Discurso durante a 69ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Renovação de apelo ao Presidente Lula pelo término da construção do Porto de Luiz Correia, no Piauí, cujas obras estariam paralisadas há vários anos.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Renovação de apelo ao Presidente Lula pelo término da construção do Porto de Luiz Correia, no Piauí, cujas obras estariam paralisadas há vários anos.
Publicação
Publicação no DSF de 11/05/2010 - Página 19310
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, EMPENHO, BRAVURA, SERYS SLHESSARENKO, SENADOR, OPORTUNIDADE, HOMENAGEM, DIA, MÃE.
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, GRUPO, CONGRESSISTA, CANDIDATO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO PIAUI (PI), PORTO DO PECEM, ESTADO DO CEARA (CE), ELOGIO, MODERNIZAÇÃO, INFRAESTRUTURA, IMPORTANCIA, TECNOLOGIA, DESENVOLVIMENTO, TRANSPORTE MARITIMO, APREENSÃO, SITUAÇÃO, PORTO, COMENTARIO, PARALISAÇÃO, OBRAS, COBRANÇA, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL, CONCLUSÃO.
  • COMENTARIO, EMPENHO, ORADOR, AUSENCIA, PRIVATIZAÇÃO, PORTO MARITIMO, ESTADO DO PIAUI (PI), PROPOSIÇÃO, EMENDA, DESTINAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, INVESTIMENTO, OBRA PUBLICA, DEFESA, TRANSFORMAÇÃO, PORTO, TERMINAL, PETROLEO, OBJETIVO, REDUÇÃO, PREÇO, COMBUSTIVEL, DESENVOLVIMENTO, PISCICULTURA, TURISMO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senadora Serys Slhessarenko, que preside com muita competência, elegância e beleza esta reunião do Senado, segunda-feira, 10 de maio, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros aqui no plenário do Senado da República, e que nos acompanham pelo sistema de comunicação.

            Serys, Deus escreve certo por linhas tortas. Sou do Partido de Jesus: o Partido Social Cristão. Está ouvindo, Roberto Cavalcanti? Ele colocou a Serys aí. Evidentemente, hoje é 10 de maio. Ontem foi o Dia das Mães. Realmente, não estava aberto. Entendo que Dia das Mães é todo dia.

            Roberto Cavalcanti, ceda-me a Serys um instante. Está ouvindo, Serys? Além daquilo que eu disse há poucos instantes, que V. Exª representava com grandeza o Mato Grosso, sua história, a professora e a mulher guerreira, lutadora e conquistadora, V. Exª representa também a mãe, Quis Deus que V. Exª estivesse aqui. São quatro filhas. Empatou com Adalgiza. Então, isto é a beleza: mãe.

            Esse negócio de inveja existe neste instante. Está ouvindo, Paulo Paim, que é poeta? Tenho inveja de Catulo da Paixão Cearense. Sei que há muita coisa bonita de mãe, Roberto. Aprendi, desde criança, um soneto, que - repito e ensino - todas as crianças brasileiras devem rezar. Ele diz mais ou menos assim: “Vi minha santa mãe rezando aos pés da Santa Virgem Maria. Era uma santa escutando o que outra santa dizia.” São as nossas mães. V. Exª também representa as mães. Estamos aqui. Eu não disse isso aqui antes, nas reuniões de sexta-feira, mas eu acho que o Dia das Mães é todos os dias.

            Mas nós, eu e Heráclito, como ele diz, na sexta-feira sem lei - não é, Heráclito? - nós nos ausentamos. Viajamos quinta-feira, fomos para Fortaleza, encontrar uma comitiva do Piauí, liderada pelo ex-Prefeito de Teresina, candidato a Governador do Estado, que, de uma maneira muito positiva, faz campanha vendo os problemas do Estado.

            Eu e o Heráclito fomos, dormimos lá quinta-feira e, cedo, fomos para ao porto de Pecém - está ouvindo, Papaléo? -, onde nos encontramos com a comitiva do candidato do PSDB, do Partido do Papaléo, que é o ex-Prefeito de Teresina, que largou a prefeitura e dá essa diferença estudando os problemas.

            E aqui nós já levantamos algumas vezes o porto do Piauí, o porto de Luís Correia. E ele foi visitar o porto exitoso de Pecém. Alguns Estados têm vários portos. Eu conheço bem Santa Catarina, que tem três: um pesqueiro, um misto e um grandão. E o Piauí, com 66 quilômetros, não tem nenhum porto.

