O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Sem revisão do orador.) - Presidente, Senador Mão Santa, companheiro Varlei, companheiro Jefferson, Padre Jeová, que veio aqui hoje com as suas orações para que tudo desse certo, e felizmente deu.

            Eu queria, Senador Mão Santa, primeiro agradecer a V. Exª, que manteve a sessão durante todo o tempo que foi necessário para que chegassem aqui tanto a MP 475 como a 474, que trata do reajuste e trata também do salário mínimo. Mas queria agradecer, muito simbolicamente, a esses companheiros que estão aqui nas galerias.

            Voltem para seus Estados, voltem para São Paulo, voltem para a Bahia, voltem para o Rio Grande do Sul, voltem para Minas Gerais de cabeça erguida.

            Vocês, homens e mulheres de cabelos brancos, mais uma vez, deram uma lição para aqueles que não acreditam na mobilização popular. É a mobilização popular que escreve a história. Por isso, a MP foi lida, e, por isso, ela será aprovada.

            Parabéns a vocês! Parabéns, meus amigos que aqui se fizeram presentes até esta hora!

            Permitam que, na humildade deste Senador, eu agradeça, sim.

            Quero agradecer ao Mozart, 1º Secretário da Câmara, e também ao Presidente Michel Temer. Quando eu estive lá, há pouco tempo, eu disse ao Presidente Michel Temer: Presidente, estão lá em torno de 200 aposentados. Eles vão ficar lá até que a MP chegue. E ele disse: “Entre nove e meia e dez horas, a MP vai estar lá”. Eu paguei para ver e pedi a vocês que ficassem aqui. Vocês ficaram, mas ele também mandou a MP.

            Por isso, uma salva de palmas também para o Michel Temer e também para vocês. (Palmas.)

            A política é assim, pessoal. É a arte de pressionar, de negociar, de cumprimentar e de ir construindo. Isso é uma construção. Não é a primeira nem será a última. Foi assim com a PEC paralela. Eles duvidaram, e nós aprovamos nas duas Casas. Foi assim com o Estatuto do Idoso. Eles duvidaram, e nós aprovamos nas duas Casas. Foi assim com o salário mínimo, que nós mostramos que podia chegar a muito mais que US$100, e hoje é quase US$300. Nós aprovamos nas duas Casas.

            Por isso, Senador Mão Santa, eu estou convicto - e digo de novo para vocês - que o maior crime que foi cometido contra a classe trabalhadora deste País depois da ditadura foi o fator previdenciário. Não é justo que se confisque metade do salário dos que ganham de R$3 mil para baixo. A ampla maioria fica entre dois, três, quatro salários mínimos. É ou não é, Varlei? Enquanto que os altos salários de 27, de 30 não têm fator; têm integralidade e têm paridade.

            O meu sonho ainda é ver um dia esse fator previdenciário rejeitado, jogado na lata do lixo, queimado, e, se depender de mim, ainda incinerado, para não voltar nunca mais. Nunca mais. Fator previdenciário nunca, nunca mais!

            E termino, dizendo a vocês que sei que milhões de aposentados esperam esse reajuste pequeno, mas importante, de 7,7%. O Senado não vai negar esse reajuste aos aposentados. Falei hoje com muitos Senadores. Vocês podem ter visto que não saio do plenário. Falei com um por um, e não houve um, até o momento, que me dissesse que vai votar contra os aposentados e pensionistas.

            Eu sei, podem saber que eu sei, que muita gente, Senador Mão Santa - e eu vou ouvir o seu pronunciamento, V. Exª foi Relator desta matéria - está em suas casas em vigília conosco, está acompanhando esta sessão histórica aqui do Senado da República, e acompanhará na semana que vem, porque, se não votar amanhã, vai ter que votar na semana que vem. O bom seria votar amanhã, por unanimidade. Faremos o requerimento de preferência para ser a primeira MP a ser votada. Se não votar amanhã, vai ter que votar na semana que vem. Nós estaremos de novo aqui com a maior tranqüilidade, respeitosamente dialogando com os Senadores.

            Agora, Senador Mão Santa, eu sei que a audiência desta TV Senado neste momento é muito grande em todo o País. Se eu digo que, de 40 milhões, é confiscada do seu salário a metade, as pessoas querem saber como é que fica o seu futuro. Como fica o benefício do aposentado? Vão ter ou não vão ter pelo menos os 7,7%?

            Quero convocar os senhores e as senhoras que estão assistindo à TV Senado. Se não votar nesta semana, na terça-feira nós temos que fazer uma vigília em todo este País. Faça a vigília na sua casa. Faça na associação de bairro, faça na Câmara de Vereadores, faça no sindicato, faça na Assembleia Legislativa, faça na associação de aposentados e pensionistas, faça na sua federação, faça nas confederações, faça no clube de mães.

            Que os estudantes que querem a PEC da Juventude façam nas escolas uma grande vigília para exigir que o Senado vote o que já votou, e ele já votou essa matéria.

            Eu estou convicto de que o Senado há de votar e, se for por unanimidade, melhor ainda.

            Encerro, Senador Mão Santa, dizendo viva o povo brasileiro! Vivam os que mais precisam, vivam os aposentados, pensionistas, os idosos, a nossa juventude, porque a juventude há de perceber que estamos fazendo aqui a questão do fator que é para eles, porque eles serão os aposentados de amanhã e eles não podem sofrer o prejuízo de 50% dos seus benefícios.

            Meus amigos, voltem para os seus Estados de cabeça erguida e, ao chegar em casa, abracem os filhos, os amigos, a companheira e diga: eu estive lá, eu fiz a minha parte. Que cada brasileiro faça a sua parte na próxima terça-feira!

            Um abraço a todos vocês! (Palmas.)

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