Discurso durante a 65ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato dos reflexos para a economia local da falta de infraestrutura no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, e insatisfação com medidas anunciadas pela Infraero, que seriam apenas paliativas. Registro de matérias do jornal Diário do Amazonas, intitulada "Falta de insumos deixa 20 mil em casa", e do jornal A Crítica, sobre o mesmo assunto. (como lider)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Relato dos reflexos para a economia local da falta de infraestrutura no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, e insatisfação com medidas anunciadas pela Infraero, que seriam apenas paliativas. Registro de matérias do jornal Diário do Amazonas, intitulada "Falta de insumos deixa 20 mil em casa", e do jornal A Crítica, sobre o mesmo assunto. (como lider)
Publicação
Publicação no DSF de 05/05/2010 - Página 18082
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • REGISTRO, PROVIDENCIA, EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUARIA (INFRAERO), TENTATIVA, SOLUÇÃO, GRAVIDADE, PROBLEMA, TRANSPORTE DE CARGA, AEROPORTO INTERNACIONAL, CAPITAL DE ESTADO, TRANSFERENCIA, TERMINAL, CONTRATAÇÃO, FUNCIONARIOS, AGILIZAÇÃO, LIBERAÇÃO, MERCADORIA, ATENDIMENTO, DEMANDA, IMPORTAÇÃO, INSUMO, POLO INDUSTRIAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, DIARIO DO AMAZONAS, A CRITICA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), INFORMAÇÃO, SINDICATO, AMPLIAÇÃO, REPOUSO, TRABALHADOR, FALTA, INSUMO, INDUSTRIA, APARELHO ELETRONICO, PREVISÃO, PREJUIZO, VENDA, CONSUMIDOR, IGUALDADE, PRECARIEDADE, AEROPORTO, PORTO, INFRAESTRUTURA, LOGISTICA, COMPETIÇÃO INDUSTRIAL.
  • COBRANÇA, REESTRUTURAÇÃO, AEROPORTO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), PREVENÇÃO, DESEMPREGO, INDUSTRIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na semana passada, eu trouxe a esta tribuna o grave problema da falta de infraestrutura no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, que afeta as indústrias do Polo Industrial de Manaus, por falta de insumos.

            Conforme descrevi, as atuais instalações daquele aeródromo já não atendem às necessidades das indústrias instaladas no distrito industrial da capital do meu Estado. Elas dependem de insumos importados, e as cargas desembarcadas em Manaus ficam no pátio, à espera de liberação.

            Reclamei da Infraero providências imediatas, diante do malogro da reunião dos dirigentes de entidades representativas das indústrias com a empresa que controla os aeroportos no Brasil, a Infraero.

            A situação é, sim, de autêntico apagão logístico. E, em vez de providências mais duradouras, a Infraero anuncia simples medidas paliativas.

            Uma delas é a transferência das cargas que chegam a Manaus para as indústrias do Polo Industrial diretamente para um terminal privado pertencente à Aurora Eadi. Espero que, ao menos paliativamente, a iniciativa seja exitosa. Claro que a solução verdadeira só virá com a reestruturação do Aeroporto, que, na verdade, infelizmente caducou.

            Ontem, a Infraero confirmou que 90 funcionários, contratados em caráter de urgência, começam a trabalhar sexta-feira para agilizar a liberação das cargas.

            Esperemos que todas essas medidas superficiais deem certo. O que não pode é continuar a situação, que já está crítica. Em decorrência dos desacertos, mais de 20 mil trabalhadores de indústrias do Polo Industrial estão em casa. Isso significa que metade do segmento eletroeletrônico está com os seus trabalhadores em casa por falta de insumos, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos e das Indústrias Eletroeletrônicas de Manaus.

            A situação é insustentável, pelo que esperamos novas providências, que, em definitivo, solucionem os problemas que tumultuam as empresas no Polo Industrial de Manaus.

            Peço, Sr. Presidente, seja inserida nos Anais da Casa matéria do jornal Diário do Amazonas, que tem como título principal “Falta de insumos deixa 20 mil em casa”. É da repórter Cinthia Guimarães. Eu resumi o que vem, na verdade, na matéria, com algumas declarações muito graves.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, disse que qualquer acordo de compensação precisa ser discutido, homologado e comunicado ao sindicato, após assembleia entre os empregados e patrões.

            Ou seja, há uma inquietação trabalhista muito grande, e ela é expressada pelo principal líder metalúrgico do meu Estado.

[O líder empresarial] Wilson Périco disse temer que os insumos retidos no pátio da Infraero, que estão cobertos com lonas improvisadas, comecem a estragar por causa do período de chuvas.