            Foi muito positivo o encontro. Estávamos dois Senadores da República, o Heráclito Fortes e eu aqui, o Mão Santa, acompanhando ele, o empresário vitorioso, o Damásio, um empresário muito poderoso. Ele tem um intercâmbio comercial, talvez um dos brasileiros que tem o melhor intercâmbio comercial entre Brasil e China. Esse Damásio, Valdeci Cavalcante, que é o líder do Fecomércio, o Presidente da Câmara de Teresina, Renato Berger, e muitos outros vereadores, o Renan Xavier e muitos empresários da Associação Industrial, da Federação das Indústrias e dos produtores do cerrado.

            Mas, enfim, o porto do Pecém mostra o êxito principalmente da engenharia. É um porto moderno. Eles têm um porto ali na cidade de Fortaleza, do Mucuripe, e tem esse do Pecém. Quer dizer, de um para outro deve dar cem quilômetros de distância, não é, Heráclito? De um porto do outro. Mas o outro é moderno, e a vibração que nós temos é a vitória da engenharia. É um porto moderno, é uma ponte que vai alcançar o porto três quilômetros depois, um calado satisfatório. Mas as coisas modernas são assim.

            O nosso porto, segundo eu sabia, foi Epitácio Pessoa, quer dizer, há quase cem anos, que deu a ordem. Eu trouxera aqui um livro uma vez e tal. Mas um Professor Iweltiman, da Parnaíba, um vereador de alto gabarito, fez um livro que diz que isso veio muito antes. Em português já falava lá em Portugal pela localização do Piauí. É um porto muito próximo da Europa e muito próximo dos Estados Unidos.

            Nós aprendemos que, no Pecém, um navio, hoje, para ver, Serys, que é muito próximo também do nosso, em seis dias está nos Estados Unidos e em sete dias está na Europa. Lembro-me de que os meus pais, Heráclito, viajavam, iam para a Europa, aquilo era um negócio de meses. As histórias que eles me contavam... Dois meses de viagem. Agora, esses cargueiros de Pecém levam, para os Estados Unidos, seis dias e, para a Europa, sete. É a evolução da tecnologia das embarcações, dos motores e tal.

            Uma das vantagens dele é a proximidade, porque, quando sai lá do seu Sul, onde você nasceu, Serys, para lá leva sete dias para chegar a Fortaleza parando aí. Então é um êxito.

            Depois de aprender e queremos agradecer... O Heráclito se familiarizou mais porque chegou ao Ceará antes de mim e teve um jantar com o Diretor, Erasmo da Silva Pitombeira, Diretor-Presidente, CEO. CEO são essas autoridades de administração, ele tem o título, uma equipe totalmente cearense. Engenheiros formados lá, com projetos, com pesquisa na Universidade Federal do Ceará, eles fizeram aquele porto moderníssimo.

            Então, depois, nós acompanhados aqui, fomos para o Piauí, para Luís Correia, e lá a caravana se hospedou na Colônia de Férias do Sesc, construída pelo líder empresarial e líder classista que é o Valdeci Cavalcante.

            Recebemos, aquelas discussões e tal, e no dia seguinte, fomos ao que há no porto lá que chamamos de Luís Correia. Esse porto, a história dele é longa, vem do Epitácio Pessoa.

            Quero dizer que vi o Getúlio Vargas, que é lá do Estado do Paim, na Praça da Graça, em 1950, em campanha. Vi o Getúlio, discursando lá na Praça da Graça, quando ele dizia: “Se eleito for, farei o porto de Luís Correia, de Amarração. Eu vi, eu era criança, tinha meus oito, nove anos, realmente. O Prefeito era João Orlando de Moraes Correia. Lá na casa do meu tio tinha uma placa: “Em agosto de 1950, nesta casa hospedou-se Getúlio Vargas”.

            Então, Senador Alvaro Dias, eu era sobrinho do Prefeito, vizinho do Prefeito, e vi o Getúlio Dornelles Vargas - está ouvindo, Cavalcanti? -, almoçando na casa do meu tio. Depois, ele deitou numa rede de tucum com aquele charuto e aqueles “gregórios”.

            Mas de 1950 para cá faz 60 anos. Vimos o Senador Joaquim Pires, Heráclito, eu vi, nas pedras da Amarração, lançando e discursando pela sua reeleição, que não foi, na mesma época falando e lutando pelo porto de Luís Correia.

            Ele era Deputado Estadual, quando era Ministro João Paulo dos Reis Velloso, 1979, 1980. Serys, eu vi o ministro, esse ministro extraordinário, talvez um dos melhores ministros da história do planejamento deste País. Ele fez o 1º PND, o 2º PND e, no período revolucionário, Alvaro Dias, João Paulo dos Reis Velloso foi a luz, o farol que guiou todos os militares. E hoje o País tem muito a aprender com ele.

