Discurso durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Informa a decisão unânime do Copom de elevar a taxa Selic.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Informa a decisão unânime do Copom de elevar a taxa Selic.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2010 - Página 17095
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, UNANIMIDADE, DECISÃO, COMITE, POLITICA MONETARIA, AUMENTO, INDICE, JUROS, DIVIDA INTERNA, OBJETIVO, CONTROLE, INFLAÇÃO.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - É possível até que V. Exª, ou outro Senador, tenha já mencionado, mas saiu há pouco a informação de que o Copom, dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias ao cenário prospectivo da economia, para assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas - a meta prevista para este ano é da ordem de 4,5% de inflação - decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic, de 8,75 para 9,50%, ao ano, sem viés.

            Avaliei que seria importante aqui registrar, Sr. Presidente, dado o interesse de todos nós, Senadores, e do povo brasileiro, com respeito à taxa de juros, Selic.

            Ainda ontem fiz um pronunciamento aqui no Senado, dizendo que as autoridades econômicas vinham tendo um comportamento bastante responsável, conseguindo combinar taxas de crescimento da economia com taxas de inflação relativamente baixas. E, também, em função da combinação das políticas econômicas e sociais, desde 2002, 2003, 2004, até 2008, tem-se verificado uma diminuição gradual do Coeficiente de Gini, de desigualdade, a diminuição da taxa de desemprego, inclusive com aumentos muito significativos, neste início de ano, do número de empregos formais na economia.

            Será importante nós sabermos as razões da direção do Banco Central. Ainda na semana passada, o próprio Presidente Henrique Meirelles esteve na Comissão de Assuntos Econômicos - o Senador Eduardo Azeredo foi um dos que tiveram oportunidade de ouvi-lo. Pudemos perceber que, ainda que a última taxa de inflação tivesse mostrado uma tendência de diminuição, mas tendo em conta a evolução das taxas de inflação desde o início do ano, registrada aqui na última Ata do Copom, de 16 e 17 de março, já estava assinalado que havia uma preocupação.

            Nessa reunião do Copom de março de 2010, eles, de alguma maneira, já prenunciavam que poderia ocorrer esse aumento.

            Espero, Sr. Presidente, que possa de fato a inflação estar sob o devido controle, dado o crescimento que está ocorrendo da demanda por bens e serviços e o crescimento da economia, e que este aumento da taxa de inflação não se constitua em breque muito forte, para que prossiga a taxa de formação bruta de capital que permita a continuidade de bom desempenho da economia brasileira.

            Era o registro que eu gostaria de fazer.

            O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senador Eduardo Suplicy, só para completar.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - O Senador Eduardo Azeredo, a critério do Presidente Mão Santa.

            O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Se o Presidente Mão Santa permitir... Não tem aparte, mas eu queria apenas completar a notícia. No mesmo dia, os Estados Unidos, onde a crise foi mais brava e que também começam a se recuperar, mantiveram a taxa de juros em 0,25%. E as bolsas não caíram por causa disso, ficaram animadas e os Estados Unidos mantiveram a mesma política.

            Então, a diferença é muito grande. É evidente que são economias diferentes, há algumas outras justificativas para o Brasil. Temos uma história de inflação muito elevada e isso preocupa, e um dos motivos de se aumentar os juros é esse. Mas, de qualquer forma, é importante registrar, quer dizer, o Brasil aumentou, já estava altíssima em relação aos outros, era 8,75% contra 0,5% dos Estados Unidos, na Europa é parecido com isso. Todos estão se recuperando, especialmente Estados Unidos e Brasil - a Europa não tanto -, mas a gente pega e aumenta mais um pouco, 0,75%. Isso tem um custo adicional, vamos pagar mais juros. Fica só o registro também de que nos Estados Unidos o remédio não foi esse.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2010 - Página 17095