A SRª FÁTIMA CLEIDE (Bloco/PT - RO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Srª Presidenta, Srs. Senadores, quero iniciar minha fala fazendo o registro da presença de lideranças sindicais do meu Estado de Rondônia. Quero aqui citar o nome do Wilson, do Sindicato dos Urbanitários, e o do Tenente Costa. Quero saudar a todos e dizer, Senadora Serys, Srªs e Srs. Senadores que, na tarde de hoje, o Estado de Rondônia está com uma expectativa muito grande. Nós acordamos com o Líder do Governo, Senador Romero Jucá, para que ele apresente uma emenda à Medida Provisória nº 472, com um texto de regulamentação da Emenda Constitucional de nº 60, de minha autoria, que trata da transposição dos servidores públicos do Estado de Rondônia, que foram custeados, no período de 1981 a 1991, pelo Governo Federal.

            Nessa mesma Medida Provisória, Senadora Serys, nós estamos resolvendo também, com uma outra emenda, uma questão de grande alcance social em meu Estado, que é aquilo que ficou popularmente conhecido em Rondônia como a Flona Bom Futuro.

            A situação dos moradores da Flona Bom Futuro nós esperamos resolver também com uma outra emenda à Medida Provisória nº 472.

            Eu quero aqui, antes de qualquer coisa, agradecer a boa vontade do Senador Romero Jucá de contribuir conosco para a resolução desses dois problemas que influenciam muito no desenvolvimento do Estado de Rondônia.

         Srªs Senadoras e Srs. Senadores, o que me traz a esta tribuna na tarde de hoje é a necessidade de discutirmos um pouco mais a política externa brasileira.

            A projeção do Brasil e do Presidente Lula no mundo, considerado hoje um dos líderes mais influentes da atualidade, é resultado não apenas da estabilidade econômica e políticas sociais mencionadas por mim ainda na sexta-feira passada, mas também resultado de novas diretrizes da política externa.

            Foram estabelecidas novas prioridades, citadas de forma resumida no artigo “A melhor política externa brasileira” do sociólogo Emir Sader, que peço à Mesa que seja dado como lido e apensado ao meu pronunciamento desta tarde. 

            Desde o início do primeiro Governo, a ênfase foi na busca de novos parceiros, na integração da América do Sul e do Mercosul, com reforço deste último no plano político.

            Além de aprofundar as relações com os países vizinhos, a política externa brasileira estabeleceu novas parcerias pelo mundo, diversificando o comércio com a Ásia, a África, a Europa e a América Latina.

            Os resultados já podem ser notados: o comércio brasileiro com países sul-americanos passou a ser quase 20% do total do comércio exterior brasileiro e a África é, hoje, o quarto parceiro comercial do País, atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da Argentina.

            A agenda de nossa política externa mostra um ativismo exemplar do Presidente Lula, que visitou 21 países africanos, recebeu Governadores e Presidentes da América do Sul, visitou-os e empreendeu muitas outras viagens, moldando o Brasil num cenário de credibilidade e parceira confiável e respeitosa.

            Esse ativismo é ainda consagrado pela frenética agenda de contatos, encontros, viagens a trabalho e conversações por parte do Ministro Celso Amorim, a quem, neste momento, quero parabenizar pelo excelente trabalho feito.

            Essa é uma diplomacia mais assertiva, que se distingue de governos anteriores por destacar sempre a soberania nacional e se distinguir pela defesa dos interesses nacionais. Aquela política externa subserviente, que levou, inclusive, o chanceler brasileiro a tirar sapatos no aeroporto do Império, há muito ficou para trás.

            A nossa política externa fez do Brasil um País soberano. Promoveu integração regional, privilegiou as alianças com o sul do mundo, diversificou nosso comércio exterior.

            “Afirmou o nome do Brasil no mundo, em uma condição de prestígio e respeito, como nunca tínhamos tido”, diz Emir Sader.

            Lembro muito bem que as nossas autoridades defendiam para o Brasil o caminho traçado pelo México, o do Tratado do Livre Comércio com os Estados Unidos. O México não diversificou a sua parceria, amarrando mais de 90% de seu comércio com os Estados Unidos, país que colocou países desenvolvidos e em desenvolvimento no epicentro de uma enorme crise econômica em 2008.

            Queriam que embarcássemos na Alca sem questionar, criticar, abdicando de nossos maiores interesses, dos interesses de nossa gente, dos interesses da Nação.

            Não há, Srªs e Srs. Senadores, como negar: o Brasil é, hoje, mais soberano e altivo graças à política externa que o tirou da condição de subserviência e obediência cega às regras do país mais poderoso do mundo, graças a uma condução política que reforça a todo instante o desejo e a capacidade de intervenção do Brasil no mundo, a vontade declarada de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU para defender ativa defesa do multilateralismo e de maior equilíbrio nas relações internacionais, graças à diretriz de, no plano econômico, buscar maior cooperação e integração com países similares e vizinhos regionais.

            Festejo, Srª Presidente, a política externa brasileira. Tenho a plena convicção de que, ao lado da política de inclusão social que vem sendo implementada pelo Presidente Lula, ela se constitui em um dos pilares de transformação pela qual passa o Brasil.

         Srª Presidente, eu gostaria de ter muito mais tempo ainda para falar da política externa brasileira, mas tenho consciência de que falo como comunicação inadiável. Mas queria, antes de me despedir desta tribuna, registrar aqui também a presença de moradores da Flona Bom Futuro, lá no meu Estado de Rondônia, que aguardam, Senador Raupp, ansiosamente, há meses, uma vez que a resolução para o problema da Flona Bom Futuro já está bem encaminhada por meio de um texto que foi construído, Srª Presidente, e faço questão de aqui ressaltar, por essas pessoas que aqui estão. E, em nome do Eliseu, quero aqui saudar todos, os de Salvador também, e dizer que esse texto que nós vamos aprovar, se Deus quiser, hoje à tarde, com a contribuição tanto da Situação, pelo trabalho do Senador Romero Jucá de apresentar uma emenda à Medida Provisória nº 472, quanto também da compreensão da Oposição aqui no Senado Federal, nós iremos resolver o problema da ocupação dos moradores lá da Flona Bom Futuro e também dos nossos servidores públicos com relação à transposição.

            Eu disse, no início, que aqui estão presentes representantes do movimento sindical e gostaria de ressaltar a presença de representantes da nossa extinta Ceron, hoje Eletrobras Distribuição Rondônia, e também da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia, esses servidores que vêm lutando arduamente para também serem contemplados pela transposição garantida pela Emenda à Constituição nº 60.

            Era o que tinha a dizer, Senadora Serys.

            Muito obrigada.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE A SRª SENADORA FÁTIMA CLEIDE EM SEU PRONUNCIAMENTO

            (Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno)

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Matéria referida:

A melhor política externa brasileira.

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