            Em dez anos, sendo luz, quinze anos, nós nos orgulhamos, Senador Paim. Ele, que foi o farol do período revolucionário, nenhuma indignidade, nenhuma imoralidade, nenhuma corrupção.

            Então, eu vi o sonho de João Paulo dos Reis Velloso, eu era Deputado Estadual, ele carreou recursos naturais, filho da região. Serys, lá para 1980, anunciou-se que inauguraria o porto de Luís Correia. Olha, o que é aquele tempo, não estou culpando, falta... O que falta hoje, como o País hoje evoluiu na tecnologia, na engenharia. Aí, Serys, quando vi, ele era o ministro, da minha cidade, ele trabalhara na fábrica dos meus avós e, naquela vibração toda, Roberto Cavalcanti, quando ouvi a notícia: não tem mais inauguração. Aí fui saber o que era. O calado era para ter 7m, só tinha 3,5m. E hoje é um assoreamento.

            Eu não sabia nem o que era assoreamento: “Que diabos é isto, assoreamento?” Acabou a festa, acabou o som: “Que diabos é isto?” Fui ver no dicionário pela primeira vez: é o rio, que percorre 1.458Km, separando o Piauí do Maranhão, traz areia e enterra o bicho. Isso é que é. Aterrou. Então, é aquela festa...

            Heráclito Fortes, José Auto de Abreu, que foi Deputado Federal daqui e fez o Dia do Piauí, 19 de outubro, que é aquele movimento dos Vereadores de Parnaíba, disse assim - Paim, V. Exª, que é poeta. José Auto de Abreu disse: “Dizem os poetas que a morte é um naufrágio. Então, que a minha, esse naufrágio se dê nas praias do Atlântico, lá em Luís Correia, e eu farei o esforço de voltar à tona e quero ver as luzes do porto de Luís Correia.” Não voltou e ainda está essa novela lá.

            Aí, Alberto Silva, acho bem intencionado, privatizou o porto para um cearense esperto, vivo. E eu, quando governei o Estado, mandei estudar, re-estudar, mas não podia investir recursos porque era privado, de uma empresa que tem um estaleiro, que tem o Hotel Marina. Mas, durante esse período, parece que o cearense era vivo e queria aquele porto para conseguir, vamos dizer, créditos em linhas bancárias, porque, por dizer que tem um porto num mundo bancário, aproveitou-se e não foi...

            E agora, nós aqui, eu e o Heráclito Fortes, começamos a falar de porto, lutamos para acabar com a privatização, e fizemos uma audiência pública dura, ríspida, violenta. Violenta a ponto de o Presidente Collor pedir para eu me acalmar, porque o representante dos portos lá chegou... Primeiro, ele disse que era história de 30 anos. Ora, se eu era um menininho e já via o Getúlio dizendo que ia fazer... Eu, com o livro, disse... Quando ele disse que o litoral do Piauí tinha 60 quilômetros, eu disse: Presidente Collor, você trouxe o homem, mas esse homem não sabe nada! Esse homem não sabe nem história, porque eu era menino e já via o Getúlio, e esse povo já tem mais de 100 anos! Eu estava com o livro. Epitácio Pessoa, quer dizer, há quase 100 anos, mandou um engenheiro estudar.

            Aí ele ainda diminuiu o litoral! Disse que seriam 60 quilômetros, e são 66 quilômetros. São seis quilômetros a mais! Para quem tem pouco, a gente tem de brigar. Seis quilômetros são uma Copacabana! O Heráclito também fez, ele que é estudioso e dedicado, algumas indagações que a autoridade não soube responder. Calado, construtora e tal.

            Mas o fato é que foi produtivo. Nós juntos analisamos. E eu fiquei satisfeito porque o engenheiro Dr. Heitor Castelo Branco estava tomando conta dessa reabertura. Depois da audiência... Olha como funciona a Comissão de Infraestrutura. Por isso, eu estava...

            Voltou. Eu coloquei quatro emendas, em quatro anos consecutivos - 13, 17, 20 e 40... Mas o que o engenheiro disse é que só chegaram às suas mãos 11 milhões. Então, ele só podia prestar contas...

            Quando eu vejo se falar irresponsavelmente nesses números majestosos de estádios, eu queria acordar o Presidente Luiz Inácio.

            Olha, ele pode ficar na história. É fácil terminar. Com pouco dinheiro, não se termina, ali, ô Heráclito? Não é? Então, se o Luiz Inácio fizesse, nós seríamos eternamente agradecidos. No caso, ele não tem culpa, não. Ele botou aloprados demais, no Piauí. Olha, o menino que ele mandou lá mente!

