Pronunciamento de Roberto Cavalcanti em 11/05/2010
Discurso durante a 70ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Crescimento da produção automobilística nacional, estimulado pelas medidas governamentais adotadas durante a crise econômica mundial, tais como: a redução temporária das alíquotas do IPI e a facilitação do financiamento, principalmente para os modelos populares.
- Autor
- Roberto Cavalcanti (PRB - REPUBLICANOS/PB)
- Nome completo: Roberto Cavalcanti Ribeiro
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA INDUSTRIAL.:
- Crescimento da produção automobilística nacional, estimulado pelas medidas governamentais adotadas durante a crise econômica mundial, tais como: a redução temporária das alíquotas do IPI e a facilitação do financiamento, principalmente para os modelos populares.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/05/2010 - Página 19851
- Assunto
- Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
- Indexação
-
- ANALISE, SUCESSÃO, CRISE, ECONOMIA, OPORTUNIDADE, AVALIAÇÃO, GOVERNO, ELOGIO, PROVIDENCIA, GOVERNO BRASILEIRO, INCENTIVO FISCAL, PRESERVAÇÃO, EMPRESA NACIONAL, REFORÇO, MERCADO INTERNO, APRESENTAÇÃO, DADOS, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA, CRESCIMENTO, PRODUÇÃO, LIDERANÇA, BRASIL, AMERICA LATINA, EFEITO, AUMENTO, INTERESSE, INDUSTRIA, EMPRESA ESTRANGEIRA, INVESTIMENTO, PAIS, COMPROVAÇÃO, RESULTADO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Srª Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, em uma democracia, os governos podem ser avaliados abertamente, criticados em seus erros e elogiados em seus acertos, imediatamente ou no juízo da história. Em qualquer dos âmbitos temporais, a administração das grandes crises constitui, talvez, o teste maior para um Presidente e seu Ministério. O mundo atravessou violenta convulsão econômica, a partir da quebra generalizada dos títulos lastreados em hipotecas imobiliárias de alto risco no mercado norte-americano em 2008.
Agora é a vez dos PIGS; Portugal, Islândia, Grécia e Espanha, liderados pela Grécia, assustarem o mundo.
Na crise de 2008, as medidas anticíclicas tomadas pelo Governo proporcionaram a sustentação das empresas nacionais pela força do mercado interno.
O mercado automobilístico, beneficiado pela redução temporária das alíquotas do IPI e pela facilitação do financiamento, sobretudo para os modelos populares, é o exemplo mais notável de crescimento econômico local em meio à crise mundial, possibilitado por acertada medida governamental.
As medidas, em seus últimos meses de vigência, incidiram ainda no estímulo à aquisição de modelos flex, capazes de funcionar com etanol ou gasolina, indiferentemente, do que resultam também benefícios ambientais, pela tendência, fora dos períodos de entressafra, ao uso do combustível verde.
Importante mesmo, porém, foi o crescimento da produção automobilística nacional, enquanto empresas tradicionais dos países desenvolvidos, como a Ford e a General Motors, entravam em concordata e, desesperadas, pediam auxílio ao governo de seus países.
No Brasil, bonança. Segundo dados da Anfavea, o Brasil produziu, em 2009, cerca de 500 mil veículos a mais do que em 2006. Isso equivale à produção anual da Argentina. Volkswagen e Fiat, as maiores montadoras do País, aumentaram suas produções em, respectivamente, 150 mil e 200 mil unidades.
Como resultado, a produção brasileira atingiu a marca de 3,1 milhões de automóveis em 2009. Não admira que tantas outras montadoras se interessem agora em investir no País.
A empresa americana de consultoria CSM Worldwide projeta para os próximos cinco anos uma participação substancial da indústria brasileira e latino-americana no mapa mundial da produção de veículos. Enquanto a produção mundial deverá crescer 35% neste quinquênio, a América Latina deverá passar de 4,1 milhões para 5,8 milhões de automóveis - ou cerca de 41% -, com o Brasil na liderança. Um dos aspectos que a consultoria internacional considera mais relevante para o potencial de crescimento da indústria automobilística de um país é o potencial de demanda, medido pelo índice de habitante por veículo.
Essa relação, que fica entre 1,5 e 2 em países desenvolvidos, como França e Alemanha, e atinge os 4,1 no México, é ainda 7,4 no Brasil - ou seja, uma forte tendência do mercado brasileiro a absorver mais veículos à medida que a economia se desenvolver. Os analistas dizem que, embora o potencial da China seja maior pelo gigantismo de sua população e pelas taxas elevadas de crescimento econômico que vem mantendo, o Brasil tem a vantagem cultural de uma história de mais de 50 anos de implantação dessa indústria, o que garante uma mão de obra mais preparada e uma estrutura de qualificação de trabalhadores mais consolidada.
Essa é a razão de tantos anúncios de investimentos no mercado brasileiro.
A Mercedes, por exemplo, pretende reativar sua fábrica de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para produzir sua nova família de carros pequenos; a Volkswagen anunciou um investimento de R$6,2 bilhões, o maior desde o início da década; e a General Motors, que quase abriu falência em sua sede americana, promete investir outros R$2 bilhões em sua unidade de Gravataí, no Rio Grande do Sul.
A avaliação positiva do mercado brasileiro atrai também o interesse de montadoras em exportar carros para o País. No Salão de Genebra deste ano, a chinesa Byd anunciou seu interesse em vender seus modelos de automóveis de pequena potência para o Brasil.
A indiana Tata também pretende vender aqui seu modelo Nano, o carro mais barato do mundo, devidamente adaptado para a legislação de segurança brasileira, mais exigente que a de seu país de origem.
A coreana Kia anuncia o lançamento de sua nova linha Sportage, a ser importada diretamente da Coreia do Sul, e a japonesa Nissan anunciou a venda, no Brasil, de seu modelo Micra, a ser fabricado no México.
Todas essas notícias de investimentos produtivos no País ou de confiança em seu mercado comprador também para importados são a demonstração de que o Brasil cresce sustentadamente, suscitando o interesse dos investidores estrangeiros.
E o fato de ser o mercado automobilístico o centro desse interesse é uma promessa de difusão do crescimento pelos setores econômicos ligados a essa indústria, como o de autopeças, o de revenda, os de oficinas, publicidade e seguros.
A decisão do Governo de reduzir as alíquotas do IPI para os automóveis, portanto, foi muito acertada, pois a perda de receita foi mais que compensada pelo aquecimento da economia e pela geração de empregos formais.
Hoje, vemos o Brasil em posição muito favorável para um novo surto de crescimento econômico, com a confiança dos mercados interno e internacional.
E esse é um quadro benéfico para todos e que acende em nós, brasileiros, a esperança de continuarmos a crescer, mesmo quando um novo cenário adverso se delineia a partir dos nossos ancestrais europeus.
Srª Presidente, era isso o que eu gostaria de transmitir e também parabenizar Governo brasileiro pela coragem que teve de enfrentar uma crise internacional da forma que foi enfrentada, com resultados extraordinários e exemplares para todo o mundo.
Muito obrigado.
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