no inicio de março, um grupo de empresários ingleses se reuniu com o Governador do Estado, José Maranhão. Durante o encontro, os ingleses, representantes da companhia Delamore & Owl, expuseram seu interesse em investir na infraestrutura do Estado da Paraíba, especificamente em saneamento, estradas, portos e aeroportos.

            Embora ainda não haja nada concreto, o interesse de uma empresa desse porte, que já atua em países emergentes como a Malásia, a China e a Indonésia, por si só já indica a crescente atração que a Paraíba exerce no investidor internacional.

            É claro, Sr. Presidente, que estamos falando de investimentos relativamente modestos, especialmente se comparados aos investimentos estrangeiros cujos destinos são os Estados de São Paulo - Estado de V. Exª -, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Pernambuco. Porém, do ponto de vista dos paraibanos, são investimentos extremamente importantes, já que nunca tivemos uma tradição forte nos negócios internacionais.

            É uma nova vocação que se abre para o Estado. Não é nada desprezível o potencial que esses investimentos representam para a Paraíba em termos de desenvolvimento e de geração de emprego e de renda.

            O inevitável e salutar intercâmbio de informações e experiência entre as empresas estrangeiras e o empresariado local é outro ponto a se destacar nesse ciclo de desenvolvimento que o Estado está atravessando.

            Gostaria de registrar, Srªs e Srs. Senadores, que estamos abraçando essa oportunidade com muito entusiasmo, na certeza de que tudo isso se reverterá em bem-estar e qualidade de vida para o povo paraibano.

            Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância do tempo e agradeço os apartes dos companheiros Senadores que me honraram com suas alocuções.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/05/2010 - Página 18443