            Ele foi visitar uma cidade, agora - está no portal aí, Toni Rodrigues. Eu estou dizendo, ouviu, Heráclito? Puxe aí o portal. Aí botaram na cidade. Pega na mentira... Eu não sei cantar, não. Eu queria saber, mas vou aprender esse. Pega na mentira. De quem é? É de Erasmo Carlos? Tu sabes? Quem sabe música, aqui, é o Suplicy e a Ideli. Não estão aqui. Está ouvindo, AD? Aí o Governador, que saiu para se candidatar, botaram lá no som, a polícia quis prender e disseram que foi um menino. Esse negócio de menor. E pega megafone. Está lá no portal. Pega. Eu vou lá atrás, que eu vou lá aprender cantar nesse negócio.

            Então, a enrolada foi tão grande que disse que ia inaugurar em dezembro, não é? E só... Mas com pouca coisa. Eu estou falando, isso é um apelo ao Luiz Inácio. Ele foi enganado. Tem muitos aloprados, mentem muito, enganam... V. Exª não podia... Foi um aloprado lá. Por que tiraram? Heim? Por quê? Por que não deixam candidatar ele e você? Deixa aí. Dá um jeito. Não tem direito a dois candidatos um partido? Não. Está aqui. São duas vagas, tem. Então, vamos embora. Sai a Serys e esse aloprado lá... É assim... Lá iam me capar... Eu não tenho nada a ver com isso, não. É a mesma coisa. Por isso que eu fui para o Partido Social Cristão. Eles iam vender a minha cabeça, sim, do jeito da Salomé. Não pediram a cabeça...? Por quê? Porque, tirando a minha candidatura, praticamente tirava a do Heráclito. Porque você sabe que são dois. Não é que eu dou valor, não. Mas, tirando a do Mão Santa, já tira mais de... A essa altura do acontecimento, encontrar outro companheiro de chapa que tenha lealdade e a coragem, então, não é que eu seja bom, não, é porque, eles me tirando - eu sei que o Heráclito sabe nadar -, teria mais dificuldade de arrumar, a essa altura, você sabe que um Senador tem x votos. Mas eu ia sobrar. Por isso que eu saí para o partido de Jesus, Social Cristão. Então, eu estou com Jesus agora.

            Mas eu quero, então, congratular-me com o esforço do engenheiro Heitor Castelo Branco. O pai dele foi um dos engenheiros que fez o Porto de Itaqui e vê aquilo que nós sempre dissemos aqui: temos de tirar lucro do prejuízo. Epitácio Pessoa da sua Paraíba, a quem nós agradecemos, deu a ordem, mandou o engenheiro estudar. Faz muito tempo. Então, evidentemente, eu sei, eu me preparei.

            Transporte marítimo é um transporte para longa distância e para carga pesada. Não tem mais essa longa distância porque o Ceará está ali do lado. E o Presidente Sarney fez o do Maranhão, Presidente... Se eu tivesse sido antes dele, eu teria feito o de Luís Correia. É um grande porto, tem um dos maiores navios do mundo que faz Brasil, São Luís-Itaqui, para a Holanda. E, quanto maior for, o frete é mais barato. Mas tem-se que tirar o lucro do prejuízo. Com pouco dinheiro, o Presidente Luiz Inácio - está ouvindo, Paim? - concluiria esse porto, com pouco dinheiro, com as minhas emendas. Se elas fossem todas liberadas, daria para concluir, Roberto Cavalcanti. O engenheiro disse: “Eu só posso prestar contas de 11 bilhões. O Mão Santa já quatro vezes que bota emenda, mas não chega aqui”. Os aloprados ficam com o dinheiro no meio do caminho. E como existem aloprados no Piauí! Então, com pouco dinheiro, ele faria essa obra e ficaria eternizado no Piauí. E eu viria aqui, em nome do Estado, agradecer a Sua Excelência.

            Mas com pouco dinheiro ele pode transformar aquilo num terminal petrolífero. Aquilo é simples: uns canos, vem o petróleo... Enfim, o litoral do Piauí tem o petróleo mais caro do mundo. Do Brasil é o mais caro, por quê? Porque ele sai de Fortaleza, vai para Teresina e volta para o litoral do Piauí, ou então de São Luís vai para Teresina, lá no meio, e volta.