As linhas de produção de celulares, televisores de LCD, aparelhos de sons, DVDs e tocadores de áudio MP3, além de câmeras fotográficas, foram as mais afetadas com o problema. Esses são produtos mais vendidos nesse período que antecede o Dia das Mães, o Dia dos Namorados e a Copa do Mundo. “A indústria de eletroeletrônicos tem sofrido bastante, principalmente a produção de celular, TVs, que têm apelo tecnológico grande, tiveram o preço reduzido e bom acesso ao crédito”, informou [Wilson] Périco.

            Explica ainda esse executivo que esse prejuízo de US$500 milhões...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Já concluo, Sr. Presidente -...é estimado pelas fábricas com base muito otimistas... É acima disso.

Segundo o presidente da Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Polo Industrial do Amazonas (Aficam), Cristóvão Marques Pinto, as empresas do setor de Duas Rodas também começaram a parar por falta de insumos para montagem.

            Muito bem. Eu ainda gostaria de transcrever aqui a opinião do Presidente do Centro das Indústrias do Estado da Amazonas, Sr. Maurício Loureiro, segundo o qual as empresas também foram forçadas a fazer o desvio do modal marítimo para o aéreo, pelos problemas portuários em Manaus. Aspas para Maurício Loureiro:

Faltam portos adequados, pessoal em quadros burocráticos, boa vontade em se entender que, se não formos competitivos, seremos engolidos. [...] nossa infraestrutura logística é decepcionante. [...] Imagine todos nós, às vésperas do Dia das Mães e de uma Copa do Mundo e do Dia dos Namorados, perdermos negócios por negligência daqueles que não enxergam ou não preveem o crescimento da economia”, [que era um crescimento já esperado, após a debacle do ano passado, com crescimento negativo].

            Sr. Presidente, peço ainda a transcrição, na íntegra, de matéria do jornal A Crítica, que trabalha justamente a mesma ideia das medidas paliativas tomadas pela Infraero, mandando a Aurora Eadi, que é um porto seco, fazer um trabalho que talvez não lhe coubesse.

            Daqui, faço exigência muito nítida. O primeiro passo é dar férias coletivas - quase férias coletivas. O segundo passo é desemprego, é desempregar mão de obra. Nós temos mais de 90 mil empregados hoje. Na verdade, trabalhando já são apenas 70 mil, pois 20 mil estão em casa, porque faliu - é um apagão - a logística em torno do Polo Industrial de Manaus, a partir da falência, da caduquice do Aeroporto Eduardo Gomes, que é incondizente com o tamanho da cidade de Manaus.

            Portanto, ficam aqui o meu apelo, o meu protesto e o meu registro de que não me omiti numa hora que é muito grave para o emprego no meu Estado, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.

            Por ora, era o que eu tinha a dizer.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO

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            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na semana passada, trouxe a esta tribuna o grave problema da falta de infraestrutura no Aeroporto Internacional Eduardo, que afeta as indústrias do Pólo Industrial de Manaus, pela falta de insumos.

            Conforme descrevi, as atuais instalações daquele aeródromo já não atendem às necessidades das indústrias instaladas na distrito industrial da Capital do meu Estado. Elas dependem de insumos importados e o que ocorre é que as cargas desembarcadas em Manaus ficam no pátio, à espera de liberação.

            Reclamei da Infraero providências imediatas, diante do malogro da reunião dos dirigentes de entidades representativas das indústrias com a empresa que controla os aeroportos no Brasil.

            A situação é, sim, de autêntico apagão logístico. E, ao invés de providências mais duradouras, a Infraero anuncia medidas paliativas.

            Uma delas é a transferência das cargas que chegam a Manaus para as indústrias do PIM diretamente para um terminal privado, pertencente à Aurora Eadi.

            Na falta de mais infraestrutura, a medida é razoável. Resta saber como irá funcionar.

            Ontem, a Infraero confirmou que 90 funcionários, contratados em caráter de urgência, começam a trabalhar na 6ª. feira para agilizar a liberação das cargas.

            Esperemos que tudo dê certo. O que não pode é continuar essa situação, já crítica. Em conseqüência desses desacertos, mais de 20 mil trabalhadores de indústrias do PIM estão em casa. Isto significa que metade do segmento eletroeletrônico está com seus trabalhadores em casa, por falta de insumos, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos e das Indústrias de Eletroeletrônicos d e Manaus.

            Uma situação insustável, pelo que esperamos novas providências, que, em definitivo, solucionem os problemas que tumultuam a vida das empresas no PIM.

            Era o que tinha a dizer.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Falta de insumos deixa 20 mil em casa” (Diário do Amazonas)

“Desembaraço em até 24 horas” (A Crítica)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/05/2010 - Página 18082