            Então, o combustível é caro, o petróleo é caro, e eu mesmo, quando governei o Estado do Piauí, Heráclito, dei para as associações de pescadores de todo o Estado uns 80 barcos de pesca. Mas não existem dez lá, porque o óleo é caro. Então, não vai manter; ele vai pescar onde o óleo é mais barato. Então, se transformassem isso num terminal petrolífero, já automaticamente - como disse o Padre António Vieira, um bem nunca vem só - nasceria um porto pesqueiro. Camocim, no Ceará, tem pesca, porque é o combustível, o óleo. Eu dei os barcos. Podia exigir deles que ficarem lá, como? Então, o pescado que abastece o Piauí quase todo vem do Pará.

            Então, nós, com o terminal petrolífero, intensificaríamos o turismo, porque o petróleo seria mais barato, é simples - são uns canos, Paracuru tem -, e viria o porto pesqueiro e um porto de navios menores, pelo próprio calado, que levasse as cargas para os portos vizinhos, porque é da definição do transporte marítimo, um transporte para carga pesada para longa distância, e não há longa distância, já que existem dois monumentais e modernos portos do lado. Mas, com pouco dinheiro - está ouvindo, Senador AD? -, muito menos do que qualquer reforma desses estádios aí, o Presidente Luiz Inácio concluiria esse sonho secular do Piauí de ter seu porto.

            E aí viria a estrada de ferro recuperada, que é fácil, porque é uma planície. É que o governador que ele mandou lá era do PT. E eu advirto o Brasil. Ô, Roberto Cavalcanti, já houve negócio de governador do PT no seu Estado? Já houve, do PT? Não. Pois dê graças a Deus, porque terremoto é melhor. Eu digo. Terremoto são 15 segundos, rapaz. Dá um estrago, mas recupera. O estrago que o PT fez no Piauí... O Heráclito está aí. E como é que nenhum vem dizer que não é? Há Senador ligado a eles, há Deputados; é muito pior do que um terremoto. A universidade acabou, o moral acabou, o diabo, é mentira, é falta de visão e tudo.

            Então, viria com esse porto o Luiz Inácio, viria a estrada de ferro, a ZPE que foi liberada pelo Presidente Sarney, há mais de 20 anos, na cidade de Parnaíba. Eu mesmo com Heráclito aqui já conseguimos prorrogar. Já era para ela ser extinta, porque não fizeram nada. Viria a estrada de ferro, que foi prometida. É uma planície. Qualquer mestre de obras a recuperará, porque é uma planície; não tem acidente geográfico, não tem montanha. Qualquer mestre de obras... Alberto Silva passou a apoiá-los, porque eles prometeram que, em 60 dias - está ouvindo, Heráclito? -, terminariam de Parnaíba à praia de Luís Correia e, em quatro meses, para Teresina. Não trocaram um dormente. Aí, Alberto Silva, que era engenheiro ferroviário, morreu e foi para o céu, sendo enganado por esses aloprados, decepcionado.

            Então, sem dúvida nenhuma, nós aqui, em nome do Piauí, reivindicamos do Presidente da República a sua sensibilidade, a objetividade. Mudou o Governador do Estado; o do PT saiu para se candidatar. Então, todo mundo tem esperança nesse Governador novo, um médico, neurocirurgião. Ele é do PSB.

            Então, nós acreditamos que, com o Presidente da República, com o apoio do Senado, com o meu apoio, com o do Heráclito Fortes e com o de todos, possamos concluir, ainda no Governo do Luiz Inácio, essa obra iniciada há quase um século.

            São essas as nossas palavras de crença e entusiasmo, pois vi a própria engenharia do Piauí. O engenheiro mostrou dedicação, competência e altruísmo. Isso é verificado na engenharia do Piauí, hoje, que é uma capital moderna.

            Eu era Governador do Estado - está ouvindo, Heráclito? - e recebi um presidente desse PMN, que me apoiava. Ele com a esposa. Ele disse: “Governador, você viu que os prédios daqui são os mais bonitos?” Tomei espanto, porque a gente é acostumada; e é mesmo. Ontem, eu estava na casa de uma filha... É moderna a cidade de Teresina. Foi a primeira capital planejada. A medicina evoluiu muito, e a engenharia, também; os prédios são modernos. Isso reflete a competência do engenheiro que estava lá. Eu vi firmeza. O que há lá não é falta de engenheiro, é falta de dinheiro, que nós viemos pedir para o Luiz Inácio: “Ei, me dá um dinheiro aí!” É uma música muito mais bonita do que estão cantando lá: “Pega na mentira, pega na mentira.”

            Então eu venho aqui ensinar o cântico do Piauí: “Ei, Lula, nos dá um dinheiro aí, um dinheiro aí para terminar o porto!”


Modelo1 5/20/2410:33



Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/05/2010 - Página 19310